sábado, 22 de outubro de 2011

Comentário da Lição - Prof. Sikberto Renaldo Marks - Lição 5 - 4º Trim. 2011


Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O Evangelho em Gálatas
Estudo nº 05 – Fé e Antigo Testamento
Semana de    22 a 29 de outubro
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil


Verso para memorizar: “CRISTO nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se Ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)” (Gal. 3:13).

Introdução de sábado à tarde
Vamos estudar o verso acima, que é muito proveitoso. O que vem a ser a expressão ‘maldição da lei’? Há várias leis como estudamos, mas a lei por excelência é a do amor.
O mandamentos do amor são os que compõe a lei que conhecemos por Dez Mandamentos. Só essa lei corresponde fielmente ao caráter de DEUS, que é amor. Todas as demais leis dependem dos Dez Mandamentos. Todas dependem do caráter de DEUS. O Universo inteiro está vinculado a essa lei.
Pois bem, se entendemos direito o verso acima, CRISTO nos resgatou da maldição da lei de DEUS, um conjunto de leis aqui na Terra, cuja essência se foca nos Dez Mandamentos. E Ele se fez maldição por nós, em nosso lugar.
Havia pensado sobre essa relação? Desses mandamentos nos tornarem maldição?
Pois confesso que é algo novo para minha experiência espiritual. Mas é a realidade. Esse é o ponto profundo do pecado. Até que nível baixo ele chega! Que desgraça! Aquilo que era excelente, o amor, estar fora de nosso alcance. E a tal ponto que nada podemos fazer para algum tipo de retorno, como estudamos semana passada.
O que aconteceu? Ora, é até bem simples entender. O Amor liga, une, cria laços afetivos, torna a vida bela e feliz, e viabiliza a eternidade. Mas o pecado é a chave de desligamento do amor. Separado do amor é o mesmo que separado de DEUS; e separado de DEUS, a fonte da vida, é o mesmo que condenado à morte. Portanto, a rigor, o problema não está com o amor, e sim, com quem se separou dele, por ter pecado.
Então, quem pecou se tornou maldito, não porque o amor o amaldiçoou, mas porque ele tomou a decisão de se separar do amor. É isso que lembramos quando lemos aquela famosa frase que DEUS preventivamente pronunciou a Adão e Eva: “o dia em que comerdes do fruto certamente morrereis”.
A lei do amor, os Dez Mandamentos, é tão maravilhosa, pois veja só o que aconteceu, após o pecado. No mesmo dia DEUS, o Sr. JESUS CRISTO, foi lá para demonstrar pela morte do cordeiro que Ele viria morrer por eles. O Autor da lei, Ele mesmo, veio Se tornar a maldição da lei.
Agora, como podemos entender isso? Como pode, o próprio Autor da lei proceder de tal maneira? É porque essa é a lei do amor. Como o Autor ama, mas como a lei deve ser cumprida, qual seria a maneira para que pudesse o casal e seus descendentes serem perdoados? A maneira seria o amor se demonstrar como amor! Agora sim, o Universo veria o que é essa lei. Todos poderiam ver que DEUS é esse.
Fica provado que esse é um reino de uma lei boa, em que todos se amam. Fica provado que nesse reino não existe impunidade, que a lei tem valor, e é obedecida a partir do próprio Rei, e Ele mesmo é de tal intensidade obediente a essa lei que Ele mesmo é a lei, a sua origem. Fica provado que, desobedecendo a essa lei, há o desligamento dela, e é ela mesma que garante a vida, pois o amor sempre deseja que se viva bem. Mas o mais importante que fica provado é que, por essa lei, o pecador teve uma segunda chance. O Autor da lei, Ele mesmo amor, se fez a maldição (isto é, o que deve sofrer a condenação) em lugar do pecador.
Pelo amor de DEUS, mas que lei! Mas que DEUS! Que maravilha de governo é esse! Eu quero estar lá, com minha família. E com todos os que leem esses humildes e simples comentários. Se no contexto de pecado em que nos encontramos já é maravilhoso meditar sobre esses pontos, como deve ser superior viver 100% em concordância com essa lei! Nem dá para imaginar, conforme I Cor. 2:9. Só estando lá é que saberemos como vai ser bom sentir o amor de DEUS em total intensidade.


  1. Primeiro dia: Os insensatos gálatas
Resumindo e descomplicando o estudo de hoje, baseado em Gal. 3:1 a 5. Os gálatas haviam recebido a verdade sobre a salvação pela pregação da fé. Eles entenderam a necessidade da morte de JESUS na cruz para nos salvar. Haviam aceito também que a salvação é pela fé, não pelas obras. Já haviam compreendido esse ponto. Já eram mestres nesse assunto, e poderiam viver com base nessas verdades.
Mas o que aconteceu? Eles regrediram. Passaram a crer na salvação pelas obras. E se tornaram simpatizantes de outros pregadores, que traziam tradições que nem JESUS aceitava. E ficaram fanáticos por essas outras doutrinas erradas.
Pois bem, como é fácil enganar as pessoas. A experiência demonstra que, para aceitar a verdade, é bem difícil. Mas para aceitar alguma mentira, logo aparecem muitos adeptos. Isso entusiasma falsos pregadores, pois sabem que terão seguidores. E o mais curioso e intrigante é que também é fácil enganar até mesmo pessoas que já obtiveram bom conhecimento sobre a verdade. Como se vê, mesmo hoje em dia, pessoas com bastante estudo, esclarecidas, que dominam vasto conhecimento sobre a verdade, e têm experiência em ensinar a verdade, mudar de lado, sair da igreja, e até combater a igreja. Criam movimentos que supõe superiores a igreja verdadeira, e se voltam contra ela condenando-a.
Não devemos ser ingênuos, pois há mau testemunho na igreja, e como há! Mas o Senhor da igreja, que é JESUS CRISTO, é perfeito. E é a Ele que devemos olhar, sem no entanto, deixar de admoestar a má conduta. É tão prejudicial à obra de CRISTO o mau testemunho dentro da igreja quanto a formação de dissidências que a combatem.
Dos gálatas temos a aprender o seguinte: após aprendermos sobre as doutrinas da igreja, devemos nos apegar a CRISTO com humildade, e zelar para que não caiamos na aceitação de heresias e falsidades, que rondam mundo afora, e aderir a elas, como se fossem uma verdade superior. A isso Paulo chamou de insensatez, ou numa tradução mais fiel, estupidez.

  1. Segunda: Fundamentando nas Escrituras
“Deus nos deu Sua Palavra para que seja nosso guia. Cristo declarou: "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam." João 5:39. Ele orou por Seus discípulos: "Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade." João 17:17. Paulo diz: "Na verdade, a mim me parecia que muitas coisas devia eu praticar contra o nome de Jesus, o Nazareno." Atos 26:9. Essa crença não fez, porém, que a sua atitude fosse correta. Quando Paulo aceitou o evangelho de Jesus Cristo, tornou-se uma nova criatura. Ele foi transformado; a verdade incutida em sua alma deu-lhe tal fé e coragem como seguidor de Cristo que não podia ser perturbado pela oposição nem intimidado pelo sofrimento” (Fé e Obras, 33).
Paulo possuía um forte motivo para se apegar às Escrituras: ele já havia cometido um erro grave antes, ao tentar eliminar os seguidores de JESUS. Pensando realizar uma obra nobre, ele militava contra a verdade. Quando isso lhe foi posto a descoberto, daí em diante, Paulo se tornou zeloso das Escrituras, do modo correto. E de tão zeloso, estudava profundamente, vindo a descobrir verdades que outros mal percebiam. Tornou-se doutor em texto bíblico, e o que ensinava fazia fundamentado nesse texto. Isso pode ser percebido em seus escritos. Ele usa com frequência referências do Antigo Testamento (em seu tempo recém estavam escrevendo o Novo Testamento; Paulo foi um desses escritores, e esses escritos ainda não eram vistos com a mesma importância do Antigo Testamento).
Por exemplo, em Gál. 3:16 a 19 Paulo argumenta que Abraão recebeu a promessa da Nota Terra. E 430 anos depois disso, veio a lei escrita em tábuas de pedra. Aqui ele se refere tanto ao cerimonialismo quanto aos Dez Mandamentos. Nem um nem outro existiam da forma como foram dados no Sinai. Antes havia o mandamento do sábado, e todos os demais, pois eles eram obedecidos, mas não estavam arrolados num único documento, as duas tábuas de pedra. E assim também o cerimonialismo: ele era seguido, eram sacrificados animais desde que Adão e Eva caíram, mas não com tantos detalhes e nem num santuário.
Então Paulo passou a explicar, que essa promessa dada a Abraão, foi dada também “a seu descendente”. De tão estudioso que Paulo era, ele percebeu, com a ajuda do ESPÍRITO SANTO, que se referia não aos filhos e netos, e posteriores, de Abraão, mas a um só, JESUS CRISTO. Então vem uma explicação formidável: a lei, que foi detalhada e organizada 430 anos depois daquela primeira promessa feita a Abraão, bem antes das duas tabuas do Sinai, não pode desfazer a promessa. A tão importante herança prometida por DEUS, a Nova Terra (ver melhor em Heb. 11: 8 a 10; 12 e 13; 16), era, na verdade, dada a esse Descendente, JESUS, que a mereceria por ter sido obediente. E Ele Se tornaria o Salvador, que nos daria o prometido por DEUS por nos amar. Logo, a promessa feita por DEUS jamais seria anulada ou modificada por qualquer lei, seja a cerimonial, sejam as duas tábuas dos Dez Mandamentos.  Paulo explicou o que devemos entender bem, qual era o significado da lei. Ela (a lei cerimonial e os Dez Mandamentos) foi assim concedida em razão dos pecados. Ou seja, os Dez Mandamentos são o padrão de vida que os verdadeiros filhos de DEUS devem procurar seguir. E a lei cerimonial, é útil, quando os filhos de DEUS deixam de seguir esse padrão, mas querem ser perdoados e voltar a obedecer. Logo, uma lei complementa a outra. A lei existe em coerência com a promessa de DEUS, não de alguma forma em sentido contrário. E resumindo tudo (Gál. 3:22) Paulo diz que a Escritura colocou o ser humano sob a condição de pecadores, para que mediante a fé de JESUS CRISTO, pudéssemos nós, receber a promessa de herança dada a Ele, o Salvador.

  1. Terça: Considerado justo
“Abraão creu em Deus. Como sabemos que ele creu? Suas obras testificaram o caráter de sua fé, e esta fé lhe foi creditada por justiça” (A Fé Pela Qual eu Vivo, MM, 1959, 115). Aqui está uma explicação simples e direta sobre a relação da fé com as obras.
Abraão creu, pois ele agiu, obedeceu a ordem de DEUS. Ou seja, quando DEUS disse para que saísse da terra de seus parentes, ele saiu. Quando DEUS disse para que fizesse a circuncisão, ele obedeceu. Quando DEUS disse para ele sacrificar seu filho, ele foi. Quando DEUS prometeu a ele uma terra, ele aguardou, embora só séculos depois seus descendentes a recebessem.
Ou seja, Abraão foi perdoado dos seus pecados. Ele vacilou em alguns momentos. Ele duvidou que DEUS protegesse quando estavam no Egito, e armaram uma conversa de que Sara era sua irmã. Isso era verdade, ele era meia-irmã, mas também era a sua mulher. Outra ocasião que Abraão falhou foi na espera do filho dele com Sara. Mas esses erros, e certamente outros, foram perdoados porque ele cria nas promessas de DEUS, e por crer, sua disposição era obedecer. E o perdão foi concedido não porque Abraão obedecia, mas porque cria.
Interessante aqui é notar o seguinte: antes da obediência, vem a fé. Perceba que Abraão obedecia porque cria. Por exemplo, ele saiu da terra de seus parentes, um duro teste, porque creu que DEUS seria com ele e indicaria o caminho e a terra para a qual deveria ir. Ou seja, a obediência passou a depender da fé, ou melhor ainda, da fidelidade de quem fez a promessa cumprir o que havia prometido. E pelo fato de Abraão crer, DEUS o perdoava em suas falhas.
“Há necessidade não só de fé, mas também de confiança em Deus. Esta é a verdadeira fé de Abraão, uma fé que produziu frutos. "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça." Tia. 2:23. Quando Deus mandou que ele oferecesse seu filho em sacrifício, era a mesma voz que falara ordenando que ele deixasse seu país e fosse para uma terra que Deus lhe mostraria. Abraão foi tão verdadeiramente salvo pela fé em Cristo como o pecador é salvo pela fé em Cristo hoje em dia.
“A fé que justifica sempre produz primeiro verdadeiro arrependimento, e então boas obras, as quais constituem o fruto dessa fé. Não há fé para a salvação que não produza bom fruto. Deus deu Cristo ao nosso mundo para que Se tornasse o substituto do pecador. No momento em que é exercida verdadeira fé nos méritos do custoso sacrifício expiatório, reivindicando a Cristo como Salvador pessoal, nesse próprio momento o pecador é justificado diante de Deus, porque está perdoado” (Mensagens Escolhidas, v3, 195).

  1. Quarta: O evangelho no Antigo Testamento
Todo evangelho ao mundo está calcado em cima das promessas de DEUS a Abraão, numa só frase curta:  Em ti serão benditas todas as famílias da Terra” (Gên. 12:3 e Gál. 3:8) por isso DEUS lhe disse: “sê tu uma bênção” (Gên. 12:2). Paulo citou essa promessa. E nós estamos sendo abençoados por ela, porque Abrão creu. DEUS prometeu a Abraão uma terra, que teria um filho e seria pai de uma grande nação e que seria uma bênção ao mundo todo. Se era para ser uma bênção ao mundo inteiro, então a promessa alcançava outras famílias, além da de Abraão. E de seus descendentes viria o Salvador da humanidade. E Abraão creu em tudo isso.
“As promessas foram feitas a Abraão e à sua posteridade." Gál. 3:16. O próprio Abraão deveria participar da herança. O cumprimento da promessa de Deus pode parecer achar-se muito demorado, pois "um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia" (II Ped. 3:8); pode parecer tardar; mas no tempo adequado "certamente virá, não tardará". Hab. 2:3. A dádiva a Abraão e sua semente incluirá não simplesmente a região de Canaã, mas a Terra toda. Assim, diz o apóstolo: "A promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé." Rom. 4:13. E a Bíblia claramente ensina que as promessas feitas a Abraão devem cumprir-se por meio de Cristo. Todos os que são de Cristo são "descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa" - herdeiros de uma "herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar" (Gál. 3:19; I Ped. 1:4), a saber, a Terra livre da maldição do pecado. Pois "o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos, debaixo de todo o céu, serão dados ao povo dos santos do Altíssimo" (Dan. 7:27); e "os mansos herdarão a Terra, e se deleitarão na abundância de paz". Sal. 37:11” (Patriarcas e Profetas, 170).
“A prova de Abraão foi a mais dura que pudesse sobrevir a um ser humano. Houvesse ele falhado nisso, e nunca haveria sido registrado como pai dos fiéis” (Nossa Alta Vocação, MM 1962, 189). “...a obediência de Abraão, prestava-a ele sem murmurar nem acusar. Era implícita sua confiança em Deus” (Testemunhos Seletos, v.1, 501). “Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito, ... considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar” (Heb. 11:17 a 19). “O oferecimento de Isaque foi designado por Deus como prefiguração do sacrifício de Seu Filho. Isaque foi um símbolo do Filho de Deus, que foi oferecido em sacrifício pelos pecados do mundo. Deus desejava imprimir em Abraão o evangelho da salvação aos homens. ... Foi-lhe feito compreender em sua própria experiência quão grande era a abnegação do infinito Deus em dar Seu Filho para salvar o homem da ruína” (Para Conhecê-Lo, MM 1965, 20).
“A respeito da posteridade de Abraão está escrito: "Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas, vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na Terra." Heb. 11:13. Devemos morar neste mundo como peregrinos e estrangeiros se quisermos alcançar uma pátria "melhor, isto é, a celestial". Heb. 11:16. Aqueles que são filhos de Abraão estarão a procurar a cidade que ele estava, "da qual o artífice e construtor é Deus"” (Patriarcas e Profetas, 170).

  1. Quinta: Resgatados da maldição
Paulo escreveu um texto forte: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição...” (Gál. 3:10). O que ele quis dizer com isto?
O que ele estava explicando é bem simples de entender. Ele disse que, para não estar sob a maldição da lei (isto é, a condenação para morrer eternamente), deve obedecer toda a lei, e em todo o tempo. Na verdade, já deve ter nascido não pecador, ou seja, seus pais devem ter sido não pecadores. E essa pessoa, em toda a sua vida, deve ter obedecido a lei. Assim como os seres criados não caídos, esses não estão sob a maldição da lei.
Portanto, Paulo estava dando a entender que nesse planeta ninguém há que não esteja fora dessa condição de maldição, exceto JESUS, que nasceu sem pecado, como era Adão antes de cair, mas veio na condição de mortal, como ficou Adão após cair. JESUS foi a única pessoa mortal sem nunca ter pecado, para poder cumprir um plano especial, de morrer pelos pecadores. Ou seja, Ele Se colocou na condição dos pecadores, para assumir suas consequências em nosso lugar.
Então, o que aprendemos com isto? Que obedecer é muito bom, é o desejável. Mas, a obediência não livra das consequências de morte (maldição) por pecados já cometidos. Esses precisam ser pagos. E foi para pagar esses pecados, e outros que vierem, que JESUS Se fez homem mortal (maldito, ou condenado). Quando JESUS nasceu, Ele já era uma criatura maldita. Entendamos essa palavra utilizada por Paulo: maldito aqui quer dizer condenado à morte. Se não tivessem matado JESUS na cruz, um dia desse Ele morreria por idade. Ele era mortal, porque desde o Seu nascimento, assumiu a nossa mortalidade (maldição), por isso, quando O maltrataram de modo exaustivo, Ele veio a falecer. A diferença é que JESUS nunca pecou, e essa é a razão porque se diz: “Ele Se fez maldição”, ou, em outras palavras, “Ele se auto-condenou à morte em nosso lugar.”
Os judeus daqueles dias levaram um tremendo susto. Se isto fosse verdade, então, na realidade, eles é que estavam em situação difícil, pois, confiavam em algo que os tornava malditos, que os destinava à morte. A lei, falando agora especificamente, os Dez Mandamentos, tem exatamente essa função: condenar à morte quem a desobedece. Mas ela tem também outra função: a de garantir a vida de quem nunca a desobedeceu, que não é o caso de nenhum ser humano, pois “todos pecaram e todos estão destituídos da glória de DEUS.” Estar destituído da glória de DEUS é não ter mais, em nosso íntimo, a Sua natureza de amor, não ser mais capaz de amar integralmente, como JESUS amou em todos os Seus dias, e principalmente na cruz. E toda a lei, para ter poder, tem que ser assim: protege os obedientes e condena os desobedientes. Ou será uma lei sem valor.
Então, para NÃO ANULAR a lei, JESUS veio, em estado mortal, mas não em estado de pecador, e demonstrou ao Universo a Sua obediência à lei (agora nos referimos a todas as leis bíblicas). Portanto, apesar de mortal, pois Ele mesmo Se fez assim, senão não morreria nunca, mesmo pendurado na cruz, NÃO PECOU, e NÃO PODE SER CONDENADO. A própria lei que nos condena é a que não condena a JESUS, é a que diz assim: ELE É JUSTO. A condenação de JESUS à morte foi por nossa causa, não de alguma causa provocada por Ele. JESUS nos oferece a Sua justiça, para que nós sejamos salvos. Portanto, todo aquele que for salvo, será porque JESUS obedeceu, e nunca pecou, e porque, depois de sermos perdoados, não tenhamos mais cometido pecado.
Mas, se outra vez pecarmos, podemos, ainda assim, também outra vez ser perdoados.

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
O que foi que provocou a Angústia em JESUS, a ponto de verter sangue com o suor? Quando, ainda no Getsêmani, assumiu todos os pecados de todas as pessoas da humanidade, então teve que haver uma separação entre Ele e o Pai. Adão e Eva sentiram-se culpados por terem cometido um pecado cada um, e por isso foram se esconder. Por causa de um único pecado sentiram-se separados do Criador. E sentiram medo. Agora imagine JESUS, tendo que suportar os pecados de toda a raça humana!
Ele teve que suportar um impacto bem maior que nós temos que suportar quando pecamos. Nós estamos acostumados, já somos pecadores. Para dizer melhor, nós nos tornamos dependentes de muitos tipos de pecados, até gostamos. Mas JESUS não era pecador. Ele era puro, e mantinha comunhão com Seu Pai todos os dias. Logo, naquela quinta-feira à noite chegou a hora de Ele assumir nossas culpas, como se Ele as tivesse cometido. Nesse estado, teve que haver separação do Pai. Por isso Ele orou ao Pai. Veja bem a lição a aprender aqui: já estava havendo separação do Pai, mas Ele não deixou de orar. Mesmo na cruz, morrendo, falava com Seu Pai celeste. Aliás, as Suas últimas palavras foram a DEUS. Isso, portanto, quer dizer que devemos orar, mesmo havendo pecado pesando sobre nós. Aliás, é nessa condição que devemos urgentemente orar.
Não dá para imaginar a situação, mas ela era a seguinte: JESUS agora era todo pecado. E tinha uma missão: salvar a raça humana. Nesse estado, de pecador, embora não houvesse pecado jamais, devia manter-Se fiel a DEUS, só, obedecendo a todos os mandamentos. Principalmente deveria amar a criatura que Lhe causava tanto sofrimento. É algo parecido, mas em escala bem maior, se passando na rua: uma outra pessoa nos dá um tapa no rosto, cospe em nós e nos chuta, e no entanto não sentimos a menor raiva dessa criatura. Pelo contrário, damos a ela um presentinho, ali, naquele momento. É fácil fazer isso? No entanto, JESUS teve uma missão especial: morrer por nós. A nossa missão não é morrer por outros, mas viver por outros, ser testemunhas vivas de JESUS.
Tornando-Se pecado em nosso lugar, fatalmente teve que Se separar do Pai. O amor não convive com o pecado, são irreconciliáveis. Deus ama o pecador, por isso veio JESUS morrer por nós, mas Ele possui grande ira contra o pecado. E JESUS tornou-Se o foco dessa ira, como se Ele fosse pecado. O Salvador sentiu o que é estar separado de DEUS, e isso doeu muito. Não conseguimos descrever.
Ao Ele ficar separado do Pai, o Seu temor foi que nunca mais voltasse para junto dEle. Não visualizava o que viria depois da morte. Ressuscitaria? Ele havia pregado que sim, mas agora o terror mental era tanto que nada mais fazia muito sentido. Ele era um ser humano, não esqueçamos. DEUS aceitaria o Seu sacrifício? E a principal preocupação: Ele, JESUS, venceria, sem cometer um mínimo erro? Se algo falhasse, e isso era possível (aquilo tudo não era mera encenação), JESUS certamente jamais voltaria a DEUS. Como ficaria isso, não sabemos explicar, por causa da dupla natureza de JESUS: Ele era DEUS e ser humano. Mas uma coisa sabemos: se o JESUS humano falhasse, a raça humana estaria perdida para sempre. Talvez a essa altura nem existisse mais humanidade. E satanás obviamente sairia vencedor. Um dia desses, satanás teria que morrer, pois é pecador, mas o Universo nunca mais, na eternidade, teria a harmonia que fora até antes do pecado. Pensando de um modo radical, apenas para ilustrar, algo terrível seria a única solução: DEUS destruir o Universo, restando só Ele, e recomeçar toda a criação do zero. Ou faria isso, ou a desconfiança sobre os atributos de DEUS permaneceriam para todo o sempre, na mente das criaturas.
Agora, tente imaginar como seria a adoração e o louvor no Céu, numa situação dessas? Como seria o amor entre as criaturas e DEUS, se JESUS tivesse falhado? Quanta coisa pesava sobre JESUS! Ou seja, onde ficaria a Glória de DEUS, que vem de Seu amor, nesse caso?
Ora, felizmente, Ele venceu, e está por voltar como vencedor. Então, depois disso, o mal nunca mais se levantará outra vez. Há pelo menos duas razões para ser assim: o problema foi resolvido de maneira completa, ou seja, ficou absolutamente evidente quem ama e quem não ama. Portanto, ficou provado que podemos confiar em DEUS. O segundo motivo importante é que jamais algum ser criado iria querer jogar outra vez o querido JESUS numa cruz. Pois se acontecesse, Ele Se ofereceria outra vez para morrer. O modo como DEUS conduziu a solução faz com que ela seja definitiva, não apenas para esse caso, mas para prevenir qualquer outra possibilidade. Que bom!

escrito entre  21 e 27/09/2011
revisado em 28/09/2011
corrigido por Jair Bezerra



Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

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