sábado, 19 de março de 2011

Comentário da Lição - Prof. Sikberto Renaldo Marks - Lição 13 - 1º Trim. 2011

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Primeiro Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: A Bíblia e as Emoções Humanas
Estudo nº 13    Sociedade com JESUS
Semana de   19 a 26 de março
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil


Verso para memorizar: “Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em Mim (João 15:4).

Introdução de sábado à tarde
De fato, há pesquisas científicas atestando os benefícios da religiosidade. E não poderia ser diferente – essas descobertas científicas não trazem nada novo, exceto que confirmam o que devia ser esperado. Bastaria ler na Bíblia os exemplos do passado, ou ver entre as pessoas da atualidade as mudanças que nelas ocorreram após se converterem para seguir o que DEUS ensina por intermédio de Sua Palavra.
Nessa semana, a última desse primeiro trimestre de 2011, estudaremos como manter comunhão com JESUS, ou, com DEUS. Um personagem do passado andou com DEUS alguns séculos, e se tornou tão íntimo com seu DEUS que Este o levou para junto de Si. Esse homem foi Enoque. Transcrevemos abaixo alguns trechos sobre como esse homem andou com DEUS, e poderão ver que isto está ao alcance de todos. São quatro modos como Enoque andava com DEUS, e esses modos também nós podemos praticar, não estão fora do alcance. Os grifos foram acrescentados para dar as respectivas ênfases.
1. Em oração a DEUSdiálogo permanente com o Criador.
Eles [os obreiros] não podem estar constantemente de joelhos, mas podem erguer o coração a Deus. Assim foi que Enoque andou com Deus.” (Evangelismo, 681)
Irmãos, orai no lar, em família, de noite e de manhã; orai ferventemente em vosso retiro; e enquanto empenhados em vosso labor diário, erguei a alma a Deus em oração. Foi assim que Enoque andou com Deus.” (Lar Adventista, 213)
“Eles [Daniel e seus companheiros] tiveram todo o cuidado em conservar-se em contato com Deus. Oravam e estudavam, e introduziam na vida prática um espírito estrito e conscienciosamente humilde. Andavam com Deus, como Enoque andou.” (Medicina e Salvação, 276)
Enquanto empenhados em nosso trabalho diário, devemos erguer a alma ao Céu em oração. Todas as promessas da Palavra de Deus, todo o poder da graça divina, todos os recursos de Jeová, estão empenhados em garantir-lhe o livramento. Foi assim que Enoque andou com Deus. E Deus era com ele, um socorro presente em todas as ocasiões de necessidade. ...” (Mensagens aos Jovens, 249)
2. Senso da presença de DEUS Portar-se como um nobre na presença do Rei.
E como Enoque andava com Deus? Habituou a mente e o coração a sempre sentirem que ele se achava na presença de Deus, e quando estava perplexo, suas orações ascendiam a Deus, para que o guardasse.” (Eventos Finais, 71)
“Estamos em Cristo por uma fé viva. Ele habita em nosso coração pela nossa apropriação individual da fé. Temos a companhia da presença divina, e ao reconhecermos essa presença, são nossos pensamentos levados cativos a Jesus Cristo. Nossos exercícios espirituais estão de acordo com a intensidade de nosso senso dessa companhia. Dessa maneira andou Enoque com Deus...” (Mensagens aos Jovens, 159)
“Enoque andou com Deus. Ele honrou a Deus em todos os passos da vida. Em seu lar e nos negócios sempre inquiria: "Será isto aceitável ao Senhor?" E por lembrar-se sempre de Deus e seguir Seus conselhos, foi transformado em caráter, e tornou-se um santo homem, cujos caminhos agradavam ao Senhor.” (Recebereis Poder, E, 95)
Enoque andou com Deus, e, a despeito disso, não viveu no meio de qualquer cidade corrompida com todas as espécies de violência e iniquidade, como Ló em Sodoma.” (Evangelismo, 68)
3. Confiança total em DEUS que agrada a DEUS.
Não vemos a Cristo em pessoa. É pela fé que O contemplamos. Nossa fé apega-se a Suas promessas. Foi assim que Enoque andou com Deus.” (MCP, 538)
4. Servo ativo no serviço de DEUStrabalhando pela salvação do próximo.
“Aquele que na verdade ama e teme a Deus, esforçando-se, com sinceridade de propósito, a cumprir a Sua vontade, colocará ao serviço de Deus corpo, espírito, coração, alma e forças. Foi isto que se deu com Enoque.” (Meditações Matinais, 1968, pág. 190).
“Enoque foi um ensinador público da verdade na época em que viveu. Ele ensinava a verdade; vivia a verdade; e o caráter do ensinador que andava com Deus era, em todos os aspectos, harmonioso com a grandeza e santidade de sua missão.” (Recebereis Poder, E 253)


  1. Primeiro dia: JESUS – Homem de oração
Quando JESUS veio a esta Terra, foi como ser humano. Ele tornou-Se inteiramente homem, sujeito às mesmas fraquezas. Mas em nenhum momento Ele fracassou. Qual foi o segredo dessa façanha? Como pode alguém, um ser humano, entre pecadores, num mundo onde pecar é normal, num ambiente que seduz e induz ao pecado, nunca pecar? A resposta está na oração. “Era nas horas de oração solitária que Jesus, em Sua vida terrestre, recebia sabedoria e poder. Sigam os jovens o Seu exemplo, procurando, na aurora e ao crepúsculo, uns momentos tranquilos para a comunhão com seu Pai celestial. E durante o dia todo levantem eles o coração a Deus. A cada passo em nosso caminho, diz Ele: "Eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita. ... Não temas, que Eu te ajudo." Isa. 41:13. Aprendessem nossos filhos estas lições na manhã de seus anos, e que vigor e poder, que alegria e doçura lhes penetrariam a vida!” (Educação, 259).
Esse era o segredo do poder de JESUS. Em nada Ele foi superior a nós. A única diferença é que Ele nasceu sem pecado, foi gerado pelo ESPÍRITO SANTO. Mas isso não Lhe dava vantagem alguma; pelo contrário, satanás apontou naqueles dias toda a sua energia demoníaca contra o Filho de DEUS. No momento de Sua luta final, se uniram ao demônio os homens e as mulheres contra Ele, mas em meio a essa multidão de compatriotas traidores, Ele se manteve calmo, e oferecendo a outra face, orou por perdão a todos os humanos.
O poder de JESUS vinha da comunhão com DEUS, Seu Pai. Passava significativa parte do tempo com DEUS. Aliás, dedicava à oração o horário nobre: as primeiras horas do dia, e as últimas. O horário nobre hoje geralmente é preenchido com a televisão ligada muitas vezes transmitindo tolices imorais e violências, além de muitas mentiras.
A estratégia para obtermos poder do alto é bem simples. Orar todos os dias, estudar a Bíblia e a lição da Escola Sabatina e ler mais algum livro do Espírito de Profecia. Fazendo isso vai adquirir conhecimento. Se for humilde diante de DEUS, Ele por meio desse conhecimento irá mudar a sua vida. Com o tempo irá abandonar aquelas coisas que o atraem para o mundo, e irá desenvolver vontade para com as coisas de cima. A estratégia para se salvar é bem simples: andar com DEUS, como Enoque, ou melhor ainda, como JESUS.

  1. Segunda: Comunidade de adoração e igreja
A igreja é também uma comunidade, um lugar social de encontros. A igreja não é só destinada a momentos espirituais. O salvamento de pessoas com crescimento espiritual é a missão da igreja. Mas ela também replica o ambiente do Éden, isto é, ela também é um ambiente de sociabilidade, de crescimento profissional, de desenvolvimento pessoal, especialmente aos jovens. Portanto, a igreja deve ter também funções de substituição do mundo. Não está sendo, por enquanto, mas virá a ser, bem no final, um ambiente extremamente atraente, em que desejaremos estar o tempo todo. Assim foi no tempo dos apóstolos, logo após terem recebido o poder do ESPÍRITO SANTO. Assim será outra vez quando for derramada a chuva serôdia. Atualmente as pessoas geralmente vão à igreja por obrigação, ou para não ficarem com dor na consciência. Muitos chegam atrasados, e nem sempre a programação é espiritualmente correta. Muitos são os casos em que a monotonia tomou conta. Sempre a mesma coisa. Parece que cristãos são incapazes de exercer criatividade. Então vão a esses lugares pessoas, ou que não tem outra opção ou porque são muito dependentes de DEUS, e então suportam programações de desestímulo espiritual.
Não pode ser assim. Temos que ser um povo alegre, dinâmico, inventivo, inovador, criativo. Mas isso precisa ser dentro dos princípios estabelecidos por DEUS. Por falta de criatividade, para dinamizar os programas nas igrejas, muitos, mas muitos mesmo, estão copiando do mundo, e esse é outro erro. Portanto, temos três tipos de igrejas em nosso meio: as monótonas, as barulhentas e as espiritualmente dinâmicas. Só as últimas cumprem o “ide” e o plano de DEUS para o tempo do fim.
Principalmente para os jovens, nossas igrejas são pouco atrativas, exceto aquelas que oferecem o mesmo que o mundo também oferece. Mas essas, embora atraiam os jovens, e multidões, os levam à perdição. Isso, dentro dos muros do povo de DEUS. Atraem multidões do mesmo modo como as igrejas carismáticas o fazem, com muito sensacionalismo. E é uma importante profecia que se cumpre, que está a dizer que estamos na fronteira do decreto dominical.
A nossa igreja devia ser tanto um lugar de crescimento espiritual, quanto profissional e também social. Aproveitarei para dar meu testemunho pessoal, dos benefícios da igreja em minha vida. Nasci adventista, filho de pais que já nasceram adventistas, que também são filhos de pais que já nasceram assim. Mas isso não é vantagem e sim, responsabilidade. Meu assunto predileto sempre foi profecia. Interessa-me mais que outros estudos. Porém, sempre fui, e ainda sou, extremamente tímido, a tal ponto que na escola me escondia e procurava formas para que não fosse chamado a ir à frente ou falar alguma coisa. Na igreja jamais aceitava falar em público, ou de estar diante do público, mesmo que fosse para fazer papel de poste. Se fosse para fazer parte dos componentes de uma plataforma, só chegaria lá se arrastado pela força. Era o medo do público. Apesar disso, sempre fui bom estudante.
Certa vez, o pastor distrital cismou de que eu fosse o professor da classe dos jovens, na Escola Sabatina. Veio falar comigo, mas eu estava disposto a não aceitar. Seria algo impossível, pois tinha muito medo de falar diante de público. Mas o pastor era um homem mais teimoso que eu. Minhas origens são uma mistura de russos com alemães, e tal mistura gera as pessoas mais teimosas do mundo. No entanto, esse pastor era mais cabeçudo que eu, e não desistiu de insistir enquanto eu não disse sim. Aceitei, mas para o pastor ir embora, pois estava determinado a não cumprir o que prometi, e pensar em alguma desculpa durante a semana. No entanto, entrou em cena outro personagem, o ESPÍRITO SANTO, que foi me dizendo, todos os dias, algo assim: aceitou, tem que ir. E a consciência determinou que fosse. Estudei como nunca a lição daquela semana. Sabia tudo.
Chegando o momento de recapitular a lição com os jovens, o nervosismo era tanto que só não desmaiei nem sei porquê. E chegou o momento de me levantar para falar, e fiz isso. Tinha a lição na mão, e a Bíblia também estava ali. Tremia e suava, a voz desapareceu e a mente parou de funcionar. Uma vez em pé, não lembrava mais nada do que havia estudado. Foi constrangedor, em pé, tendo que falar, diante daquela multidão de jovens, e para piorar, ali também estava, sorridente, a esposa do pastor. A multidão era de sete jovens e aquela mulher. Em pé, sem falar nada, buscando relembrar o assunto, percebi que estava dentro de uma sala de aulas, e que atrás havia um quadro negro. Então disse as primeiras palavras, assim: “precisava de um giz, e não tem nenhum aqui”. Por que disse isso?! Alguns segundos depois, lá estava a esposa do pastor me alcançando uma barra de giz, inteirinha. Agora estava com dois problemas, recapitular a lição e, afinal, o que fazer com aquele giz. A situação, portanto, piorou 100%.
Enfim, falei, tinha que falar. Nem eu, nem os jovens, nem a esposa do pastor entenderam alguma coisa, porque não tinha pé nem cabeça, e nada fazia sentido. Se há algum sub-produto do chamado Big Bang (que não acredito) esse poderia bem ser o tal estudo da lição: o caos total.
Mas o pastor não falou nada. E na semana seguinte, lá estava eu outra vez, e assim todos os sábados. Fui vencendo a timidez para passar a lição. Depois me convidaram para pregar. Já foi um pouco mais fácil. E participava dos estudos da lição numa classe de professores.
E o que aconteceu mais tarde? Estava ainda na Universidade, cursando Administração. Havia uma disciplina bem difícil: era Macroeconomia. O professor falava rápido, e exigia muito. Na primeira prova, de mais de 40 alunos, só dois foram aprovados, e eu estava entre eles. O professor notou isso.
Mais um pouco de tempo, esse professor me estendeu um convite, ser professor auxiliar. Aceitei de pronto, pois raciocinei: já sou professor na Escola Sabatina, por que não posso ser numa Universidade?
Encurtando a história, e o testemunho, o tempo foi passando, e fiz carreira, chegando a ocupar os cargos de Pró-reitor de Administração na Universidade e Diretor Executivo na Mantenedora. Agora estou me aposentando, mas tenho dado aulas para vários cursos, presenciais e à distância. Por ironia, uma das disciplinas na Universidade é Oratória. Além disso, outra ironia, tenho dado palestras sobre meu assunto predileto – profecia – em muitos lugares do Brasil, com auditórios de até mais de duas mil pessoas, como também menos de dez pessoas, e tenho falado em rádio e televisão. Ou seja, DEUS transforma as pessoas. Ele capacita, mesmo que seja um tímido ao extremo.
Como é que alcancei tal carreira na vida? Graças àquele pastor, à Igreja Adventista e à Escola Sabatina. A lição que aprendi com essa experiência é simples: faça algo na igreja, participe, e vai se dar bem espiritualmente e profissionalmente. E tem mais, como brinde final, ainda vai ter a vida eterna. E outra lição para os líderes: criem oportunidades aos jovens, eles precisam da igreja para seu fortalecimento espiritual e seu preparo profissional. E para seu preparo para a vida eterna. Atenção, os jovens não precisam de barulho, como muitos de nossos líderes pensam e oferecem, eles precisam de verdadeiras oportunidades para que o ESPÍRITO SANTO os transforme, e se tornarão gigantes nas mãos de DEUS. Barulho é fácil oferecer aos jovens, é só copiar o que o mundo faz. Mas oferecer uma oportunidade que DEUS aprova, aí tem que ser um líder espiritualmente comprometido com DEUS e com a vida das pessoas.

  1. Terça: Perdão
“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Esse é sem dúvida o perdão mais estranho de todos os tempos. Um homem sendo morto, pregado na cruz, motivo de desprezo e chacota, traído, em situação miserável, implorando perdão exatamente por aqueles que O estavam matando. Mais curioso ainda é que esse homem veio para ser morto pelos que O estavam matando. Mas quem matou JESUS? Não foram somente aquelas pessoas presentes naquele dia, foram todos os pecadores de todos os tempos. Mas aqueles tiveram a ocasião de fazer o procedimento fatal, por isso, esse perdão alcança as pessoas de todo o mundo. Esse perdão foi como um terremoto no império de satanás, aliás, foi sua derrota.
Vamos tentar imaginar algo sobre os efeitos desse perdão. Aquelas pessoas ali presentes não devem ter entendido grande coisa, mas os demônios entenderam, temeram e tremeram. Por aquelas palavras os demônios foram derrotados. Sim, porque por aquelas palavras os pecadores podiam ser perdoados, salvos e libertos da cadeia de satanás. O perdão era possível!
JESUS, para poder perdoar, primeiro Ele mesmo perdoou. E em que condições Ele clamou por perdão!
Essa é a ciência do perdão: perdoar primeiro. No caso de JESUS, Ele perdoou para poder perdoar. No nosso caso, perdoamos para sermos perdoados. Foi isso que JESUS ensinou: “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará: se porém não perdoardes aos homens tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mat. 6:14 e 15). Na oração que JESUS ensinou em um trecho se ora assim: “Pai perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam” (Mat. 6:12). Aqui está a ciência da vida eterna e feliz, livre de preocupações e de fardos psicológicos.
Vamos analisar um pouco essa questão, bem trabalhada pelo comentário da lição: o alívio vindo de ser perdoado ou de ter perdoado. Esse alívio é evidente e lógico. Nós somos seres sociais, portanto, o normal é que tenhamos amigos, e não inimigos. Sentimo-nos bem se estamos entre amigos, e nos sentimos mal estando entre inimigos. E aqui há algo bem importante: se estivermos entre inimigos, porém, se por alguma forma eles todos se tornarem amigos, isso nos fará sentir ótimo. Então estaremos em uma ambiente de paz, e isso é bom. E essa “alguma forma” para inimigos se tornarem amigos é o perdão. Ou seja, é bom quando temos um problema qualquer, e esse problema é resolvido. Pois ofensas são problemas, e o perdão resolve, portanto, faz bem ao nosso estado de espírito. Faz bem quando perdoamos ou quando somos perdoados. É que após um perdão a situação normaliza, e a amizade se torna outra vez plena. Estaremos em paz. Por esse motivo, o perdão faz bem à saúde e torna a vida mais otimista e feliz, tornando as pessoas que perdoam ou que são perdoadas capazes de mais facilmente serem bem sucedidas na vida.
E por que devemos perdoar para sermos perdoados? Muito simples saber: o Céu é um lugar para onde só podem ir pessoas humildes, capazes de perdoar, como foi JESUS quando homem. E como para lá só vão pessoas que tiveram seus pecados perdoados, devem, portanto, perdoar também.

  1. Quarta: Serviço
A lição ensina o seguinte: nossa igreja age em duas ênfases: ensino/pregação e cura/ajuda. Hoje estudaremos a segunda ênfase.
Em primeiro lugar, a nossa ênfase em cura não é por meio de milagres, mas sim na prevenção, ou seja, de não se ficar doente, mas de ter uma vida saudável. A rigor, o adventista tem por objetivo evitar que ocorra a doença. Isso nem sempre é possível, por vários motivos. Então, quando a doença aparece, mesmo com toda a prevenção de uma bem conduzida reforma da saúde, DEUS nos orientou para os procedimentos da cura pela natureza. Isso não sendo suficiente, DEUS concedeu à humanidade, e a nós também, o conhecimento da medicina mais radical, como a necessária para o tratamento de doenças graves, como o câncer, a pneumonia e as doenças do coração, para citar três exemplos. Paralelamente, temos o recurso da oração, que em alguns casos se torna o último recurso, e é quando ocorre o milagre, que tem sido bem presente em nosso meio. Temos situações assim na família. Porém, é bom reafirmar: nós adventistas não enfatizamos milagres, e sim, vida saudável que evite, o quanto possível, mesmo nesse ambiente todo prejudicado pelo pecado, que se fique doente.
Contudo, no final dos tempos, nos derradeiros dias, DEUS não realizará muitos milagres, inclusive de cura, por meio da igreja? Sim, realizará, e há pelo menos dois motivos: serão cativados para dentro da igreja milhares ou milhões de pessoas que estão vindo do mundo com suas doenças, e precisam ser curados, como foi no tempo de JESUS. Essas pessoas, ao menos muitas delas, são ignorantes quanto à reforma da saúde. Por outro lado, DEUS usará seu poder para assim convencer o mundo sobre quem é o Seu verdadeiro povo.
Esse mesmo enfoque requer do povo de DEUS uma outra postura, diferente da atual. Presentemente, a responsabilidade pela cura, pela assistência e ajuda às pessoas está quase sendo realizada pelos meios institucionais, como faz a ADRA. Não há nada de errado em termos essa instituição, mas o que há de errado está em nós, os membros, se pensarmos que suprindo a ADRA com recursos já fazemos a nossa parte. Não é assim. As instituições da igreja servem para ocasiões mais radicais, como catástrofes, e nisso tem-se desempenhado bem, dando bom exemplo, e também para a atuação organizada por parte da igreja pelos pobres e necessitados. No entanto, também devemos fazer a nossa parte individual, que é, por exemplo, visitar os doentes, os presos, os idosos, os recém batizados, os tristes, os com problemas familiares ou econômicos, os que perderam o emprego, etc. Também nos compete ajudar os doentes, aconselhar para um estilo de vida melhor, para a reforma da saúde, a fim de serem mais saudáveis e felizes. Nós, adventistas, como uma frente ampla, devemos procurar melhorar o mundo, e com o poder de DEUS, conseguiremos melhorar onde houver disposição para isso. Isso funciona, e eu poderia dar muitos testemunhos. Um deles é o de uma aluna, que deixou de comer carne à noite, e isso já é um avanço. Nas minhas disciplinas sempre ensino algo referente à saúde. O detalhe interessante dessa aluna é que era filha de pecuaristas, que à noite só comiam churrasco (o costume deles). Ela deixou desse costume, e relatou que se sentia bem melhor. Meses depois a encontrei num casamento, e veio agradecer, dizendo que seguia firmemente a sua decisão.
Isso nos falta, em grande medida. E não é culpa só dos membros por faltar. Não lembro mesmo da última vez em que tenha havido alguma orientação ou esforço oficial nesse sentido. O esforço oficial, sejamos sinceros, é em atingir alvos de batismo, mas pouco manter o rebanho saudável. E toda organização, principalmente nas de grande porte, o que nela se faz depende fortemente da liderança, jamais dos liderados. Sei do que falo, sou professor em curso de Administração, e nessa ciência, um dos enfoques que se estuda é exatamente esse que estamos abordando: a influência da liderança sobre o que fazem os liderados.

  1. Quinta: Esperança e confiança em DEUS
A esperança é uma espécie de força psicológica para sustentar a nossa vida. E a esperança está principalmente alicerçada em JESUS, seja em Suas promessas, seja em Sua vida, morte e ressurreição, principalmente em Suas últimas horas de vida antes de ser crucificado.
Esperança é a capacidade de esperar por algo, evidentemente melhor. Nunca se espera que venha o pior. Por exemplo, se uma pessoa está gravemente doente, ela espera que melhore e fique boa, mesmo que a situação esteja bem ruim.
Um dos efeitos positivos da esperança é que ela, em si, antes de se concretizar o que se espera, melhora a qualidade de vida psicológica e fisiológica. Isto é, há um bem estar superior a quem não tem mais esperança e a cura é favorecida. É que aquilo que se espera geralmente é bom, positivo, agradável. E isso forma um cenário na mente bem do tipo daquilo que se espera. Esse cenário leva a mente a um imaginário correspondente, que resulta na produção de uma química positiva que faz bem ao corpo e à disposição em geral. Ter esperança é também ter certeza que esse cenário imaginário não é uma ilusão ou utopia, mas que no futuro assim será, e talvez seja bem melhor que esse sonho. Aliás, em relação a Nova Terra, é exatamente isso: será muito superior a tudo o que se possa imaginar. Essa é a principal esperança para o ser humano.
Ora, vejam só: todo o ser humano tem desejo de ser bem sucedido na vida, que é normal. Todo ser humano tem desejo de ter uma renda boa, de comprar uma casa, ter as coisas que necessita, fazer uma poupança para imprevistos e para aquisição de bens, como um carro ou mais de um se necessário, para viajar, para tirar férias, para educar bem os filhos em escolas boas, etc. E que tal a esperança de um dia viver num lugar em que o trabalho será por prazer, em que não vai haver competição, em que a vida será eterna e tudo será perfeito? Pois bem, essa é a esperança que me leva a escrever esses comentários, pois praticamente não há dia em que ela não se manifesta em minha vida. Em nosso lar temos essa esperança bem viva, e é influência poderosa nas nossas decisões. Por exemplo, sou na Universidade professor de 20 horas por semana em vez de 40 horas. As outras 20 horas, que não trabalho para o sustento, são dedicadas ao estudo das profecias, à pregação e ao ensino da verdade. Tamanha é a esperança de em breve estarmos nesse lugar que tanto sonhamos, minha esposa, minha filha, meu genro e eu, que não sentimos a necessidade de uma renda maior que aquela assim auferida. Precisamos levar uma vida um pouco mais restrita economicamente, mas sempre lembramos que um dia, e esse dia se aproxima rapidamente, os sinais o demonstram, estaremos no lugar dessa nossa maravilhosa esperança. Hoje é um sonho, mas bem logo será realidade, disso temos certeza.
Agora mesmo estamos num belo lugar. É um parque de águas termais, para refazermos nossas energias e enfrentarmos mais um ano de trabalho duro. E com a esposa, ficamos imaginando como vai ser bom quando estivermos em nosso lar definitivo, pois aqui vemos tudo como sendo meramente provisório. Lá, junto a CRISTO, lá sim será bom. Aqui temos algumas coisas em nosso nome, e registrado no Registro de Imóveis. Lá não teremos nada em nosso nome, e, no entanto, teremos tudo para desfrutarmos e vivermos felizes, sem preocupação, eternamente. Lá tudo nos será oferecido para ser usado, e ninguém o tomará de nós. Aqui, podemos ser proprietários de muitas coisas; lá não teremos propriedades, no entanto, lá ninguém nos tirará nada, nem o ladrão e nem a morte, e desfrutaremos como que recebendo presentes do Pai celeste, todos os dias, tudo o que nossa pura imaginação desejar. Essa é a nossa esperança, e faz bem pensar nisso, e trocar idéias sobre ela.

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Ontem tivemos a oportunidade de refletir sobre aqueles momentos em que JESUS clamava ao Pai por socorro. Três vezes Ele orou pedindo que se fosse possível outra solução para salvar a humanidade, então que se evitasse a Sua morte. Três vezes DEUS, o Pai, respondeu da mesma maneira: silêncio total. Não havia outra via. Só mesmo a morte de JESUS era o caminho para salvar aqueles homens a quem Ele amava, e que estavam ali perto, dormindo. Apenas o sofrimento máximo servia para dar uma oportunidade de vida à humanidade. Só mesmo permitir que a fúria dos demônios agissem livremente servia como prova de amor supremo para provar que a Lei de DEUS é amor.
Como das três vezes não houve aparentemente resposta por parte do Pai, pois não houve manifestação alguma, JESUS, da terceira vez Se levantou, sereno e calmo, para ir em frente. Em Sua luta no Getsêmani por passar o cálice mortal para uma outra forma, Ele se convenceu que não havia a outra forma. O que haviam planejado era a única maneira de libertar a humanidade do desaparecimento eterno. Não poderia haver alguma mudança nesse plano. O silêncio de DEUS foi a resposta inequívoca, e por essa resposta, JESUS seguiu para cumprir o plano.
Muitas vezes nós também oramos e temos a impressão de que não obtemos resposta. Mas isso é apenas impressão. DEUS sempre responde de alguma maneira. Muitos dizem que DEUS responde conforme uma das três possibilidades: sim, não e espere mais um pouco. Mas não é assim. Ele tem mais respostas que essas. Pode ser sim, mas de outra maneira que solicitamos, e a reposta pode ter sido dada, e nós nem a percebemos. Ou Ele pode ter respondido como a JESUS - silêncio total, como a dizer que isso já foi definido antes da solicitação, e que assim será. Muitas vezes quando estamos orando devemos, no silêncio de nosso íntimo, sentir a resposta de DEUS. Na agitação dessa vida, DEUS nunca responde por meio de um alto-falante, mas na quietude de nosso íntimo.
DEUS não é de barulho ou de algazarra, como muitos cultos estão se tornando. Tempos atrás, muitos irmãos, os mais zelosos, reclamavam, e com razão, que havia muita conversa na nave da igreja. Hoje, quando se resume a esse problema, até que está bom, pois o barulho mesmo começa com a programação. Então tendemos a nos acostumar com ele, e pensamos que DEUS também é da turma do barulho. Mas não é assim. É no silêncio de nosso íntimo, no fundo de nossa alma, na meditação dos assuntos de DEUS, da Bíblia, dos temas do alto, que DEUS nos fala e nos orienta. A reflexão é algo que falta a muitas pessoas. Meditar e refletir é ler algo e parar para, com calma, ficar pensando o que aquilo quer dizer. E nesses momentos é que DEUS fala a Seus filhos.
Conforme o título da lição, “Sociedade com DEUS”, algo que devemos buscar com insistência é a comunhão com nosso Criador e Redentor. Todos os dias, nas primeiras horas, em silêncio, orar, ler um trecho da Bíblia, estudar a lição da Escola Sabatina e ler um trecho de algum livro do Espírito de Profecia. Pelo menos isso. Se tiver pouco tempo pela manhã, então leia ao menos um trecho da Bíblia com oração. Pode completar o estudo mais tarde, em outro horário, mas nunca faça nada sem antes estar com DEUS, ouvi-Lo por meio de Sua Palavra. Então siga o seu dia em paz, na certeza de que DEUS estará, invisível, ao seu lado. Sim, não deixe de orar várias vezes ao dia. Aliás, poderia acostumar-se a um diálogo contínuo com DEUS, como se estivesse falando com Ele em pensamento. Experimente e acostume-se a esse diálogo, vai ver como a vida irá melhorar e tudo ficará mais fácil. Isso é comunhão, foi assim que Enoque andou com DEUS.

escrito entre  09 e 15/02/2011
revisado em  16/02/2011
corrigido por Jair Bezerra



Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

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