Lembrai-vos da mulher de Ló. Lucas 17:32
Essas palavras foram pronunciadas pelos lábios de Jesus e soam como uma estranha advertência. O contexto trata dos últimos dias e de Seu retorno. Jesus então une isso a dois personagens do Antigo Testamento: Noé e Ló. Os contemporâneos de Noé e Ló eram grandes pecadores, mas Jesus não mencionou os pecados deles. Curiosamente, Ele faz referência às atividades ordinárias da vida: comer, casar, plantar, edificar (Lc 17:26-32). Esse é o aspecto central da questão. Consumidos pela marcha rotineira das coisas, eles estavam muito ocupados e não perceberam o que estava acontecendo. A advertência de Jesus não é contra as coisas comuns da vida, mas contra o perigo de torná-las nossa prioridade.
Assim vivia a Sra. Ló, absorvida pelas rotinas. Quando Ló armou suas tendas na direção de Sodoma (Gn 13:12), eles não tinham a menor ideia do que os aguardava lá. Na próxima vez que os encontramos, a família de Ló está bem instalada em Sodoma. As nuvens do julgamento estavam se formando sobre a cidade. Gênesis 19 descreve como Ló recebeu dois mensageiros divinos em sua casa (v. 12). Eles ordenam que ele reúna a família e saia. Ló tentou persuadir genros e filhas, mas eles não creram nele. Ló vivera muito tempo em Sodoma e perdera sua autoridade espiritual.
Finalmente Ló, a esposa e duas filhas solteiras são quase arrastados para fora, com o imperativo: “Não olhes para trás” (v. 17). As ordens divinas têm duas características: elas são objetivas e são claras. Mas a Sra. Ló desconsiderou a advertência. Olhou para trás e foi convertida numa estátua de sal (v. 26). “Lembrai-vos da mulher de Ló”, diz Cristo. O pecado básico da Sra. Ló é o pecado da desobediência. Seu olhar não é mera curiosidade, mas o resultado de muitos anos de rebelião contra Deus. Seu coração ainda estava em Sodoma, e ela não soube apreciar a nova chance.
Olhar para trás é sinal de uma mente dividida. A Sra. Ló chegou perto da salvação. Havia sido levada para fora de Sodoma e colocada no caminho do escape. Ela estava quase lá, nos portões de Zoar, a cidade de refúgio. Bastava dar alguns passos mais. Porém, “olhou para trás” e pereceu com a cidade condenada. Esta é a tragédia do “quase”. Quase salvo, completamente perdido. Quase dentro, completamente fora. Os que estiverem quase salvos não serão em nada diferentes dos que estiverem completamente perdidos.