Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Terceiro Trimestre de 2010
Tema geral do trimestre: A Redenção em Romanos
Estudo nº 04 – Justificados pela Fé
Semana de 17 a 24 de julho
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para memorizar: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (Rom. 3:28).
Introdução de sábado à tarde
Vamos ver se em poucas palavras conseguimos clareza sobre a justificação pela fé. Quando ocorre o pecado, há a transgressão da lei. Isto também se chama desobediência. Se existe lei, tem que existir alguma penalidade, senão a lei não tem poder algum, e apenas serviria para caracterizar algo que conhecemos por “impunidade”, ou seja, a lei que não pune. A penalidade da lei de DEUS é a morte, mas antes dela há uma variedade de sofrimentos, entre eles o envelhecimento. Se a lei de DEUS incluísse algo como temos aqui no Brasil, a progressão da pena por bom comportamento, teríamos no Céu a impunidade, e esse não seria um lugar de justiça. O Céu incentivaria a vida ilegal, pois facilmente se poderia fugir da pena. Esse é um dos motivos porque ninguém pode se salvar por obras da lei. Depois que pecou tem que pagar. Outro motivo é que, depois de pecar, aquela desobediência não pode ser compensada por obediência, nem a natureza rebaixada por aquele pecado pode ser mudada por obediência futura. Se o Céu é um governo sério, e de justiça, se errou, tem que pagar.
Mas há algo no Céu que não temos visto em sistema legislativo algum aqui na Terra: O custo do pecado no Céu pode ser pago por outra pessoa. Para isso, é um requisito, essa outra pessoa não pode ser qualquer uma, só pode ser O próprio Legislador, que é o responsável pela Lei, e que não tenha jamais cometido pecado (contra a Sua própria lei), e que tenha assumido os pecados de quem deseja salvar. O amor permite essa válvula de escape, desconhecida de todos os seres até que JESUS o revelou no Jardim do Éden. Essa foi a grande surpresa quando houve o pecado, ou seja, onde abundou o pecado, superabundou o amor e a justiça de DEUS.
Agora, vamos entrar noutro assunto: a justificação pela graça, mediante a fé. É bem fácil entender. É alguém outro pagando a punição dos pecadores. Esse alguém outro é JESUS. E só Ele poderia pagar a punição, e só poderia ser com Sua própria vida, em forma de ser humano (pois em forma de DEUS Ele é imortal). Só Ele porque é o que foi desafiado por Lúcifer no Céu (vide o livro História da Redenção). Só Ele porque veio em forma de homem, na condição de mortal. Ele se fez mortal mesmo sem ter pecado, e viveu desde que nasceu sem pecado, sendo morto injustamente, como se tivesse pecado. Na verdade Ele foi condenado não pelo que tenha feito, mas pelo que nós fizemos. Os próprios que O condenaram o faziam por causa dos pecados deles mesmos. Aliás, JESUS não morreu uma morte comum, ele morreu a segunda morte, que não é morte por idade, acidente ou doença, mas por causa do pecado. Ele sofreu a agonia dos pecados cometidos por todos nós, e isso O levou à morte. O mais interessante é que Ele retornou dessa morte, da qual ninguém retorna. Só Ele fez isso. Portanto, Ele venceu a segunda morte, que é o salário do pecado.
Mas como algo assim nos justifica? Aqui há três pontos que devem se cumprir, senão não ocorre a salvação na pessoa. Em primeiro lugar, é a morte de JESUS pelas pessoas; e isso já é fato, está garantido. O preço do pecado, a segunda morte, já foi pago para todos os habitantes da Terra, de todos os tempos. Mas nem todos se salvarão, então vamos para os outros dois pontos.
Quem quer se salvar tem que aceitar essa morte de JESUS. Se não aceitar, sua vida será como se JESUS não tivesse morrido por essa pessoa. No final do terceiro milênio vai se perder e morrerá para sempre. Esse aceitar é que envolve a fé. A morte de JESUS permite que Ele nos ofereça gratuitamente o perdão com a vida eterna, e isso é a graça. Agora, aceitar essa graça, isso é feito pela fé. Tanto a graça como a fé, como o próprio perdão, são dons de DEUS. A graça está sempre disponível a todos, é um presente, e a fé nós devemos literalmente pegar e nos apropriar dela, como uma minúscula semente, e cultivá-la em nosso coração. O resultado desse cultivo é que creremos cada vez mais no poder de DEUS, e assim nos solidificaremos no caminho da salvação, e nos manteremos nele.
E qual é o terceiro ponto de que falamos? É a transformação, ou também conhecida como santificação. Depois que a pessoa aceitou a JESUS como Salvador, é evidente que algo tem que mudar na vida dela. Essa mudança será operada pelo ESPÍRITO SANTO, dia a dia. E a pessoa vai mudando, ficando cada vez mais semelhante a JESUS, seu Salvador. Essa semelhança é no caráter, ou seja, na capacidade de obedecer aos Dez Mandamentos, que é a lei de DEUS. Como JESUS obedeceu até à cruz e até à morte.
É de se lembrar que a justiça divina não é trapo de imundícia como a nossa justiça aqui na Terra. Jamais poderia entrar no Céu um pecador. Então, como é que a graça consegue fazer o milagre de salvar pecadores? Não seriam eles seres indignos de estarem na Nova Terra? Aqui isso é resolvido da seguinte maneira: pela transformação, ou, pela santificação. Não basta só o perdão para ser salvo, é preciso ser santificado, ou seja, transformado de pecador a uma pessoa santa. Veja bem, é simples: uma vez perdoado, está livre de todo pecado, não é assim? Então a santificação se encarrega de fortalecer o pecador contra o pecado, para não pecar mais. Assim, se não pecar mais, ela pode ser levada para o Céu. Portanto, depois de nos arrependermos, e de sermos perdoados, temos que nos entregar a JESUS todos os dias para que Ele, por meio do ESPÍRITO SANTO, gradativamente mude a nossa natureza. Essa mudança tem que ser perceptível ao longo do tempo. Uma pessoa que é sempre a mesma, vem ano vai ano, essa aí não está sendo transformada, e certamente está no caminho da perdição eterna. Assim a justiça de DEUS se torna completa, e ninguém pode dizer que houve algum favorecimento ou impunidade.
Concluindo essas reflexões. Nós nos tornamos pecadores porque desobedecemos a lei. Mas JESUS pagou o preço do pecado. Agora podemos tornar a viver eternamente outra vez. Portanto, para retermos a graça de JESUS, o que temos que fazer é obedecer a lei de DEUS, os Dez Mandamentos. Se os desobedecermos, volta tudo a estaca zero, pois tendo pecado outra vez, também outra vez carecemos da graça, o ciclo se repete, isso se arrependermos outra vez. Portanto, só somos salvos da morte pela graça, mas permaneceremos salvos pelas obras, ou seja, pela obediência, ou ainda, não pecando mais.
- Primeiro dia: As obras da lei
De acordo com Romanos 3:19 e 20, todos os que transgrediram são culpáveis perante DEUS. Ninguém será justificado pelas obras da lei, pois, pela lei vem o conhecimento do pecado.
O que quer dizer isto? Primeiramente, devemos ter em mente duas funções importantes de qualquer lei: 1ª) definir o que pode ser feito e o que não pode; 2ª) estabelecer a punição de quem fizer o que não poderia fazer. E termina aí.
E se alguma lei também estabelecer o perdão? Então deixa de ser lei, pois essas atenuantes a enfraqueceriam. Vamos a um exemplo, no Brasil, conhecido por muitos. Uma pessoa pratica um crime, é julgada, condenada a 30 anos de cadeia. Mas essa mesma lei, pela qual se estabeleceu a tal pena, também permite que o sujeito possa ficar apenas um sexto da pena, ou seja, cinco anos, se tiver, por exemplo, bom comportamento (ou um bom advogado). Ora, aqui o tal do bom comportamento seriam as obras do criminoso. Mas ele deveria ter tido bom comportamento no momento em que praticou o crime. Agora que se tornou um criminoso, e que experimentou matar, que assumiu a natureza de matador, é agora que ele vai se redimir por bom comportamento? Se tiver bom comportamento na cadeia, faz bem, mas deverá pagar pelo crime, ou seja, os 30 anos, não apenas cinco anos. Essa é uma lei fraca, pois os 30 anos são apenas cinco anos. Incentiva o crime, pois o preço dele é pequeno.
A lei de DEUS não é fraca. Ela estabelece uma pena, e essa é a pena, nada menos nada mais. A lei como fala Paulo, e como nos explica a lição de hoje, refere-se ao conjunto de leis judaicas do Antigo Testamento, incluindo a lei cerimonial, os Dez Mandamentos, as leis civis, e tudo o mais. É da natureza de toda e qualquer lei estabelecer a distinção do que é correto daquilo que é errado, e determinar penalidades para quem a transgride. Se não tiver essas duas condições, não é lei, é apenas recomendação.
Por exemplo, se a lei do trânsito estabelece em determinada estrada que a velocidade máxima é de 110 km por hora, mas não estabelece penalidades a quem desobedecer, é o mesmo que não estabelecer esse limite, e é o mesmo que não ter lei. Pois, andando, digamos a 180 km/h , nada acontece ao infrator. Por sua vez, se a lei tem penalidades, não cabe a ela tratar da questão do perdão, e sim, do legislador, ou de quem tem poderes para isto. No caso da lei de trânsito, há a Jari (Junta Administrativa de Recursos de Infrações), um órgão legal que julga os casos, e esse órgão tem apenas poderes para julgar se a lei foi aplicada corretamente ou se houve erro, e só nesse caso ela pode perdoar o condutor que, no caso, não foi infrator.
Os Dez Mandamentos, por exemplo, são uma síntese da glória de DEUS, de Seu caráter, de como Ele é, como Ele ama. Esse caráter foi colocado em Adão e Eva, e assim eles eram perfeitos, capazes de amarem e de serem amados. Mas quando desobedeceram, deformaram esse caráter neles. Agora eram criaturas de DEUS, mas com um caráter de satanás. Imagine se DEUS poderia deixar seres assim vivos! Pelos Dez Mandamentos, quem desobedece de alguma maneira deixou de amar, e em lugar de amar, odiou. O ódio não pode ter lugar no Céu, e Lúcifer e seus anjos foram expulsos. As criaturas que assimilaram odiar, não devem viver, pois são seres destruidores, se matam e matam os outros, e destroem a natureza; precisam ser eliminados, até para o bem delas mesmas. Por isso o salário do pecado é a morte, nem poderia ser diferente. Enquanto o amor promove a vida, é pelo amor que DEUS cria, e é pelo amor que um casal tem o poder de gerar filhos, é, por outro lado, pelo ódio que as pessoas se matam, e elas mesmas morrem. Havendo desobediência da lei do amor, se provoca o estado da morte, que é a penalidade óbvia e natural dessa lei, pelo que ela prescreve: vida com felicidade por meio da excelência do relacionamento com DEUS e com o próximo.
Então, seguindo o raciocínio, os Dez Mandamentos estabelecem como nós devemos relacionar-nos com DEUS e com o próximo, mas não podem estabelecer o perdão para quem em lugar de amar, praticar o ódio. O natural da lei é condenar, não perdoar, para que não seja uma lei promotora da impunidade. Governos onde há leis que favorecem a impunidade são sociedades que degeneram, e DEUS não teria uma sociedade assim.
Mas DEUS, o Legislador, pode perdoar, desde que Ele mesmo providencie o pagamento do preço da desobediência da lei do amor, o que JESUS fez. Agora vem uma maravilha curiosa de DEUS. O princípio da lei de DEUS, os Dez Mandamentos, que é o amor, foi esse princípio que moveu a JESUS CRISTO a morrer por nós. Isso pagou o que a lei exigia: a morte. Pagou porque JESUS nunca desobedeceu; Ele era puro e sendo morto, podia fazê-lo em nosso lugar.
O que JESUS fez teve duas conseqüências: uma, provou ao Universo que DEUS é amor, pois foi por amor que JESUS morreu por nós. Isso garante ser a lei de DEUS boa. Nesse caso, o princípio da lei, pelo qual fomos criados, valeu para nos salvar. Ele nos amou primeiro, e em tal intensidade que sofreu tudo para nos alcançar o perdão. A segunda consequência foi exatamente o perdão.
Agora, vamos entender isso tudo. A lei de DEUS é amor, certo? Quem deixa de amar, perde a vida, porque em lugar de amar, odeia (e essa será sua nova natureza), certo? A lei o condena, vai ter que morrer, pois tem uma natureza de matador, e ele próprio é mortal. Ele mesmo, por mais que faça o bem, isto é, que obedeça à lei do amor, não tem poderes para retomar a primeira natureza, de santidade como DEUS é santo.
Mas, pelo mesmo princípio dessa lei, que é o amor, JESUS morre em nosso lugar. Aí Ele prova que a lei é boa. Agora, onde está, afinal, a origem da salvação do ser humano? Não estaria na lei, que é amor?
Não, não está ali. Está, sim, na obediência ao amor dessa lei, feita por JESUS. A salvação não veio pela lei, ela veio por alguém que a obedeceu, do mesmo modo como a perdição veio por outro alguém que a desobedeceu. Portanto, a lei não pode salvar o pecador, mas Um Ser puro, que a obedeceu nas piores condições, Esse pode. Parece complexo, mas nem tanto. Precisamos meditar muito sobre isso, e trocar idéias para fortalecer a compreensão desses pontos. É a lógica da salvação. É o conhecimento para a vida eterna.
- Segunda: Fé e justiça
O texto bíblico de Rom. 3:21 diz: “Sem lei se manifestou a justiça de DEUS, testemunhada pela lei e pelos profetas.”
Em primeiro lugar, aqui não diz que a lei foi abolida. Nada disso, pelo contrário, diz que a lei testemunhou a justiça de DEUS, ou seja, aprovou. Essa justiça está de acordo com a lei e os profetas. A justiça de DEUS não é um ato contrário à lei.
Portanto, vem a pergunta, se a justiça de DEUS veio sem lei, como ela se manifestou? Isso é simples de entender: a lei exigia a morte, e seria justo, seria executar a justiça deixar o transgressor morrer para sempre. Sendo para salvar o pecador da morte, algo deveria ser feito à parte da lei, mas não contra ela. DEUS não poderia, por exemplo, criar uma situação de impunidade perdoando só pelo fato de amar o ser humano. Seria ilegal. E é verdade, mesmo tendo Adão e Eva pecado, Ele ainda assim os amava. Bem por isso ele desejou livrá-los da morte, mas não por um perdão sem preço. A lei exige o pagamento do preço estabelecido, e sendo o governo de DEUS perfeito, esse preço deveria ser pago. Não havia outra saída.
Então DEUS encontrou um outro caminho. Foi um caminho por fora da lei, ou seja, uma outra alternativa. Sem lei quer dizer um caminho alternativo para salvar o homem, mas não descumprindo a lei, mas também não matando o homem. Essa alternativa, conhecemos bem, foi JESUS morrendo por nós. Ele, então, cumpriu a lei, o que ela exigia, e agora vem o ponto, Ele tem o direito, pelo fato de amar-nos tanto, de atribuir a nós a Sua justiça. Não foi isso que a lei exigia, ela requeria a nossa morte, mas a alternativa foi um outro morrer em nosso lugar, e além disso, por amor, dar a nós o Seu direito a viver para sempre.
- Terça: Graça e justificação
Tanto já falamos sobre a graça, mas não custa nada retornar ao assunto. Para sermos salvos, precisamos ser justos, isto é, não ter pecado. E só há uma maneira de não termos pecado, e sermos justos, por meio de uma declaração, não por meio de alguma conquista nossa. É DEUS quem nos declara justos, isso acontece no momento em que nos arrependemos e, portanto, não desejamos mais pecar. Passar a ser justo é algo até bem simples. Resume-se ao arrependimento, que todo o que se arrepende o faz porque não quer mais pecar. Nesse exato instante, lá no Céu, DEUS faz uma declaração que fulano de tal agora é justo. E se essa pessoa no outro dia peca outra vez, torna a ser outra vez pecador, mas se houver novo arrependimento, torna outra vez a ser declarada justa. E assim sucessivamente.
Uma vida de santificação ocorre quando o pecador, sendo transformado, isto é, santificado pelo poder de DEUS, peca cada vez menos. Esse é o cuidado que nós devemos ter. Estamos pecando menos, ou estamos na mesma, ou temos pecado mais ainda do que quando nos convertemos? Essa é uma questão importante para o diagnóstico de nossa vida espiritual. Não há um sequer que não peque, mas há muitos que estão pecado cada vez menos, e se arrependendo cada vez mais facilmente!
A declaração de alguém ser justo é um ato de DEUS, que Ele faz porque JESUS morreu por nós. Portanto, essa declaração é possível. A declaração ocorre por meio do perdão. Se DEUS perdoa uma pessoa, ela assim se torna justa, não tem pecado pendente, embora ainda tenha natureza pecadora. Mas até essa natureza vai mudando com a santificação. Ao longo do tempo, uma pessoa que é transformada é menos pecadora que no início da conversão, fica cada vez mais parecida com a glória (caráter) de DEUS. Esse perdão só pode ser concedido pelo crédito da morte de JESUS, e porque DEUS, que nos ama, nos quer alcançar o perdão (a todos que se arrependem) sem nos cobrar nada. Por isso, é de graça, ou seja, não merecido, mas assim mesmo, concedido.
- Quarta: “Sua justiça”
Todo fundamento da salvação dos pecadores firma-se numa única base: a justiça de CRISTO. Essa base foi construída pela vida exemplar de obediência à lei que CRISTO viveu aqui na Terra. Nenhum ser humano foi tão tentado como Ele. Desde que nasceu foi perseguido para ser morto, e ao longo de Seus dias, satanás não Lhe dava trégua. Houve dois momentos máximos dessas tentações: um foi no deserto, por 40 dias, e o outro foi desde o Getsêmani até Sua morte na cruz, em torno de pelo menos umas 15 horas. O auge da pressão foi durante as seis horas que JESUS esteve na cruz, das 9 horas até as 15 horas. E certamente os piores momentos foram os últimos minutos, quando seu cérebro já fraquejava, Seu sangue era pouco. Mas Ele não cedeu, embora em Sua consciência Lhe pesassem as nossas culpas. E venceu obedecendo, principalmente amando os pecadores e perdoando. Não há o mínimo ponto em que Ele possa ser acusado de descumprimento da lei. Portanto, Ele é justo.
Mais uma coisa: como Ele sofreu a dor e a angústia dos pecados de todos os seres humanos, como estes sofreriam se tivessem que enfrentar a segunda morte, Ele pagou por esses pecados. Isso é propiciação, que é oferecer sacrifício expiatório, tornar propício por um sacrifício. O sacrifício do modo como JESUS sofreu para morrer, carregando nossos pecados em Sua consciência, e tendo Ele mesmo não praticado nenhum pecado, permite que Ele, desde então, salve quem desejar. Para que a justiça seja perfeita, também o pecador precisa colaborar, tendo o desejo de ser perdoado e entregando-se para ser santificado. DEUS faz tudo, mas nós temos que concordar.
Então, resumindo, DEUS tem um presente a nos dar, que é o perdão. Esse presente Ele quer dar sem que mereçamos e sem que paguemos alguma coisa. Por isso, o ato de nos oferecer o presente se chama graça. Graça, devemos entender por um benefício ou indulto ou favor imerecido que DEUS dá porque nos ama. Tanto o perdão quanto a graça são dons de DEUS. Da nossa parte, devemos crer em DEUS e aceitar (ou confiar) nessa graça que nos oferece, e isso é a fé, que também é dom de DEUS. Portanto, tudo aqui é oferecido por DEUS. Cada uma dessas coisas oferecidas por DEUS tem uma função. O perdão tem a função de nos libertar da culpa; a graça é o fato de se tratar de algo pelo qual nem poderíamos dar compensação, muito menos pagar; e a fé é a capacidade de crer que DEUS vai resolver mesmo a nossa situação.
Na realidade, é como dizem por aí: “é pegar ou largar.”
- Quinta: Fé e obras
Hoje o assunto está em torno de Rom. 3:28 – “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.”
O que esse verso não diz? Ele não diz que estamos desobrigados de obedecer a lei. Ele não diz que a lei não precisa ser obedecida. Aliás, se esse verso dissesse tal coisa, seria o mesmo que dizer: NÃO HÁ MAIS PECADO! Podem fazer o que desejar, ninguém mais comete pecado, pois estão todos desobrigados de obedecer a lei. Ou seja, seria o mesmo que dizer: NÃO EXISTE MAIS LEI! E, se não existe mais pecado, por não haver necessidade de obedecer a lei, então vem a pergunta: POR QUE CONTINUAMOS MORRENDO? Afinal, morre-se porque esse é o salário do pecado. É ou não é?
Mas que confusão muitas igrejas inventaram! Muitos pastores pregam que agora estamos debaixo da graça, não mais debaixo da lei. Se fosse assim, então por que ainda estamos sofrendo? Há pregações muito contraditórias, e se você está lendo aqui examine melhor a sua Bíblia, pois com ela na mão, disse JESUS, viriam muitos falsos profetas (ver em Mateus 24: 4, 5 e 24). Nos últimos dias aumenta cada vez mais o número de igrejas com base numa mesma Bíblia. Racionalmente pensando, jamais se poderia admitir como algo correto haver tantas igrejas diferentes vindas da mesma base. Aliás, não poderia haver duas igrejas diferentes fundamentadas na Bíblia, pois, sendo assim, no mínimo uma delas deveria estar errada, pregando falsidades e enganando. Sugestão: leia a Bíblia por você mesmo, e com calma, orando, confira o que ela revela. Tem muita gente por aí pregando que não estamos mais debaixo da lei, e sim, só da graça morrendo sob o poder de condenação da lei. Que contraditório!
Então, o que diz esse verso Bíblico de Rom. 3:28? O que ele diz é bem simples de entender. Ele leva a uma conclusão de texto escrito anterior. Ele diz simplesmente que o ser humano é justificado pela fé, ou seja, pelo fato de crer em DEUS.
Pense um pouco: pode alguém receber a justiça de DEUS se nem mesmo crê n’Ele? Pode DEUS perdoar a um homem se nem confia n’Ele? É evidente que não. Se fizesse isso, então caberia outra pergunta: Que DEUS é esse que salva pessoas que nem mesmo O aceitam?
Portanto, na segunda parte do verso, o que ali está dizendo é: se você depois de ter pecado, só praticar obras boas de obediência a DEUS, não vai ser salvo por essas obras, mas sim, vai ser salvo porque crê e aceita a DEUS como Seu Criador e Salvador. É isso que o verso diz em bom português. Pois, revisando, se ele dissesse que não precisa mais obedecer a lei, então caberia outra pergunta: afinal, por que motivo JESUS veio aqui a esse mundo, obedeceu a lei, e foi morto? Ora, se Ele morreu com tanto sofrimento porque foi obediente, assim que morre, a lei já não vale mais? Mas que história é essa, tornar CRISTO JESUS como se fosse um bobo, alguém que sofre tanto para cumprir a lei, como Ele mesmo diz, e logo em seguida, a lei não precisa mais ser cumprida por ninguém? Tanto sofrimento por nada, simplesmente para anular a lei? Então, se fosse assim, por que DEUS não anulou a lei antes mesmo do pecado aparecer, para que Ele não pudesse se manifestar? Gente boa, não façamos JESUS de bobo, que tenha feito apenas um sacrifício banal, ou seja, logo após tamanho sacrifício simplesmente não haver mais necessidade da obediência. Sempre relembrando que sem lei e sem obediência, o que temos é a bagunça, o caos.
Pela obediência à lei deixamos de pecar, mas só pela graça, mediante a fé, obtemos o perdão de algum pecado, nunca pela obediência. O perdão vem pela morte de CRISTO, exatamente o que a lei exige: se pecou, tem que morrer. Por isso CRISTO morreu, para que nós, se crermos, não morramos eternamente. É simples assim, mas os inimigos de DEUS complicam para que ninguém se salve.
- Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
O estudo de hoje, na lição, apresenta uma seleção de citações de EGW que é fantástica. Se lerem com atenção essas citações, e aprenderem o que ensinam, mesmo não lendo esse comentário, já está muito bom.
Em Gálatas 3:11 up., 12 e 13 diz assim: “...o justo viverá pela fé. Ora, a lei não procede de fé mas: Aquele que observar os seus preceitos, por eles viverá. CRISTO nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se Ele próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.”
Com base nesses versos, que resumem a salvação, vamos expor a seguir alguns conceitos importantes aos nossos estudos desse trimestre.
Diz, “o justo viverá pela fé”. Quem é justo? Justo é aquele que nunca pecou, ou que foi perdoado, e está na condição igual ao que nunca pecou. Portanto, se pecou, e se é justo, é porque seus pecados lhe foram perdoados. E o que é viver pela fé? Fé é a certeza que DEUS mesmo nos dá, mas que devemos reter para nós, de que no presente e no futuro tudo o que DEUS prometeu se cumprirá sem sombra de variação. Se Ele prometeu perdão a quem se arrepende, se prometeu vida eterna ao perdoado, assim será. Pois o justo vive baseado nessa firmeza de convicção.
“Ora, a lei não procede de fé...” O que é lei? Lei é a vontade de DEUS, o Seu caráter. A lei, se obedecida, garante a vida, mas se desobedecida, impõe a morte. A lei de DEUS não é como as dos homens, onde há injustiça. Aqui muitas vezes se condena a quem não transgrediu, e às vezes se liberta quem transgrediu. E não são poucos os casos em que, quem transgrediu, é perdoado de sua pena sem que isso custasse algo a quem quer que seja. É o caso da progressão de pena no Brasil, quando a pena é encurtada. Isto é impunidade. Uma lei assim é fraca e por ela sociedade alguma pode ser sustentável, pois quem se beneficia é a criminalidade. Havendo possibilidade de progressão de pena, deveria haver alguma forma de pagamento da diferença.
Por que “a lei não procede de fé”? A fé é outro caminho, não de condenação, nem da lei, mas do perdão, da aceitação do perdão. A lei é independente da fé, ela nada tem a ver com perdão. Ela tem a ver com orientação sobre como viver corretamente para ter vida e ser feliz, e tem a ver com condenação a quem transgride. E aí termina o papel da lei. Por sua vez, a fé só passou a existir pela morte de CRISTO. Essa morte permite que pecados sejam perdoados, o que é a graça, e pela fé se aceita que assim seja. Portanto, lei é uma coisa e fé é outra, mas de modo nenhum há conflito entre elas, o perdão e a fé não são atos ilegais. Bem por isso o verso diz que CRISTO nos resgatou da maldição da lei. Essa maldição é a morte eterna. Ele se fez maldição, ou seja, Ele morreu em nosso lugar, na cruz.
Outros conceitos importantes vão a seguir.
Obediência: é seguir os requisitos da lei. Quem age assim, jamais será condenado.
Desobediência: é transgredir pelo menos um mandamento da lei. Quem desobedece perde a proteção da lei, e deve morrer. Atenção, se desobedeceu uma só vez, e depois sempre obedece, a sua condenação por essa via não se anula. Obedecer depois de pecar não isenta de condenação daquele pecado, mas também não piora ainda mais a situação. Por outro lado, depois de perdoado, se sempre for obediente, não vai mais precisar ser perdoado outra vez, pois não houve outra condenação, e estará salvo. Não se conhece algum caso assim, e a Bíblia mesmo afirma que tal situação não existe, portanto, todos aqui necessitam constantemente se arrepender e serem perdoados. No caso de desobediência, mesmo se fosse uma só vez, a obediência posterior somente garante uma qualidade de vida melhor até a morte, o que em si já é algo bom.
Estar sob a lei em estado de perfeição é ter a garantia da vida eterna com felicidade, e estar sob a lei depois de pecar é estar em estado de condenação, rumo a morte eterna. Nesse caso, para se salvar, o pecador precisa se abrigar sob a graça, um caminho por fora da lei (mas não contrário a ela, pois o perdão veio de alguém que foi condenado por causa dos nossos pecados e não dos d’Ele), e por meio dela ser perdoado, se houver arrependimento é claro.
Graça: é um presente motivado pelo amor (que é o mesmo princípio da lei) de perdão e de transformação que DEUS dá, transferindo ao pecador arrependido a justiça e a santidade de JESUS CRISTO.
Justiça de JESUS: conquistada por uma vida sem pecado apesar de estar sujeito a ele, inclusive vindo como mortal e na condição de ser humano. Nessas condições de mortal, opção d’Ele, não causada por alguma desobediência, nunca pecou Ele foi justo, isto é, correto por que sempre foi obediente. E esta justiça Ele nos quer dar de graça, como um presente que nem merecemos, mas que podemos aceitar por meio do arrependimento, do perdão e depois da fé e santificação.
Justiça divina: não admite impunidade nem mesmo atenuação da pena; havendo transgressão tem que haver condenação e execução da pena. Se não for assim, o reino de DEUS seria frágil. Essa justiça está junto com o amor, que admite que o próprio JESUS CRISTO pague a pena, do modo como tudo foi feito, incluindo a cruz.
Perdão: principal ingrediente da salvação, é viabilizado pela declaração divina de que, quem se arrependeu e que tem o desejo de não pecar mais, está livre de condenação, e assim se torna como quem nunca pecou.
Santificação: processo gradual e permanente de aumento da resistência contra as tentações, tornando-se mais forte contra o pecado, e assim mais parecido com o caráter de DEUS, que jamais pecou porque é puro amor. É a transformação de alguém que odeia para alguém que só sabe amar.
Humildade: condição sem a qual a pessoa não admite a necessidade de perdão de alguns de seus pecados, os mais acariciados, portanto, sem humildade é impossível o perdão e jamais ocorrerá a transformação. Só os humildes admitem que dependem de DEUS, e que nada podem por si mesmos.
Entrega: ato de confiança em DEUS, de abdicar da sua vontade quando esta conflita com a vontade de DEUS; absolutamente necessário para ser perdoado e ser transformado (santificado). Sem humildade não há entrega. A entrega deve ser diária, ou até mais frequente.
Vontade: precisa ser igual à vontade de DEUS – “seja feita a Tua vontade”.
Um lembrete final: Temos que tornar essas lições práticas em nossa vida. Algo tem que mudar a cada pouco. Se não fizermos assim, se sempre continuarmos os mesmos, estaremos atolados em algum pecado, e evidentemente, perdidos. É fácil se salvar, mas também é fácil se perder.
escrito entre: 09/06 a 16/06/2010
revisado em 16/06/2010
corrigido por Jair Bezerra
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos.