Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação? Hebreus 1:14
Provavelmente você já terá visto um antigo quadro em que duas crianças estão colhendo flores ao longo de um caminho, na encosta acidentada de uma montanha. Muito abaixo, espumeja em fúria a brava correnteza, perdendo-se na profundeza do abismo. O perigo salta aos olhos, e a possibilidade do desastre é evidente. Mas com indescritível expressão, por trás dos pequenos, ergue-se a majestosa figura de um anjo. Suas mãos estendidas denotam a prontidão com que podem agir. A bela fisionomia parece concentrar todo o interesse do Universo no objeto de seu cuidado.
O ministério dos anjos em nosso planeta é um claro ensino das Escrituras. Como mensageiros celestiais, os anjos são poderosos coobreiros de Deus na execução de Seus desígnios e vontade. Quando cercado pelos poderosos exércitos da Síria, Eliseu viu miríades de anjos, invisíveis aos olhos naturais, mas nem por isso menos reais. “Mais são os que estão conosco” (2Rs 6:16), exclamou o profeta, quando a cortina que separa o visível do invisível foi levantada. Fortes anjos aguardavam em silêncio o desfecho da crise. Anjos estiveram com Daniel na escura cova dos leões, quando tudo parecia perdido. Eles ampararam a Cristo em vários momentos de Seu ministério. Uma velha gravura retrata Jesus no Getsêmani, com a cabeça recostada no peito de um poderoso anjo. O Criador sendo confortado por uma de Suas criaturas. O quadro é de indescritível beleza!
Um anjo libertou Pedro da prisão romana. A forte escolta e as portas aferrolhadas são impotentes diante do emissário angélico. Paulo, sem amigos, riqueza ou posição, teve-os como assistentes. Todos esses momentos da história sagrada nos lembram de que não estamos sozinhos. “Na experiência de todos surgem ocasiões de profundo desapontamento – dias em que só predomina a tristeza, e é difícil crer que Deus é ainda o bondoso benfeitor dos seus filhos na Terra; dias em que o dissabor mortifica a alma, de maneira que a morte pareça preferível à vida. […] Pudéssemos em tais ocasiões discernir com intuição espiritual o significado das providências de Deus, veríamos anjos procurando salvar-nos de nós mesmos, esforçando-se para firmar nossos pés num fundamento mais firme que os montes eternos; e nova fé, nova vida jorrariam para dentro do ser” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 162).