Que espécie do ladrão iria desprezar a oportunidade?
1999. Era uma noite de inverno. Os vigias da Galeria Nacional, na Noruega, estavam no subsolo, às voltas com relatórios. Uma versão de O Grito, de Eduard Münch, se encontrava nas proximidades do andar térreo. O quadro fora colocado perto da janela que dava para s rua. As janelas não tinham grades. Apenas um arame prendia a obra à parede. Simples assim – sem sistema de alarmes, sem monitoramento.
1999. Era uma noite de inverno. Os vigias da Galeria Nacional, na Noruega, estavam no subsolo, às voltas com relatórios. Uma versão de O Grito, de Eduard Münch, se encontrava nas proximidades do andar térreo. O quadro fora colocado perto da janela que dava para s rua. As janelas não tinham grades. Apenas um arame prendia a obra à parede. Simples assim – sem sistema de alarmes, sem monitoramento.
Os ladrões não precisaram de muito. Puseram uma escada ao lado da janela, quebraram o vidro e levaram o quadro de 100 milhões de dólares. Até um cartão foi deixado como lembrança: na frente, a reprodução de “Uma boa história”, obra de Marit Walle”, na qual três homens riem e socam uma mesa; no verso, o dizer “muito obrigado pela segurança precária.”[1]
Edward Dolnick[2], que relatou o episódio em um livro, diz: “A razão da existência dos museus é mostrar seus tesouros ao público. Para os bancos, tudo é mais fácil, pois guardam os seus tesouros em cofres seguros e muito equipados.” Como será que você guarda os seus tesouros – da mesma forma que os museus ou ao modo dos bancos?
Expor a intimidade. Confidenciar segredos. Arriscar-se. Falar demais. Não importa como você chame, mas foi isto que Sansão fez: cercou seu maior tesouro com uma segurança precária.
“Relações impossíveis – meu dom natural, relações impossíveis.” Este lamento partiu da personagem interpretada por Richard Gere no clássico romântico “Uma linda mulher”. Mas caso Sansão o tivesse dito, não haveria nenhuma inadequação.
“Depois disto se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila” Juízes 16:4.
Você se lembra que a primeira mulher com a qual Sansão se envolvera havia sido uma garota que morava em Timma, cidade da Filistia; ele chegou a se casar com a moça, mas a relação não durou muito. Poucos anos depois, a Bíblia menciona seu affair com uma prostituta de Gaza, outra cidade dos filisteus. Agora, Sansão se afeiçoou a Dalila, natural de Soreque, uma cidade dos… se você disse “filisteus”, Bingo!
Sansão recebeu a incumbência de livrar seu povo do domínio filisteus. Era para ele ter colocado o nome “Filisteu” em um alvo e ficar atirando dardos nele durante as horas vagas! Mas Sansão se envolveu com o inimigo. Todas as mulheres na vida de Sansão eram filistéias.
Qual o mal nisso? Sansão perdeu o foco por colocar seu amor nas pessoas erradas. Os filisteus Não adoravam ao Deus de Israel. Tinham valores diversos aos ideais divinos. Envolver-se com eles era abrir mão da bênção de fazer parte do povo distinto de Jeová.
Tem você posto seus afetos em pessoas ou coisas erradas? Aventurado-se em “relações impossíveis”? Uma colega de trabalho que lhe dá carona e por quem você começa a sentir atração, apesar de saber que ela não possui os mesmos princípios. Um emprego com ótimas perspectivas financeiras, mas procedimentos moralmente questionáveis. Assistir aquele programa de humor na televisão, tentando se convencer de que as piadas de forte apelo sexual podem ser toleradas. Pessoas ou coisas erradas, não é? Compensa se envolver com o que Deus não recomenda?
Aqui está o primeiro erro de Sansão, alguém que teve tudo para vencer, mas que não resistiu ao primeiro round: ele simplesmente apaixonou-se pela pessoa errada. O curioso é que o nome Dalila significa, provavelmente, terna. Mas a ternura aparente escondia a armadilha do descomprometimento para com Deus. Você já sentiu o mesmo na pele? Pessoas e atividades são constantemente instrumentos de poderes malignos para nos enredar e, quando menos percebermos, os segredos estarão nas mãos do inimigo.