segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Comentário da Lição - Prof. Sikberto Renaldo Marks - Lição 2 - 4º Trim. 2011


Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O Evangelho em Gálatas
Estudo nº 02 – A autoridade de Paulo e o evangelho
Semana de  1º a 08 de outubro
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil



Verso para memorizar: “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de DEUS? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de CRISTO (Gal. 1:10).
                                                 

Introdução de sábado à tarde
A plenitude dos tempos está conosco. Formam-se condições interessantes aos princípios da pregação do evangelho, enquanto que, ao mesmo tempo, também crescem condições contrárias. Há um conflito global se armando. É o caso da crescente promoção, mundo afora, de sentimentos contrários ao bulling, à homofobia, à xenofobia, ao racismo, a diferentes nacionalidades, a pessoas de outras religiões e de outras nacionalidades e culturas, ou costumes, e assim por diante. O mundo vem sendo preparado para mensagens de paz e de respeito ao próximo, ao mesmo tempo que, por outro lado, vem sendo preparado para se tornar cada vez mais violento. Isso vem do próprio mundo! Cristãos não devem discriminar, e não importa o motivo. Cristãos devem ensinar a mensagem de paz de CRISTO. Todos são iguais perante DEUS. E cada um toma a sua decisão particular, colhendo seus resultados. O cristão deve servir a DEUS buscando as pessoas em suas situações particulares para levá-las a um plano superior, aquele que o Salvador oferece.
“Deve-lhes ser ensinado que o evangelho de Cristo não tolera nenhum espírito de discriminação, que ele não dá lugar a juízos descorteses de outros, o que tende diretamente à exaltação própria. A religião de Cristo nunca degrada o que a recebe, nem o torna vulgar e rude; nem o torna maldoso, em pensar ou sentir, para com aqueles por quem Cristo morreu. ...
“Alguns se acham em perigo de fazer do exterior o todo-importante, de pôr excessiva estima no valor de meras convenções. ...
“Tudo quanto incite a crítica menos generosa, a disposição para notar e expor todo defeito ou erro, é mau. Isso fomenta desconfiança e suspeita, as quais são contrárias ao caráter de Cristo, e prejudiciais ao espírito que nelas se exercita. Os que se empenham nessa obra, apartam-se gradualmente do espírito do cristianismo.
“A educação essencial, perdurável, é a que desenvolve as mais nobres qualidades, que anima o espírito de geral benevolência, levando a mocidade a não pensar mal de ninguém, para que não ajuízem mal dos motivos, nem interpretem falsamente as palavras e ações. O tempo empregado nessa espécie de instrução produzirá frutos para a vida eterna” (Obreiros Evangélicos, 332-334).


  1. Primeiro dia: Paulo, o escritor de cartas
Os escritos de Paulo não são fáceis de ler. Há duas características principais neles: abordagem profunda e estilo dialogado. Às vezes são textos um tanto truncados, ou seja, como se estivesse querendo convencer sobre algo que ninguém concorda. É para ser lido devagar, indo e voltando nos trechos mais complexos. E uma coisa é certa: tem-se muito a aprender com esses escritos, principalmente em razão de sua profundidade e por serem bem focados em assuntos que precisavam ser resolvidos. Paulo foi daquele tipo que percebia os problemas e não ficava sem abordá-los. Ele mesmo estava num problema fatal antes de cair do cavalo, e talvez por isso, não queria que outros deixassem de ter oportunidades de se flagrarem das situações fatais.
Bem que Pedro escreveu (2 Ped. 3:15 e 16) que Paulo escrevia segundo a sabedoria que recebera, e que havia trechos de difícil compreensão, mas que esses trechos, os “ignorantes e instáveis” deturpavam para interpretações maldosas. Aqui Pedro não se refere aos ignorantes por falta de estudo, e sim, àqueles que não queriam aceitar a verdade quando ela exigisse mudança na vida deles. E os escritos de Paulo, de fato, ainda hoje são muito deturpados. Por exemplo: “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns” (I Cor. 9:22). Já vi um debate na televisão, de certos pastores de igrejas populares (no conceito de Ellen G. White, que usa essa expressão), que baseados nesse versículo, justificavam todo e qualquer tipo de ações, mesmo altamente reprováveis, afim de alcançar pessoas para CRISTO. E parece que não percebiam que assim eles mesmos estavam dando mau exemplo de cristão. Por isso, veja só um trecho que Ellen White escreveu, sobre os escritos de Paulo. É uma daquelas pérolas, que devemos considerar muito bem:
“Os escritos de Paulo mostram que o ministro do evangelho deve ser um exemplo das verdades que ensina, "não dando... escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado". De sua própria obra deixou-nos um quadro em sua carta aos crentes coríntios: "Tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda, por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama; como enganadores, e sendo verdadeiros; como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo, e eis que vivemos; como castigados, e não mortos; como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos." II Cor. 6:3 e 4-10” (Atos dos Apóstolos, 369).
Em nossos dias, Paulo merece ser lido pelo povo que deseja ser salvo. Ele era um especialista em detectar problemas na igreja, e não se calava. Inclusive, fica a sugestão aos teologandos, que alguns façam seus trabalhos de conclusão de curso (TCC) baseados nesses escritos, confrontando-os com nossa prática de vida cristã. Poderia ser enriquecedor para a igreja, e serviria de preparo para o Alto Clamor.

  1. Segunda: O chamado de Paulo
Paulo foi um pregador com enorme capacidade de argumentação. Ele podia desfazer as idéias erradas dos outros, e com fundamentação bíblica. Era inteligente, culto e bom de oratória. Portanto, era bem difícil para os seus opositores contraporem. O seu poder em debater e vencer os debates era parecido ao de JESUS. Aliás, ele possuía o poder de JESUS; o havia recebido.
Há pelo menos dois tipos importantes de oposição: a daqueles que vem de fora da igreja e a dos que estão dentro da igreja. Paulo, quando era Saulo, era um do segundo tipo. Desse tipo, há também duas possibilidades: os sinceramente errados e os maldosos. Os primeiros não sabem que estão errados, e quando percebem seu erro, em muitos casos, acertam a situação, mas quando há orgulho, nem sempre querem corrigir-se. Foi o que aconteceu com Lúcifer. A uma certa altura de seu movimento contra DEUS ele percebeu que era loucura, mas não conseguiu mais retornar, pois já se tornara escravo do orgulho.
Os da segunda possibilidade sabem que labutam em erro, mas apreciam essa posição porque visam vantagens terrenas imediatas, e pouco se importam com o seu futuro e com as promessas de DEUS. Esses são os mais selvagens, espiritualmente falando. Hoje existem dessa classe na igreja, muitos em cargos oficiais, fazendo o seu trabalho para satanás, não para DEUS. Sejamos realistas: isso é uma profecia, mas ai daqueles que se enquadram nessa classe de pessoas.
Não podendo contra-argumentar com Paulo, perdendo sempre, assim como não podia argumentar contra JESUS, elaboraram outra estratégia. Diziam que Paulo pregava um evangelho estranho que não possuía a autoridade dos pregadores originais. Que Paulo não seria um apóstolo, portanto, seus ensinamentos não mereciam crédito. Assim procuravam desacreditar o que ele ensinava.
Mas essa estratégia era frágil, pois os demais apóstolos, que eram doze, também ensinavam como Paulo, havia coerência entre eles, falavam a mesma linguagem, embora não com tanto poder. De qualquer modo, Paulo escreveu aos gálatas que ele também foi escolhido diretamente por JESUS, isso aconteceu naquele dia em que foi derrubado ao chão. De fato, ali ocorreu o chamado de Paulo. E as suas pregações eram fiéis às de JESUS CRISTO, que esse pessoal que passou a perseguir Paulo já havia perseguido anteriormente. Portanto, a rigor, estava tudo coerente, pois, os perseguidores eram os mesmos e os perseguidos faziam parte de um mesmo grupo. Assim, qualquer pessoa honesta nos pensamentos podia compreender que essa oposição interna, na verdade, era maldosa.
Em nossos dias também cresce uma oposição interna. A principal é contra a profetisa do Senhor, Ellen G. White. Há pelo menos dois tipos de opositores. Aqueles que não aceitam abertamente partes de seus escritos, e agem em desacordo com eles, e aqueles que dizem aceitar a profetiza, mas na prática, agem em desacordo com suas orientações. Isso pode ser visto com relação à santificação do sábado, à Trindade, ao estilo de vida incluindo a saúde, à educação na família, à música na igreja, ao estilo de liderança e gestão das coisas da igreja, e em relação a muitos outros assuntos. Aliás, você conhece algum profeta que não tenha sofrido oposição interna? JESUS era profeta, e foi o mais perseguido por aqueles que Ele havia formado como Seu povo. Ai de JESUS se viesse hoje à Terra, como da primeira vez. Sejamos sinceros, na medida em que Ele começasse a falar de um modo que não se pudesse contra-argumentar, requerendo mudança na vida das pessoas, quantos de nós permaneceríamos ao Seu lado, no dia de Seu julgamento?
Essa é uma boa pergunta. Podemos reformular essa pergunta: quantos de nós, hoje, estamos dispostos a mudar nossa vida e colocá-la em coerência com os ensinamentos da Bíblia e do Espírito de Profecia? Da resposta que dermos, e do que fizermos na nossa vida prática, vai depender o nosso futuro.

  1. Terça: O evangelho de Paulo
“Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo. Mas ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado!” (Gálatas 1:6-8).
A igreja dos gálatas, fundada por Paulo, era nova. Vieram a esta igreja, falsos mestres, ensinando outro evangelho. Verdadeiro evangelho, só existe um, portanto, esse outro evangelho era falso. É impossível existirem duas verdades uma diferente da outra. E os gálatas passaram facilmente para outro ensinamento. Desprezaram o que Paulo lhes havia ensinado, e se apegaram a outro mestre. Estava havendo apostasia entre essa comunidade de cristãos.
Que outro evangelho era esse? Vamos resumir, em itens:
ð  Salvação pela lei, não pela graça;
ð  Exigência da circuncisão, que fora abolida junto com o cerimonialismo, quando JESUS foi crucificado;
ð  Exigência da prática dos cerimoniais em lugar da aceitação do sacrifício de CRISTO;
ð  Observação dos dias cerimoniais;
ð  Validade das obras em lugar do fruto do ESPÍRITO SANTO;
Esse outro evangelho era ensinado pelos chamados ‘judaizantes’, ou seja, aqueles que insistiam na manutenção do ritual do santuário. Muitos desses eram de fato cristãos, mas ainda apegados aos rituais que já foram abolidos na cruz.
Paulo foi enfático contra esse falso evangelho. Atente para o que ele escreveu: “Mas, ainda que nós (ele ou os verdadeiros apóstolos) ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (v. 8, grifos acrescentados). Anátema é uma solene maldição com exclusão da igreja, atualmente não mais em prática, que antigamente se aplicava a pessoas que tivessem feito algo bem grave e que tinham levado a pessoas abandonarem a fé, portanto, a perderem a possibilidade da vida eterna.
Atualmente rondam a igreja mais de um evangelho estranho. Não os listaremos aqui, mas são dezenas. Estamos no final da história, o conflito se acirra. E os membros da igreja verdadeira bem como os membros de outras igrejas que estão buscando o conhecimento bíblico são os alvos preferidos de falsos evangelhos. Os principais objetivos deles são: criar confusão, enfraquecer na fé, provocar apostasia, enfraquecer a igreja, sobrecarregar os líderes, e assim por diante. Assim como Paulo orienta os gálatas, também nós devemos vigiar para não aderir a certas idéias contrárias às doutrinas da igreja e aos ensinamentos de CRISTO. O mais seguro é permanecer fiel às doutrinas da igreja. Os dirigentes da igreja podem errar, são humanos, mas das doutrinas DEUS cuida de perto. E quanto mais para o final, Ele também assumirá as rédeas em suas próprias mãos, e conduzirá essa igreja à vitória. É altamente arriscado combater a igreja, ou sair dela, pois CRISTO jamais declarou que se tornasse noivo de alguma outra.

  1. Quarta: Nenhum outro evangelho
Vamos aqui apresentar a receita de como se inventa um outro evangelho, falso, para que as pessoas caiam na novidade, sejam enganadas e percam a vida eterna. A receita não é para que seja praticada, evidente, mas para que os leitores estejam precavidos. É bem mais fácil enganar do que ensinar a verdade, porque somos pecadores, portanto, temos preferência por algo que esteja errado. Todos os falsos mestres sabem disso, conhecimento importante para enganar os outros em assuntos de fé, e em qualquer assunto. Outro ponto importante que os enganadores sabem é que o povo em geral não busca o conhecimento por si mesmo, e não confere o que lhe é ensinado. Aceita o que é dito, e se for dito com certa teatralidade, ou solenidade, jamais questiona. Portanto, as condições em geral são melhores aos que mentem do que aos que falam a verdade. Esses últimos frequentemente precisam dizer coisas que requerem mudanças na vida, e os enganadores não exigem nada, mas prometem muitas facilidades. É algo como do tipo: compre esse aparelho pois com ele, sem fazer exercício algum, vai se tornar um atleta, corpo bonito e saúde excelente. Isso basta, e milhões de pessoas compram o tal aparelho, que depois se torna num desajeitado dispositivo para depositar outras coisas em cima. O evangelho falso sempre é barato, fácil e não requer mudança nem esforço, mas promete muito.
Mais alguns ingredientes para enganar as pessoas (nunca faça isto). É a mistura de bastante verdade com alguma mentira. Isso sempre é gradativo. Nas primeiras vezes, colocam mais de 90 % de verdade, e só uma dose de algo falso, de modo que, ou não se torne perceptível ou seja a diferença percebida não digna de protesto. Assim fizeram, por exemplo, com o CD das músicas jovens, para a aceitação da barulhenta bateria na igreja, e das letras sensacionalistas que apontam para existencialismo, para o eu, para o aqui e agora. Visa a conquista, primeiro dos jovens e dos pastores, depois de todos os outros membros da igreja, embora muitos deles jamais se renderam ao que Ellen G. White havia tão bem alertado, que aconteceria no final dos tempos. Nos primeiros CDs que mudaram, havia em algumas faixas, um leve toque da bateria e alguns corinhos com letra de mensagem fraca, repetitiva e exigia pouco raciocínio. Com o tempo, isso foi aumentando, e quase imperceptivelmente, passou para um som de rua, barulhento, de péssimo gosto, e tudo ficou como algo oficial da igreja, mas muito bem arquitetado por satanás para derrubar a juventude, e a igreja toda. Atualmente, temos conjuntos que usam brincos, alargadores de orelhas, se vestem de modo banal, cantam letras banais e repetitivas, em um som altíssimo, dançam e fazem espetáculos a si mesmos, com milhares de fãs. E são exaltados oficialmente por meio de nossa mídia. Mas estava tudo previsto profeticamente, porém, por que eu e você precisamos cumprir essa profecia? Cumpra-a quem, focando em si mesmo, quiser se perder para a vida eterna.
Aqui fica a estratégia de como introduzir um falso evangelho, mesmo que previsto profeticamente, e enganar a quase todas as pessoas. Vai-se misturando grande proporção de verdade com um pouco de falsidade. Essa falsidade, pelo menos no início, tem que ser algo que caia ao gosto da maioria das pessoas, ou da classe que se deseja atingir. Aos poucos vão se acostumando com erros, e vão desejando mais, o que é concedido. E assim o ministério falso vai conquistando adeptos até que se tornem maioria.
Há mais um importante ingrediente para introduzir falsidades na igreja atualmente. É introduzir coisas que atraiam multidões. Nada de ESPÍRITO SANTO, mas daquilo que o mundo gosta. Já que deu certo a gradativa introdução de falsidades, num certo momento chega a hora de trazer do mundo, atrativos típicos de fora, para dentro da igreja, lotando-as de pessoas sedentas de mundanismo, mas pouco interessadas na salvação. Com fortes provocações de sensações físicas, de emoções intensas, aqueles que tem pouco embasamento bíblico ficam extasiados, pensando estarem sob a ação do ESPÍRITO SANTO. Aí está feito o sucesso. E as pessoas caem direitinho, pois confundem facilmente êxtase emocional com o poder do ESPÍRITO SANTO.
Estejamos atentos, pois nesses dias finais, os falsos evangelhos estão minando a igreja. Muitos são de irmãos e pastores dissidentes, mas outros assumem uma aparência de oficialidade. E aí, quem vai ficar em pé? Só aqueles que conferirem por si mesmos, na Bíblia e nos escritos do Espírito de Profecia, para saber distinguir o falso do verdadeiro. Paulo tem muito a nos ensinar.

  1. Quinta: A origem do evangelho de Paulo
Como estamos estudando, Paulo foi fortemente acusado de introduzir, digamos, heresia entre os cristãos. Quem o acusava eram alguns judeus, que não aceitavam a abolição dos rituais do santuário. Eles, segundo a maioria dos exegetas, eram judeus cristãos, que aceitavam CRISTO, mas que não admitiam a não exigência das tradições ritualísticas. A acusação, como já havíamos visto, em resumo, era de que Paulo não exigia tanto dos gentios quanto era requerido dos judeus. Em específico, não se exigia dos gentios a circuncisão, além de outras coisas abolidas. Era para muitos descendentes de Jacó difícil aceitar que algo milenar não tinha mais valor. Digamos assim, era cristãos judeus ortodoxos, ou de uma linha de direita, ou, conservadores em coisas que não se deveriam conservar mais. Na realidade, depois da morte de CRISTO ninguém mais necessitava ser circuncidado. Esse foi um dos rituais abolidos.
Esses acusadores estavam defendendo o antigo judaísmo, e eram contra a pregação a gentios praticada na nova igreja de CRISTO, recém instituída. Eles se haviam apegado tanto àqueles rituais que não conseguiam imaginar a fé sem esses rituais, que se tornaram um fim em si. O foco desses rituais sempre foi a primeira vinda de JESUS e a necessidade de preparo para recebê-Lo. Mas na medida em que na mente daquelas pessoas os ritos não mais apontavam para JESUS, e sim, eram realizados como uma mera rotina muito embora com forte zelo, se tornaram parecidos como um ídolo. Não conseguiam admitir ficar sem esses rituais, com os quais se acostumaram por mais de mil anos. Desde Abraão recebera a ordem da circuncisão e outros desde o monte Sinai.
Mas contra Paulo a motivação de acusá-lo tinha um ingrediente a mais. Paulo vinha convertendo muitos gentios. Não só ele, mas era o mais expressivo. Portanto, esses opositores voltaram seus esforços mais intensamente contra esse homem. Buscaram difundir que Paulo não era autorizado a pregar, que a sua pregação era meramente uma iniciativa humana. Seria algo parecido como hoje acusar um bom médico de clinicar mas não ter diploma, embora tenha. Ou de dizer que um pastor está batizando mas ainda não foi ordenado. Repetindo, Paulo argumentou que recebera autorização para pregar de JESUS, ao ser derrubado ao chão. Ele estava dizendo que JESUS não aprovava os motivos de suas ações anteriores, portanto, também não aprovava o que eles, os seus acusadores estavam fazendo. Mas, como foi o próprio JESUS que fora ao seu encontro, e isto foi testemunhado por várias pessoas, o seu chamado não veio de algum ser humano, mas do próprio Mestre. Esse argumento era impossível contrapor. Contudo a oposição continuava, mesmo assim.
Na verdade, satanás precisava eliminá-lo, isto é, matá-lo, pois era o principal evangelista. E essas pessoas, zelosas no erro, se prestavam para essa finalidade, uma vez que se tornaram fanáticos por um ritual. Então passaram a acusá-lo, de que ele pregava sem a autoridade de CRISTO, ou sem a autoridade dos antigos profetas. Note bem, quem estava fazendo essa acusação eram cristãos, mas que mantinham as antigas tradições, essas que foram anuladas.
Em nossos dias a situação no mundo, não dentro da igreja, mas lá fora, é exatamente o contrário. Hoje se diz que os Dez Mandamentos foram anulados. E especificamente, a Igreja Católica, por meio do sacrifício da missa, demonstra que o ritual, que foi abolido, continua vigorando. Resumindo, hoje muitos creem que o abolido vale e o não abolido não está valendo. Tudo invertido, que confusão! Pois é no meio da confusão que satanás consegue adeptos, o seu poder se fundamenta no engano e na mentira.
Precisamos estudar o assunto de hoje com equilíbrio. Por Paulo estar convertendo grande número de pessoas, era acusado de facilitar essas conversões, exigindo pouco, não requerendo dos gentios a circuncisão. Assim ele conseguiria se promover, ganhar fama, ter prestígio, ser reconhecido. Mas no caso de Paulo isso também não fazia sentido, pois o estilo de vida de Paulo era simples, e ele era de costumes humildes. O equilíbrio que se requer é o seguinte: já naqueles dias, e hoje também, de fato, há pregadores que facilitam conversões por conta de sua promoção pessoal. É atingir alvos, ultrapassar alvos, por meio de batismos que não passam de faz de conta, pois as pessoas nem sabem bem pelo que estão optando. O que adianta batizar alguém sábado pela manhã, e essa pessoa, ingenuamente, à tarde, vai ao supermercado fazer compras? Poucas semanas depois, já nem frequente mais a igreja. A facilitação exagerada para batizar, hoje existe, e muito. Sobre isso Ellen G. White se pronunciou da seguinte maneira (essas passagens são daquelas que alguns, que dizem aceitar a profetiza, não consideram válidas na prática):
“É a graça de Cristo que dá vida à alma. Separado de Cristo, o batismo, como qualquer outro serviço, é uma forma sem valor” (Evangelismo, 318).
“Nossos irmãos do ministério falham decididamente quanto a fazerem sua obra segundo a maneira indicada pelo Senhor. Deixam de apresentar todo homem perfeito em Cristo Jesus. Não obtiveram experiência mediante a comunhão pessoal com Deus, ou um verdadeiro conhecimento do que constitua o caráter cristão; assim, são batizados muitos que não se acham aptos para essa sagrada ordenança, mas que se acham enlaçados com o próprio eu e com o mundo. Não viram a Cristo nem O receberam pela fé” (Evangelismo, 319).
“A aquisição de membros que não foram renovados no coração e reformados na vida é uma fonte de fraqueza para a igreja. Este fato é muitas vezes passado por alto. Alguns pastores e igrejas acham-se tão desejosos de assegurar um aumento de membros, que não dão testemunho fiel contra hábitos e costumes não cristãos. Aos que aceitam a verdade não é ensinado que eles não podem, sem perigo, ser mundanos em sua conduta, ao passo que de nome são cristãos. Até então, eram súditos de Satanás; daí em diante, devem ser súditos de Cristo. A vida deve testificar da mudança de dirigente.
“A opinião pública favorece uma profissão de cristianismo. Pouca abnegação ou sacrifício é exigido de uma pessoa para se revestir da forma da piedade e ter o nome registrado na igreja. Daí muitos se unem à igreja sem primeiro se haverem unido a Cristo. Nisto Satanás triunfa. Tais conversos são seus instrumentos mais eficientes. Servem de laço para outras almas. São falsas luzes, atraindo os descuidados à perdição. É em vão que os homens procuram tornar o caminho cristão amplo e aprazível para os mundanos. Deus não suavizou ou fez mais largo o caminho áspero e estreito. Se quisermos entrar na vida, cumpre-nos seguir o mesmo trilho palmilhado por Jesus e os discípulos - o trilho da humildade, da abnegação e do sacrifício. Testimonies, vol. 5, pág. 172.” (Evangelismo, 319 e 320).
Paulo foi severamente acusado de algo que ele não fazia. Mas essa acusação se torna bem grave, se ela tem fundamentos. Ou a nossa profetiza não teria escrito sobre esse assunto.

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Uma excelente citação de Ellen G. White foi selecionada para o estudo de sexta-feira. Vale ler ou reler. Em dois parágrafos está de forma objetiva a explicação sobre a oposição a Paulo. Envolve judeus cristãos, e isso precisamos entender melhor. Quem se opunha a Paulo eram judeus fiéis a CRISTO, mas incomodados com o trabalho em favor dos gentios, bem como com a abolição de ritos do santuário. Detestavam também a popularidade de Paulo.
Como diz a citação, em quase todas as igrejas havia cristãos judeus. Eles eram fiéis membros, em tudo o que se ensinava na nova igreja cristã. O que aprendiam de Paulo, ou dos outros apóstolos, aceitavam e colocavam em prática. Mas eles, por serem judeus, eram o alvo predileto dos opositores de Paulo, pois se tornavam mais facilmente convencidos por estes opositores. E muitos deles se tornavam também opositores a Paulo, mas nem todos.
É aqui que nos vem importante alerta a nós. Somos, como aqueles judeus, o atual povo de DEUS. Temos grande responsabilidade, como eles tinham. E, do mesmo modo como eles, somos o alvo mais visado de satanás. E também como eles, muitos de nós irão trair a igreja quando vier o Alto Clamor da chuva serôdia, assim como naqueles tempos aconteceu quando veio a chuva temporã. E, ainda como eles, muitos de nós sairão da igreja, e isto é a sacudidura, e se voltarão contra a poderosa pregação que já se inicia pela conclusão da difusão do evangelho de CRISTO no mundo todo. E, ainda mais, como naqueles tempos, como os gentios afluíam para a igreja, hoje, das outras igrejas muitos sairão e se unirão com os que ficarem na IASD, para se aliarem aos que já estão nela, na conclusão da obra.
Pessoalmente acredito muito no povo judeu que ainda existe, como sendo o primeiro povo escolhido por DEUS, na pessoa de Abraão e sua esposa Sara. Muitos deles se unirão ao segundo povo escolhido por DEUS, o povo da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o que de fato já está acontecendo. Virão também membros de todas as igrejas, e se declararão fiéis à Bíblia, que é a Palavra de DEUS, e então a obra será concluída.

escrito entre 31/08 e 06/09/2011
revisado em 07/09/2011
corrigido por Jair Bezerra



Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

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