sábado, 8 de outubro de 2011

Comentário da Lição - Prof. Sikberto Renaldo Marks - Lição 3 - 4º Trim. 2011


Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O Evangelho em Gálatas
Estudo nº 03 –  Unidade do Evangelho
Semana de    24 de setembro a 1º de outubro
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil


Verso para memorizar:Completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude” (Filip. 2:2, NVI).

Introdução de sábado à tarde
Irmão achar-se-á ligado a irmão, pelos laços áureos do amor de Cristo. O Espírito de Deus, unicamente, é que pode efetuar esta unidade. (...) A Ele unidos, achar-se-ão também unidos entre si mesmos, na mais santa fé. Quando buscarmos esta unidade com o empenho que Deus deseja empreguemos, ela nos virá.” (3 Testemunhos Seletos, 246 e 247, grifos acrescentados). No final da missão da igreja vai haver perfeita unidade. Será então que DEUS agirá em conjunto com os elementos humanos: “Quando tivermos uma consagração completa, de todo o coração, ao serviço de ‘CRISTO’, DEUS’ reconhecerá esse fato mediante um derramamento, sem medida, de Seu Espírito; mas isso não acontecerá enquanto a maior parte dos membros da igreja não forem cooperadores de ‘DEUS’.” (Eventos Finais, 167, grifos acrescentados). Na unidade entre os irmãos há um poder extraordinário, pois as orações sobem ao céu unidas. Ou, do contrário, como dois irmãos podem ser aceitos por DEUS, quando oram, mas um tem algo contra o outro? Enquanto suas orações unidas ascendiam em fé ao Céu, veio a resposta. Moveu-se o lugar onde estavam reunidos, e novamente foram cheios do espírito Santo.” (Atos dos Apóstolos, 68).
‘E cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.’ Atos 2:1 e 2.  “A resposta poderá vir com inesperada rapidez e irresistível poder, ou poderá ser adiada por dias e semanas, e nossa fé passar por uma provação.” (Eventos Finais, 168, grifos acrescentados). “Assim pode ser agora. Ponham de parte os cristãos toda dissensão, e entreguem-se a ‘DEUS’ para a salvação dos perdidos. Com fé peçam a bênção prometida, e virá. A chuva [serôdia] será mais abundante, porém. Qual é a promessa para os que vivem nos derradeiros dias?” (3 Testemunhos Seletos, 211, grifos acrescentados).
Nesse assunto da unidade, há quatro possibilidades. Vejamos uma a uma:
a)      Desunião no erro. Nesse caso todos estão errados e sem união uns contra os outros. Sempre há várias possibilidades de erros, e isso permite conflitos entre pessoas erradas. Essa situação é a pior de todas. De fato, quanto a erros, podem haver muitos, infinitos.
b)      Desunião entre o grupo dos que estão corretos e dos que estão errados. Essa é uma possibilidade não desejável, mas, por vezes, necessária. Ocorre quando numa organização, como uma igreja, se forma no mínimo dois grupos, um que defende a verdade, outro que defende posições que contenham erros. Esse segundo grupo pode estar dividido entre si, pois o erro admite infinitas possibilidades.
c)      Unidade no erro. Essa é uma possibilidade teórica, e na prática, quando ocorre, é temporária. Acontece quando todos são unânimes, estão de acordo, mas no erro. Não perdura, pois como sempre há muitas possibilidades erradas, logo aparecerão os que defenderão outros tipos de erros, e cairão na primeira situação (a).
d)      Unidade no correto. É essa que a igreja deve buscar. E só nessa possibilidade há unidade perfeita, pois ela se forma em torno da verdade, e, verdade, sempre só existe uma. É impossível aparecerem duas verdades, ou mais. Portanto, a unidade da igreja no tempo do fim, será igual à dos apóstolos após o Pentecostes: “Não mais eram eles ignorantes e sem cultura. Não mais eram um grupo de unidades independentes ou de elementos discordantes e em conflito. Não mais depositavam as esperanças em grandezas mundanas. Eram unânimes, e de um mesmo espírito e alma. Cristo lhes enchia os pensamentos. A propagação de Seu reino era o objetivo deles. Em espírito e caráter tinham-se tornado semelhantes a seu Mestre; e os homens "tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus". Atos 4:13” (Educação, 96).
Essa unidade se formará entre o povo de DEUS quando ele estiver experimentando o reavivamento da antiga fé. “Em breve haverá um avivamento que surpreenderá a muitos. (Eventos Finais, 175 e 176). Esse reavivamento já está começando na Igreja Adventista, e não irá interromper. Então, prepare-se, bem logo veremos desenrolar-se a seguinte cena: “Servos de ‘DEUS’, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para outro para proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes em toda a extensão da Terra, será a mensagem dada com advertência. Operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas seguirão aos crentes. Satanás também opera com prodígios de mentira, fazendo mesmo descer fogo do céu, à vista dos homens. (Apoc. 13:13) Assim os habitantes da terra serão levados a decidir-se.” (Eventos Finais, 175, grifos acrescentados). Essa cena está muito próxima de acontecer. Não é mais tempo de ficar inativo; é tempo de ação, para não perder a última oportunidade de participar dos eventos da proclamação do Alto Clamor.


  1. Primeiro dia: A importância da unidade
A unidade na igreja que prega a verdade é essencial. Não existe verdade dividida, não pode haver mais de uma interpretação de algum tema e ainda assim, cada interpretação ser verdadeira. Onde há divisão em termos de doutrinas, na melhor das hipóteses só uma interpretação será a verdadeira. Mas permanece a possibilidade de nenhuma ser verdadeira. Além disso, perante o público, fica sempre aquela sensação de algo dividido, portanto, não confiável. E em termos de igreja essa situação é ainda mais delicada. Afinal, pode-se admitir DEUS conduzindo linhas diferentes de interpretação de Sua Palavra? É inadmissível DEUS abençoar fortemente uma igreja ou irmandade dividida. Jamais DEUS faria tal coisa, estaria agindo contra a Sua natureza, dando mau testemunho dEle mesmo.
É importante que sempre tenhamos zelo pela unidade. Para isso devemos promover reuniões e debater os temas obscuros, onde haja diferentes pontos de vista. Mas para que se alcance a unidade deve haver, da parte de todos, humildade, para o caso de ter de mudar de opinião, possa fazê-lo, com naturalidade. Debater pontos de vista diferentes não é errado. Pelo contrário, se feito com espírito de unidade, com amor, então contribuirá para o aperfeiçoamento das pessoas envolvidas e para o entendimento mais profundo do assunto. E se encontrará a interpretação aceitável.
Paulo foi acusado de pregar um evangelho diferente e contraditório com o que pregavam os demais apóstolos. O alvo dos irmãos descontentes era principalmente Paulo, e já vimos os motivos. O curioso é que nenhum dos demais apóstolos se pronunciou dessa maneira em relação a Paulo. Os outros apóstolos sempre estiveram de acordo com o que Paulo ensinava. Mas por via das dúvidas, Paulo foi a Jerusalém para expor sua pregação, e sanar essa dúvida que brotava nas mentes de não poucas pessoas. Ali ficou definitivamente ratificado que havia sim, unidade entre o que Paulo ensinava e o que ensinavam os demais apóstolos.
Mas havia ainda uma evidência maior dessa unidade. Essa evidência era o progresso da igreja. DEUS não abençoa nem propicia condições para que Sua igreja progrida estando em desarmonia em termos de doutrinas. Ele jamais faria tal coisa, pois estaria avalizando uma mensagem confusa. O crescimento da igreja é forte indicador de ter unidade doutrinária, e de DEUS estar de acordo com as doutrinas. E isso havia naquele tempo.
Em nosso tempo, não há falta de unidade doutrinária na igreja. O que há são pessoas, como naqueles tempos, descontentes com aspectos na igreja, e por esse motivo, a combatem severamente. Mas a lição que aprendemos hoje é que todos, se tiverem alguma dúvida em relação à igreja, devem agir como Paulo, buscar uma reunião e debater o assunto, com humildade da parte de todos. Tem-se percebido grande falta de humildade, tanto da parte daqueles que defendem a verdade como dos que não concordam com ela. Isso só tem levado a maior descontentamento interno e a maior divisão de opinião e de posições. Já li bons artigos em defesa de nossas doutrinas, mas escritos com um tom de arrogância que o seu objetivo, que deveria ser pela unidade, na verdade se tornou um ataque a ela. Faltou tanto sabedoria quanto humildade. Pode acontecer, e acontece frequentemente, de, ao defendermos a verdade, o que é correto, fazê-lo sem prudência, mas com certo sarcasmo. Isso leva a fortalecer os opositores internos bem como a denegrir quem defende pontos de vistas perfeitamente respaldados na Bíblia.
O efeito da perfeita unidade é a concessão de grande poder para a pregação do evangelho. Foi assim no Pentecostes: “Pela obra de Cristo estes discípulos foram levados a sentir sua necessidade do Espírito; pelo ensino do Espírito, receberam seu preparo final, e saíram para a obra de sua vida. Não mais eram eles ignorantes e sem cultura. Não mais eram um grupo de unidades independentes ou de elementos discordantes e em conflito. Não mais depositavam as esperanças em grandezas mundanas. Eram unânimes, e de um mesmo espírito e alma. Cristo lhes enchia os pensamentos. A propagação de Seu reino era o objetivo deles. Em espírito e caráter tinham-se tornado semelhantes a seu Mestre; e os homens "tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus". Atos 4:13” (Educação, 96, grifos acrescentados).

  1. Segunda: Circuncisão e os falsos irmãos
A circuncisão foi uma prática instituída por DEUS a Abraão e todos os seus descendentes homens, bem como a todos os homens de alguma forma a ele vinculados (trabalhadores, servos, etc.). Tornou-se um requisito legal na Lei dada a Moisés (vide em Lev. 12:2 e 3). Era feita ao 8º dia de vida, e sempre nesse dia, mesmo que fosse sábado. Era realizada nesse dia porque a vitamina k até ao sétimo dia não é suficiente, mas no oitavo sim. Portanto, facilita a cura e previne hemorragia.
No primeiro século da Era Cristã o costume continuava entre os judeus. No entanto, até os profetas do Antigo Testamento já tratavam a respeito da circuncisão, dizendo que era mais importante a aflição do coração que o corte na carne, como podemos ler em Deut. 10:16 e 30:6 e Jer. 4:4 e 9:25. Interessante é que os judeus, circuncidados na carne, no entanto insensíveis às palavras proféticas enviadas por DEUS, eram chamados de ‘incircuncisos’, como está em Jer. 6:10 e Atos 7:10.  Paulo trata bem desse assunto em Romanos 2:25 a 29: “Porque a circuncisão tem valor se praticares a lei; se és, porém, transgressor da lei, a tua circuncisão já se tornou incircuncisão. Se, pois, a incircuncisão observa os preceitos da lei, não será ela, porventura, considerada como circuncisão? E, se aquele que é incircunciso por natureza cumpre a lei, certamente, ele te julgará a ti, que, não obstante a letra e a circuncisão, és transgressor da lei. Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.” Paulo está dizendo que importante é guardar a lei. Se guarda a lei, isto é, a aliança entre DEUS e o homem, já está circuncidado. Mas se não guarda a Lei, mesmo tendo sido circuncidado na carne, é considerado por DEUS como incircunciso.
A circuncisão entre o povo de DEUS tornou-se apenas num ritual. Passaram a valorizar o rito. Era importante estar circuncidado, e isso era visto como condição para ser salvo, como está em Atos 15:1. Portanto, estavam tratando da salvação. E, de fato, o importante é a salvação. Porém, para isto, temos que nos arrepender, e depois, obedecer. A obediência é a circuncisão na mente, como que dizendo: dependo inteiramente de DEUS e da Sua vontade.
Hoje em dia ainda se pratica muito a circuncisão. Mas é uma medida de higiene, e em alguns casos é realmente necessária. Mas, como ritual religioso, não é mais necessária. Muito menos que se crie motivo para polêmica entre os irmãos.

  1. Terça: Unidade na adversidade
“Rogo-vos... que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Efés. 4:1-3.
“Paulo insta com os efésios para que preservem a unidade e amor. ... Divisões na igreja desonram a religião de Cristo ante o mundo, e dão ocasião aos inimigos da verdade para justificar o seu procedimento. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 80.
“A união dos crentes com Cristo terá como resultado natural a união de uns com os outros, união cujo vínculo é o mais duradouro sobre a Terra. Somos um em Cristo, como Cristo é Um com o Pai. Os cristãos são ramos, apenas ramos, na Videira viva. ... Nossa vida tem de vir da videira-mãe. É somente mediante união pessoal com Cristo, por comunhão com Ele diariamente, a toda hora, que podemos produzir os frutos do Espírito Santo. ... Nosso crescimento na graça, nossa felicidade, nossa utilidade, tudo depende de nossa união com Cristo e o grau de fé que nEle exercemos. Conselhos Sobre Educação, págs. 77 e 78.
“Habitando a palavra e o espírito da verdade em nosso coração, separar-nos-ão do mundo. Os imutáveis princípios da verdade e do amor ligarão coração a coração, e a força da união será proporcional à medida de graça e verdade fruídas. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 209.
“A vinha tem muitos ramos, mas embora todos os ramos sejam diferentes, não conflitam entre si. Na diversidade há unidade. Todos os ramos obtém o seu nutrimento de uma só fonte. Isto é uma ilustração da união que deve existir entre os seguidores de Cristo. Em suas diferentes linhas de trabalho, todos têm apenas uma cabeça. O mesmo Espírito, em diferentes maneiras, atua por meio deles. Existe ação harmônica, embora os dons difiram. ... Deus chama a cada um... para o seu apontado trabalho segundo a habilidade que lhe foi dada. SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.090.
“Temos que manter um caráter, mas esse é o caráter de Cristo. Se tivermos o caráter de Cristo, poderemos trabalhar juntos na obra de Deus. O Cristo que em nós está encontrará ao Cristo que está em nossos irmãos, e o Espírito Santo consagrará essa união de sentimentos e de procedimento que testifica perante o mundo que somos filhos de Deus. Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 385” (Maravilhosa Graça, MM de 1974, p. 209).
A lição apresenta umas perguntas, bem no rodapé. Existem formas de evangelismo que incomodam? Quais são elas? Por que incomodam? Você precisa ter a mente mais aberta para essas coisas?
Ellen G. White pode responder (todos os grifos foram acrescentados):
A mensagem há de ser levada não tanto por argumentos como pela convicção profunda do Espírito de ‘DEUS. Os argumentos foram apresentados. A semente foi semeada e agora brotará e frutificará.” (GC, 612; EF, 183).   “E ao falarem esses obreiros acerca da verdade e a porem em prática e orarem por seu progresso, DEUS’ comoverá os corações.” (3 Testemunhos Seletos, 335). 
“Os homens serão em breve forçados a tomar grandes decisões [aqui se refere à controvérsia entre o sábado e a imposição do domingo], e nosso dever é cuidar de que lhes seja proporcionada a oportunidades de compreenderem a verdade, a fim de que se decidam inteligentemente pelo direito.” (3 Testemunhos Seletos, 345).
“Assim será proclamada a mensagem do terceiro anjo. Ao chegar o tempo para que ela seja dada com o máximo poder, o Senhor operará por meio de humildes instrumentos, dirigindo a mente dos que se consagraram ao Seu serviço. O obreiros serão antes qualificados pela unção de Seu Espírito do que pelo preparo das instituições de ensino. Homens de fé e oração serão constrangidos a sair com zelo santo, declarando as palavras que ‘DEUS’ lhes dá” (...) Os pecados de Babilônia ... tudo será desmascarado.” (O Grande Conflito, 606).
“‘DEUS’ realizará uma obra em nosso tempo que poucos esperam. Ele suscitará e exaltará entre nós os que são mais adestrados pela unção de Seu Espírito, do que pelo preparo exterior de instituições científicas. Estes meios não devem ser desprezados ou condenados; eles são ordenados por ‘DEUS’, mas só podem fornecer as habilitações exteriores. ‘DEUS’ mostrará que não depende de seres humanos instruídos e cheios de si.” (Eventos Finais, 176).
“Assim como outrora chamou pescadores para serem Seus discípulos, Ele suscitará dentre o povo comum a homens e mulheres que realizem Sua obra. Em breve haverá um avivamento que surpreenderá a muitos. Os que não percebem a necessidade do que deve ser feito serão passados por alto, e os mensageiros celestiais trabalharão com os que são chamados de pessoas comuns, habilitando-as a levar a verdade para muitos lugares. (Eventos Finais, 175 e 176).
“Permiti-me dizer-vos que o ‘SENHOR’ trabalhará nesta última obra de um modo muito fora da comum ordem de coisas e de um modo que será contrário a qualquer planejamento humano. Haverá entre nós, os que sempre desejarão dominar a obra de ‘DEUS’, para ditar até que movimentos se farão quando a obra avançar sob a direção do anjo que se une ao terceiro anjo na mensagem a ser dada ao mundo. ‘DEUS’ usará maneiras e meios pelos quais se verá que Ele está tomando as rédeas em Suas próprias mãos. Surprender-se-ão os obreiros com os meios simples que Ele usará para efetuar e aperfeiçoar sua obra de justiça.” (Eventos Finais, 175).
Muitas vezes, em nome das diferenças culturais, importamos métodos estranhos a DEUS, métodos que Paulo nunca utilizaria. Há, entre nós, iniciativas não apenas desconfortantes, mas verdadeiras portas de saída, não de entrada para o reino de DEUS. Dá a entender que perdemos a capacidade de criatividade, e, sem o poder do ESPÍRITO SANTO, tornaram-se necessárias cópias grosseiras das igrejas carismáticas populares, para trazer alguns aos caminhos do Senhor.
O que nos falta, pelo que se lê nas citações acima, é apenas o poder do ESPÍRITO SANTO. Ele será concedido somente ao trigo, não ao joio.
A ação liberal do joio, isso é desconfortante!

  1. Quarta: Confronto em Antioquia
Perceba só que história. Pedro estava em Antioquia, que fica na Síria. Estava entre os conversos que não eram judeus. Por aqueles dias relacionava-se normalmente com eles. Até chegava a fazer refeições junto com eles, em suas casas. Visitava-os como verdadeiros irmãos de uma mesma fé. Ou seja, havia harmonia.
Mas um dia desses, vieram para aquela cidade alguns judeus cristãos. Esses não admitiam relacionamento normal com gentios cristãos. Ainda eram vistos como não merecedores da salvação por CRISTO. Sabem o que Pedro fez? Mudou seu comportamento. Não andava mais com aqueles gentios cristãos, não ia mais fazer refeições com eles, nem se relacionava com eles. Manteve distância. Isso depois da revelação de DEUS sobre aquele lençol, no caso de Cornélio, que não se devia considerar imundo uma pessoa de outra etnia.
E porque razão Pedro se comportou assim? Porque ficou com medo daqueles judeus cristãos, do que iriam dizer ou iriam fazer.
Sabe que palavra serve bem para descrever Pedro nessa atitude? Covardia! E outro apóstolo, Barnabé, pela má influência de Pedro, acabou fazendo o mesmo. Quando Paulo passou por lá, soube de tudo isso, e tomou uma decisão discutível, mas, parece ter sido correta. Ele repreendeu severamente a Pedro, em público, diante das pessoas. Deve-se fazer isso? Creio que sim, se aquilo que a pessoa, como Pedro fez, tenha causado algum prejuízo a muitas outras pessoas, como foi o caso. Um dos grandes problemas, que incentivam mau comportamento é a impunidade, ou a aparência de impunidade. Em especial, quando se trata de um líder na igreja. Sou absolutamente descrente quanto a resolver certos problemas simplesmente transferindo para outro lugar. Isso faz a igreja de babilônia, mas não se pode admitir tal coisa entre o povo de DEUS.
Pedro já havia cometido um ato covarde, quando negou a JESUS, no dia de seu julgamento. Ele disse que nem conhecia a JESUS, embora sendo discípulo dEle. Agora Pedro caiu outra vez em seu ponto fraco: ser um covarde. Foi a segunda queda de grandes consequências. Outro homem teve que chamar a sua atenção. O lençol que DEUS lhe havia mostrado para ensinar não fora suficiente.

  1. Quinta: A preocupação de Paulo
Que consequências a atitude de Pedro trazia sobre a igreja, que irritou tanto a Paulo?
ð                 Pedro agia de uma maneira junto aos gentios, e de outra, quando visto pelos judeus cristãos, e isso é incoerência que gera confusão, descrédito e partidarismo.
ð                 A atitude de Pedro levava a uma conclusão fatal para a igreja, de que havia duas classes de cristãos: a superior, que seria dos judeus convertidos ao cristianismo; e a dos gentios cristãos, essa inferior. Assim haveria continuidade do antigo sistema de preconceito em relação aos outros povos não descendentes de Abraão, como era o caso, por exemplo, dos samaritanos.
ð                 Essa atitude também reforçava o argumento dos judeus cristãos contra Paulo, de que ele estava errado por não exigir o ritual da circuncisão e outras coisas, dos gentios.
ð                 E ainda anulava, ou ao menos colocava em segundo plano, a decisão tomada no concílio de Jerusalém, de que esse ritual já não teria mais valor.
Assim sendo, Pedro, uma pessoa influente na igreja, pois era nada menos que um dos doze apóstolos, serviria bem aos planos de satanás em dividir a igreja, em criar confusão, em perpetuar o preconceito contra outras etnias e povos, e finalmente, para o enfraquecimento da igreja recém iniciada. Não se tratava apenas do enfraquecimento do trabalho de Paulo, mas do conjunto todo, alimentando uma cisão que já estava em andamento. Esse foi o motivo da enérgica repreensão, em público, a Pedro. Todos deviam saber que algo errado estava em andamento, que já muitos haviam aderido, e que um apóstolo estava endossando esse erro. Assim se busca extirpar o mal pela raiz.

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Quem não comete erros seja o primeiro a atirar pedras. Nesse planeta todos erramos, e não há exceção. Aliás, erramos demais. Por isso precisamos perdoar-nos uns aos outros, e não levarmos em conta esses erros.
Mas há erros que jamais deixarão de causar estragos. São os cometidos em púlpito, e principalmente quando assistidos por pessoas que chegaram pela primeira vez, que não pertencem à igreja. Desses erros há uma categoria que se repete, e por pura bobeira. Há um costume em usá-los, inclusive aparecem em DVDs, gravados. É o de ministros acusarem membros leigos de cometerem erros, principalmente contra recém batizados, ou contra pessoas interessadas. Sempre são os membros que erram, nunca os ministros. É recorrente ver-se tal acusação. Dias atrás presenciei um desses. Um evangelista, em seu sermão, destacou dois erros cometidos, um por uma irmã, e outro por um irmão. Segundo o ministro, resultaram na perda de membros recém batizados. Então esse ministro cometeu o erro dele. Fez uma gozação direta sobre uma pessoa que o assistia, que tornou o ambiente bem pesado, constrangedor até. Será que essa pessoa vai voltar? Sim, ela volta, pois está bastante firme na fé, há muito tempo está na igreja. Essa pessoa sou eu. O ministro não me conhecia. Mas foi muito chato, posso dizer. Principalmente depois de ter de ouvir, como de costume, que os leigos sempre erram. Aliás, leigos em teologia, mas profissionais em muitas outras coisas, inclusive em oratória, para ensinar alguma coisa a esse ‘não leigo’.
Se Paulo repreendeu tão severamente a Pedro, estou repreendendo esse ministro, principalmente porque sei que esse sermão já foi feito em outros lugares, com a mesma brincadeira de mau gosto, que causa constrangimento.
Irmãos todos, deixemos de procurar ser mais que os outros. Procuremos ser humildes e simples. Erros todos nós cometemos, mas, se eles acontecerem, no entanto a pessoa for reconhecida por todos como simples, humilde, sem pretensões de superioridade, o estrago desses erros será menor, talvez nem gere efeitos negativos.
Essas são lições para se conhecer o passado, mas só conhecer o passado não é suficiente. Se elas não servirem para aplicação prática no presente, nesse caso, estaremos nos preparando para viver mais corretamente naquele passado. Ora, estaremos nos preparando para viver num tempo que nunca mais se repetirá. Nós vivemos no dia de hoje e devemos cuidar desse dia, para que o amanhã seja melhor que hoje, e assim por diante. Para que assim seja, devemos aprender com os erros e acertos dos que viveram no passado, mas não devemos estudar essas lições como que para vivermos em lugar deles, e sim, para vivermos a nossa vida, preferencialmente não repetindo outra vez aqueles erros. Isso significa, aprender com eles. Portanto, se no estudo das lições da Escola Sabatina não houver alguma aplicação prática para a nossa vida, e para a condução de nossa igreja, então não passará de mero academicismo sem fruto algum. Nesse caso o estudo transformará a Escola Sabatina numa figueira estéril, que não dá frutos. Não deve ser assim. Aliás, não será assim, exceto no caso do joio.

escrito entre  07 e 13/09/2011
revisado em 14/09/2011
corrigido por Jair Bezerra



Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

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