segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Comentário da Lição - Prof. Sikberto Renaldo Marks - Lição 2 - 4º Trim. 2010

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto Trimestre de 2010
Tema geral do trimestre: Figuras dos Bastidores
Estudo nº 02    Calebe: Convivendo com a Espera
Semana de   02 a 09 de outubro
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil


Verso para memorizar: “Espero pelo Senhor mais do que as sentinelas pela manhã; sim, mais do que as sentinelas esperam pela manhã! Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel, pois no Senhor há amor leal e plena redenção” (Salmo 130:6 e 7, NVI).

Introdução de sábado à tarde
Calebe, ou Caleb, era filho de Jefoné, um homem não judeu; era quenezeu (Josué 14:6), que se casou com uma moça judia (Gên. 15:19 e Num. 32:12). Jetro, sogro de Moisés também era do povo nômade dos quenezeus. Caleb pertenceu à tribo de Judá (Num. 13:6), talvez por sua esposa. “Mas, ao mesmo tempo em que infligia o juízo, Deus Se lembrava da misericórdia. Os amalequitas deviam ser destruídos, mas os quenezeus, que habitavam entre eles, foram poupados. Este povo embora não estivesse inteiramente livre da idolatria, eram adoradores de Deus, e mantinham amistosas relações com Israel. Dessa tribo era o cunhado de Moisés, Hobabe, que acompanhara os israelitas em suas viagens através do deserto, e, pelo seu conhecimento do território, prestara-lhes valioso auxílio” (Patriarcas e Profetas, p. 627 e 628).
Sobre Calebe:
“Existem algumas dúvidas sobre a exata ascendência de Calebe. Em 1 Crônicas 2.18, está mencionado que Calebe era filho de Hezrom. Por outro lado, Jefoné, o quenezeu, é chamado pai de Calebe em Números 32.12. Os quenezeus, descendentes de Quenaz, parecem ter sido uma das tribos nômades dos desertos do Sinai (Gn 36.15). Foi em uma dessas tribos de edomitas que Moisés se casou (Jz 1.16; 4.11). A migração de Israel em direção ao norte atraiu alguns desses povos e eles se reuniram com fé, ao Senhor e ao seu povo. A família de Calebe foi anexada à tribo de Judá, e Calebe conquistou rapidamente uma posição de liderança. Embora o chefe da tribo fosse Naassom, filho de Aminadabe (Nm 2.3), foi Calebe que representou a tribo como espia e, mais tarde, como um daqueles que dividiu a terra em áreas tribais (Js 21.12). Está registrado que foi entregue a Calebe a sua parte “no meio dos filhos de Judá” (Js 15.13), implicando que ele não era realmente um membro daquela tribo. Séculos mais tarde, nos dias de Saul e Davi, os descendentes de Calebe ainda formavam uma família distinta em Judá, e sua parte do país parece ter sido um enclave na tribo (1 Sm 25.3; 30.14)” (Dicionário Biblico Wycliffe pag 340).
Outra curiosidade dos ascendentes de Calebe encontramos no Dicionário e Enciclopédia Bíblica em forma de E-Book. Veja que interessante, os recabitas, citados positivamente na Bíblia, eram parentes dos queneus. “Os descendentes de Recabe, através de Jonadabe. Pertenciam aos queneus, que acompanharam os filhos de Israel até à Palestina, habitando entre eles. Moisés casou com uma quenita (Jz 1:16) e Jael era mulher de “Heber, o queneu” (Jz 4:17). Saul também se mostrou bondoso para com os queneus (1Sm 15:6). A maior parte dos queneus habitava em cidades e adotaram hábitos de vida estáveis (1Sm 30:29); mas Jonadabe proibiu os seus descendentes de beberem vinho e de viverem em cidades. Foi-lhes ordenado que levassem sempre uma vida nômade. Eles aceitaram a lei estabelecida por Jonadabe e notabilizaram-se, no tempo de Jeremias, pela sua fidelidade aos hábitos já há muito estabelecidos pela família (35); e este traço de caráter é mencionado pelo profeta com o propósito de reforçar a sua própria exortação. São mencionados em Neemias 3:14 e 1Cr 2:55. O Dr. Wolf (1839) descobriu na Arábia, perto de Meca, uma tribo que se dizia descendente de Jonadabe; e recentemente, uma tribo beduína foi descoberta perto do Mar Morto, dizendo-se também descendente do mesmo chefe queneu.”
Calebe sofreu a escravidão no Egito até os 40 anos, vagou no deserto por outros 40 anos, e, aos 80 anos, abençoado por DEUS, disse que tinha vigor para ir à guerra e conquistar a terra prometida. De todos os israelitas de 20 anos para cima, somente Josué e Calebe entraram em Canaã, os demais, todos, morreram nas areias do deserto, por atos de rebeldia. Ou seja, de 600.000 homens dessa idade, somente dois foram fiéis a DEUS, excetuando Moisés e Arão, que morreram um pouco antes. Isso dá uma certa dimensão do quanto o coração dos seres humanos é ‘teimoso’.
Por esse fato, de ser um dos dois em 600.000 e entrarem em Canaã, é que o estudo desse tema se torna peculiar. Quem é esse que passou por uma ‘seleção’ tão difícil? O que havia de tão especial em Calebe que dos que saíram do Egito acima de 20 anos, só ele e mais um herdaram a Terra? Era ele alguém especial? Tinha ele dotações mentais superiores? Ou era ele apenas uma pessoa comum, como as demais? O que fez a diferença para tão grande seleção?
É de se atentar que Jefoné nem era judeu. Portanto, um pai de origem pagã. E ainda assim, seu filho foi um vencedor na vida profissional e na vida espiritual.

  1. Primeiro dia: Os fatos
E lá estavam eles, os milhares de Israel, quinze meses depois de saírem do Egito, bem perto de Canaã, a terra prometida. Agora não faltava muito para sua nova morada. DEUS os tirara com mão forte do Egito. Haviam visto como DEUS os favorecera e como castigara o faraó e seus deuses, e como desfizera no Mar Vermelho seu exército. Não sobrou sequer um homem, e deles, não morreu sequer uma pessoa. O grande exército inimigo desapareceu nas águas; eles, porém, com animais, crianças, mulheres e velhos, além dos homens e mulheres em idade para fazer força, passaram a salvo. Foi uma sucessão de milagres. Sim, não seria por meio de um só milagre para que se fizesse tanto. Viram o poder de DEUS. Viram-No também no Sinai, nas providências pelo alimento, pela proteção com fogo aquecedor à noite e com a nuvem protetora do calor de dia, no meio do deserto. Água e pão não lhes faltava, era só colher. E DEUS estava presente, bem no meio deles, dentro da tenda. Ele mesmo os conduzia.
Agora voltam os doze espias de ver a terra. Era terra boa, de fartura, de muitas cidades, de campos férteis. Os frutos da terra eram impressionantes, como nunca visto no Egito. As pessoas que moravam no lugar, muitos povos, eram fortes e saudáveis, sinal de região boa para se viver. Havia inclusive os descendentes de Enaque, gigantes. Deveriam ter perto de três metros de altura, como bem mais tarde se vê em Golias, que tinha dois metros e noventa. E eram fortes, numerosos e poderosos. Esses viviam nas montanhas, demonstrando que no alto também havia terra boa como nos vales. Se não fosse assim, os gigantes já teriam desapossado os habitantes dos vales.
A situação era bem definida. Era os israelitas, povo muito mais numeroso que qualquer deles, com um DEUS infinitamente superior, cuja superioridade já fora demonstrada à exaustão, contra aqueles povos. Os povos de Canaã confiavam em deuses que eles mesmos imaginavam, e que nada podiam, como não puderam os deuses do Egito, contra o povo eleito pelo DEUS Criador. Assim como saíram com mão poderosa, agora era inverter a situação, tomar posse com mão poderosa.
Mas, fé é algo que temos que cultivar o tempo todo. A fé pode simplesmente desaparecer de um momento para outros. Isso a história bíblica demonstra muito bem. É o caso de Elias, que um dia foi instrumento de atos corajosos e poderosos, e noutro dia, um homem debilitado e fujão. Cuidado com a fé. É como um delicado cristal, que se quebra facilmente com novas circunstâncias.
Bastaram dez espias, dentro os doze, a dizer: não podemos vencer aqueles povos, e pronto, milhares creram neles e não mais em DEUS. A palavra de dez homens lhes foi muito superior que as demonstrações e a palavra de DEUS. E nem sequer consultaram Moisés, homem que já sabiam bem ser servo confiável de DEUS. Se ao menos fosse falar com Moisés e perguntar o que ele tinha para dizer diante do relato de dez espias contra dois. Josué e Calebe diziam que era possível conquistar a terra pelo poder de DEUS. Mas ... ouviram os homens e assim decidiram: preferimos voltar ao Egito.
Pela decisão deles mesmos, ficaram mais 38 anos no deserto, até que morressem todos os rebeldes. Em nossos dias, estamos bem diante de Canaã celestial. A igreja está aquecendo, deixando de ser morna, a olhos vistos. Pela distribuição de literatura de pequeno porte, folhetos bem elaborados, a igreja vem dando a mensagem ao mundo. E pelas quarenta madrugadas, que se repetem, percebe-se o reavivamento por parte de muitos; mas, de longe, não da maioria. Esse é o principal sinal de que a igreja adventista está se preparando para dar ao mundo a última mensagem antes da vinda de CRISTO. Não ficaremos aqui por mais muito tempo. Faltam poucos anos para que nos seja dada a vitória que CRISTO já alcançou na cruz. Mas esse será um tempo de tremendas lutas. Diante da pressão do inimigo, muitos preferirão o mundo e suas aparentes facilidades. Essas facilidades desaparecerão como fumaça, e quem nelas tiver confiado ficará sem nada. Mas os servos de DEUS terão proteção, pão e água do Céu. Muitos abandonarão a igreja bem diante da Canaã celestial. Muitos confiarão na palavra de homens, não na dos profetas de DEUS, nem da de JESUS CRISTO. Por favor, pense um pouco mais antes de tomar decisões que repitam o fracasso de Israel; porque ouviram o palpite furado de alguns homens, e não mais confiaram no poder de DEUS.

  1. Segunda: Permanecendo em pé quando necessário
Na igreja tem gente pior que fora, no mundo. Na igreja acontecem muitas coisas ruins. Na igreja há muitos líderes que introduzem mundanismo, ou são autoritários.
É verdade! É uma realidade, e estava profeticamente previsto. Porém, esses fatos são motivos ou desculpas para muitos abandonarem a igreja? Aí já não é razoável.
Note bem, aqui nesse mundo estamos em guerra espiritual. Seria de estranhar se na igreja não houvesse esses problemas. Grande parte deles vem de inimigos infiltrados nela. São agentes de satanás, sutilmente fazendo seu trabalho nocivo. O estranho seria, se em nossa igreja, não houvesse inimigos infiltrados; afinal, sendo a igreja verdadeira, e não ter inimigos, seria algo fora da normalidade em qualquer guerra.
Quem mais teria motivos para semelhantes desculpas, senão Calebe e Josué? Eles voltaram da missão de espiar a terra, e viram lá algo deslumbrante. Era agora confiar em DEUS, Aquele que os conduzira pelo deserto com mão forte, e tomar posse da terra. Era só confiar.
Mas o que aconteceu? Seiscentos mil homens, mais suas mulheres, mais os outros dez espias, contra dois homens. O que era de se esperar de Josué e Calebe? Que eles deixassem o povo e formassem um povo por conta própria, ou que abandonassem tudo, e se unissem a algum povo ao redor.
Mas não foi isso que aconteceu. Eles dois de um lado, e centenas de milhares do outro lado. Os dois querendo lutar pela posse da terra, os restantes, querendo voltar para o Egito, clamando e chorando que seus filhos morreriam no deserto. Porém os dois ficaram firmes no povo de DEUS, não abandonaram esse povo, sofreram mais 38 anos no deserto, e só depois conquistaram a terra. Eles não desertaram, eles não apostataram, apesar do mau comportamento da maciça maioria. Eles representavam 0,00016% dos que se mantiveram ao lado de DEUS; os que foram contra entrar na terra formaram outros 99,99984%. Mesmo sendo só dois, contra tantos, e mesmo sabendo que eles dois estavam corretos e todos os demais errados (fora Moisés e Arão, e quem sabe suas esposas), permaneceram integrantes no povo escolhido de DEUS.
Cabe lembrar aqui a atitude de Moisés. Diante do comportamento absurdo do povo, DEUS Se propôs a formar outro povo de Moisés. E Ele faria mesmo se Moisés não argumentasse em contrário, mas aceitasse. Aqui vemos o papel de um líder entre o povo: nunca deixar de ser fiel.
Hoje Calebe e Josué representam os membros da igreja, os que são trigo, e Moisés representa os líderes e pastores, aqueles que se mantém fiéis, como o trigo. Embora existam, hoje, inúmeros inimigos na igreja, esses não a abandonam, pois sabem que fora dela, a situação é muito pior. Ou seja, saindo da igreja, para onde iremos para encontrar JESUS?
Não, meu leitor, não saia da igreja. Estamos em guerra espiritual, e já era esperado que houvesse trigo e joio misturado, que houvesse inimigos na trincheira, que houvesse rebeldes agindo pelo inimigo. Portanto, olhe para aquelas pessoas que foram transformadas pelo poder do ESPÍRITO SANTO. Há muitas dessas na igreja; elas dão bom testemunho, são trigo. Não se desespere se ouvir aqui ou ali alguma notícia que esse ou aquele líder está participando do Ecumenismo. Deixe-o seguir o seu caminho, e que se perca se assim desejar. Mas, porque líderes passaram para o inimigo, você, em razão disso, vai fazer o mesmo? Que tipo de raciocínio é esse? Há inteligência nisso? Pelo fato de alguns que preferem o mundo e o introduzem na igreja, é você quem vai sair? Sabe o que pode acontecer? Pode dar-se o fato de alguns desses que hoje são joio se arrependerem, e serem transformados em trigo, e se salvarem, e você, que deixou o rebanho, se perder. Tenhamos Calebe e Josué como exemplos. Quando parecia que estavam sós ao lado de DEUS, assim mesmo, não se demitiram de DEUS, e permaneceram fiéis a Ele.
No dia de hoje a lição valeu-se de um exemplo bem infeliz. Torna-se necessário que se comente isso, pois pode levar a perda da vida eterna. Usou o caso da torcida de futebol, onde a multidão perde o senso de racionalidade. Precisava, nesse caso, aproveitar para alertar sobre torcer para times de futebol, coisa que é um problema para a maioria dos que esperam JESUS voltar nas nuvens. Deve, no entanto, ficar bem claro, que torcedores de futebol não herdarão o Reino dos Céus. Lá só entrarão pessoas capazes de conviver unidas umas com as outras, em amor, sem nenhum motivo para alguma forma de divisão, ou postura de competição. Deixamos aqui o registro. É bom que se saiba que, ter torcedores de futebol, ou seja lá o que for, na igreja, a enfraquece, e atrasa o derramamento do ESPÍRITO SANTO, pois Ele não virá sobre uma igreja dividida. Vamos nos examinar sobre esse ponto, pois o efeito dele é semelhante quanto foi a atitude de Acã, que resultou na derrota ante a vila de “Ai”. Sim, em vez de conquistar Ai, foi ai de nós.

  1. Terça: Reivindicando as promessas de DEUS
Seiscentos mil covardes já morreram no deserto. Diante da covardia deles, uma mediocridade por falta de fé, ficaram dois em pé, Calebe e Josué. 40 anos mais tarde, Josué era o comandante das forças de Israel. Já estavam conquistando a terra, quando Calebe foi falar com Josué, pedindo o monte habitado pelos enaquins, aqueles gigantes que meteram medo em 600.000 homens. Agora, Calebe e sua família queriam lutar, para conquistar aquele monte onde esses grandes e fortes homens moravam. Uma nação fugiu de diante deles. Calebe havia dito que DEUS daria a vitória. Assim como ele confiava há 40 anos (ou quase esse tempo), assim como era a força de Calebe aos 40 anos de idade, agora, aos 85 anos, era o mesmo homem. A nação fugiu diante dos gigantes; um homem e sua família se propõe a conquistar aquele pedaço de terra, um monte.
A terra dos enaquins não era ruim, era boa. Eles dominavam não apenas o alto da montanha, também havia terras baixas (ver em Josué 15:18 e 19). Esses homens muito grandes e fortes ocupavam terra boa, não fosse assim teriam partido para tomar a terra de outros, como era o costume na época. O que Calebe herdou foram casas enormes, bem mais altas que as dos outros povos, construções grandes, terras muito bem trabalhadas e ben-feitorias feitas por pessoas de muita força. Havia uma cidade no monte que Celebe conquistou (os enaquins possuíam várias cidades, e Calebe herdou uma delas) por nome Quiriate-Harba, que Calebe mudou para Hebrom. Harba era o nome do maior homem entre os enaquins, que chegavam a ter 3 metros de altura, e eram muito fortes.
Ou seja, o homem mais velho de Israel, lutou contra aqueles que Israel teve medo, e os conquistou, ficando com a terra deles para si e sua família. “A fé de Calebe era agora precisamente o que fora quando seu testemunho havia contradito o mau relato dos espias. Acreditara na promessa de Deus de que Ele poria Seu povo na posse de Canaã, e nisto seguira inteiramente ao Senhor. Suportara juntamente com Seu povo a longa peregrinação no deserto, participando assim dos desapontamentos e trabalhos dos culpados; não apresentou, contudo, queixa contra isto, mas exaltou a misericórdia de Deus que o preservara em vida no deserto, quando foram eliminados seus irmãos. Entre todas as dificuldades, perigos e pragas, nas vagueações pelo deserto, e durante os anos de guerra desde que entraram em Canaã, preservara-o o Senhor; e agora, passados os oitenta anos, não se encontrava abatido o seu vigor. Ele não pedia para si uma terra já conquistada, mas o lugar que mais do que todos, os outros espias haviam julgado impossível subjugar. Com a ajuda de Deus ele arrancaria essa fortaleza daqueles mesmos gigantes, cujo poder fizera abalar a fé de Israel. Não foi o desejo de honras ou engrandecimento próprio que determinou o pedido de Calebe. O bravo e velho guerreiro estava desejoso de dar ao povo um exemplo que honraria a Deus, e incentivaria as tribos a subjugar completamente a terra que seus pais haviam imaginado invencível. (Patriarcas e Profetas, 512 e 513).
Lição para nós. Não há problema pequeno ou grande, que DEUS não resolva, se tão somente confiarmos nEle. Nesses últimos dias, quanto mais para o final chegarmos, mais necessitaremos do poder da fé, e menos teremos que depender das nossas forças e do dinheiro, que, por enquanto, ainda tem sua utilidade.

  1. Quarta: Passando adiante o legado
No tempo da conquista de Canaã, havia três classes de pessoas no povo de Israel: A primeira constava de dois homens, Josué e Calebe e suas famílias; a segunda, das pessoas que na saída do Egito tinham menos de 20 anos, cujas vidas foram preservadas nas andanças do deserto. Eles estavam com idades que variavam entre 40 a 60 anos. Eram os que mais informações possuíam sobre o poder de DEUS. Esses viram a glória de DEUS no Egito e no Mar Vermelho, mas eram adolescentes ou crianças. E outra classe era formada dos que nasceram no deserto, portanto, tinham menos de 40 anos.
Calebe, em sua atitude de tomar a terra dos gigantes, diante dos quais os que deveriam agora ter mais de 60 anos se acovardaram, demonstrou para os demais, inclusive para os que não presenciaram o poder de DEUS no Egito e no Mar Vermelho, que DEUS pode. E se confiarmos nEle, Ele agirá em nosso favor. Ele nos ama. Ele, o homem mais velho ao lado de Josué, deu o exemplo aos mais jovens. Mostrou-lhes seu espírito jovem e sua fidelidade a DEUS, e provou que confiar em DEUS é uma atitude vitoriosa. É de homens e mulheres com tal índole que necessitamos hoje, nos últimos dias, às vésperas da última batalha. Esses serão tempos em que a fé será nosso único suporte. E temos que exercitá-la hoje, enquanto há tempo de paz. Esse é o tempo de reforma espiritual, de preparo deixando as coisas do mundo, e interessando-se das coisas celestiais.
Esse Calebe demonstrou que, aos 85 anos de idade, ainda era útil aos propósitos de DEUS. E que era sábio. Ele fez uma proposta curiosa: quem conquistasse Quiriate Sefer, uma cidade de gigantes, ele daria sua filha Acsa em casamento. É de se supor que a filha era bonita, pois logo alguém se interessou a assumir o risco. Mas isso não é o mais interessante. Naqueles tempos em que era normal o noivo dar um dote pela moça, que dote seria mais convincente do amor de um homem por uma mulher senão arriscar a vida lutando contra gigantes? Ora, fica aqui evidente que Calebe queria por genro um homem valente, corajoso e principalmente de convicção espiritual como ele mesmo. A questão essencial aqui não era lutar, e sim, se o pretendente a casar com sua filha era ou não temente a DEUS. Otniel foi esse homem, e tinha tais qualificações, tanto que ele se tornou o primeiro juiz em Israel.

  1. Quinta: Doando liberalmente
A terra, nos tempos de Israel, era o legado do pai de família, para que ela tivesse continuidade e o nome do pai não se apagasse. Logo, a herança da terra ia para os filhos, não para as filhas. Estas, evidentemente receberiam terra junto com o homem que se tornasse seu marido. Esse era o costume.
Mas Acsa, quando foi casar com Otniel, pelo visto recebeu de seu pai Calebe alguma terra. Era terra seca, sem fontes de água. Então, seu marido, pediu a Acsa, antes de se irem após o casamento, que pedisse mais terra a seu sogro Calebe. Queria terra com fontes de água. Esse pedido era lógico, pois o que se pode fazer sobre uma terra seca, sem algum riacho? Não se pode criar gado, não se pode irrigar, até para beber água precisa pedir a outros.
Acsa foi a seu pai e fez o pedido. O natural era que o pai rejeitasse, pois tal pedido era Otniel que deveria fazer ao pai dele, afinal o homem era ele, não Acsa. Mas Calebe nem pensou duas vezes; atendeu o pedido de sua filha, e atendeu além do que pediu: deu-lhe terras com águas superiores e águas inferiores, ou seja, fontes que vinham do alto e fontes que brotavam de terras baixas.
O que aprendemos desse episódio? Que Calebe era um homem generoso. Ele separou parte da terra de seus filhos homens e deu a sua filha. Ou seja, ele amava a essa filha, e amava também seu genro. E quem ama, tem o costume de presentear. Assim também DEUS ama. Ele tem o costume de nos oferecer um presente especial, a graça, com o perdão, para que vivamos eternamente.

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Há 40 anos atrás, Israel não ouviu Calebe e Josué. Agora, Calebe estava pronto para provar que sua posição era correta. Não se dava o fato dele provar a sua posição, mas o poder de DEUS. Ele precisava demonstrar que poderiam estar na posse da terra há pelo menos 4 décadas, que as peregrinações no deserto foram por pura rebeldia.
A cultura da terra tem grande poder. Ela nos leva a pensar de uma maneira que geralmente é contrária à da vontade de DEUS. Por exemplo, em nossos dias, faz parte da cultura, e parece natural, sem importância, que se façam piadas sobre outras pessoas. Parece interessante que se faça alguma zombaria entre irmãos da igreja. Muitas vezes até se vê isso no púlpito. Se fizer de si mesmo, tudo bem, mas de outros... Leia o que está escrito em Mateus 5:22, sobre chamar o irmão de “tolo”. Veja ali qual o castigo. É algo insignificante para nossa cultura, mas para DEUS é motivo para remeter tal pessoa ao fogo do inferno, se não se arrepender.
Era da cultura daqueles tempos reclamar de tudo. Israel desenvolveu esse mau costume. Aliás, reclamar, zombar, falar mal faz parte de nossa cultura em nossos dias também. Portanto, fazer isso, parece natural. Mas, perceba só o que aconteceu a Israel por ter caído nesse mau costume de sempre achar que tudo está ruim, e que DEUS não está no controle. Aliás, outro componente cultural daqueles tempos, que ainda temos hoje, é duvidar de DEUS. São componentes culturais que satanás desenvolveu e que realizam grande trabalho para ele, e muitos perderão a vida eterna, assim como muitos perderam a sua vida no deserto, entre os israelitas.
Pois bem, agora chegou o dia, finalmente, para Calebe provar que a história poderia ter sido bem diferente, se da primeira vez tivessem confiado em DEUS. Ele mesmo, com sua família, seu genro, e mais alguns homens, foram conquistar a terra dos gigantes. E essa seria a terra deles.
Em nossos dias, dentro da igreja, uma das maiores necessidades é de Calebes. Pessoas que mantenham-se firmes nos escritos, quando a cultura do mundo tenta impor, e com relativo sucesso, a mundanização da igreja, para que continue morna. Esses modernos Calebes, ou os poderosos Elias que trabalham para que a igreja se mantenha conforme os escritos e a vontade de DEUS, precisam demonstrar a eficácia de sua postura, fazendo as conquistas em que se pode dizer: o poder de DEUS está com eles.

escrito entre: 25/08 a 30/08/2010 
revisado em  01/09/2010
corrigido por Jair Bezerra


Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

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