Ele [Deus] mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Tiago 1:13, 14
Você já foi enganado alguma vez? Eu já. Comprei produtos, algumas vezes, baseado puramente em propaganda mentirosa. Só depois descobri que aquilo que adquirira era uma fraude. A propaganda, em grande parte, é feita de engano: lança a isca para que peixes abocanhem o anzol. Rubem Alves reconhece a “sabedoria psicanalítica” dos estratagemas da propaganda. Claro que não é possível pescar usando como isca um pedaço de ferro. Só é isca aquilo que as pessoas desejam. Peixe deseja minhoca, e, ao se aproximar do anzol coberto com o que deseja, se falasse, poderia exclamar: “Oh, um brinde do pescador!” E o desastre está feito… Assim é conosco. O que você deseja? Dinheiro? Poder? Sexo? Posses? Conforto? Prazer? Diversão? A base da tentação é a mesma para todos: desviar-nos da vontade de Deus. As formas variam e estão relacionadas com aquilo que desejamos. Essa é a isca no anzol.
As tentações vêm de duas direções: de dentro e de fora. As de dentro têm que ver com nossa natureza caída, naturalmente inclinada para o mal. Essas são despertadas pelas outras, as que vêm do exterior. Pela Palavra, Jesus venceu as tentações vindas de fora: “Está Escrito.” Essa continua sendo nossa fortaleza.
As tentações interiores, relacionadas com nossa natureza pecaminosa, segundo a sugestão do texto bíblico de hoje, podem ser vencidas pela poderosa ação divina, sob dois aspectos. O verso 18 fala do que Deus realiza em nós, isto é, a experiência do novo nascimento. Por meio dele, Deus implanta em nós uma segunda natureza. Agora, aquilo que estava na esquerda passa a estar na direita, e o que estava na direita passa a estar na esquerda.
O novo nascimento é ação inteiramente da graça de Deus.
A segunda estratégia aparece no verso 12: “Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança.” Isso também se realiza pela graça, mas com nossa participação: “Suportar com perseverança.” Na primeira, Deus entra com tudo; na segunda, nós também entramos com tudo. Nosso tudo é igual a zero, mas isso é a indicação de nossa determinação. E Deus honrará nossa “contribuição” fortalecendo-a contra o mal que nos assedia. Ore em sinceridade: “Senhor, quando tenho o desejo, tira a oportunidade. Quando tenho a oportunidade, remove o desejo.”