terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

O Lugar Mais Seguro – Meditações Diárias 2014 – 13 de fevereiro

Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima. Hebreus 10:25
 
Há uma interessante estatística que li acerca de como se manter seguro no mundo atual. As sugestões são coloridas com humor:
Evite dirigir ou estar em automóveis. Eles são responsáveis por 20% dos acidentes.
 
Cuidado enquanto você está em casa: 17% de todos os acidentes acontecem aí.
Esteja alerta ao caminhar em ruas e calçadas. Saiba que 14% dos desastres acontecem a pedestres.
 
Evite viajar de avião, trem ou navios, pois 16% de todos os acidentes envolvem essas formas de transporte.
O restante dos acidentes, somando 33%, ocorrem nos hospitais. Assim, sobretudo, evite os hospitais.
 
Mas, continua o texto, “você ficará feliz em saber que de todas as mortes apenas 0,01% ocorrem durante serviços de culto na igreja, e essas estão relacionadas com desordens físicas anteriores”. Assim, conclui tal artigo, o lugar mais seguro para você, em qualquer circunstância, é a igreja.
 
Humor à parte, a recomendação é válida por razões inquestionáveis. No contexto do verso bíblico de hoje, encontramos quatro admoestações aos cristãos: (1) cheguemo-nos com coração verdadeiro (v. 22); (2) guardemos firme a confissão de nossa esperança (v. 23); (3) consideremos uns aos outros (v. 24); e, finalmente, (4) não deixemos de congregar-nos (v. 25). As duas primeiras estão relacionadas com o fato de que alguns cristãos hebreus corriam o risco de, abandonando a “realidade”, que é Cristo, voltarem para as sombras do judaísmo. As duas últimas são advertências aos cristãos em relação à igreja. O cristianismo nunca é uma experiência solitária. De fato, as Escrituras desconhecem cristianismo fora do corpo coletivo de Cristo.
 
Se a decisão de seguir a Cristo é individual, a caminhada cristã envolve os outros membros do corpo. Se o cristianismo deve ser mantido, expandido e partilhado, reunir-nos na igreja é experiência insubstituível. A vida da fé, em condições normais, presume a igreja, a associação e o envolvimento nela, lar e refúgio dos cristãos. Sucumbir às várias pressões da vida e deixar de se congregar na igreja é cortejar o fracasso espiritual.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Servindo Por Amor – Meditações Diárias 2014 – 12 de fevereiro

Pois o amor de Cristo nos constrange. 2 Coríntios 5:14
 
Para muitos críticos, o cristianismo funciona à base da intimidação e do medo. Num recente livro que li, o autor parece convencido de que todo o edifício do pensamento cristão é construído sobre a ideia do inferno. “Retire-se a noção do inferno, e o cristianismo acaba”, ele afirma. E conclui: “Sem o inferno, todas as doutrinas e dogmas perdem seu sentido. Sem o perigo do inferno, por que alguém iria se converter?” Para ele, o medo é a única força cristã.
 
Outros imaginam que a grande motivação é o desejo de recompensa. Dostoiévski observa: “Não é Deus que os homens procuram. São os milagres que Ele pode fazer.” Talvez isso explique o fenômeno do crescimento das igrejas que exploram a teologia da prosperidade, oferecendo às pessoas precisamente aquilo que elas desejam: saúde física, dinheiro, sucesso material.
 
De fato, medo de punição e desejo de recompensa são grandes forças motivadoras. Mas elas não são as únicas. O amor e a graça são forças incomparavelmente maiores e mais fortes para o comportamento humano. Deus não usa como instrumentos de motivação ameaças ou a sedução de recompensas para ganhar nosso coração. Paulo entendeu isso ao afirmar que “o amor de Cristo nos constrange”. O símbolo do cristianismo é uma rude cruz, onde se concentrou o amor do Universo, e não um trono ou uma coroa. Quando entendemos a graça de Deus, que nos aceita e perdoa, que nos trata com dignidade quando não temos dignidade, e compreendemos que Deus morreu por nós quando ainda éramos inimigos (Rm 5:8), não podemos senão amá-Lo. Por isso, Jesus observou: “Se me amais, guardareis os Meus mandamentos” (Jo 14:15). Aqueles que são motivados por medo ou recompensa se comportam como escravos. São mesquinhos, contando centavos e segundos, sempre mal-humorados naquilo que doam ou fazem. Mas Cristo nos libertou de tal condição. Ele nos chama de amigos (Jo 15:14).
 
Você realmente ama alguém? O que você faria por essa pessoa? Eu tenho visto pessoas trabalharem arduamente. Tenho visto pais passarem noites em claro por um filho. Mas o espantoso é que eles não se sentiam escravos. Trabalhavam com brilho nos olhos e alegria na face. Quando realmente amamos alguém, servir a essa pessoa, longe de ser um fardo, é sempre um privilégio e uma oportunidade para aquele que ama. Como você serve a Cristo? Como escravo ou como a um amigo querido?

Sem Distinção – Meditações Diárias 2014 – 11 de fevereiro

Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. Tiago 2:1, ARC
 
Com frequência, relatórios evangelísticos que apresentam conquistas de uma iniciativa missionária deixam as melhores histórias para o fim. E referências então são feitas aos conversos das “melhores classes” que foram batizados. Você já ouviu ou apresentou relatórios assim? Quão profundamente essa mentalidade está enraizada na igreja?
 
Vivemos em uma sociedade orientada pela produção, na qual a importância das pessoas é medida pelo que fazem, quanto podem produzir ou quanto ganham. Como nos relacionamos, porém, com irmãos que não podem devolver grandes valores de dízimos ou ofertas? Às vezes, penso que isso não seja algo consciente. Mas, mesmo assim, atribuímos maior valor a pessoas importantes e ricas do que o fazemos com irmãos pobres e destituídos, que financeiramente podem contribuir com muito pouco. Contudo, o valor essencial de um ser humano não é baseado em quanto ele produz ou ganha. Não é definido por sua posição na escala social. Tal valor está ancorado no fato de que ele é membro da espécie humana, criado à imagem de Deus e amado por Ele. Isso é tudo, nada mais.
 
O problema da preferência é tão antigo quanto o cristianismo. Tiago trata dele em sua epístola. E usa a ilustração de dois homens que entram em uma reunião da igreja, um rico e um pobre, e então descreve a atitude contrastante dos que os recebem (Tg 2:2, 3). Para o apóstolo, tal tratamento baseado em acepção significa que nos tornamos juízes, sendo movidos por maus pensamentos (v. 4)
 
De onde teria o apóstolo tirado essas ideias? Tiago tinha aprendido bem com o Mestre. A atitude de Jesus em relação às pessoas foi radicalmente oposta à mentalidade elitista. E não era por acaso que “a grande multidão O ouvia com prazer” (Mc 12:37). Ele foi amigo dos pobres e marginalizados. Amigo do povo comum e dos que não tinham amigos. Ele tocou os intocáveis de Seus dias e os tratou a todos como príncipes. Também nesse aspecto, Ele foi uma exata representação de Deus, “que não faz acepção de pessoas” (At 10:34). No clima classista da cultura moderna, a igreja e os cristãos têm uma exclusiva oportunidade de representar o Deus a que servem, colocando-se acima das distinções de etnia, gênero, nacionalidade, posição social, riqueza, educação. Essas distinções são absolutamente irrelevantes aos olhos do Altíssimo.

Qual É Sua Motivação? – Meditações Diárias 2014 – 10 de fevereiro

Respondeu Satanás ao Senhor: Porventura, Jó debalde teme a Deus? Jó 1:9
 
Os pais de Bill Borden, da aristocracia britânica, fizeram fortuna em negócios imobiliários em Chicago e na mineração de prata no Colorado. Em 1908, aos 21 anos, o jovem Borden já possuía uma fortuna, em termos atuais, equivalente a 40 milhões de dólares. Bem apessoado, inteligente, educado e popular, em 1912, aos 25 anos, o milionário tomou duas decisões que se tornaram notícia. Ele doou toda sua fortuna: a metade para a pregação do evangelho, nos Estados Unidos, e a outra metade para as missões além-mar. Em segundo lugar, ele decidiu servir como missionário entre os muçulmanos, primeiro no Egito, para aprender o árabe, e depois em uma remota região na China.
 
Para o público, os jornais da época e mesmo para muitos cristãos, tais decisões pareciam um desperdício incrível, especialmente quando ele morreu de meningite cerebroespinhal pouco depois de ter chegado ao Cairo. Aparentemente ele havia jogado fora o dinheiro, a carreira e a vida. Com que propósito? O que leva uma pessoa a voltar as costas a tudo que a maioria julga importante e viver em obediência ao que crê ser a vontade de Deus para sua vida? Qual é a recompensa desse tipo de investimento?
 
O livro de Jó relata a fascinante história da fidelidade de um homem. Quando Deus o apresenta como exemplo de integridade, Satanás responde de modo desafiador: “Porventura, Jó debalde teme a Deus?” A palavra aqui traduzida por “em vão”, “debalde” ou “inutilmente” é chave para toda a história. O diabo insinua que todo serviço a Deus não é senão um negócio vantajoso. “Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra Ti na Tua face” (Jó 1:11). O ataque vai direto ao coração da questão: Por que as pessoas servem a Deus? Tal acusação é poderosa, desconcertante e muito atual. Por que servimos a Cristo? Cínicos argumentam que a dedicação a Deus é condicionada por aquilo que podemos receber.
 
Satanás feriu Jó numa sequência impiedosa: os bens, a família e, finalmente, ele próprio. O patriarca da dor e do sofrimento, sem que soubesse, torna-se um espetáculo para o Universo que observa em silêncio o desdobramento do drama. Jó revela a pureza de sua motivação, e o diabo não aparece mais no livro. Você e eu podemos desmentir as acusações do inimigo.

Segue-Me – Meditações Diárias 2014 – 9 de fevereiro

Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-Me. Mateus 19:21
 
Um estudo relativamente recente da revista Psicologia Hoje analisou a influência do dinheiro na vida das pessoas. Uma das conclusões é que as pessoas mais preocupadas com o dinheiro têm menos probabilidade de se envolver em relacionamento afetivo satisfatório. Elas tendem a ser perturbadas por constantes ansiedades, preocupações e solidão. A história do jovem rico mencionado no texto de hoje reflete a tragédia de alguém que pensava possuir a riqueza, mas, ao contrário, era sua riqueza que o possuía. Era difícil para ele abrir mão de seu ídolo para receber o dom da vida eterna que lhe era oferecida por Cristo.
 
Seu “deus” era um enorme obstáculo em linha direta de colisão com o Deus verdadeiro. Em uma sociedade na qual a riqueza e a prosperidade eram vistas como sinal de aprovação e aceitação por parte de Deus, a afirmação de Jesus espanta os discípulos: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (v. 24).
 
A salvação é sempre um dom, inteiramente gratuito, baseado absolutamente na graça divina. A dificuldade está na aceitação do dom, uma vez que nos agarramos aos substitutos precários.
 
Qual é a tragédia do moço rico? Não é apenas a questão de que ele “amou mais o dinheiro”. Na realidade, ele não reconheceu um bom “investimento” quando a oportunidade lhe bateu à porta. O que Jesus está dizendo é que a recompensa será infinitamente desproporcional ao custo do discipulado. Se você está preocupado com o que custa servir a Jesus, isso não é nada em comparação ao que o espera se você fizer a escolha certa. Seja lá o que for que você “perca” seguindo a Cristo, Ele pessoalmente Se encarrega de fazer a compensação. O que lhe prometem os negócios, circunstâncias e benefícios? Ele cobre a oferta.
 
Do ponto de vista terreno, o jovem rico era o “primeiro”, havia “vencido na vida”, parecia um “sucesso”. Mas, no momento da decisão crucial acerca de Cristo, ele fez a escolha que o excluiu da verdadeira riqueza. A palavra utilizada para “perfeito” (teleios) não significa perfeição moral, ética ou impecabilidade, mas maturidade. Jesus está dizendo a ele e a nós: “Você quer agir como adulto, com maturidade e lucidez? Vá, liberte-se de seus ‘brinquedinhos’; venha e siga-Me.”

A Ressurreição de Pedro – Meditações Diárias 2014 – 8 de fevereiro

Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu Me amas? Pedro entristeceu-se por Ele ter dito, pela terceira vez: Tu Me amas? E respondeu-Lhe: Senhor, Tu sabes todas as coisas, Tu sabes que eu Te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as Minhas ovelhas. […] Depois de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-Me. João 21:17, 19
 
Você se sente um caso perdido, sem esperança em relação à fé? Duvida de que Deus possa lhe perdoar mais uma vez? Também pode ser que você conheça “um caso perdido”. Segundas e terceiras chances não estão, em geral, disponíveis no ambiente de trabalho, na escola, em comunidades ou mesmo em famílias e na igreja. Uma queda ou duas, no máximo, e você está fora do jogo.
 
Felizmente, Deus age de outra maneira, como vemos no caso de Pedro. Por iniciativa dele, alguns dos discípulos decidiram pescar. Ao romper do dia, um estranho caminhando na praia perguntou se tinham alguma coisa para comer. Eles não haviam pescado nada durante a noite. Então receberam a ordem: “Lançai a rede à direita do barco e achareis” (v. 6). A autoridade na voz não deixou qualquer dúvida. Teriam eles se lembrado do que acontecera três anos e meio antes? (Lc 5:4-9). “É o Senhor!”, João explode de contentamento (v. 7). Acostumado a não pensar duas vezes, Pedro lança-se ao mar para o encontro de sua vida, a quase 100 metros de distância. O desjejum já estava pronto. Peixe assado e pão. Inicialmente Jesus perguntara se havia alguma coisa para comer, sugerindo que a refeição dependia dos discípulos. Então operou o milagre da pesca para recebê-los com a “mesa pronta”. O que Ele estava dizendo? A pesca é apenas um símbolo. Ele será responsável pelo sucesso de Sua causa. Seus discípulos, incluindo Pedro, devem apenas confiar nEle.
 
Em tudo isso, Jesus estava restaurando Seu discípulo falido, atraindo-o para Si. O teste é se Pedro O ama. Às vezes, eu me pergunto: O que é necessário para reabilitarmos um irmão caído? Quanto tempo ele terá que ficar de “quarentena”? Que “evidências” precisamos ter de que “já se emendou”? Por que temos tanta relutância em aceitar que as pessoas podem mudar? Por que insistimos em definir, mesmo aqueles que mais amamos, em termos de seu passado e de suas falhas? Não seria o caso de que é precisamente a nossa aceitação da pessoa que cria o ambiente para a mudança? Consistentemente, Jesus não mudou as pessoas para aceitá-las. Ele as aceitava primeiro para então operar as mudanças.

Você Gosta de Ganhar? – Meditações Diárias 2014 – 7 de fevereiro

A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. Provérbios 15:1
 
Você é daqueles que gostam de discutir só para ouvir o som de sua “maravilhosa voz”? Você gosta de ganhar todas as discussões, mesmo com as pessoas que você mais ama, esposa, esposo, filhos, amigos? Muitos têm a ideia de que ganhar com base na argumentação é reduzir a outra pessoa ao completo silêncio, diminuí-la e humilhá-la. Significa tornar evidente que as ideias ou contribuições dela não valem nada. Ganhar dessa forma significa perder um relacionamento. Ganhar assim é roubar da outra pessoa sua humanidade, sua singularidade. Palavras matam. Palavras de rejeição, de ódio e de negação assassinam ou desabilitam a pessoa para a vida. Podem deixar cicatrizes como as feridas causadas por uma pistola.
 
Numa avenida movimentada, um casal já está atrasado para o jantar na casa de amigos. O endereço é desconhecido. Antes de sair, porém, a esposa havia consultado um mapa. Ele dirige o carro, e ela o orienta. Pede para que vire na próxima rua à esquerda. Ele “tem certeza” de que é à direita. Discutem. Percebendo que, além de atrasados, poderão ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita, para perceber, então, que estava enganado. Com dificuldade, ele admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e graciosamente diz que não há problema em chegar alguns minutos mais tarde.
 
Mas ele ainda quer saber: “Querida, se você tinha tanta certeza de que eu estava tomando o caminho errado, por que não insistiu um pouco mais?” Ela responde: “Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma briga. Se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite. E algo que aprendi em minha vida de casada com você é que a melhor maneira de ganhar uma discussão é evitando-a. Por isso, tolero suas pequenas impertinências, pois você é muito maior do que elas.”
 
Belíssimo exemplo. Essa história, intitulada “Ser feliz ou ter razão”, aparece no livro A Arte de Lidar com Pessoas. Ela oferece uma verdadeira aula de habilidade na arte do relacionamento humano. Quanta energia é gasta apenas para demonstrar que temos razão, independentemente de termos ou não. Quase todos nós sofremos da síndrome de “ter razão” e “impor ideias” a todo custo, desconsiderando o resultado final sobre as pessoas com quem convivemos. Busque hoje, pelo poder de Deus, a graça de ser tolerante.

Vida Não Relacionada Com a Morte – Meditações Diárias 2014 – 6 de fevereiro

Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32
 
Todas as coisas do mundo natural perecem. As riquezas levantam voo. A fama é apenas um fôlego. O amor humano é incerto e limitado. A juventude, a saúde e o prazer, todos eventualmente nos abandonam. Portanto, se todas as coisas terminam em pó e desapontamento, elas não podem ser o bem final da existência nem as prioridades que absorvem toda nossa atenção e energia.
 
Necessitamos de vida não relacionada com a morte. Um tipo de bem que se ergue acima das coisas temporais e passageiras.
 
Alguns julgam que somos apenas resultado do acaso e, por isso, a vida não tem qualquer propósito. Assim, eles se entregam ao momento. Mas essa filosofia não é consistente. C. S. Lewis a analisa com lógica incrível: “Você poderia imaginar os peixes reclamando do mar pelo fato de eles estarem molhados? Se eles fizessem isso, esse fato indicaria que eles nem sempre foram criaturas aquáticas. Se somos meramente produto de um universo material, como explicar a realidade de que nunca estamos completamente felizes aqui?”
 
Algo dentro de nós grita por uma paz que nunca experimentamos. Sentimos saudades de um lugar onde nunca estivemos. Desejamos uma conexão que não sabemos explicar. Estas são as marcas de nossa origem. Criados por Deus, estamos longe de nosso lar, perdidos em um país distante. Blaise Pascal observou: “Quem se sentiria infeliz por não ser um rei, exceto um rei deposto? Todas as nossas misérias provam a nobreza de nossas origens. Somos filhos de Deus, mas perdemos o contato com nosso Pai.”
 
Jesus veio para buscar e salvar o que se perdera. Não é por acaso que Ele falou do caráter libertador da verdade, como afirma o texto de hoje.
 
A verdade, que é o próprio Jesus Cristo, nos libertará do vazio interior, das distorções da autoestima, da solidão, da falta de propósito e do medo da morte. Julie Cameron, de Noranda, na Austrália, diagnosticada com câncer terminal, escreveu em março de 1999, pouco antes de morrer: “Cristo é tudo para mim. Ele é o meu Consolador; meu Protetor; meu Conhecimento; a Música de minha vida; meu Conselheiro; a Luz; a Rocha na qual me ergo; meu constante Companheiro; Aquele que me ouve; Ele é o Mestre; o Grande Artista; a minha Segurança. Ele é a Sombra que me segue […]. Ele é o maior Autor, pois escreveu o Livro da Vida.”

Torres Inacabadas – Meditações Diárias 2014 – 5 de fevereiro

Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Lucas 14:28
 
Grandes líderes têm sempre apresentado as exigências do discipulado. Giuseppe Garibaldi ofereceu aos seus seguidores fome e morte pela liberdade da Itália. Winston Churchill falou de sangue, suor e lágrimas na luta contra o nazismo. Contudo, nenhum líder fez demandas tão radicais quanto Jesus. Ele fala em amá-Lo mais que ao próprio pai, mãe, mulher e filhos. Convida-nos a “tomar a cruz” e “renunciar a tudo” (Lc 14:25-27, 33).
 
Por que haveria Jesus de colocar exigências tão estritas? Na verdade, não é que Ele esteja desencorajando o discipulado, mas advertindo-nos contra o falso, para que conheçamos o verdadeiro. Jesus nunca “dourou a pílula”, fazendo “ofertas” sem indicar o que está envolvido nelas. Não encontramos nEle as famosas “promoções” que em letras pequenas escondem o engano do que é “ofertado”.
 
Na seção que segue os textos mencionados, Jesus sugere que fechemos as portas para balanço e façamos um claro inventário do “custo e benefício”.
 
A partir do verso 28, entre as condições dois e três do discipulado, aparecem duas pequenas parábolas. Jesus extrai as ilustrações do senso comum. Se um homem decide construir uma torre, ele deve primeiro avaliar o custo. É necessário sentar, considerar o projeto e então decidir se ele pode completá-lo. Torres inacabadas, em diferentes sentidos, são vistas em todas as partes. Não ir além do fundamento é um convite à frustração e ao escárnio (v. 29, 30). Parábola semelhante aparece a seguir (v. 31, 32). Não é normalmente fácil, com dez mil soldados, vencer uma força invasora que ataca com 20 mil. Um rei em tal posição deve pensar sério. Há aqui um apelo ao realismo. A proporção é de dois contra um.
 
As duas histórias são semelhantes, mas elas ensinam verdades levemente diferentes. O construtor da torre é de certa forma livre para construir ou não, dependendo de sua escolha. Mas o rei da parábola de Jesus enfrenta uma emergência. Ele está vendo seu país ser invadido e deve pensar rápido. Na primeira parábola, Jesus diz: “Sente-se e faça os cálculos para ver se você pode Me seguir.” Na segunda história, a sugestão é um pouco diferente: “Sente-se e veja se você pode recusar minha oferta.” Nos dois casos a decisão é nossa. O que não podemos escolher são os resultados.

Utilizar o Que Nos Foi Confiado – Meditações Diárias 2014 – 4 de fevereiro

A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade. Mateus 25:15
 
Quando tinha 13 anos, Dwight L. Moody (1837-1899) deixou os estudos em Massachusetts para trabalhar. Aos 17, ele se mudou para Boston e tornou-se assistente de seu tio em uma sapataria. Converteu-se pela influência de um professor de Bíblia na Igreja Congregacional que frequentava. Mais tarde, tornou-se representante de vendas na área de Chicago com um negócio de considerável sucesso. Mas seu coração estava no evangelismo. Em 1860, abandonou suas atividades comerciais e entregou-se de tempo integral à pregação do evangelho.
 
De início, Moody não obteve muito sucesso, mas progressivamente suas campanhas iniciaram um extraordinário despertamento espiritual por onde ele passava. Estima-se que mais de 2,5 milhões de pessoas assistiram às suas reuniões. Durante sua vida, Moody cobriu 1,6 milhão de quilômetros com suas pregações. Um de seus biógrafos chega a afirmar que ele desviou 500 mil pessoas do inferno. Numa visita à Inglaterra, no fim da reunião, ele orou e em seguida dirigiu-se à porta de saída para se despedir das pessoas. Uma mulher da aristocracia aproximou-se e lhe disse: “O senhor cometeu três erros gramaticais em sua oração.” Em seu estilo direto, Moody respondeu: “Em primeiro lugar, eu não estava falando com a senhora. Em segundo lugar, eu sou um homem de um talento só, mas estou utilizando este único talento da melhor forma que sei e posso. E a senhora?”
 
No Evangelho de Mateus (25:14-30), Jesus contou a parábola dos talentos, indicando que o preparo para Seu retorno não significa espera passiva e improdutiva. Ao contrário, Ele deve ser aguardado em atividade responsável, em harmonia com o que é esperado. Essa parábola contrasta dois comportamentos. O que é colocado em contraste são as atitudes, não o número de talentos. Todos receberam talentos, embora não em proporções iguais: um recebeu cinco, outro dois e outro um. Dois pontos devem ainda ser considerados.
 
Primeiro, ninguém pode alegar que não recebeu talento nenhum. E, segundo, não podemos ser iguais no número de talentos, mas podemos ser iguais na dedicação, fidelidade e fervor. Assim, a parábola serve de advertência e conforto: Deus não espera os mesmos resultados de todos, mas deseja o mesmo envolvimento e compromisso.

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