terça-feira, 6 de julho de 2010

Comentário da Lição - Prof. Sikberto Renaldo Marks - Lição 02 - 3º Trim. 2010


Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Terceiro Trimestre de 2010

Tema geral do trimestre: A Redenção em Romanos

Estudo nº 02 – Judeus e gentios

Semana de 03 a 10 de julho

Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (RS)

Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original

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Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil


 


 
Verso para memorizar: "A lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de JESUS CRISTO" (João 1:17).

 
Introdução de sábado à tarde
A igreja viu-se, logo após JESUS retornar ao Céu, numa polêmica complexa: as leis cerimoniais do santuário deveriam ser observadas pelos conversos gentios? E outra questão: elas ainda estavam valendo, mesmo para os judeus?
Os judeus seguiam a essas leis com tal firmeza que criaram outras para fortalecê-las. Inclusive criaram leis sobre como guardar os Dez Mandamentos, em especial, o sábado. Aliás, esse foi um dos grandes debates entre os judeus e JESUS, não sobre se esse mandamento, ou se os Dez Mandamentos seriam abolidos, mas como observar em especial o mandamento do sábado. Na Bíblia, no Antigo Testamento, está bem claro que a lei cerimonial guiava até CRISTO, e até aí ela teria cumprido o seu papel. Depois de CRISTO essa lei não teria mais validade, isto bem firmemente ilustrado através da ruptura do véu do santuário. Daquele momento em diante, o santíssimo teria outro Sumo Sacerdote, aquele que havia morrido como o Cordeiro de DEUS. Mas muitos continuaram insistindo em re-costurar o véu, e em manter as leis cerimoniais. Em nossos dias, esses mesmos criam uma confusão entre lei cerimonial e lei moral (os Dez Mandamentos) que já existiam bem antes dos judeus, e cujo principal mandamento, o que nos faz lembrar do Criador, o sábado, fora instituído no Jardim do Éden, antes de Moisés e de judeus existirem. Essas questões são simples de entender, mas para quem quer polêmica, a matéria pode servir.
Então, em Jerusalém foi convocado um concílio. A polemica básica era (Atos 15: 1): "Entretanto, haviam descido alguns da Judeia e começaram a ensinar aos irmãos: Se não vos circundardes segundo a norma de Moisés, não podereis salvar-vos." Alguns pregavam assim, e houve a necessidade de um posicionamento oficial por parte da igreja nesse sentido. Daí a necessidade do primeiro concílio. O que foi que aconteceu? "Reuniram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para examinarem o problema" (Atos 15: 6). O assunto se tornou em uma intensa polêmica, uns a favor, outros contra a circuncisão dos gentios. Mas Pedro, após certa altura dos debates, se pronunciou assim: "Tornando-se acesa a discussão, levantou-se Pedro e disse: Irmãos, vós sabeis que, desde os primeiros dias, aprouve a Deus, entre vós, que por minha boca ouvissem os gentios a palavra da Boa Nova e abraçassem a fé." Agora, pois, porque tentais a Deus, impondo ao pescoço dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem mesmo nós pudemos suportar? Ao contrário, é pela graça do Senhor Jesus que nós cremos ser salvos, da mesma forma que eles. Então, toda a assembleia silenciou." (Atos 15: 7 a 12).
Paulo e Barnabé seguiram a relatar as maravilhas e prodígios que Deus realizou entre os gentios por meio deles. Por fim Tiago concordou com Pedro e disse: "Eis porque, pessoalmente, julgo que não se devam molestar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus. Mas se lhes escreva que se abstenham do que está contaminado pelos ídolos, das uniões ilegítimas, das carnes sufocadas e do sangue. Com efeito, desde antigas gerações tem Moisés em cada cidade seus pregadores, que o leem nas sinagogas todos os sábados". (Atos 15: 19 a 21)
Eles enviaram uma carta às igrejas já constituídas, orientando quanto a polêmica. "Os apóstolos e os anciãos, vossos irmãos, aos irmãos dentre os gentios que moram em Antioquia, na Síria e na Cilícia, saudações! Tendo sabido que alguns dos nossos, sem mandato de nossa parte, saindo até vós, perturbaram-vos, transtornando vossas almas com suas palavras, pareceu-nos bem, chegados a pleno acordo, escolher alguns representantes e enviá-los a vós junto com nossos diletos Barnabé e Paulo, homens que expuseram suas vidas pelo nome de nosso Senhor, Jesus Cristo. Nós vos enviamos, pois, Judas e Silas, eles também transmitindo, de viva voz, esta mesma mensagem. De fato, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor nenhum outro peso além destas coisas necessárias: que vos abstenhais das carnes imoladas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas, e das uniões ilegítimas. Fareis bem preservando-vos destas coisas. Passai bem." (Atos 15: 23 a 29)
Aqui a questão deveria ficar resolvida, mas não ficou de todo. Os judaizantes continauram impondo aos gentios as antigas obrigações mosaicas. Os pregadores que ensinavam conforme o primeiro concílio eram perseguidos. Paulo foi um desses perseguidos, e queriam matá-lo. Hoje, ainda, a Igreja Católica restabeleceu o cerimonialismo, e o mantém de um modo bem diferente, através do sacrifício da Eucaristia. E até mesmo em nossa igreja há pessoas que entendem que essas leis devem ser seguidas, embora sejam poucos. E, na confusão que toda polêmica possibilita, outros encontraram terreno fértil para anular a necessidade da observância do sábado.

 

  1. Primeiro dia: Superiores promessas
Adão e Eva eram felizes no Éden. Foram criados para a vida eterna sem preocupação com algum problema, sem estresse e sem sofrimento, e, evidentemente, sem morte. Mas eles caíram em pecado, e se tornaram mortais. Caíram em pecado por desobediência. Desobediência a quê, se não havia os Dez Mandamentos, dados no Sinai, por meio de Moisés?
Alto lá, não é assim. Se eles caíram em pecado porque desobedeceram, é porque havia lei. E qual era essa lei? Era não comer do fruto da árvore que DEUS proibiu? Não sejamos tão simplistas, era mais que isso. Não consta em parte alguma, hoje, nos Dez Mandamentos que não devemos fumar, beber álcool, e coisas assim. Então, não é pecado, por não constar nos Dez Mandamentos?
Veja bem o seguinte, os Dez Mandamentos não nos informam em detalhes sobre tudo o que é bom e o que é mau. Mas neles há, com relação a vida, um mandamento que simplesmente diz assim: 'não matarás'. Esse mandamento é um princípio de vida, de se evitar tudo o que prejudica a vida saudável.
No tempo do Éden, Adão e Eva não possuíam as tábuas dos Dez Mandamentos. Isso não significa que eles podiam matar, roubar, adulterar, dar falso testemunho, cobiçar, ter outros deuses, tomar o nome de DEUS em vão, idolatrar, ou profanar o sábado. Eles receberam o essencial da lei, a santificação do sábado, e esse essencial significa amar a DEUS, o Criador. E quem ama a DEUS evidentemente ama o próximo, nem precisa dizer explicitar todos os mandamentos, pois é capaz de seguir o caminho dos princípios de todos os Dez Mandamentos, por isso ser óbvio.
Vamos analisar por outra ótica. Pelo Espírito de Profecia sabemos que os antediluvianos eram vinte vezes mais poderosos intelectualmente que os melhores cientistas de nossos tempos. O Quociente de Inteligência normal hoje varia de 100 até por volta de 250, quando muito, essa uma inteligência excepcional. Portanto, o QI de Adão e Eva deveria ser em torno de 5.000. Agora pergunto, precisa escrever para pessoas assim, em detalhes, o que pode e o que não pode, se eles receberam o sábado em que se celebrava o amor entre DEUS e eles? É óbvio que não. Os Dez Mandamentos foram escritos em tábuas de pedra a pessoas de baixa capacidade de inteligência, um pouco acima dos chipanzés, que tem um QI em torno de 50 a 60! Adão e Eva, ao contrário, foram feitos um pouco abaixo dos anjos, que possuem uma inteligência espantosa elevada, capazes de entender detalhes sem que necessite explicação. Eles deduzem, e acertam, e entendem muitas cosias apenas a partir de uma explicação básica. Eles entendiam as coisas a partir de um único princípio, o do amor, e de uma única prática, a da santificação do sábado. Por meio desses dois balizadores de como conduzir a vida, eles, por exemplo, sabiam que não deveria se divorciar, ou que o seu corpo merece o máximo respeito. Para quem é muito inteligente, um ou dois balizadores, ou um ou dois princípios bastam para nortear tudo o mais na vida. Mas para pessoas avessas a sabedoria, nem mesmo o conjunto de centenas de regras minuciosas é suficientes para a orientação da vida.
E, quando Adão e Eva pecaram, considerando os atuais Dez Mandamentos, onde eles tropeçaram? No primeiro mandamento porque trocaram DEUS por Lúcifer; no segundo mandamento porque idolatraram, no quinto porque DEUS era o Pai deles, no sexto porque atentaram contra a sua própria vida, no oitavo porque creram numa mentira e logo depois eles mesmos mentiram acusando-se mutuamente, no décimo porque cobiçaram o poder de DEUS em conhecer também o mal. No mínimo nesses. Eles eram super inteligentes, sabiam o que era bom para eles e o que não era.
Mas eles não profanaram o sábado. Certo? Errado, desobedecendo um só mandamento se tornaram culpados de todos, porque o conjunto dos Dez Mandamentos é o amor.
É assim que funciona, quem desobedece apenas um desobedece a todos. Quer um exemplo convincente? Suponha um adventista em extremo zeloso quanto a guarda do sábado. Mas ele tem o costume de, vez por outra, aplicar uma mentira, e enganar as pessoas. O que as pessoas dizem dele? "Esse sabatista safado..." Já vi coisas assim. Portanto, ou é fiel a todos os mandamentos, ou é culpado de todos, pois o resumo da lei é o amor, e não há como amar se for desobediente em um ponto.
Quebrada a aliança eterna, a do amor, cuja base é o dia de sábado, o dia da comunhão mais intensa com DEUS, vem a aliança da salvação. Essa agora precisou mais uma lei, que antes nunca existira. Era a lei dos sacrifícios, também chamada lei cerimonial. Por ela o mundo ficava sabendo que o pecado tem uma solução. Essa solução estava na justiça de CRISTO. Ele deveria vir ao mundo na pureza de Adão e Eva antes do pecado, viver como um ser humano sujeito ao pecado como Adão e Eva depois do pecado, e jamais pecar. Esse foi o desafio. Se conseguisse, vindo ao mundo como um justo, permanecendo naquelas condições, mas como justo, poderia atribuir essa Sua justiça aos pecadores, e assim salvá-los. Esse é um dos pontos que Paulo precisava explicar, como se é salvo.
A aliança feita com Adão e Eva logo após pecarem, e que foi refeita com Abraaão ao lhe ser determinado por DEUS que saísse do meio de seus parentes, ela foi detalhada para Moisés, no Sinai, por meio do ritual do Tabernáculo. Nessa aliança tudo girava em torno de sacrifício para obtenção do perdão. Essa não poderia ser uma aliança eterna, pois requeria a morte, e DEUS é da vida, não da morte. Se Ele recorre a morte, é para favorecer a vida. Essa é uma aliança inferior, temporária, para livrar as criaturas do poder da morte porque desobedeceram a aliança eterna, no Éden, e desde então, vinham e vem desobedecendo essa aliança eterna, a do sábado, a aliança de amor entre o Criador e a criatura. É exatamente nessa aliança que é pedido: "lembra-te do sábado para o santificar, porque em seis dias
fez DEUS...
". Essa é a instituição que nos liga, alia, a DEUS. A eterna aliança precisa ser restaurada. Mas essa instituição, junto com toda a lei do amor, estava abandonada pelas pessoas de natureza pecadora. Então, DEUS idealizou uma ponte de ligação entre a perfeita obediência à Lei antes do pecado de Adão e Eva, e a perfeita obediência à Lei após a redenção que vai ocorrer na segunda vinda de CRISTO. Essa ponte de ligação é a lei cerimonial. Ela iniciou ainda no Éden, quando ocorreu a primeira morte do cordeiro para fazer roupa para o casal, e cobrir a vergonha resultante do pecado. Ela foi mais detalhada no Sinai, para organizar todo o ritual do sacrifício de JESUS, representado pelos cordeiros que eram mortos. Ali também a Lei do Amor foi mais detalhada, em forma de Dez Mandamentos, essa é a lei moral.
A lei cerimonial valeu até a cruz de CRISTO, quando Ele espirou, rasgando-se o véu do santuário, revelando o que era oculto, enfim, o Salvador fez o que deveria fazer. Depois da morte de JESUS, esse cerimonial não se faz mais aqui na Terra, mas no Céu, ocupando-se dele o próprio Salvador, morto mas ressuscitado. O cerimonialismo aqui na Terra não é mais necessário, pois ele é efetuado no Tabernáculo celeste. E essa intercessão durará até que JESUS diga: "está feito".
E para quê esse cerimonial todo? Para reatar a eterna aliança, a aliança superior, a aliança do amor, que possui promessas superiores, de vida eterna, de felicidade eterna, como foram dados a Adão e Eva. É a aliança entre o Criador e a criatura, amor entre todos os seres inteligentes, Criador e criatura. Por isso os Dez Mandamentos permanecem enquanto houver criação e criatura, e o sábado é eterno, pois é o selo de DEUS, o tempo separado para a intimidade de amor entre Criador e criatura.

 

  1. Segunda: Leis e regulamentos judaicos
Até o Sinai, já havia a Lei moral, e não configurada em Dez Mandamentos. Ela era transmitida por tradição, de pai para filho, mas não ordenadamente como se encontra no livro de Êxodo 20. Eles guardavam o sábado, desde Adão e Eva, e eles não podiam praticar os atos que no Sinai foram arrolados. Por exemplo, quando Caim matou Abel, DEUS cobrou isso com veemência. Eles, como já afirmamos, eram seres em extremo inteligentes para saberem esses mandamentos todos baseados no princípio geral da lei, que é o amor, que se desdobra em amar a DEUS e amar o próximo.
Outra lei que já existia antes, mas não desde a criação, e sim, desde o dia do pecado, é a Lei Cerimonial. Ela foi estabelecida no mesmo dia do pecado, quando DEUS mesmo sacrificou um cordeiro, simbolizando Ele mesmo, que viria no futuro morrer pelos dois, e por seus filhos. Mas como DEUS estabeleceu naquela ocasião não foi tão detalhada como mais tarde no Sinai. Abraão, bem antes do Sinai, e outros, construíam altares e realizavam sacrifícios, mas isso foi melhor elaborado quando DEUS lhes determinou o ritual do santuário, que não existia antes do Sinai, e que perdeu o valor depois da morte de CRISTO.
Mas havia, antes do Sinai pelo menos ainda outra lei, a da saúde. Eles sabiam o que podiam e o que não podiam comer. No Éden podiam comer frutos, sementes e ervas, depois lhes foi permitido comer carne pura, que era menos prejudicial, pois toda carne causa algum problema (bem por isso não a deveriam comer antes do dilúvio). Fato é que a idade das pessoas caiu de mais de 900 anos para no máximo 120 anos, idade hoje raramente alcançada. Mas também as leis de saúde antes do Sinai não eram tão detalhadas, por sua vez, também as doenças antes do dilúvio não eram tão freqüentes, se é que existiam. Outra coisa, o poder vital das pessoas, antes do dilúvio, era umas 20 vezes superior às pessoas depois dele, e dos dias de hoje. Assim também era a inteligência das pessoas. Hoje, com um Quociente de Inteligência beirando a imbecilidade, muito próximo dos macacos, precisa detalhar minuciosamente as orientações sobre como viver corretamente, e ainda assim, as pessoas dificilmente entendem o que é bom e o que não é bom para elas.
E os judeus ainda receberam outras leis no Sinai. Eram, por exemplo, as leis civis, que tinham a ver com o seu país, e evidentemente não tem nada a ver com as nações atuais, se bem que podem servir de inspiração para a preparação de leis modernas.
Dentre todas as leis que os judeus possuíam, a mais importante era a Lei Moral, ou, os Dez Mandamentos. Esses eles possuíam, de maneira não estruturada, desde o Éden, e no Sinai eles foram escritos pelo próprio DEUS, e por duas vezes. Mesmo tendo sido quebrados por Moisés, em razão do pecado do povo, DEUS os reescreveu outra vez. Portanto, era uma lei importante. Foi a única a ser posta dentro da arca do concerto, assim como existe outra igual no santuário celeste (Apoc. 11:19). Essa era a lei básica, que definia a relação do homem com o Criador e a relação entre os seres humanos, bem como com toda a natureza. Essa lei é fundamentada no princípio do amor, e esse é o princípio pelo qual DEUS cria e mantém todas as coisas. Foi também por esse princípio que JESUS CRISTO veio ao mundo para morrer por nós.
De todas as leis que foram dadas no Sinai, a que sobreviveu até hoje intacta foi a Lei Moral, dos Dez Mandamentos, cujo centro é o sábado, o dia da intimidade com DEUS, para amá-Lo, e assim saber amar o próximo, pois foi dada no Éden. Essa é a lei que vai permanecer para sempre, ou, ao menos enquanto houver Céu e Terra, enquanto houver criação (Mat. 5:18). Os princípios de saúde também permaneceram, mas adaptados ao nosso tempo. Por exemplo, por meio do Espírito de Profecia sabemos que precisamos fazer hoje a reforma da saúde, para podermos ser capazes de um relacionamento intelectual muito intenso com o ESPÍRITO SANTO no tempo do Alto Clamor.
Resumindo, sem lei nem existe pecado e nem existe ordem. Não se pode imaginar uma sociedade sem regras. E no Reino de DEUS, a regra básica é que todos se amem a partir do amor entre o Criador e a criatura. Disso depende toda a sociedade humana, por isso esse relacionamento precisa ser conforme DEUS estabeleceu, não conforme os seres humanos imaginam.

 

  1. Terça: "Que devo fazer para ser salvo?"
Os discípulos logo depois da morte de Estevão tornaram-se missionários, e foram ensinar e converter os gentios (os não judeus). Em muitos lugares alguns deles se convertiam, e se tornavam seguidores de CRISTO. No entanto, atrás dos missionários foram alguns judeus para também pregar a esses recém conversos. Os gentios ainda não eram firmes no conhecimento. Eles estavam recém iniciando no saber da verdade, estudavam a palavra entre eles, em grupos, mas careciam de ensinamentos de outros mais experientes. Então, quanto chegavam pessoas da Judéia, eles ficavam felizes. Contudo, vieram uns judeus, da seita dos fariseus, que insistiam na necessidade deles seguirem os preceitos de Moisés, principalmente com relação a circuncisão. Eles diziam que sem a circuncisão não poderiam ser salvos (Atos 15:1). Os judeus que ensinavam isso não eram mal intencionados, na verdade eles estavam de fato querendo salvar os gentios, e achavam que esses rituais não se haviam inutilizados com a morte de JESUS. Eles eram zelosos, mas estavam errados. E seu zelo errado causou insegurança entre os gentios e polêmica entre os líderes religiosos da época. Alguns diziam uma coisa, outros, outra coisa.
Polêmica, é isso que satanás gosta. A polêmica pode ser saudável ou problemática. Quando pessoas equilibradas e humildes entram em debate porque não há acordo em relação a certos pontos, isso geralmente é bom. Mas quando uma questão se torna ponto de controvérsia sem acordo por falta de humildade, ocorre uma fissura no corpo dos irmãos, e a igreja então se enfraquece. Esse é, por exemplo, hoje o caso da música gospel na igreja. Ela dividiu a igreja desde o seus dirigentes e ministério até os seus membros, e não está havendo entendimento. Pelo contrario, está aumentando a distância entre um e outro grupo, e é bem isso que o inimigo gosta. É urgente que de uma vez por todas se chegue a um entendimento sobre essa questão.
Como foi que resolveram a polêmica do ritual e da circuncisão, naqueles tempos? A idéia foi de Paulo. Estavam eles entre os gentios, e se encontrando com alguns dos judeus que defendiam a necessidade da circuncisão, ouve acalorado debate mas não chegaram a um acordo. Até aqui, tudo normal. Então Paulo sugeriu que ele e Barnabé, e mais alguns daqueles que estavam discutindo o assunto, fossem até Jerusalém e ali convocassem uma reunião (um concílio) com mais outros irmãos consagrados, e debatessem o tema entre um grande grupo de pessoas. Esse é o princípio da sabedoria nos conselhos, em que se reúnem mais pessoas para a análise de determinado assunto. No conselho de muitos há mais sabedoria que nas idéias de um ou dois, principalmente se houver discordância. Essas reuniões devem ser realizadas com orações e cada um que participar deve fazê-lo com espírito de humildade, não entrando no debate com a intenção de defender a sua idéia pré-concebida, mas sim, indo a reunião para contribuir com a idéia que possui. Se for o caso, cada um que vai a reunião deve estar disposto a mudar.
Assim foi em Jerusalém. Houve intenso debate, até que Pedro tomou a palavra e argumentou que, sendo ele um dos enviados aos gentios, já havia percebido claramente que DEUS estava purificando essas pessoas e não era necessário que elas seguissem aqueles rituais. Isso pôs fim a questão, se bem que alguns judeus ainda continuassem a afirmar da necessidade daquelas obrigações. Contudo, formalmente o assunto foi resolvido.
É assim que se trata de questões complicadas. Havendo alguma desavença na igreja, deve-se levar o assunto à comissão, e ali o assunto é estudado. Chegando a um acordo, isso deve ser aprovado pela assembléia da igreja, pois as comissões tem apenas poder propositivo, não deliberativo. Contudo, dependendo do assunto, pode ser necessário levá-lo adiante, para alguma instância superior na igreja, da Associação, da União, da Divisão, ou até da Conferência Geral. Certamente esse é o caso da música gospel e da reverência à culturas terrestres. Os assuntos polêmicos na igreja devem ser tratados em suas instâncias apropriadas, jamais se deve criar um grupo paralelo não legal, pois assim se estará provocando dissidências e revoluções. Isso não quer dizer que tais assuntos não possam ser debatidos informalmente entre grupos de pessoas, porém tais grupos jamais podem se revestir de poder deliberativo, e sim, apenas de investigação e aprofundamento do assunto.

 

 

  1. Quarta: "Não impor maior encargo"
Vamos nos aprofundar um pouco na sabedoria das decisões do concílio. Ele foi diplomático. Já havia um divisão na igreja que recém iniciava, era a questão de seguir ou não as regras cerimoniais. O concílio bem poderia dizer assim: essas regras foram abolidas, não valem mais nada, portanto, ninguém está obrigado a segui-las. Mas não agiram dessa maneira, havia muito judeu sincero que precisava de mais tempo para assimilar a mudança. Por isso, DEUS iluminou esse concílio a dar a orientação correta, mas, ao mesmo tempo, não declarar a nova condição de forma tão clara a fazer perder a vida eterna dos judeus, que estavam impregnados de séculos de obediência os rituais do santuário, muitos com zelo e minuciosa dedicação. Para eles esse ritual era algo sagrado, e de fato era sagrado e muito solene, e os distinguia dos outros povos. Era compreensível que agora, que tudo mudou, que os do povo judaico não conseguissem concordar com essa mudança de um momento para outro.
Então o concílio não eliminou declaradamente os rituais, mas também não os ratificou, porém, disse sabiamente que não iriam impor maior encargo aos gentios, além de algumas coisas essenciais. E essas coisas "essenciais", atente-se bem, não era nem circuncisão nem ofertas de animais. Era o que mesmo? Que se abstivessem dos ídolos, das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do seu sangue. Essas coisas seriam o início de uma vida em transformação, pois dos cristãos DEUS não requer que mudem 100% de um dia para outro, e sim, Ele vai requerendo mudanças graduais na vida ao longo do tempo, na medida em que as pessoas possam suportar a luta que as mudanças provocam, e irem crescendo na fé e na obediência. DEUS não é um tirano que exige extremos de seus filhos, mas também não um frouxo e liberal que deixa a cada um fazer o que bem quiser.
Então, o concílio desprezou de forma educada os rituais, que na verdade não valiam mais nada, e deu início a mudanças na vida dos cristãos, para que crescessem na vida espiritual.
E os Dez Mandamentos, também não mencionados pelo concílio, esses se pode compreender que tiveram o mesmo tratamento como a lei cerimonial? É claro que não, eles nem estavam em controvérsia. O sábado, por exemplo, continuou sendo ensinado tanto pelos cristãos judaizantes quanto pelos cristãos que já se haviam libertado dos rituais de antes de CRISTO. É só ler no livro de Atos dos Apóstolos.

 

  1. Quinta: A heresia dos gálatas
Como sempre foi em todos os tempos, mais fácil é retornar ao mundo do que seguir nos caminhos de DEUS. Mais fácil é pregar heresias do que pregar a verdade pura. Mais fácil é se conformar com o mundo do que sair da cultura dele. Até em nossa igreja, hoje, se fala, e muito, que devemos nos aculturar. Uma coisa é respeitar a cultura, outra coisa, e bem perigosa, é assimilá-la, o que em grande parte o povo de DEUS está fazendo isso, ou melhor, o respeito às culturas do mundo estão servindo de desculpa para muitos que não desejam abandonar o mundanismo e para outros que desejam introduzi-lo na igreja. Para os servos de DEUS, respeitar as culturas do mundo não é conformar-se com elas, mas, não confrontando, aos poucos tirar as pessoas do mundo e suas culturas. Essa foi a oração de JESUS em João capítulo 17. Da parte de satanás, sempre foi grande o esforço pela aculturação dos servos de DEUS. Assim foi desde que esse povo foi se formando, quanto ainda o número deles era pequeno. E assim permanece sendo até hoje. Quantos membros defendem ardorosamente que o respeito às culturas é uma certa tolerância pelo que elas sugerem. Mas os verdadeiros servos de DEUS, os que acima de tudo tem na salvação de suas vidas seu principal objetivo de vida, esses buscam libertar-se dessas amarras que não só seguram muita gente no mundo como segurarão essas pessoas para a morte eterna.
Os gálatas estavam em situação semelhante, embora o problema deles fosse heresia, não tanto mundanismo. Em cada época os artifícios para desviar a mente do foco são diferentes, adaptados às circunstâncias. Naqueles tempos, como já sabemos, o ponto principal para desviar a atenção ao essencial foi a circuncisão. Esse ponto se tornou forte, em parte, defensável, pois foi uma marca de distinção do povo de DEUS dos oturos povos. E havia outros pontos também, mas esse era o mais importante. Hoje o ponto mais importante para tirar a mente do foco da salvação é a moda.
Há muitos outros, mas esse anda livremente entre os membros da igreja, e se tornou tão sutil que da parte de muitos não podem viver sem reverenciá-la, e já é algo normal, imperceptível. Ela, aos poucos, disfarçadamente, vai eliminando a humildade, condição vital para se entregar a DEUS. Contudo, quem deseja se salvar, se esse desejo é realmente mais importante que tudo, então precisa ler mais a Bíblia e o Espírito de Profecia, para descobrir que essas pequenas atrações do mundo na verdade são apenas coisas bobas, sem graça, sem criatividade, e meramente artificialismos. É que a mídia diz que tem que viver assim, e as pessoas não conseguem entender que a mídia é muitíssimo inferior ao que DEUS diz. Mas tudo bem, cada um deve saber o que é de fato importante, se os poucos anos daqui, ou se a vida eterna dali.

 

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Enquanto os antigos judeus eram muito ciosos da salvação, nós, adventistas do fim dos tempos nos sentimos muito seguros de já estarmos salvos. Isso em termos de maioria. Eles eram rigorosos nos rituais, só eles sabiam qual era a verdade, e tudo dependia deles. Nós, achamos que a salvação nos é garantida, e de um modo geral nos tornamos mornos, e pensamos que de qualquer maneira nos salvamos. Mesmo se tivermos um pé no mundo e outro na igreja, nos salvamos. Muitos pensam assim e vivem assim. Já os judeus achavam que deveriam seguir mais regras que o próprio DEUS estabeleceu, e ai de quem não as seguisse.
A lição apresenta uma reflexão sobre como hoje podemos estar impondo fardos demasiados sobre os irmãos. Mas é o contrário, na verdade, os irmãos mais experientes, de mais tempo de igreja, muitos desses estão sugerindo aos irmãos mais novos, os que recém chegaram, que a salvação pode ser alcançada por atitudes liberais. Os exemplos de vida dentro da igreja clamam em altos brados, levando as pessoas a suporem que o modo liberar que se vive é aceitável a DEUS. O problema dos judeus era o exagero de cuidados, o nosso problema em geral é o liberalismo e condescendência com o mundo. Até está profetizado que seria assim. Em geral é isso que se vê, e a sacudidura vem por causa do joio, que é a mornidão e o liberalismo, a condescendência com o mundanismo e com as culturas do mundo, não por causa de excesso de exigências, que hoje são exceções, não a regra.
Vamos lá, nem liberalismo, nem fanatismo, mas sim, equilíbrio. E equilíbrio se cultiva nas famílias, para refletir na igreja e na sociedade. Mas equilíbrio se ensina na igreja e nas escolas, para que as famílias saibam o que é e o cultivem. E equilíbrio vem de JESUS, da Bíblia e do Espírito de Profecia. Equilíbrio é seguir os escritos sem extremismos e evitar o mundanismo sem liberalismos.

 
escrito entre: 26/05 a 01/06/2010
revisado em 02/02/2010

 

 

 
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos.

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