sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

A Ironia da Competição – Meditações Diárias 2014 – 20 de janeiro

Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Filipenses 2:3

“Fama” e “fortuna” são a essência do “sonho americano” difundido hoje por todas as partes. Nessa mentalidade, desenvolvemos a síndrome do individualismo, a “cultura do eu”, acompanhada do espírito de competição. Essa mentalidade, injetada em nossas veias desde a infância, ensina-nos a ver os outros como objetos, degraus para alcançar nossas fantasias de sucesso, ou como obstáculos a serem superados. Não é por acaso que milhões de pessoas se sentem solitárias.


Tratamos todos como estranhos ou, pior ainda, como inimigos. Porque não conhecemos o frentista, o vendedor, o mecânico, a mulher atrás do balcão, suspeitamos que todos eles fazem parte de uma conspiração para nos enganar e tirar proveito. Assim, somos envenenados por um permanente espírito defensivo, o que destrói a possibilidade de nos relacionarmos positivamente e testemunhar nos encontros com as pessoas. As interações são marcadas por desconfiança e suspeita.


Mais grave ainda é quando aplicamos essa mentalidade aos círculos mais íntimos. Porque queremos ser o “número 1” em tudo, competimos com todos, às vezes até dentro da família e na igreja, inibindo o espírito de abnegação e serviço. Já observou as camisetas que as pessoas usam, representando seu time, escola, classe ou grupo? Todos querem ser os melhores. Nas viagens em família, quando as crianças eram pequenas, às vezes parávamos em um parque e elas corriam para um brinquedo para gritar: “Cheguei primeiro, ganhei.” Parece que não estamos felizes se não deixarmos alguém para trás, negando assim o espírito de Cristo.


A expressão “uns aos outros”, no texto de hoje, é o termo grego allelous, que ocorre 54 vezes no Novo Testamento, com ênfase no relacionamento fraterno. Se praticássemos apenas a metade deles veríamos uma extraordinária transformação entre nós. Observe algumas ocorrências: “Não nos julguemos mais uns aos outros” (Rm 14:13); “Não mintais uns aos outros” (Cl 3:9); “Não faleis mal uns dos outros” (Tg 4:11); “Não vos queixeis uns dos outros” (Tg 5:9); “Ameis uns aos outros” (Jo 13:34; ver 1Jo 4:7, 11); “Acolhei-vos uns aos outros” (Rm 15:7); “Sede, antes, servos uns dos outros” (Gl 5:13); “Cooperem uns com os outros” (1Co 12:25); “Levai as cargas uns dos outros” (Gl 6:2).

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