Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto
Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O Evangelho
em Gálatas
Estudo nº 04 – Justificação pela Fé
Semana de 15 a 22de outubro
Comentário
auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de
Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este
comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para
memorizar: “Já estou crucificado com CRISTO; e vivo não mais eu, mas CRISTO vive
em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de DEUS,
o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gal. 2:20, RC).
Introdução de sábado à tarde
Há dois tipos
de conflitos em se tratando de opiniões. Todos conhecem: há o conflito
construtivo e o destrutivo. Nós, do povo de DEUS, temos tido grande dificuldade
em lidar com os dois. Geralmente misturamos como se fossem a mesma coisa. Mais
especificamente, quando membros leigos sinceros, bem fundamentados, tentam
orientar a outra pessoa, mais graduada, esse é considerado como “agitador”.
Contudo, JESUS mesmo disse que devemos nos aconselhar mutuamente. Ellen G.
White também disse isso: “É erro levar os homens a crer que os obreiros de
Cristo não deveriam tomar nenhuma iniciativa além daquela que foi apresentada a
algum obreiro de responsabilidade. Os homens não devem ser ensinados a
considerar outros homens como se fossem Deus. Conquanto seja necessário que
haja um aconselhamento mútuo, e uma unidade de ação entre os obreiros, não deve
ser elemento de controle a mente e o juízo de um homem só” (Mente, Caráter e Personalidade,
v. 1, 263).
Quando há
conflito de ideias mas com a disposição dos envolvidos de encontrar uma solução
que DEUS aprove, isso é bom. Diria, é ótimo. Não se deve sempre dizer, em
pregações, que os leigos só cometem erros e que os ministros só acertam. Esse
tipo de discurso já está cansando, e o flagrante é que todos estão errando
bastante. Então, aconselhemo-nos mutuamente, e sejamos humildes em receber conselhos.
É de se
esperar que as empresas seculares não se tornem mais sábias que nós, servos de
DEUS. Elas inventaram algo interessante.
É a avaliação 360 graus, quando um líder é avaliado pelo seu superior, pelos
seus pares e pelos seus subordinados. E a partir da avaliação, decisões pertinentes
são tomadas. Eles estão colocando em prática a recomendação de JESUS que nos
aconselhássemos uns aos outros.
Do debate
pesado entre Paulo e Pedro, a igreja saiu fortalecida. Nem sempre algum
conflito de ideias é algo ruim. Pode acontecer de ser necessário para o
aperfeiçoamento. Precisamos amadurecer, muito ainda, para nos tornarmos padrão
como JESUS deseja.
- Primeiro dia:
A questão da “justificação”
O que é
justificar? É demonstrar (não apenas
declarar) prova de inocência. Por exemplo, se ocorreu um crime e uma pessoa
se tornou suspeita, para que ela seja declarada inocente, precisa haver
comprovação. Se os fatos aparentemente apontam para ela como autora do crime,
poderá ser presa preventivamente. Se ela não foi a autora do crime, então o seu
defensor precisa encontrar meios para provar isso. Ele pode conseguir provar
que ela não estava naquele local no momento do crime. Pode conseguir, por
exemplo, testemunhas de que esteve bem longe dali, com outras pessoas. Lembro
que certa vez o caderno de presenças de uma disciplina de minha universidade
serviu como uma prova assim. E a pessoa foi absolvida, pois não poderia estar
em aula e praticar um crime ao mesmo tempo. Logo, o seu advogado demonstrou que
ela era uma pessoa sem dívida com a justiça, e o juiz aceitou a comprovação, e
declarou-a uma pessoa justa, que nada devia para a justiça.
Mas a situação
do ser humano é bem diferente. O ser humano cometeu crimes, ele é pecador, e
tem dívidas com a justiça divina. Portanto,
a favor do ser humano não existem álibis. Tem que ser condenado, e a sentença é
a morte. No entanto, aqui temos
outro tipo de solução que só se encontra na justiça divina. Nas
situações da justiça dos homens não existe a possibilidade, nem é aceitável,
que uma pessoa seja morta pelo crime de outra pessoa. É inaceitável porque
dessa maneira, na Terra, se estariam sacrificando os bons em lugar dos maus. De
certa forma isso já acontece. Os bons vivem escondidos atrás de muros, grades e
cercas elétricas e os maus andam soltos. Na
justiça divina, como sabemos bem, JESUS foi morto, voluntariamente, pelos
pecadores. E, se os pecadores que tiveram seus pecados pagos por JESUS aceitarem
esse pagamento, eles recebem o perdão já concedido. E uma vez perdoados, serão declarados justos, isto é, como diz a lição,
declaradas pessoas retas, pessoas que estão sem pecado. Mas essa também não é uma simples
declaração, pois se fosse, seria impunidade. Houve uma demonstração.
Foi na cruz. E há outra demonstração. Ocorre quando a pessoa aceita ser salva e ser transformada pelo
poder de DEUS. Logo a justificação divina não é algo simples como
muitas vezes os pais e mães fazem com seus filhos quando estes erram. Dizem
assim: filho, dessa vez passa, mas na próxima você vai ver o que é bom pra
tosse. E é sempre assim. Isso não é justiça; isso é impunidade, que se torna
incentivo a mais transgressões. A demonstração para que o pecador seja
declarado justo fundamenta-se em dois pontos: na morte de JESUS na cruz, e na
aceitação, pela fé, de que está perdoado e será transformado para um ser perfeito.
Esse ‘vai ser transformado’ são as obras, posteriores à fé, ou melhor, que
seguem a fé. Então a pessoa foi salva porque JESUS pagou seus pecados, ela teve
fé em JESUS, isto é, acreditou nEle, confiou e se entregou, e, já estando
salva, procura continuar assim, não mais pecando, mas observando a lei, isto é,
praticando obras boas. Isso estudaremos amanhã.
Já estudamos a
questão da justificação inúmeras vezes, em lições passadas. Mas esse é um tema
essencial para a salvação, e não custa estudar outra vez.
- Segunda: Obras da lei
Paulo é o
único autor da Bíblia que usa a expressão “obras da lei”. Ele a usa para
explicar que praticando as obras da lei não se alcança a justificação,
isto é, o perdão dos pecados cometidos. O que isso quer dizer? Vamos traduzir
em pensamentos simples.
Obras da
lei é o mesmo que obediência à lei. É colocar a lei em prática, no dia a
dia. E lei aqui se refere a toda a Bíblia, todos os preceitos de DEUS. Por
exemplo, hoje obras da lei, para nós, são todos os requisitos requeridos por
DEUS para esse tempo. Portanto, o que era exigido aos judeus antes da morte de
CRISTO, algumas daquelas coisas não são exigidas a nós, porque algumas leis
foram abolidas, como as referentes ao ritual do santuário. Mas outras nunca
foram abolidas, como as leis de saúde, e principalmente os Dez Mandamentos. E
há outras leis que não foram abolidas, mas que simplesmente não se aplicam a
nós, como as leis nacionais dos israelitas, ou outras, de como se comportar
durante a caminhada no deserto.
E porque Paulo
insiste tanto em explicar que as obras da lei não são suficientes para
justificar um pecador? Precisamos considerar algo sobre o que são as obras da
lei, e o que é justificação.
Obras da lei
pode ser traduzido por obediência às leis de DEUS. Sendo assim, fica fácil
agora entender porque a obediência não serve para justificar um pecado
cometido. Uma vez tendo cometido um, ou mais pecados, e se conseguisse depois
disso nunca mais pecar (teoricamente), e seguisse a vida somente obedecendo a
lei, mesmo assim, aqueles pecados cometidos ficariam pendentes, se de alguma
forma não fossem perdoados.
Essa é a questão fundamental: como se
perdoa um pecado? Nunca mais pecando? Não, assim não se alcança perdão de
pecados já cometidos no passado. Eles ficarão pendentes até que a pessoa morra,
e para o seu nome, sempre estarão debitados como algo que lhe exigiu a morte.
Vamos
exemplificar melhor. Suponha que alguém ande de automóvel numa via e cometa uma
infração grave, por exemplo, trafegar na contra-mão. O guarda aplica a multa. Então,
depois disso, esse cidadão nunca mais comete outra infração de trânsito. Ele
nunca mais desobedece, só obedece. Pode ele assim ser perdoado daquela infração
cometida? Não, não pode. Ele precisa pagar a multa. Se por nunca mais
desobedecer aquela multa for perdoada, então infringir, nessas condições, nunca
receberia castigo, e a lei seria algo sem poder. No Céu, no reino de DEUS, a
lei tem valor, e deve ser respeitada, pois lá o lugar é perfeito.
Fica
estabelecido que pela desobediência à lei se comete pecado, mas não se consegue
apagar aquele pecado por meio da obediência posterior. Se isso fosse permitido,
então teríamos uma lei fraca, sem valor, o que se chama impunidade. Toda lei
tem duas funções: uma é orientar para não errar, a outra, se errar, é
punir. Ela não tem, nem pode ter, por função, perdoar (sobre isso, atente
para as últimas linhas desse comentário, na sexta-feira). Leis, para terem
valor, não podem perdoar, devem punir, ou não são leis.
Logo, para
sermos perdoados, JESUS teve que pagar, morrendo em nosso lugar. Aí a punição
que a lei exigia estava sendo cumprida. A lei, porque veio de Um Ser que é puro
amor, permite essa opção, a de outro pagar o preço do pecado. Mas tem que ser
um outro que nunca tenha cometido pecado, e esse outro tem que ser um membro da
Trindade, o autor da lei. Na verdade esse outro precisa também demonstrar que a
própria lei é justa.
Então sim,
sendo nós perdoados pela morte de JESUS, isto é a graça, se aceitarmos, ou se
crermos em JESUS, então somos perdoados (e que nesse caso é o mesmo que justificados).
Justificar quer dizer ter seus pecados apagados, de tal sorte que passa a ser
uma pessoa como se nunca tivesse cometido algum pecado.
Agora, outro
ponto importante. Uma vez justificado,
se tal pessoa obedecer sempre a lei, isto é, se fizer as obras da lei, então
ela nunca mais peca, e continua sendo justa, e está salva. Contudo, se
pecar outra vez, que é o mais provável a quem ainda não foi inteiramente
transformado, então vai precisar outra vez do perdão de DEUS, baseado na morte
de JESUS na cruz.
- Terça: A base da nossa justificação
A lição de
hoje esclarece um ponto que nós, meros leigos, entendemos mal. É sobre a
salvação pela fé. Mas, a partir dessa lição, cabe uma pergunta: a salvação é pela fé de quem, a nossa ou a
de JESUS? A lição explica que a
nossa salvação ocorre pela fé de JESUS. Mas porque não nos esclareceram
isso antes?
Então somos
salvos pela fé de JESUS. Ele foi quem
viveu como nós deveríamos ter vivido, ou, como Adão deveria ter vivido.
Sujeito a todo tipo de pecado, viveu exemplarmente, obedecendo a lei de DEUS,
em todos os pontos. Essa obediência inatacável, que ninguém pode contestar, que
nem Lúcifer e seus anjos podem acusar de alguma falha, essa é a fé que salva. JESUS, como ser humano, creu em DEUS, Seu
Pai, a viveu na base dessa fé, e assim foi que Ele venceu. Maravilhoso!
Mas tem mais. Nós precisamos ter fé em JESUS, crer nEle,
que isso tudo a Seu respeito é verdadeiro, e confiar nEle que é capaz de nos
transformar e salvar. Essa é a nossa fé? Não, é a fé que Ele nos dá. Isso é um
presente do amor de JESUS por nós.
Então, afinal
de contas, o que nos compete, para sermos salvos? Nada? Não, alguma coisa nos
compete, pois se fosse nada, todos seriam salvos, mas nem todos se salvam. Ora,
se da parte de DEUS foi feito tudo para os seres humanos se salvarem, no
entanto, nem todos se salvarão, então há algo mais a ser feito, além do que
JESUS já fez. O que será esse algo mais? Serão as obras da lei? Não, não são
essas obras. Então, o que falta ainda, para que sejamos salvos? Falta que
sintamos vontade de sermos salvos, ou seja, a vontade, a nossa vontade, essa é
só nossa, jamais será substituída por quem quer que seja, nem mesmo por DEUS.
Temos o livre arbítrio, e esse é um dom que DEUS nos deu, e Ele respeita.
Então, muita
atenção: tudo o que precisa ser feito para um ser humano se salvar JESUS fez.
Isso é o 100%. A nossa parte, é aceitar. Isso é 0% para propiciar a salvação,
mas é o nosso 100% para que aqueles outros 100%, da parte de JESUS, sejam
creditados a nós. Essencialmente falando, só a obediência e a morte de JESUS
salvam, e para que de fato sejamos salvos, temos que aceitar. Aceitando, DEUS
faz o resto por nós, de tudo o que ainda precisa ser feito.
Então, o que
devemos fazer com a nossa vontade, para que sejamos salvos? Isso é simples:
devemos entregá-la (e essa é uma decisão nossa, que pode ser despertada de alguma
forma, como por uma pregação, um apelo, uma leitura, etc.) a JESUS, para que
Ele a torne tal como a vontade dEle. A vontade de JESUS é obedecer a lei, ser
boa pessoa, seguir atos de justiça. Entregar a nossa vontade a JESUS é se
entregar a Ele, para que venhamos a ser como Ele é: obedientes à lei.
Logo, parece
que ficou simples. Somos salvos pela fé de JESUS, e precisamos crer nEle,
confiar nEle, e para isso, devemos nos entregar a Ele, e Ele, por meio do
ESPÍRITO SANTO, nos transformará para seres conforme a Sua imagem. Então, de
vontade típica de pecadores aos poucos passaremos a ter outra vontade, típica
de seres celestiais. Deixaremos de gostar das coisas do mundo que não prestam,
e nos deteremos mais nas coisas do alto, as que são da Nova Terra. E nos
interessaremos em despertar em outros o mesmo desejo, no que seremos
capacitados pelo ESPÍRITO SANTO.
Logo, como
conclusão final, podemos saber se estamos ou se não estamos sendo salvos. Há
uma maneira interessante de se saber isso: se
temos crescente interesse em alcançar a salvação a outras pessoa. Se isso acontece, é porque o ESPÍRITO
SANTO está atuando em nós, o que comprova que estamos sendo salvos.
- Quarta: A obediência da fé
Para entender
mais sobre a fé, melhor é olhar para JESUS. Olha-se para Ele lendo a Bíblia. No
Antigo Testamento encontramos a promessa da primeira vinda de JESUS. No Novo Testamento
encontramos Ele mesmo, em pessoa, e a promessa que Ele fez de uma segunda
vinda. Então, o melhor lugar na Bíblia
para conhecer JESUS são os quatro evangelhos. Lê-los faz muito bem para
conhecer o nosso Salvador e para termos a fé que Ele teve.
Então, qual é
a origem de nossa fé? Ou talvez melhor, de onde vem a fé que precisamos ter
para que nos salvemos?
Ela se origina
do amor de DEUS, aliás, a origem de todas as coisas. E pelas explicações da
lição, podemos dizer que fé é mais que crer. Fé envolve conhecer em quem
cremos, que é JESUS; envolve aceitá-Lo como nosso Salvador; envolve confiar nEle,
e, fundamentalmente, envolve entrega total a Ele. Os demônios creem, mas não se
salvam. Eles não confiam, e por isso, jamais se entregam a JESUS.
Portanto, ter
fé produz alguns resultados, que sempre tem a ver com mudança de vida, ou
mudança de algumas coisas em nossa vida. Pela
fé somos transformados de cidadãos desse mundo para cidadãos do reino de DEUS.
Ou seja, se tivermos fé, sabemos que estamos sendo salvos, se, como ontem
afirmamos, fazemos alguma coisa pela salvação de outras pessoas. E hoje
acrescentamos, outra evidência de que
temos fé e se estamos sendo transformados pelo poder de DEUS. Por exemplo,
se com o tempo, alguma coisa que nos atraía para o mundo, já não nos atrai
mais.
É pela fé que
deixamos das obras do mundo e passamos a apreciar as obras da lei de DEUS. Ou
seja, passamos a gostar de fazer a vontade de DEUS porque Ele nos salvou, e
desejamos permanecer salvos. Ou ainda, fazemos a Sua vontade porque O amamos, e
isso porque Ele nos amou primeiro, desde sempre.
- Quinta: A
fé promove o pecado?
A confusão era
realmente grande. De um lado zelo fanático, muito ligado às tradições, incapaz
de ver o que estava profetizado quanto às mudanças que deveriam ocorrer. A
Bíblia deixa claro qual lei perde sua validade, e qual lei não perde. Mas
aqueles irmãos não conseguiam admitir os escritos. Em nossos dias se dá o
mesmo. Há pessoas que não conseguem admitir que o ESPÍRITO SANTO é DEUS por ser
uma pessoa real. Outros não conseguem admitir a realidade da natureza de JESUS.
Alguns o aguardam para o dia 15 de outubro de 2011 (aliás, aguardavam pois
quando escrevi esse comentário, era dia 19 de setembro, mas ele corresponde ao estudo
do dia 20 de outubro). Fracassos, quando houve a marcação de data, ocorreram
muitos. E parece que a lição nunca é aprendida, pois sempre aparece outro grupo,
combatendo a IASD, pretendendo ter a verdade, baseada na mesma Bíblia e nos
mesmos escritos de EGW. Como pode se criar tanta confusão com fundamento nos
mesmos textos? Simples responder; isso é
uma guerra espiritual, e a estratégia de satanás é enganar, e ele consegue.
Basta que deixe de se apegar, pela fé, a CRISTO, todos os dias, e foque um
pouco mais no “eu”, e vai cair direitinho. Outros não conseguem entender nada
sobre o que EGW escreveu sobre a música, e criam um temporal em cima de textos
simples, claros e diretos. E assim vai. Estamos nos tempos de os escolhidos
terem que se cuidar muito, pois satanás está buscando enganá-los. O esforço é
grande, assim como foi no tempo de Paulo. O inimigo está desesperado, pois tem
pouco tempo, então entrou no jogo do vale tudo.
Paulo estava
sendo acusado de algo, aparentemente com fundamento. Trata-se do seguinte.
Sigamos o raciocínio dos acusadores. Se a salvação é só pela fé, então, se
anula a lei. Logo, também a questão da obediência ou desobediência não faz mais
sentido. Para que a lei, se somos salvos sem obras? Para que a obediência se é
a fé que nos salva, não a obediência? Isso existe hoje, em nossos dias. Não em
nossa igreja, felizmente. Atualmente muitos entendem que somos salvos pela fé,
independente da lei. Por exemplo, uma vez que aceita a JESUS, e foi perdoado,
está salvo, e para sempre. Ou então, partes da lei não valem mais, especialmente
o mandamento do sábado. A lei caiu porque estamos sob a graça.
Mas não era
isso que Paulo pregava, e ele teve que ser bem duro e enfático para explicar o
que realmente pregava.
Ele disse, em
outras palavras, assim: é bem o contrário do que me acusam, pois, se
alguém é salvo pela fé, e depois desobedecendo a lei, e isto é pecado, e ainda
assim continuasse salvo, então JESUS seria ministro do pecado! Ele
aceitaria o pecado e salvaria as pessoas sem libertá-las do pecado. Isto é
a suprema contradição, totalmente ilógico. Afinal, JESUS veio para morrer pelos
pecadores e restaurá-los da condição do pecado, e não para salvar pessoas no
pecado, ou, sendo mais direto, para salvar pecadores não transformados. Ele não
veio salvar pecadores. Ele veio salvar ex-pecadores, ou, pessoas que foram
pecadoras, mas que largaram do pecado porque foram transformadas. Era isso que
Paulo pregava.
O que mais
Paulo disse? Que a salvação pela fé tira de nós todo mérito. Isso quer dizer
que um pecador não está capacitado nem tem condições legais de fazer algo pela
sua salvação, mas que ele é 100% dependente de DEUS. Isso se falando em
salvação. Mas compete ao ser humano sentir o desejo de ser salvo, pelo toque do
amor de DEUS em seu coração. Portanto, explicando assim, o ser humano
desaparece em termos de capacidade, e só DEUS fica em evidência, quanto à
competência de ser Salvador. Se
pudéssemos fazer algo pela nossa salvação (você vai concordar com o que vou
escrever agora) seríamos, nesse caso, parcialmente salvadores de nós mesmos.
Ou seja, um pecador, que só merece ser morto, teria alguma condição ou poder
para se restabelecer, e isso seria feito em conjunto com o Salvador. Mas não é
assim. Tudo o que precisa ser feito para que alguém se salve, vem de DEUS, e
nós, o que devemos fazer, é aceitar, nos entregar, e confiar.
Paulo deixou bem claro: se foi perdoado,
não está livre da lei. Ela continua valendo. Precisa obedecer, para não cair na
condição de pecador não perdoado outra vez, e destruir tudo o que havia construído
ao pedir perdão (Gal. 2:18).
Paulo é muito
esclarecedor. O problema dele, convenhamos, é ser ‘enrolado’ em seus escritos,
o que os torna de difícil leitura. Mas lendo devagar, com atenção, se entende
tudo, e tudo fica no seu devido lugar.
- Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia
da preparação para o santo sábado:
Resumindo
sobre a justificação pela fé em contrário à justificação pelas obras. O que é
uma e o que é outra coisa?
A justificação
pelas obras é uma impossibilidade. Como ela é explicada? Toma por base a
possibilidade do ser humano ter ao menos algum mérito no que faz de bom, isto
é, por obedecer a DEUS, Sua lei. Assim sendo, a salvação viria por atos feitos
por JESUS, e também por atos feitos pelo ser humano. Por exemplo, a parte de
JESUS seria morrer na cruz, e a parte do homem seria praticar a justiça, ou,
obedecer, ou, fazer boas obras, para merecer a salvação oferecida por
JESUS. Nesse caso, o ser humano estaria fazendo alguma coisa para ser salvo,
ou, teria que fazer alguma coisa nesse sentido. De modo que, o mérito da
salvação não seria somente de JESUS, nem somente do homem, mas uma ação
conjunta entre JESUS e os que foram salvos.
Pois bem, tal
possibilidade é na verdade uma impossibilidade. Vamos ver quais as razões:
ð
O ser humano não é Criador, não tem vida
em si, portanto, é incapaz de fazer qualquer coisa para mudar a natureza
mortal em imortal;
ð
O ser humano não tem por natureza um caráter
infalível, como DEUS tem, portanto, não tem condições de mudar a sua
natureza psíquica, e nem de alguém outro;
ð
A luta inicial nem era entre satanás e algum ser
humano, e sim, entre Lúcifer e JESUS CRISTO;
ð
A luta final entre esses dois foi na cruz; ali
se comprovou definitivamente quem é bom e quem é mau, pois JESUS obedeceu a lei
do amor a qualquer custo;
ð
Se DEUS,
ou JESUS, necessitassem da participação da criatura para salvar, então
DEUS não seria poderoso suficiente para fazer isso sozinho, portanto, seria
um DEUS limitado;
ð
Na cruz a vitória foi principalmente moral,
ou seja, da prova da capacidade de amar as criaturas, ratificando que a
lei de DEUS, em forma de Dez Mandamentos, é absolutamente boa, e sua obediência
é para o bem de todos;
ð
No governo celeste pecado tem um único salário,
a morte eterna; assim, nós nos tornamos mortais para morrer para sempre;
ð
Quem se torna mortal, por não ser DEUS, não
consegue fazer nada, mesmo que sejam as melhores obras no Universo, para mudar
alguma coisa em seu estado de mortal;
ð
Nem tão pouco um ser humano consegue fazer
alguma coisa para mudar seu estado psíquico, de pecador para ser justo;
ð
E nem consegue fazer algo para pagar a conta
de seus pecados, que, não importa quantos foram, a soma da condenação é sempre
uma: morte eterna;
ð
A justiça da lei requer que morramos;
ð
No entanto, JESUS, esse sim, puro e perfeito, embora
na condição de ser humano mortal, Se
manteve fiel na obediência, portanto, irrepreensível;
ð
Sendo morto, e ressuscitando, tornou-Se vitorioso sobre satanás e
sobre a morte, pois a que foi submetido era a morte eterna;
ð
PORTANTO,
agora, JESUS tem o direito de fazer de Sua vitória o que desejar, e por nos
amar, Ele a oferece a nós, de GRAÇA;
ð
Na cruz,
na morte e na ressurreição, por ter obedecido em tudo, e não ter falhado em
sequer um ponto, Ele pôde voltar a ser o Rei do Universo, como era antes, foi
obediente a Seus próprios princípios legais;
ð
Portanto,
a legitimidade da autoridade de JESUS é inquestionável, nem satanás pode arguir
algo contra essa autoridade;
ð
Agora não
resta mais a menor dúvida, nem para os seres que já existem, nem para os que no
futuro serão criados, de que DEUS é amor! E nós, terráqueos, fazemos
parte dessa comprovação!
ð
Se aceitarmos, Ele nos concede a Sua vitória,
isso em lugar de nossa derrota, que estamos sofrendo desde que Adão e Eva
caíram;
ð
Se
aceitarmos, aí acontece o seguinte: DEUS nos recebe, Ele nos perdoa e nos
justifica, portanto, assim, de modo bem simples, nos tornamos justos.
ð
Veja bem, DEUS nos receber, nos perdoar e nos
justificar, isso já foi concedido a todos os seres humanos, não só aos que
aceitarem, mas se torna válido só para estes.
ð
Então sim, depois disso, continuaremos justos, e
salvos, se continuarmos praticando boas obras, ou, obedecendo, como obedeceu
JESUS.
Resumindo bem:
na justiça perfeita de DEUS, toda transgressão precisa ser paga. Seja grande ou
pequena. E a pena é só uma, a morte. E que outra pena haveria num reino
perfeito? Para continuar tudo perfeito, quem erra, evidente, precisa ser morto.
Ou não haverá mais perfeição. Mas, maravilhosamente, no reino de DEUS a lei é o
amor. Para o amor existir, não se pode admitir pecado. Portanto, é a condição
do amor que exige morte a quem não ama, ou renunciou à capacidade de amar.
Transgressão é o mesmo que desistir de amar. Por isso, desligou-se do amor, que
é DEUS, então não consegue mais viver, por estar desligado da vida, que vem do
amor. No entanto, esse mesmo amor tem infinito desejo de perdoar para não
perder a intimidade com a criatura que errou. Então o próprio amor, decide
ficar em lugar da criatura amada, e a substitui na morte. Logo, é o amor, e só
ele, que tem as prerrogativas para salvar, ninguém mais.
escrito entre 14 e
20/09/2011
revisado em 21/09/2011
corrigido por Jair
Bezerra
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo
Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do
Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO
como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda
de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a
imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam
estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na
integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como
um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada
por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e
texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que
há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos
se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este
mundo.