Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Primeiro Trimestre de 2010
Tema geral do trimestre: O Fruto do ESPÍRITO
Estudo nº 10 – O fruto do Espírito é: Domínio próprio
Semana de 27/02 a 06 de 03/2010
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
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Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
“...eles não são do mundo como também Eu não Sou” (João, 17:14)
Verso para memorizar: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo ser desclassificado” (I Cor. 9:27).
1. Introd. – “Bem aventurado o homem que ... se guarda de profanar o sábado” (Isa. 56:2)
O que é domínio próprio? É ter auto-controle e temperança. Quem tem domínio próprio guia-se por princípios pelos quais toma suas decisões e orienta a sua vida. É alguém que tem capacidade de planejar a sua vida e seguir esse planejamento, capacitado em con-trolar o seu corpo e a sua mente. Nesse, não é o corpo que domina, mas a mente fundamen-tada na verdade de DEUS.
Por outro lado, quem não tem domínio próprio não é capaz de se controlar. Essa pessoa é dominada pelas circunstâncias, pela moda, por atitudes, por gostos, por paixões, por modismos, por outras pessoas, por muitas coisas, mas pouco por ela mesma. É uma pessoa sem autodomínio. Essa pessoa é dependente mental de outras pessoas.
Há três coisas principais que tentam nos dominar: os sentimentos, os desejos e as circunstâncias. Contra essas coisas temos que ter bem firmemente gravados na mente prin-cípios bíblicos de vida. Só firmados em CRISTO, tendo o Seu poder a nossa disposição, isto é, querendo fazer a Sua vontade, é que poderemos ter princípios de vida e poderemos utilizá-los para decidir por nós mesmos o que fazer e o que não fazer. Ter domínio próprio é ter a capacidade de tomar decisões livres sem a influência de quem quer nos controlar. É ter independência mental. DEUS não quer controlar, Ele quer nos dar liberdade, Ele não nos domina. Ele quer nos ensinar princípios de vida para sermos livres. O fundamento desses princípios está nos Dez Mandamentos, a Lei da Liberdade. “A verdadeira indepen-dência mental é um elemento inteiramente diverso da precipitação. Essa qualidade de independência que leva a uma opinião cautelosa, devota e deliberada, não deve ser a-bandonada facilmente, pelo menos não antes que a evidência seja suficientemente forte para nos dar a certeza de que estamos em erro. Esta independência manterá o espírito calmo e estável, entre os inúmeros erros que prevalecem, e levará aos que ocupam posição de res-ponsabilidade a considerar cuidadosamente a evidência, sob todos os ângulos, sem ser ar-rastados por influência de outros, ou pelo ambiente, a firmar conclusões sem a devida com-preensão e completo conhecimento de todas as circunstâncias” (Mente, Caráter e Personali-dade, 78).
A falta de domínio próprio é um estado de certa intensidade de escravidão, em que somos controlados por outra fonte de decisão, que nos impõe o que devemos fazer. É nessa situação que o mundo está se atolando cada vez mais. Quer um exemplo? A magre-za das modelos em desfiles de moda. São magérrimas, e ai de alguma que engorda um ou dois quilos. Elas passam fome, ficam feias, mas seguem as regras dos estilistas. E muitas meninas que nem são modelo, recusam-se ao alimento, pois, em seu íntimo, sentem que devem ser como aquelas modelos, feias por só apresentarem pele e osso. Por pior que seja o que o mundo impõe, quem não tem domínio próprio, faz isso. Outro exemplo poderia ser a alimentação. Tem que seguir o que o mundo manda, e não se discute.
Que bom que esse assunto entrou no estudo desse trimestre.
2. Primeiro dia: O paradoxo do domínio próprio (Fil. 2:12 e 13)
Vamos expandir a compreensão do que vem a ser domínio próprio. É a capacidade de não amar o mundo, mas em lugar dele, pensar em tudo o que tem virtude e louvor. Ou seja, a mente de quem tem domínio próprio está voltada às coisas que agradam a DEUS. Em conseqüência, essa é uma mente capaz de obedecer a DEUS e ao mesmo tempo tomar decisões altamente favoráveis a seu dono, com perspectivas de vida eterna.
O domínio próprio, em primeiro lugar, tem a ver com a capacidade de controlar os pensamentos, ou, com que ocupar os pensamentos. As decisões e os atos vem depois, são conseqüência dos pensamentos. Domínio próprio é força mental para julgar os pensamentos e contê-los no que está em conformidade com a Bíblia. É, digamos, a capacidade de, como orienta I João 2:15 e 16, não amar o mundo nem as coisas que há no mundo. Há três conjuntos de coisas que há no mundo que pessoas de domínio próprio não se envolvem:
1ª) com a concupiscência da carne;
2ª) com a concupiscência dos olhos;
3ª) com a soberba da vida.
O que são essas três coisas?
A concupiscência da carne é todo conjunto de atrações do mundo que tem a ver com um desejo difícil de conter pelas coisas carnais, tais como: sensualidade; libertinagem; artificialização (ou produção) do corpo; chamar atenção ao corpo; prostituição; lascívia; exposição indevida do corpo; abusos sobre o corpo; festas mundanas; alimentação pre-judicial; anedotas sensuais e coisas do gênero.
A concupiscência dos olhos é tudo o que de prejudicial podemos ver, e que nos po-de fazer mal à vida espiritual, tais como: filmes sensuais, violentos etc.; leituras indevidas; ouvir essas coisas; tudo o que atrai para o mundo e que não é compatível com a cidadania celestial, e coisas do gênero.
A soberba da vida tem a ver com orgulho, arrogância, presunção, quem se acha su-perior, quem quer ser visto com o importante, que menospreza outras pessoas, etc.
Esses três atrativos do mundo chamam atenção a um único foco: a valorização do “eu” acima do que valem os outros, e acima do que DEUS vale. É submeter DEUS ao “eu”. Nesse caso, o que tem a ver com o corpo e com as coisas carnais, o que existe de atra-tivo para se ver e a tentação de querer ser mais do que é, como aconteceu com Lúcifer, não se conseguirá conter, e será subjugado pelo que “ele acha ou pensa” ou pelo que “le deseja”. Essa pessoa está na redoma do fracasso.
Com que se envolvem as pessoas que tem domínio próprio? Filipenses 4:8 responde: com tudo o que é:
Verdadeiro;
Respeitável;
Justo;
Puro;
Amável;
De boa fama.
Se nessas coisas há alguma virtude e nelas existir algum louvor, seja isso que ocupe nos nossos pensamentos.
Os nossos pensamentos devem estar somente ligados a assuntos que tenham essas duas características: ter alguma virtude, que tenha qualidade moral, seja espiritualmente útil; e que contenha algum louvor, que agrade a DEUS, que O deixe feliz.
Isso é domínio próprio. Só se consegue por meio de entrega diária a DEUS, para que O ESPIRITO SANTO ensine e dê poder. Caso contrário, nós, só com boa vontade, somente colecionaremos fracassos. Ter domínio próprio é característica de seres perfeitos, não de seres degenerados como nós. Mas podemos conseguir se nos entregarmos e tivermos a força de DEUS conosco. Aí tudo é possível.
3. Segunda-feira: José e os resultados imediatos da justiça
Quais são os resultados de sermos justos? De termos domínio sobre nossos pensa-mentos e atos diante de DEUS? Eles podem ser imediatos, mediatos ou distantes. Serão imediatos quando sem demora DEUS faz algo por nós; serão mediatos quando DEUS faz algo mas demora e serão distantes quando DEUS nos der a vida eterna. Muitas pessoas só terão como recompensa à sua fidelidade a vida eterna, e quase mais nada além disso. Por quê DEUS age assim? Um dia Ele nos dirá.
Os três companheiros de Daniel tiveram resposta imediata à sua fidelidade. Foram jogados para dentro da fornalha, mas nada sofreram. Esse é um caso de resposta de DEUS a curtíssimo prazo. Há muitas situações assim na Bíblia.
José, aquele que foi levado ao Egito, não teve a mesma experiência. Foi vendido pe-los irmãos, e parece que nada mudava. Foi revendido a Potifar, e lá se tornou escravo em terra estranha. Parecia que DEUS desaparecera. Mas Ele estava lá, e José se destacou entre os outros escravos e se tornou o chefe deles, o mordomo da casa. O resultado veio, mas demorou.
Porém, o drama de José ainda continuaria. A mulher de Potifar tentou seduzir José, mas este disse: “como faria eu tamanha maldade contra o meu DEUS?” José foi fiel a DEUS, e como conseqüência, foi preso. Na cadeia DEUS mostrou que estava com José, e o tornou responsável pelos outros presos. José não estava entendendo porque essa experiência, mas ele estava sendo preparado para governar o Egito. Por isso se tornou chefe na casa de Potifar e encarregado na prisão. Ele estava tendo dois cursos sobre liderança em lugares diferentes com problemáticas diferentes. Isso demorou bom tempo, até que José estivesse preparado.
Tempos depois, José foi chamado por faraó para interpretar dois sonhos, e só então veio a grande resposta de DEUS: José foi encarregado pelo faraó para administrar o Egito no que concerne a produção e alimentação, bem como aos bens de faraó e de todos os egíp-cios. Demorou, mas a resposta veio, ela não foi imediata, mas mediata.
E a viúva pobre que deu uma moeda no templo? Era ela uma senhora idosa e pobre. Sem nada na vida, e deu a sua única moeda a DEUS. Com isso ela não enriqueceu, nem teve seus muitos problemas resolvidos. Ela continuou pobre e assim morreu. Mas uma coisa é certa, ao ressuscitar, vai ter a felicidade de ver-se transformada para a vida eterna. Essa mulher sentiu o que é demora para ser atendida em suas perplexidades de vida.
Por quê a uns DEUS responde logo, a outros demora um pouco e a outros demora a vida inteira nessa Terra? Há razões lógicas e importantes, talvez a principal seja mesmo a garantia da vida eterna. Mas DEUS mesmo explicará e todos dirão: foi correta a forma co-mo Ele conduziu as coisas.
Aliás, então, qual é mesmo a grande recompensa pela fidelidade a DEUS? Qual é o resultado de domínio próprio aqui na Terra? Gálatas 6:8 diz que a recompensa é a vida eterna. Se demora sentirmos DEUS nos respondendo aqui e agora, a quem for fiel, a vida eterna todos receberão no mesmo dia, no mesmo instante. E todos celebraremos e nos ale-graremos juntos.
4. Terça-feira: Sansão e os frutos do fracasso
A quem poderemos comparar Sansão? A nenhum outro ser humano, mas, a Lúcifer. Sansão recebeu uma incrível força física, mas DEUS disse que Ele fosse um nazireu. Ele devia devotar a sua vida inteira a DEUS. Devia abster-se de coisas que viessem prejudicar a sua vida espiritual, para que tivesse uma intensa ligação com DEUS. Nasceu com a finali-dade de libertar o povo de DEUS dos Filiesteus.
Se a Sansão foi dada tremenda força física, a Lúcifer foi dada grande glória e bri-lhante luz. Cada um recebeu uma missão específica. Enquanto Lúcifer deveria ser o encar-regado do louvor a DEUS, Sansão foi encarregado de libertar o povo de DEUS. Por isso cada um desses seres recebeu os devidos dotes correspondentes à missão. Nem Lúcifer nem Sansão souberam usar esses dotes.
O que aconteceu com Lúcifer? Ele passou a olhar mais para a sua glória que a DEUS. A glória que recebera era para servir ao louvor a DEUS, não para que se exaltasse. Sansão passou a confiar em sua força física mais que confiava em DEUS. Ele pensava que poderia abusar desse dote e que jamais seria superado. De fato, enquanto se manteve razoa-velmente fiel a DEUS, embora já estivesse brincando com o perigo, ele sempre vencia. Mas quando abusou de sua fidelidade a DEUS revelando o segredo de seu poder, nesse momen-to ele foi derrotado. Derrotado por quem? Por ele mesmo, pelo “eu”. A diferença entre um e outro foi que Lúcifer jamais voltou atrás e Sansão voltou, não deixou de confiar em DEUS. Fracassou em sua missão, mas não se desligou de DEUS.
Um como outro foram criados para missões específicas, um para coordenar o louvor a DEUS, o outro para libertar o povo de DEUS. Mas os dois olharam mais para si mes-mos que para DEUS, e viram mais a sua glória e o seu poder que a glória e o poder de DEUS. Olharam para o “eu” mais que para O Criador. Um como o outro falharam porque tornaram suas capacidades recebidas em pontos de orgulho e de vaidade. Dei-xaram de olhara para DEUS e em lugar disso, olharam demais para si mesmos. A diferença entre os dois grupos de pessoas, no final da história, será que, um deles terá olhado demais para o “eu”, e o outro terá olhado para CRISTO, como Seu Salvador. DEUS fez a parte d’Ele no preparo da missão de cada um. Dispôs os recursos necessários, poderiam vencer utilizando esses recursos com humildade. Mas nem Lúcifer nem Sansão fizeram suas res-pectivas partes, que seria obedecer ao que DEUS lhes havia orientado.
José foi diferente. Ele sempre fazia a parte dele. Era obediente a DEUS. Foi injusti-çado logo de saída, afinal, satanás via nele um vencedor pelo caráter que possuía. Foi ven-dido, revendido, condenado e preso, tudo injustamente. Mas nunca deixou de ser obediente aos ensinamentos recebidos sobre a vontade de DEUS. Ele tornou-se um vencedor, e a sua história é um bom exemplo a ser seguido.
5. Quarta-feira: A longa corrida de Paulo
Paulo possuía um dom que imitava JESUS. Ele era capaz de utilizar fatos da vida como ilustração às suas mensagens. Dessa vez ele utilizou as olimpíadas gregas, em es-pecífico, a corrida. Segundo a Wikipédia, “As Olimpíadas dos tempos ancestrais começa-ram em 776 a.C. em Olímpia, na Grécia antiga, e duraram por mais de mil anos. Tal qual as Olimpíadas modernas, eram realizadas de 4 em 4 anos. Porém sempre aconteciam em Olímpia, os esporte eram menos numerosos e só podiam participar homens que falassem o idioma grego. O ano era 490 a.C., os gregos haviam vencido os persas na batalha de Maratona e coube a Pheidippides a tarefa de levar a boa notícia até a cidade de Atenas. Ele correu aproximadamente 35 km da planície da Maratona até Atenas e ao chegar só teve fôlego de anunciar "vencemos" e caiu morto! Na verdade não existe prova desta len-da, mas a história era boa e inspirou a competição que foi realizada pela primeira vez na Olimpíada de 1896 em Atenas.”
De outra fonte sabemos algo mais sobre a maratona. “Mas a história real é ainda mais incrível. Se você achou notável um mensageiro correr 35 km subindo desde a planície de Maratona até Atenas, espere pela verdadeira história. Na verdade Pheidippides foi encar-regado de uma tarefa mais árdua e importante. Quando os Persas estavam chegando na Grécia para destruir Atenas, coube a ele ir até Esparta, a 240 km de distância, pedir refor-ços. Ele foi correndo!
Isso mesmo, correndo. Como o caminho era irregular para os cavalos, somente um mensageiro corredor poderia cobrir a distância em tempo. Pheidippides correu então em dois dias, os 240 km por terreno irregular, só para chegar em Esparta e receber um não como resposta. Os espartanos estavam comemorando o festival de Artemis e se recusaram a ajudar. Lá veio Pheidippides de volta a Atenas com a má notícia, correndo novamente.
Se você acha que Pheidippides era um caso a parte, saiba que foi através da corrida que os atenienses venceram os Persas. Não era só Pheidippides quem corria. A preparação física era fundamental no exército ateniense e graças à corrida que eles derrotaram os Persas em Maratona.
O plano persa era simples: desembarcar na planície de Maratona, derrotar o pequeno exército ateniense e então dar a volta pela costa para invadir Atenas pelo sul, desprotegido. Eram menos de 10 mil atenienses que sabendo da má notícia trazida por Pheidippides, resolveram fazer um ataque rápido ao exército de mais 25 mil persas que haviam desem-barcado na planície de Maratona. O ataque surpresa foi um sucesso e os persas foram ex-pulsos de volta aos seus barcos. Aí começou a segunda fase do plano persa: navegar por 8-10 horas até a praia de Phaleron que acreditavam estar desprotegida.
Foi aí que os atenienses precisaram usar de todo o seu preparo físico. Depois de uma batalha que havia durado um dia inteiro, eles teriam que correr aproximadamente 40 km até Phaleron para impedir o desembarque persa. Nesta maratona os primeiros atenienses conseguiram alcançar Phaleron entre 5-6 horas e, uma hora antes dos barcos persas chega-rem, os gregos já estavam na praia prontos para a batalha. Esta corrida foi decisiva para a vitória.
Os persas não acreditaram em seus olhos quando, ao chegar em Phaleron avistaram o exército ateniense. Apesar de serem mais numerosos ficaram atemorizados pelos atenienses que pareciam verdadeiros super-homens. A frota persa navegou mais alguns dias procu-rando em vão um porto seguro para desembarque e então se retiraram.”
(http://www.starkonline.com.br/content/aplicacao/stark/treinamento/gerados/origem_maratona.asp)
Não é por menos que Paulo se inspirasse em corridas como ilustração da batalha para a vida eterna. A nossa vida é uma batalha em forma de corrida. Temos que ser bons corredores espirituais, preparados para superar o inimigo mais numeroso. Só com excelente preparo espiritual sairemos vitoriosos, pois só assim teremos condições de receber fé de DEUS para termos o poder.
Vamos analisar o texto de Paulo mais de perto. “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (I Cor. 9:24 a 27).
Paulo aqui comparava a corrida da vida às corridas olímpicas, ainda muito famosas naqueles tempos. As corridas eram as mais apreciadas. O atleta espiritual precisa de muito domínio próprio, como fazem os atletas seculares. Nisso eles são bons exemplos. Mas em outro aspecto, eles não nos servem de exemplo; eles correm por uma alvo corruptível, querem ganhar um do outro, recebem uma coroa que vale por pouco tempo. Era uma coroa tecida com ramos de louro (por isso se fala hoje, “receber os louros da vitória”). E só um chega se torna o vitorioso.
Na corrida espiritual não é assim. Precisa preparo, sim, precisa. Esse preparo tem que ser espiritual (reforma do sábado com busca de conhecimento da verdade para saber, livremente obedecer) e tem que ser físico (reforma da saúde, para preparar bem o templo do ESPÍRITO SANTO). Então sim, o ser humano associado ao Criador e Salvador, tem condições de vencer para a vida eterna.
Nessa corrida espiritual, não é só um que vence. Todos quantos correrem e se prepararem, vencerão. Essa é uma vitória em JESUS, ou seja, Ele corre junto conosco, e nos dá força para irmos em frente. Aí está a grande diferença com as corridas olímpicas, nessas, o corredor compete com outros, e tem que se virar por conta própria. Na corrida espiritual não competimos, nela nós até ajudamos os outros corredores a também alcançarem a vitória. Competição é uma coisa que tem que sair de nossas cabeças, subs-tituída por servir uns aos outros. A vitória dos outros não tira a nossa vitória, pelo contrá-rio, nos dá melhores condições a também sermos vitoriosos. É bem diferente.
É uma corrida que tem meta, e que meta! A meta não é ser o melhor, e sim, ser mais um que ajuda outros a vencerem. A meta é fazer o possível pelo maior número de vencedores. E Paulo ainda dá um alerta aos pregadores e mestres da verdade. Cuidem para que no final, tendo sido instrumentos de salvação de muitos, não venham se perder. Esse é o grande perigo, aqueles que agem pela salvação dos outros podem pensar que já estão salvos, e relaxarem no zelo pela vida exemplar, tal como DEUS deseja. Esses não serão encontrados pelos que ajudaram a salvar, quando chegarem na Nova Terra.
6. Quinta-feira: Como crescer em domínio próprio
É um bom tema para se estudar: “como crescer em domínio próprio?” Como esse espaço é pequeno, iremos aprofundar no que a lição sugere. Em primeiro lugar, nos remete a Heb. 12:1: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos asse-dia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta...”
De que peso está Paulo falando aqui nesse verso? Refere-se a peso supérfluo, que não tem utilidade. Os corredores antigos, nos treinos, levavam pedras nas mãos como peso para se robustecerem, mas na corrida oficial não as levavam. Hoje os especialistas condenam tal prática, por ser nociva aos artelhos. Mas nós, corredores para a eternidade, não devemos carregar peso supérfluo, mas carregar aquilo que tem utilidade, como são os princípios de caráter. O peso supérfluo aqui pode ser aquilo que nos faz pender para baixo, para o mundo, que nos segura por aqui, e impede que os pensamentos sejam elevados para o alto.
Devemos também nos desembaraçar do pecado. Afinal, ele é a prática que contraria a lei de DEUS, que origina a causa da morte, antecedida de muito sofrimento. Portanto, nos é solicitado que corramos a corrida espiritual com perseverança, isto é, não desistindo.
Onde aqui se forma o domínio próprio? Simples, para nos desvencilharmos dos pesos do mundo, precisa determinação, insistir, lutar. Isso, com o tempo, forma o do-mínio próprio, ou seja, nos torna mais capazes de termos desejo de vencer obedecendo.
Agora o verso de Colocenses 3:1 a 10, em itens:
buscai as coisas lá do alto [nossos objetivos devem estar ligados à Nova Terra]
Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; [devemos pensar, meditar, gastar tempo nos assuntos celestiais, e nos esforçarmos por não gastar tempo nas coisas daqui]
porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. [nós, que fomos batizados, estamos mortos para o mundo, e a nossa vida eterna está com DEUS, logo Ele nos dará essa vida]
Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis ma-nifestados com ele, em glória. [ou seja, logo teremos a vida eterna, quando Ele Se manifestar, isto é, quando vier pela segunda vez]
Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão las-civa, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; [devemos lutar, em oração, para perdermos o interesse pelas atrações terrenas]
por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. [DEUS não concorda com essas coisas, e aqueles que insistem nelas, receberão o devido castigo: morte eterna]
Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. [no passado freqüentávamos essas coisas, hoje, devemos rejeitá-las, para sempre]
Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. [mais coisas para deixar de la-do]
Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos [a mentira é a técnica de satanás para enganar, filhos de DEUS jamais devem mentir]
e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, se-gundo a imagem daquele que o criou; [somos nova criatura, sendo recriados conforma a imagem do Criador]
Então, resumindo tudo, como crescer em domínio próprio? Nem é tão difícil expli-car, mas requer esforço e entrega diária a DEUS. O que nos compete, pelos estudos acima, é querer ser diferente, querer ser conforme a imagem de DEUS. Isto, por sua vez, requer que lutemos todos os dias, que refaçamos nossa disposição de seguir o Salvador. Agindo assim, diariamente, com o tempo, desenvolvemos o domínio próprio, pois estaremos lutando com aquele que nos pode dar poder, e estaremos nos habituando a utilizar esse poder.
7. Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
“Ela agrada aos meus olhos” ou, em outra versão “só desta me agrado” (Juízes 14:3). Com essa frase Sansão declarou a sua ruína. Ele escolheu a mulher que iria acabar com sua missão dada por DEUS e iria arruiná-lo para sempre, tirando dele a sua força, desligando-o da fonte do poder.
Aqui vem uma reflexão importante. Desde há muito, o mundo vem transformando a mulher em objeto de desejos. A mulher feita por DEUS é a criatura mais linda que existe. Ela foi feita para ser bonita, e para atrair o seu marido, para ser fonte de felicidade. Mas satanás usa a mulher para outras finalidades, até para arruinar a humanidade.
Hoje, mais que em tempos passados, a mulher é objeto. E a maioria delas gosta de ser objeto, e mesmo assim, pensam sentir-se livres, no controle de seus pensamentos e atos. A mídia faz da mulher o que quer, a pinta, coloca nela pinduricalhos, enfeita, modifica o seu corpo, diz que tem que ser extremamente magra, e assim por diante. Os maridos, vendo tudo isso, querem que suas esposas sejam tais como as figuras femininas tidas como modelo. Já ouviu falar nessa palavra, “modelo”? São moças, a princípio bonitas, mas pele e osso, desnutridas, absolutamente vaidosas, que servem de cabide para nelas pendurar roupas esquisitas, e um grupo de pessoas de extremo mau gosto, aplaudem nas passarelas achando ser a coisa mais linda do mundo. Isso é que se chama “modelo”, sim, como as mulheres devem ser. Mas isso não é beleza.
E a indústria da beleza diz mais, uma mulher tem que ter formas como essa indústria quer que tenham. Então os maridos acham que devem ter uma mulher como aquela da televisão. Elas buscam cirurgiões plásticos e se modificam para parecer como o padrão do mundo. Não nos referimos aqui a cirurgias corretivas, que são importantes. E aí desfilam mulheres com formas exageradas, mas que ela gosta de mostrar (embora seja artificial) e que o marido faz questão que todos vejam. Até na igreja já tem disso, e como!
Tem muito Sansão caindo na armadilha, não de sua esposa, mas dos que mandam nela, que não é mais o esposo. Pois a mulher tem que ser, como disse Sansão: “ela grada aos meus olhos”. E o mundo é que determina o que é agradável aos olhos, não DEUS.
Poucos são os homens que honram suas esposas amando-as como elas são. Mas se uma mulher, para ser apreciada, precisa ser “produzida”, ela, sendo inteligente, já se de-veria perguntar: “que marido tenho eu, que parece não gostar como sou?” Pois sé, a humildade está indo pelo ralo, as pessoas querem chamar a atenção a si. O marido quer que os outros vejam as formas da esposa, mesmo dentro da igreja. Então, pouca roupa, tem que ser um tanto transparente, ou que marque as formas, e essas formas tem que ser “produzi-das” de maneira artificial. Um bom marido, um esposo de verdade, vai querer que ele e sua esposa se salvem, e não será atraído para o que o mundo diz. O sacerdote do lar, aquele que deve vigiar pela espiritualidade, se for de fato alguém interessado pela sal-vação dos seus, irá estudar a bíblia e os livros do Espírito de Profecia para saber como se conduzir e como orientar os membros de sua família. Pessoas de domínio próprio não se perderão por falta de conhecimento, mas terão a dignidade dos simples e humildes de coração. Haja domínio próprio nesses últimos dias. Mas alguns, os humildes, vencerão!
escrito entre: 22/01/2010 a 29/01/2010
revisado em 29/01/2010
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos.