Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto
Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O Evangelho
em Gálatas
Estudo nº 02 – A autoridade de Paulo e o
evangelho
Semana de 1º a 08 de outubro
Comentário
auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de
Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este
comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para
memorizar: “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de DEUS? Ou procuro
agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de CRISTO”
(Gal. 1:10).
Introdução de sábado à tarde
A plenitude
dos tempos está conosco. Formam-se condições interessantes aos princípios da
pregação do evangelho, enquanto que, ao mesmo tempo, também crescem condições
contrárias. Há um conflito global se armando. É o caso da crescente promoção,
mundo afora, de sentimentos contrários ao bulling, à homofobia, à xenofobia, ao
racismo, a diferentes nacionalidades, a pessoas de outras religiões e de outras
nacionalidades e culturas, ou costumes, e assim por diante. O mundo vem sendo
preparado para mensagens de paz e de respeito ao próximo, ao mesmo tempo que,
por outro lado, vem sendo preparado para se tornar cada vez mais violento. Isso
vem do próprio mundo! Cristãos não devem discriminar, e não importa o motivo. Cristãos
devem ensinar a mensagem de paz de CRISTO. Todos são iguais perante DEUS. E
cada um toma a sua decisão particular, colhendo seus resultados. O cristão deve
servir a DEUS buscando as pessoas em suas situações particulares para levá-las
a um plano superior, aquele que o Salvador oferece.
“Deve-lhes ser
ensinado que o evangelho de Cristo não tolera nenhum espírito de discriminação,
que ele não dá lugar a juízos descorteses de outros, o que tende diretamente à
exaltação própria. A religião de Cristo nunca degrada o que a recebe, nem o
torna vulgar e rude; nem o torna maldoso, em pensar ou sentir, para com aqueles
por quem Cristo morreu. ...
“Alguns se
acham em perigo de fazer do exterior o todo-importante, de pôr excessiva estima
no valor de meras convenções. ...
“Tudo quanto
incite a crítica menos generosa, a disposição para notar e expor todo defeito
ou erro, é mau. Isso fomenta desconfiança e suspeita, as quais são contrárias
ao caráter de Cristo, e prejudiciais ao espírito que nelas se exercita. Os que
se empenham nessa obra, apartam-se gradualmente do espírito do cristianismo.
“A educação
essencial, perdurável, é a que desenvolve as mais nobres qualidades, que anima
o espírito de geral benevolência, levando a mocidade a não pensar mal de ninguém,
para que não ajuízem mal dos motivos, nem interpretem falsamente as palavras e
ações. O tempo empregado nessa espécie de instrução produzirá frutos para a
vida eterna” (Obreiros Evangélicos, 332-334).
- Primeiro dia: Paulo, o escritor de cartas
Os escritos de
Paulo não são fáceis de ler. Há duas características principais neles:
abordagem profunda e estilo dialogado. Às vezes são textos um tanto truncados,
ou seja, como se estivesse querendo convencer sobre algo que ninguém concorda.
É para ser lido devagar, indo e voltando nos trechos mais complexos. E uma
coisa é certa: tem-se muito a aprender com esses escritos, principalmente em
razão de sua profundidade e por serem bem focados em assuntos que precisavam
ser resolvidos. Paulo foi daquele tipo que percebia os problemas e não ficava
sem abordá-los. Ele mesmo estava num problema fatal antes de cair do cavalo, e
talvez por isso, não queria que outros deixassem de ter oportunidades de se flagrarem
das situações fatais.
Bem que Pedro
escreveu (2 Ped. 3:15 e 16) que Paulo escrevia segundo a sabedoria que
recebera, e que havia trechos de difícil compreensão, mas que esses trechos, os
“ignorantes e instáveis” deturpavam para interpretações maldosas. Aqui Pedro
não se refere aos ignorantes por falta de estudo, e sim, àqueles que não
queriam aceitar a verdade quando ela exigisse mudança na vida deles. E os
escritos de Paulo, de fato, ainda hoje são muito deturpados. Por exemplo: “Fiz-me
como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para,
por todos os meios, chegar a salvar alguns” (I Cor. 9:22). Já vi um debate na
televisão, de certos pastores de igrejas populares (no conceito de Ellen G.
White, que usa essa expressão), que baseados nesse versículo, justificavam todo
e qualquer tipo de ações, mesmo altamente reprováveis, afim de alcançar pessoas
para CRISTO. E parece que não percebiam que assim eles mesmos estavam dando mau
exemplo de cristão. Por isso, veja só um trecho que Ellen White escreveu, sobre
os escritos de Paulo. É uma daquelas pérolas, que devemos considerar muito bem:
“Os escritos
de Paulo mostram que o ministro do evangelho deve ser um exemplo das verdades
que ensina, "não dando... escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério
não seja censurado". De sua própria obra deixou-nos um quadro em sua carta
aos crentes coríntios: "Tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita
paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas
prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, na
ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não
fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à
direita e à esquerda, por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama; como
enganadores, e sendo verdadeiros; como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos;
como morrendo, e eis que vivemos; como castigados, e não mortos; como
contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos."
II Cor. 6:3 e 4-10”
(Atos dos Apóstolos, 369).
Em nossos
dias, Paulo merece ser lido pelo povo que deseja ser salvo. Ele era um especialista em detectar
problemas na igreja, e não se calava. Inclusive, fica a sugestão aos
teologandos, que alguns façam seus trabalhos de conclusão de curso (TCC) baseados
nesses escritos, confrontando-os com nossa prática de vida cristã. Poderia ser
enriquecedor para a igreja, e serviria de preparo para o Alto Clamor.
- Segunda: O chamado de Paulo
Paulo foi um
pregador com enorme capacidade de argumentação. Ele podia desfazer as
idéias erradas dos outros, e com fundamentação bíblica. Era inteligente, culto
e bom de oratória. Portanto, era bem difícil para os seus opositores
contraporem. O seu poder em debater e vencer os debates era parecido ao de
JESUS. Aliás, ele possuía o poder de JESUS; o havia recebido.
Há pelo menos
dois tipos importantes de oposição: a daqueles que vem de fora da igreja e a
dos que estão dentro da igreja. Paulo, quando era Saulo, era um do segundo
tipo. Desse tipo, há também duas possibilidades: os sinceramente errados
e os maldosos. Os primeiros não sabem que estão errados, e quando
percebem seu erro, em muitos casos, acertam a situação, mas quando há orgulho,
nem sempre querem corrigir-se. Foi o que aconteceu com Lúcifer. A uma certa
altura de seu movimento contra DEUS ele percebeu que era loucura, mas não
conseguiu mais retornar, pois já se tornara escravo do orgulho.
Os da segunda
possibilidade sabem que labutam em erro, mas apreciam essa posição porque visam
vantagens terrenas imediatas, e pouco se importam com o seu futuro e com as
promessas de DEUS. Esses são os mais selvagens, espiritualmente falando. Hoje
existem dessa classe na igreja, muitos em cargos oficiais, fazendo o seu
trabalho para satanás, não para DEUS. Sejamos realistas: isso é uma profecia,
mas ai daqueles que se enquadram nessa classe de pessoas.
Não podendo contra-argumentar com Paulo,
perdendo sempre, assim como não podia argumentar contra JESUS, elaboraram outra
estratégia. Diziam que Paulo pregava um evangelho estranho que não possuía a
autoridade dos pregadores originais. Que
Paulo não seria um apóstolo, portanto, seus ensinamentos não mereciam crédito.
Assim procuravam desacreditar o que ele ensinava.
Mas essa
estratégia era frágil, pois os demais apóstolos, que eram doze, também ensinavam
como Paulo, havia coerência entre eles, falavam a mesma linguagem,
embora não com tanto poder. De
qualquer modo, Paulo escreveu aos gálatas que ele também foi escolhido
diretamente por JESUS, isso aconteceu naquele dia em que foi derrubado ao chão.
De fato, ali ocorreu o chamado de Paulo. E as suas pregações eram fiéis às
de JESUS CRISTO, que esse pessoal que passou a perseguir Paulo já havia
perseguido anteriormente. Portanto, a rigor, estava tudo coerente, pois, os
perseguidores eram os mesmos e os perseguidos faziam parte de um mesmo grupo.
Assim, qualquer pessoa honesta nos pensamentos podia compreender que essa
oposição interna, na verdade, era maldosa.
Em nossos dias
também cresce uma oposição interna. A principal é contra a profetisa do Senhor,
Ellen G. White. Há pelo menos dois tipos de opositores. Aqueles que não aceitam
abertamente partes de seus escritos, e agem em desacordo com eles, e aqueles
que dizem aceitar a profetiza, mas na prática, agem em desacordo com suas
orientações. Isso pode ser visto com relação à santificação do sábado, à
Trindade, ao estilo de vida incluindo a saúde, à educação na família, à música
na igreja, ao estilo de liderança e gestão das coisas da igreja, e em relação a
muitos outros assuntos. Aliás, você conhece algum profeta que não tenha sofrido
oposição interna? JESUS era profeta, e foi o mais perseguido por aqueles que
Ele havia formado como Seu povo. Ai de JESUS se viesse hoje à Terra, como da primeira
vez. Sejamos sinceros, na medida em
que Ele começasse a falar de um modo que não se pudesse
contra-argumentar, requerendo mudança na vida das pessoas, quantos de nós permaneceríamos
ao Seu lado, no dia de Seu julgamento?
Essa é uma boa
pergunta. Podemos reformular essa pergunta: quantos de nós, hoje, estamos
dispostos a mudar nossa vida e colocá-la em coerência com os ensinamentos da
Bíblia e do Espírito de Profecia? Da resposta que dermos, e do que fizermos na
nossa vida prática, vai depender o nosso futuro.
- Terça: O evangelho de Paulo
“Admiro-me de que
vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de
Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O
que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o
evangelho de Cristo. Mas ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho
diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado!” (Gálatas
1:6-8).
A igreja dos
gálatas, fundada por Paulo, era nova. Vieram a esta igreja, falsos mestres,
ensinando outro evangelho. Verdadeiro evangelho, só existe um, portanto, esse
outro evangelho era falso. É impossível existirem duas verdades uma diferente
da outra. E os gálatas passaram facilmente para outro ensinamento. Desprezaram
o que Paulo lhes havia ensinado, e se apegaram a outro mestre. Estava havendo
apostasia entre essa comunidade de cristãos.
Que outro
evangelho era esse? Vamos resumir, em itens:
ð Salvação
pela lei, não pela graça;
ð Exigência
da circuncisão, que fora abolida junto com o cerimonialismo, quando JESUS foi
crucificado;
ð Exigência
da prática dos cerimoniais em lugar da aceitação do sacrifício de CRISTO;
ð Observação
dos dias cerimoniais;
ð Validade
das obras em lugar do fruto do ESPÍRITO SANTO;
Esse outro
evangelho era ensinado pelos chamados ‘judaizantes’, ou seja, aqueles que
insistiam na manutenção do ritual do santuário. Muitos desses eram de fato cristãos,
mas ainda apegados aos rituais que já foram abolidos na cruz.
Paulo foi
enfático contra esse falso evangelho. Atente para o que ele escreveu: “Mas, ainda que nós (ele ou os verdadeiros apóstolos) ou
mesmo um anjo vindo do céu vos pregue
evangelho que vá além do que vos
temos pregado, seja anátema” (v. 8,
grifos acrescentados). Anátema é uma solene maldição com exclusão da igreja,
atualmente não mais em prática, que antigamente se aplicava a pessoas que
tivessem feito algo bem grave e que tinham levado a pessoas abandonarem a fé,
portanto, a perderem a possibilidade da vida eterna.
Atualmente rondam a igreja mais de um evangelho estranho.
Não os listaremos aqui, mas são dezenas. Estamos no final da história, o
conflito se acirra. E os membros da igreja verdadeira bem como os membros de
outras igrejas que estão buscando o conhecimento bíblico são os alvos
preferidos de falsos evangelhos. Os principais objetivos deles são: criar
confusão, enfraquecer na fé, provocar apostasia, enfraquecer a igreja,
sobrecarregar os líderes, e assim por diante. Assim como Paulo orienta os
gálatas, também nós devemos vigiar para não aderir a certas idéias contrárias
às doutrinas da igreja e aos ensinamentos de CRISTO. O mais seguro é permanecer
fiel às doutrinas da igreja. Os dirigentes da igreja podem errar, são humanos,
mas das doutrinas DEUS cuida de perto. E quanto mais para o final, Ele também
assumirá as rédeas em suas próprias mãos, e conduzirá essa igreja à vitória. É
altamente arriscado combater a igreja, ou sair dela, pois CRISTO jamais declarou
que se tornasse noivo de alguma outra.
- Quarta: Nenhum outro evangelho
Vamos aqui
apresentar a receita de como se inventa um outro evangelho, falso, para que as
pessoas caiam na novidade, sejam enganadas e percam a vida eterna. A receita não é para que seja praticada,
evidente, mas para que os leitores estejam precavidos. É bem mais fácil
enganar do que ensinar a verdade, porque somos pecadores, portanto, temos
preferência por algo que esteja errado. Todos os falsos mestres sabem disso,
conhecimento importante para enganar os outros em assuntos de fé, e em qualquer
assunto. Outro ponto importante que os enganadores sabem é que o povo em
geral não busca o conhecimento por si mesmo, e não confere o que lhe é
ensinado. Aceita o que é dito, e se for dito com certa teatralidade, ou
solenidade, jamais questiona. Portanto, as condições em geral são melhores
aos que mentem do que aos que falam a verdade. Esses últimos frequentemente
precisam dizer coisas que requerem mudanças na vida, e os enganadores não
exigem nada, mas prometem muitas facilidades. É algo como do tipo: compre esse
aparelho pois com ele, sem fazer exercício algum, vai se tornar um atleta,
corpo bonito e saúde excelente. Isso basta, e milhões de pessoas compram o tal
aparelho, que depois se torna num desajeitado dispositivo para depositar outras
coisas em cima. O evangelho falso sempre é barato, fácil
e não requer mudança nem esforço, mas promete muito.
Mais alguns
ingredientes para enganar as pessoas (nunca faça isto). É a mistura de bastante verdade com alguma mentira. Isso
sempre é gradativo. Nas primeiras vezes, colocam mais de 90 % de verdade, e só
uma dose de algo falso, de modo que, ou não se torne perceptível ou seja a
diferença percebida não digna de protesto. Assim fizeram, por exemplo, com o CD
das músicas jovens, para a aceitação da barulhenta bateria na igreja, e das
letras sensacionalistas que apontam para existencialismo, para o eu, para o
aqui e agora. Visa a conquista, primeiro dos jovens e dos pastores, depois de
todos os outros membros da igreja, embora muitos deles jamais se renderam ao
que Ellen G. White havia tão bem alertado, que aconteceria no final dos tempos.
Nos primeiros CDs que mudaram, havia em algumas faixas, um leve toque da
bateria e alguns corinhos com letra de mensagem fraca, repetitiva e exigia
pouco raciocínio. Com o tempo, isso foi aumentando, e quase imperceptivelmente,
passou para um som de rua, barulhento, de péssimo gosto, e tudo ficou como algo
oficial da igreja, mas muito bem arquitetado por satanás para derrubar a
juventude, e a igreja toda. Atualmente, temos conjuntos que usam brincos,
alargadores de orelhas, se vestem de modo banal, cantam letras banais e
repetitivas, em um som altíssimo, dançam e fazem espetáculos a si mesmos, com
milhares de fãs. E são exaltados oficialmente por meio de nossa mídia. Mas
estava tudo previsto profeticamente, porém, por que eu e você precisamos
cumprir essa profecia? Cumpra-a quem, focando em si mesmo, quiser se perder
para a vida eterna.
Aqui fica a estratégia de como introduzir
um falso evangelho, mesmo que previsto profeticamente, e enganar a quase todas
as pessoas. Vai-se misturando grande proporção de verdade com um pouco de
falsidade. Essa falsidade, pelo menos no início, tem que ser algo que caia ao
gosto da maioria das pessoas, ou da classe que se deseja atingir. Aos
poucos vão se acostumando com erros, e vão desejando mais, o que é concedido. E
assim o ministério falso vai conquistando adeptos até que se tornem maioria.
Há mais um
importante ingrediente para introduzir falsidades na igreja atualmente. É
introduzir coisas que atraiam multidões. Nada de ESPÍRITO SANTO, mas daquilo
que o mundo gosta. Já que deu certo a gradativa introdução de falsidades, num
certo momento chega a hora de trazer do mundo, atrativos típicos de fora, para
dentro da igreja, lotando-as de pessoas sedentas de mundanismo, mas pouco interessadas
na salvação. Com fortes provocações de sensações físicas, de emoções intensas,
aqueles que tem pouco embasamento bíblico ficam extasiados, pensando estarem
sob a ação do ESPÍRITO SANTO. Aí está feito o sucesso. E as pessoas caem
direitinho, pois confundem facilmente êxtase emocional com o poder do ESPÍRITO
SANTO.
Estejamos
atentos, pois nesses dias finais, os falsos evangelhos estão minando a igreja.
Muitos são de irmãos e pastores dissidentes, mas outros assumem uma aparência
de oficialidade. E aí, quem vai ficar em
pé? Só aqueles que conferirem por si mesmos, na Bíblia e nos escritos do
Espírito de Profecia, para saber distinguir o falso do verdadeiro. Paulo
tem muito a nos ensinar.
- Quinta: A origem do evangelho de Paulo
Como estamos
estudando, Paulo foi fortemente acusado de introduzir, digamos, heresia entre
os cristãos. Quem o acusava eram alguns judeus, que não aceitavam a abolição
dos rituais do santuário. Eles, segundo a maioria dos exegetas, eram judeus
cristãos, que aceitavam CRISTO, mas que não admitiam a não exigência das
tradições ritualísticas. A acusação, como já havíamos visto, em resumo, era de
que Paulo não exigia tanto dos gentios quanto era requerido dos judeus. Em
específico, não se exigia dos gentios a circuncisão, além de outras coisas
abolidas. Era para muitos descendentes de Jacó difícil aceitar que algo milenar
não tinha mais valor. Digamos assim, era cristãos judeus ortodoxos, ou de uma
linha de direita, ou, conservadores em coisas que não se deveriam conservar
mais. Na realidade, depois da morte de CRISTO ninguém mais necessitava ser
circuncidado. Esse foi um dos rituais abolidos.
Esses
acusadores estavam defendendo o antigo judaísmo, e eram contra a pregação a
gentios praticada na nova igreja de CRISTO, recém instituída. Eles se haviam
apegado tanto àqueles rituais que não conseguiam imaginar a fé sem esses
rituais, que se tornaram um fim em
si. O foco desses rituais sempre foi a primeira vinda de
JESUS e a necessidade de preparo para recebê-Lo. Mas na medida em que na mente daquelas
pessoas os ritos não mais apontavam para JESUS, e sim, eram realizados como uma
mera rotina muito embora com forte zelo, se tornaram parecidos como um ídolo. Não
conseguiam admitir ficar sem esses rituais, com os quais se acostumaram por
mais de mil anos. Desde Abraão recebera a ordem da circuncisão e outros desde o
monte Sinai.
Mas contra
Paulo a motivação de acusá-lo tinha um ingrediente a mais. Paulo vinha
convertendo muitos gentios. Não só ele, mas era o mais expressivo. Portanto,
esses opositores voltaram seus esforços mais intensamente contra esse homem. Buscaram
difundir que Paulo não era autorizado a pregar, que a sua pregação era
meramente uma iniciativa humana. Seria algo parecido como hoje acusar um bom médico
de clinicar mas não ter diploma, embora tenha. Ou de dizer que um pastor está
batizando mas ainda não foi ordenado. Repetindo, Paulo argumentou que recebera
autorização para pregar de JESUS, ao ser derrubado ao chão. Ele estava dizendo que JESUS não aprovava
os motivos de suas ações anteriores, portanto, também não aprovava o que eles,
os seus acusadores estavam fazendo. Mas, como foi o próprio JESUS que fora
ao seu encontro, e isto foi testemunhado por várias pessoas, o seu chamado não
veio de algum ser humano, mas do próprio Mestre. Esse argumento era impossível
contrapor. Contudo a oposição continuava, mesmo assim.
Na verdade,
satanás precisava eliminá-lo, isto é, matá-lo, pois era o principal evangelista.
E essas pessoas, zelosas no erro, se prestavam para essa finalidade, uma vez que
se tornaram fanáticos por um ritual. Então passaram a acusá-lo, de que ele
pregava sem a autoridade de CRISTO, ou sem a autoridade dos antigos profetas.
Note bem, quem estava fazendo essa acusação eram cristãos, mas que mantinham as
antigas tradições, essas que foram anuladas.
Em nossos dias
a situação no mundo, não dentro da igreja, mas lá fora, é exatamente o contrário.
Hoje se diz que os Dez Mandamentos foram
anulados. E especificamente, a Igreja Católica, por meio do sacrifício da
missa, demonstra que o ritual, que foi abolido, continua vigorando. Resumindo, hoje
muitos creem que o abolido vale e o não abolido não está valendo. Tudo
invertido, que confusão! Pois é no meio da confusão que satanás consegue
adeptos, o seu poder se fundamenta no engano e na mentira.
Precisamos
estudar o assunto de hoje com equilíbrio. Por Paulo estar convertendo grande
número de pessoas, era acusado de facilitar essas conversões, exigindo pouco,
não requerendo dos gentios a circuncisão. Assim ele conseguiria se promover, ganhar
fama, ter prestígio, ser reconhecido. Mas no caso de Paulo isso também não
fazia sentido, pois o estilo de vida de Paulo era simples, e ele era de
costumes humildes. O equilíbrio que se requer é o seguinte: já naqueles dias, e
hoje também, de fato, há pregadores que facilitam conversões por conta de sua
promoção pessoal. É atingir alvos, ultrapassar alvos, por meio de batismos que
não passam de faz de conta, pois as pessoas nem sabem bem pelo que estão optando.
O que adianta batizar alguém sábado pela manhã, e essa pessoa, ingenuamente, à
tarde, vai ao supermercado fazer compras? Poucas semanas depois, já nem frequente
mais a igreja. A facilitação exagerada para batizar, hoje existe, e muito.
Sobre isso Ellen G. White se pronunciou da seguinte maneira (essas passagens
são daquelas que alguns, que dizem aceitar a profetiza, não consideram válidas
na prática):
“É a graça de
Cristo que dá vida à alma. Separado de Cristo, o batismo, como qualquer outro
serviço, é uma forma sem valor” (Evangelismo, 318).
“Nossos irmãos
do ministério falham decididamente quanto a fazerem sua obra segundo a maneira
indicada pelo Senhor. Deixam de apresentar todo homem perfeito em Cristo Jesus. Não
obtiveram experiência mediante a comunhão pessoal com Deus, ou um verdadeiro
conhecimento do que constitua o caráter cristão; assim, são batizados muitos
que não se acham aptos para essa sagrada ordenança, mas que se acham enlaçados
com o próprio eu e com o mundo. Não viram a Cristo nem O receberam pela fé”
(Evangelismo, 319).
“A aquisição
de membros que não foram renovados no coração e reformados na vida é uma fonte
de fraqueza para a igreja. Este fato é muitas vezes passado por alto. Alguns pastores
e igrejas acham-se tão desejosos de assegurar um aumento de membros, que não
dão testemunho fiel contra hábitos e costumes não cristãos. Aos que aceitam a
verdade não é ensinado que eles não podem, sem perigo, ser mundanos em sua
conduta, ao passo que de nome são cristãos. Até então, eram súditos de Satanás;
daí em diante, devem ser súditos de Cristo. A vida deve testificar da mudança
de dirigente.
“A opinião
pública favorece uma profissão de cristianismo. Pouca abnegação ou sacrifício é
exigido de uma pessoa para se revestir da forma da piedade e ter o nome registrado
na igreja. Daí muitos se unem à igreja sem primeiro se haverem unido a Cristo.
Nisto Satanás triunfa. Tais conversos são seus instrumentos mais eficientes.
Servem de laço para outras almas. São falsas luzes, atraindo os descuidados à
perdição. É em vão que os homens procuram tornar o caminho cristão amplo e
aprazível para os mundanos. Deus não suavizou ou fez mais largo o caminho
áspero e estreito. Se quisermos entrar na vida, cumpre-nos seguir o mesmo
trilho palmilhado por Jesus e os discípulos - o trilho da humildade, da abnegação
e do sacrifício. Testimonies, vol. 5, pág. 172.” (Evangelismo, 319 e
320).
Paulo foi
severamente acusado de algo que ele não fazia. Mas essa acusação se torna bem
grave, se ela tem fundamentos. Ou a nossa profetiza não teria escrito sobre
esse assunto.
- Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Uma excelente
citação de Ellen G. White foi selecionada para o estudo de sexta-feira. Vale
ler ou reler. Em dois parágrafos está de forma objetiva a explicação sobre a oposição
a Paulo. Envolve judeus cristãos, e isso precisamos entender melhor. Quem se
opunha a Paulo eram judeus fiéis a CRISTO, mas incomodados com o trabalho em
favor dos gentios, bem como com a abolição de ritos do santuário. Detestavam
também a popularidade de Paulo.
Como diz a
citação, em quase todas as igrejas havia cristãos judeus. Eles eram fiéis
membros, em tudo o que se ensinava na nova igreja cristã. O que aprendiam de
Paulo, ou dos outros apóstolos, aceitavam e colocavam em prática. Mas eles,
por serem judeus, eram o alvo predileto dos opositores de Paulo, pois se
tornavam mais facilmente convencidos por estes opositores. E muitos deles se
tornavam também opositores a Paulo, mas nem todos.
É aqui que nos
vem importante alerta a nós. Somos, como
aqueles judeus, o atual povo de DEUS. Temos grande responsabilidade, como
eles tinham. E, do mesmo modo como eles,
somos o alvo mais visado de satanás. E também como eles, muitos de
nós irão trair a igreja quando vier o Alto Clamor da chuva serôdia, assim como
naqueles tempos aconteceu quando veio a chuva temporã. E, ainda como eles,
muitos de nós sairão da igreja, e isto é a sacudidura, e se voltarão contra a
poderosa pregação que já se inicia pela conclusão da difusão do evangelho de
CRISTO no mundo todo. E, ainda mais, como naqueles tempos, como os gentios
afluíam para a igreja, hoje, das outras igrejas muitos sairão e se unirão com
os que ficarem na IASD, para se aliarem aos que já estão nela, na conclusão da
obra.
Pessoalmente
acredito muito no povo judeu que ainda existe, como sendo o primeiro povo
escolhido por DEUS, na pessoa de Abraão e sua esposa Sara. Muitos deles se unirão
ao segundo povo escolhido por DEUS, o povo da Igreja Adventista do Sétimo Dia,
o que de fato já está acontecendo. Virão também membros de todas as igrejas, e
se declararão fiéis à Bíblia, que é a Palavra de DEUS, e então a obra será concluída.
escrito entre 31/08
e 06/09/2011
revisado em 07/09/2011
corrigido por Jair
Bezerra
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo
Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do
Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO
como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda
de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a
imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam
estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na
integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como
um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada
por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e
texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que
há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos
se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este
mundo.