terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Comentário da Lição - Prof. Sikberto Renaldo Marks - Lição 5 - 1º Trim. 2011

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Primeiro Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: A Bíblia e as Emoções Humanas
Estudo nº 05    Culpa
Semana de   22 a 29 de janeiro
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil


Verso para memorizar: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas” (Salmo 130:3, 4, NVI).

Introdução de sábado à tarde
Senso de culpa. O que é?
Os seres humanos têm em sua mente um guia para saberem o que é correto e o que é errado. Esse guia se chama consciência. É a capacidade de livremente avaliar todas as coisas e identificar o que é bom e construtivo e distinguir do que é mau e destrutivo.
A consciência se forma a partir do caráter, que é a memória especial dos princípios de vida. O principal princípio de vida é o amor, que ao mesmo tempo é a Lei de DEUS, princípio universal da existência eterna, harmônica, de todas as coisas e dos seres vivos.
Então, dentro do caráter vamos armazenando, ao longo do tempo, os bons princípios de vida, como por exemplo: honestidade, fidelidade, compaixão, pontualidade, fazer as coisas bem feitas (capricho), longanimidade, etc. E com base nesses princípios julgamos tudo, e concluímos se é bom o se é mau. Essa capacidade de avaliar e julgar é livre, e se constitui em nossa consciência.
Mas o pecado perturbou esse recurso de caráter e consciência. Todo pecador em seu caráter também armazena astúcia e maus princípios (anti-princípios) de vida, tais como levar vantagem, querer aparecer, roubar, chantagear, mentir, etc. Nesse caso, a sua consciência não mais acusa quando ele comete erros; pelo contrário, ela aprova, pois está de acordo com o que acredita (caráter). Por isso se diz que tal pessoa é “mau caráter”, ou, “que não tem consciência”.
Uma pessoa que tem caráter com princípios bons em sua vida é governada por esses princípios. O principal deles, já dissemos, é a Lei de DEUS, os Dez Mandamentos. Assim sendo, ela forma ao longo da vida hábitos que a governam. Nós somos governados por nossos hábitos, ou seja, o nosso modo de ser. E os hábitos nós mesmos vamos formando ao longo do tempo. Os principais hábitos para a vida se formam até por volta dos 14 anos; então fica definido o que essa pessoa será. Para mudar para melhor, é difícil, mas não impossível. Para piorar sempre é bem fácil, devido a nossa natureza. Os hábitos são para nós como os programas para o computador: eles nos levam a agir de determinadas maneiras.
Por sua vez, a consciência utiliza os mesmos princípios que serviram para formar os hábitos, mas noutro sentido: é para a mente ver se nós seguimos direitinho em que acreditamos ser o correto. Ou seja, se seguimos os nossos bons hábitos ou se infringimos. Se houve alguma conduta errada, a nossa consciência nos acusa, e dá um alerta do tipo: “você não foi fiel a esse ou aquele princípio”. Então aparece o sentimento de culpa, e a pessoa precisa fazer alguma coisa para consertar a situação. Culpa é um estado emocional que se forma na mente quando avaliamos negativamente o que fizemos.
Duas definições de culpa: “O sentimento de culpa é caracterizado pelo estado de abatimento gerado pela consciência de haver violado algum princípio ou faltado com uma obrigação, de ter feito algo que considera repreensível. Eu fiz alguma coisa que sei que não deveria ter feito.” Inês Cavalieri. “Culpa é o sentimento de ser indigno, mau, ruim; carrega remorso, censura e resulta em raiva guardada que se volta contra nós mesmos. Esse estado que corrói nossa alma e que nos impede de sermos nós mesmos, tem variáveis complexas que podem ser oriundas de fatores reais ou imaginários.” Adriana Camargo
A Bíblia não define culpa como algo negativo; pelo contrário, é um alerta de que algo precisa ser acertado, e que deve recorrer a DEUS, pedir ajuda, ou socorro. A culpa não vem para destruir o ser humano, mas para que ele sobreviva, pois por ela percebemos a necessidade de consertar nossa conduta. A culpa é como a dor em algum lugar de nosso corpo, dando alerta para a necessidade de conserto. Por exemplo, quando dói o dente, é porque algo vai mal nele, e precisa ir ao dentista. “Agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (II Coríntios 7:9,10).
“Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência, e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se, no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho.” (Romanos 2:15,16).
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência…” (I Timóteo 4:1 e 2).
“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia”. (Salmo 32:3). “ O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”. (Provérbios 28:13). “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é Fiel e Justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (I João 1:9).
Quase sempre essa alguma coisa é confessar o erro a quem deve fazer isso e pedir perdão. Se não agir assim, com o tempo a consciência se desregula e não funciona mais direito, deixando de sinalizar em caso de falhas. A consciência pode errar caso a pessoa deixe de aceitar bons princípios de vida e os troque por alguns anti-princípios. Nesse caso ela passa a aprovar o que é errado, e a desaprovar o que está correto. Ela se tornou confusa e não confiável. Esse é o princípio do pecado contra o ESPÍRITO SANTO, quando a pessoa não quer mais ser corrigida.
Podemos sentir culpa pelo que fizemos de errado; pelo que deixamos de fazer de certo; pela falta de ser perdoado; pela falta de perdoar; pelas consequências de atos nossos; muitos sentem culpa por elas mesmas não se perdoarem sendo que DEUS já as perdoou (isso é bem comum); outras sentem culpa até por algo imaginário. E há aqueles que não sentem culpa, porque seu caráter tem como orientador a maldade, e a consciência aprova o mal; porém essas pessoas não tem felicidade em seu íntimo. Elas dependem de prazeres artificiais, como esportes competitivos e violentos, drogas, filmes violentos ou de ação, ou de maldade, ou impuros; de diversões e passatempos de mau gosto, etc. Vivem um vazio preenchido artificialmente, por falta de paz com seu semelhante e com DEUS. A sua vida é assim: pela falta dos bons princípios que se originam em DEUS, que levam à vida eterna e à felicidade. Esses vivem os prazeres do momento, e muitas vezes a morte é a melhor solução.
Como é importante o testemunho dos verdadeiros cristãos, para atrair bilhões de pessoas vazias por dentro, e que não conhecem o fácil caminho da vida eterna com felicidade!


  1. Primeiro dia: Vergonha
O que aconteceu a Adão e Eva? Não era para eles comerem do fruto que DEUS proibiu. Mas, comeram. Então foram sentindo algo estranho, típico da desobediência, quando a consciência passa a acusar que houve desvio de conduta. E sentiram-se culpados. A culpa gera dor interna, sensação de incerteza e medo. Ante a iminência da chegada de DEUS, passaram também a sentir vergonha, pois perceberam-se nus.
O que é vergonha? Ela é produzida pela interpretação que a pessoa faz de si mesma quanto a alguma situação que ela se envolveu ou criou. A pessoa, utilizando as regras de sua consciência, faz uma comparação do que fez, e percebe que seu ato é contrário a algum referencial dela mesma ou de outrem, ou da sociedade. E por causa do senso de desaprovação (culpa) sente vergonha diante do que pensam outras pessoas. É a sua reputação que está manchada, causando desonra.
A vergonha é uma condição psicológica de resposta a situações moralmente erradas. A vergonha nos faz entender que somos falhos, e que necessitamos continuamente de auxílio. Ela é uma espécie bem distinta de acusação da consciência. A vergonha é importante para estabelecer limites, principalmente na infância. Nos adultos, o senso de culpa faz o papel do limite, e da obediência com mais eficácia que a vergonha. As pessoas se cuidam para não errar, para não passarem vergonha, ou para não se sentirem culpadas.
O efeito da culpa é medo, dor, insegurança, incerteza, e outras sensações ruins. O efeito da vergonha é o ruborizar, de corar as faces. Pode-se sentir vergonha sem se sentir culpado, e sem se ter feito algo errado. Por exemplo, uma pessoa pode sentir-se envergonhada por erro de outro, ou mesmo por estar sendo vista por alguém importante, por tropeçar ou levar um tombo, por ser pobre, por ser feia, etc.
Adão e Eva sentiram vergonha porque desobedeceram e por causa dos efeitos da desobediência. E ficaram envergonhados de encarar a DEUS. Como explicar a desobediência a DEUS? Ou seja, como se apresentar a um Ser perfeito, puro amor, que só deseja o bem e que orienta para que nada dê errado? Quando cometem pecado, muitos deixam de orar, de vergonha diante de DEUS. Como se apresentar diante da divindade perfeita desse jeito?
Mas DEUS é alguém que vai atrás do pecador, não para castigá-lo, mas, pelo contrário, para restabelecê-lo e libertá-lo do castigo da morte eterna. Todavia, se a pessoa não deseja ser transformada, fazer o quê? terá que morrer para sempre.

  1. Segunda: Angústia dos irmãos de José
Os irmãos de José estavam angustiados na presença dele mesmo sem saber que era ele. Coisas estranhas aconteciam (dinheiro que apareceu nos sacos, etc.), e eles ligavam estas coisas como sendo motivadas pelo mal que fizeram a seu irmão. É como diz um ditado: o ladrão vê em cada sombra um policial. É a consciência que vai acusando, e chega ao ponto de atormentar, e passa o tempo, e a angústia muitas vezes só aumenta, podendo gerar enfermidades. Toda angústia gera também ansiedade, mas esta pode aparecer sem haver angústia.
Angústia é uma sensação psicológica que se faz sentir por um abafamento, insegurança, falta de humor, ressentimento, dor. Ela pode preceder algo que está iminente a acontecer. Pode também resultar de algo que já aconteceu. E pode acontecer por algo que aconteceu, mas que ainda promete novos fatos e desdobramentos, e esse foi o caso dos irmãos de José. Eles estavam em expectativa: o que vai acontecer a nós pelo que fizemos a nosso irmão? Parecia que estava vindo o dia do ajuste de contas. Essa sensação de angústia deles era agravada pelo contínuo sofrimento de seu pai, outra consequência do mau ato praticado.
A angústia pode resultar em paranóia, quando a pessoa se imagina, suspeita ou desconfia de coisas contra ela, mas que são altamente exageradas ou injustificadas. Pela angústia a pessoa sente a necessidade de precaução ou de socorro por perigos reais ou imaginários e suas consequências muito temidas. JESUS sentiu angústia extrema no Getsêmani, a ponto de pedir socorro ao Pai, para, sendo possível, evitar o sacrifício. Não foi possível, e Ele foi em frente. Sua angústia foi tão radical que verteu sangue, tamanha a tensão nervosa naqueles momentos de decisão: vou ou não vou.
Há diferença entre ansiedade e angústia. Podemos nos sentir ansiosos sem sentir angústia, mas ninguém se sente angustiado sem ansiedade. A ansiedade é consequência de várias causas, e uma delas é a angústia. As sensações físicas da angústia se localizam geralmente concentrada entre o peito e a garganta; a ansiedade é mais generalizada, em forma de respiração mais difícil, podendo haver taquicardia (pulsação acelerada). Do Dicionário Universal temos as definições: Ansiedade (do Lat. anxietate) s. f., dificuldade de respiração; opressão; angústia; inquietação de espírito; desejo veemente; impaciência. Angústia (do Lat. angustia) s. f., estreiteza; aperto; limitação de espaço; opressão; aflição; desgosto; tribulação; agonia.
A angústia pode ser tratada com medicamentos e drogas, que são bem fortes. Mas eles, além de seus efeitos colaterais danosos, não solucionam a raiz do problema. Na Bíblia está a solução, que deve ser utilizada o quanto antes, para evitar que cause mais danos à saúde. A solução está em Tiago 5:16 e 1 João 1:9, que é confessar os pecados, como já estudamos nessa semana, e receber o perdão de DUES, e dos nossos semelhantes sempre que for necessário. Isso não muda o passado, mas cria confiança para o futuro. Ou seja, teremos a certeza de que o futuro será diferente, que não temos mais culpa diante de DEUS e diante dos homens, e que, bem logo, seremos totalmente transformados da natureza de pecado para a perfeição. O fato de ter essa certeza muda o modo como pensamos a nosso respeito, como nos aceitamos e nos sentimos.
Uma palavrinha sobre o que os irmãos de José fizeram, vendendo-o, pelo que foi parar no Egito, e veio a ser o primeiro ministro da nação. José disse que foi da vontade de DEUS que ele fosse na frente, para servir a DEUS e ser o ministro da agricultura e cuidar do alimento, digamos assim. Certamente DEUS queria assim, mas Ele jamais aprovou o modo como isso aconteceu – dele ser brutalmente tomado pela força e vendido para ser escravo. DEUS corrigiu esse ato de ódio dos irmãos de José, que falou assim para suavizar o sofrimento deles, não focando no mal, mas no bem. Essa é uma maneira de resolver o mal feito, focar no que de bom esse mal resultou. É como se diz, há males que vem para o bem, ou seja, DEUS os transforma em algo bom, mas, por essa via, esses atos não estão sendo aprovados. Outro ponto é que satanás sempre é perdedor se envolve pessoa fiel a DEUS. É que DEUS é tão inteligente e poderoso que dos atos maus que satanás leva as pessoas a cometer, Ele os transforma em Sua vontade e para o bem de seu povo. Isso é simplesmente incrível, mas não significa que devemos proceder por meio do mal. Resumindo, os ataques de satanás contra pessoas obedientes a DEUS Ele os transforma em algo favorável. Nesses dias finais é muito bom e importante saber disso.

  1. Terça: Força enfraquecida
O Salmo 32 é uma reflexão sobre o acobertamento dos pecados. Isso é um problema para quase todas as pessoas; fazem algo errado, ninguém vê, ou poucos viram ou sabem, e tentam acobertar, como se nada houvesse.
Davi também agiu assim. E nesse Salmo ele destaca como é ruim ter a consciência perturbando. Na verdade, pela consciência, mediante os princípios de vida vindos de DEUS, o ESPÍRITO SANTO fala, e chama a pessoa ao arrependimento. Não é o ESPÍRITO SANTO que tortura a pessoa, mas a sua consciência fica o tempo todo notificando que algo precisa ser consertado, ou seja, precisa confessar e pedir perdão.
E enquanto não fizer isso, consertar a situação, a pessoa vai sofrendo psicologicamente. Não confessar é fazer calar o pecado, como diz o Salmo, e não confessar faz secar os ossos; em outras palavras, a pessoa enfraquece e com o tempo pode ter problemas psicológicos e até adoecer. É que em seu íntimo não há paz, mas há conflito contínuo entre o que ela crê e o que ela fez, em desacordo ao que crê. Isso enfraquece a força vital.
Atualmente, mais que em qualquer tempo no passado, satanás vem preparando o mundo contra o Alto Clamor, que é a última advertência do povo de DEUS ao mundo. Esse preparo vem, por meio da mídia em geral, levando as pessoas a cauterizarem sua consciência. Em outras palavras, ainda que tenham consciência, satanás está tendo sucesso, pois vem dando certo em grande parte dos seres humanos. Ou seja, as pessoa cometem o mal e não se sentem culpadas por isso. Basta olhar apenas um noticiário, e se verá como é verdade. Por exemplo, sonega-se impostos normalmente. É incrível como até entre os servos de DEUS há pessoas que não veem nada errado em sonegar. Durante a semana fazem negócios fraudulentos, e no sábado desempenham seus cargos na igreja, normalmente, como se nada houvesse, e nem se sentem incomodadas com tal proceder. Não é percebido como roubo, nem como algo que tira a vida eterna.
No mundo é ainda pior. A violência toma conta como se fosse algo normal. Um traficante arrebenta com a saúde e a vida de adolescentes, e ele nem se sente constrangido, a ainda fica bravo quando é delatado. Pode vingar-se de quem o entregou à polícia. Essa é uma poderosa campanha de satanás para que a consciência não funcione mais. E nesses casos de consciência cauterizada, demos apenas esses dois exemplos, mas há milhares. A pessoa pode até ler a Bíblia, dar estudos bíblicos a outros, mas ela mesma não conseguir ver seus erros; portanto, jamais irá mudar de vida, e se perderá para sempre. Passa a viver uma vida liberal, sem se incomodar com o que é e o que não é a vontade de DEUS. Repito em outras palavras: essa pessoa, se cometeu algum pecado, não sofre mais por causa da consciência; pelo contrário, ela racionaliza, aprova o erro, e muitas vezes condena quem não o comete. Essa é uma das portas de entrada para o pecado contra o ESPÍRITO SANTO, e um atalho para a perdição. E é um projeto de satanás para cauterizar a consciência das pessoas contra a mensagem final a ser dada ao mundo. É a chamada “inversão de valores”.
Mas nem todos serão contaminados por esse projeto de satanás. Muitos escaparão, e poderão entender a mensagem, e serão salvas se aceditarem. Quanto a nós, meus leitores, vamos nos apegar a JESUS, sendo humildes e pessoas de vida simples, para que ao pecarmos, sejamos notificados pela consciência até que confessemos ao nosso DEUS para recebermos o perdão.

  1. Quarta: Pranto doloroso
Pedro era machão, determinado, firme em propósitos, rápido em reagir, sempre pronto para seguir e servir o Mestre. Mas ele ainda não estava convertido, ele era tudo isso em intenções, e na vida prática quando tudo corria normalmente. Mas como seria Pedro numa severa crise? Ou, a pergunta hoje não é mais essa, pois Pedro já virou história; ele já fez o que poderia fazer, está no passado. A pergunta é: o que eu faria, se acontecesse o que aconteceu a Pedro? Ou, o que eu farei quando chegar a prova? Ou ainda, o que eu estou fazendo diante das circunstâncias da vida, no dia a dia, hoje mesmo?
Pedro havia declarado firmemente ao Mestre que não o trairia. Teriam que passar antes por cima dele para fazerem qualquer mal a JESUS. E essa declaração era sincera. Pedro tinha convicção de que poderia sustentar essa palavra. A tal ponto estava convicto que até chegou a dizer que, os demais apóstolos poderiam negar o Mestre, mas ele, jamais!
E qual foi a verdadeira história? A expectativa de Pedro foi frustrada ao pó. Assim como a de Judas, e as expectativas de todos os discípulos. Embora o Mestre avisasse que seria morto, e que ressuscitaria ao terceiro dia, não acreditaram. A tal ponto não aceitaram essa palavra que quando os fatos se desenrolavam, não conseguiram lembrar nem fazer alguma relação ao que JESUS já havia dito sobre a Sua morte, e se escandalizaram, isto é, ficaram com raiva de JESUS, porque não fazia nada para Se libertar. É que das vezes anteriores Ele sempre de alguma maneira escapava, mas dessa vez, simplesmente ficou ali, imóvel, mudo, permitindo que os inimigos fizessem o que bem queriam fazer. Nessa ocasião, JESUS não moveu um dedo em Seu favor. E eles esperavam que Ele mais uma vez usasse de Seu poder e de Sua inteligência para derrotar seus inimigos. Os dois que tinham a maior expectativa nesse sentido foram Judas e Pedro. Foram também os que mais sofreram. Judas se matou, e Pedro se irritou a ponto de dizer que desconhecia seu melhor amigo.
Então vem o momento mais sublime. Na terceira negação, quando o galo cantou pela segunda vez, Pedro se lembrou das palavras de JESUS, que lhe avisara, mas que ele refutara como sem qualquer possibilidade de se tornarem reais. Então Pedro estremeceu por dentro. Ele acabara de cair vergonhosamente, e o pior, fora avisado com antecedência. Poderia ter-se precavido, mas não; ele fracassou contra a informação preventiva de JESUS e contra o seu próprio juramento. E fracassou não diante de altas autoridades, e sim, diante de pessoas comuns, que na verdade nada lhe poderiam fazer de mal, não significavam alguma ameaça. Pedro estava frustrado com JESUS. Ele não via um Salvador, e se decepcionou com o herói nacional que se tornou, a seu ver, um fracasso completo. As falsas expectativas mudaram o modo de Pedro ver os fatos, e interpretou tudo errado.
Por que Pedro, afinal, fracassou? Ele estava determinado a defender um poderoso rei, que logo instalaria o seu reino aqui na Terra. Ele desenvolveu a expectativa de JESUS derrotar os romanos e libertar o povo de DEUS desse jugo. E tinha a certeza de que essa hora estava chegando. Judas tinha igual certeza, aliás, os demais apóstolos e discípulos também. E é bem fácil fazer propósitos de fidelidade a quem é supremamente poderoso, como JESUS demonstrava, contra quem ninguém poderia fazer algum mal. Mas quando “a casa cai”, quando a expectativa desmorona, a mente fica sem rumo, no vazio, sem saber o que pensar, e se decepciona com tudo. Assim se sentiu Pedro. E quando nos tornamos decepcionados com algo, até mesmo alguém como uma moça do povo, sem expressão alguma, sem poder algum, pode derrubar de vez o anterior bom cristão. Na verdade, digamos assim, Pedro caiu vergonhosamente por quase nada. Se ele tão somente tivesse entendido as palavras de JESUS, que iria morrer na sexta-feira mas que ressuscitaria no domingo pela manhã, e que isso era imprescindível para a salvação da humanidade, e que havia grande risco dele negar por pequena observação, Pedro não teria feito esse escândalo e fracassado por algo que nem era perigoso a ele. JESUS, quando foi preso, deu uma ordem divina, que O prendessem, mas que deixassem ir a estes, referindo-se aos discípulos. Portanto estavam garantidos, não seriam importunados, nada aconteceria a eles. Mas se desmancharam de medo, principalmente Judas e Pedro, bem aqueles dois que se julgavam mais capazes de agir por conta própria. Por falta de informação, ou falta de entendimento da informação disponível, Pedro perdeu a fé e o poder, e ficou por si, sem auxílio divino, e desse momento em diante, tudo deu errado para ele.
Então ele percebeu o que fez com o cantar de um simples galo. Era só um galo, era só um galo, menos que um ser humano, mas Pedro entendeu, digamos, o sermão do galo.
A vergonha assumiu o comando. A culpa imediatamente se instalou, e sua consciência doeu. E Pedro olhou para o Mestre, que já estava olhando para Pedro. Olhos nos olhos, e Pedro viu na expressão do Mestre o perdão sendo oferecido. Ali estava o Mestre apanhando, para perdoar, e Ele fez isso. Pedro de vergonha desviou o olhar, mas logo retornou a olhar. O mestre ainda o fitava com seu perdão. Essa troca de olhares durou ao redor de um segundo de tempo, e no segundo olhar, um soldado dá uma forte bofetada em JESUS, desviando o olhar do Mestre. E Pedro viu tudo isso. A bofetada do soldado foi um ato de satanás que, atento, via a transferência de perdão da parte de JESUS ao derrotado e envergonhado seguidor do Mestre. Pedro pecara contra o Mestre, e estava condenado, mas por um segundo, já estava perdoado, e salvo outra vez.
Pedro, abatido pela culpa e vergonha, embora já perdoado, mas ele mesmo, sentindo os efeitos de sua queda, ainda não se perdoara, sai correndo, nem sabe para onde. Corre bastante, para longe de sua vergonha, e cai de joelhos e entrega o seu coração a JESUS. Descobre-se bem no lugar onde havia gotas de sangue, onde JESUS orara poucas horas antes, no Jardim do Getsêmani, onde ele, em vez de orar, havia dormido. Se tivesse orado antes, não teria caído tão feio.
Dali do Getsêmani, ao sair de lá pela segunda vez, saiu um Pedro diferente, um homem simples e humilde, desconfiado de suas capacidades, não mais focando em si mesmo mas em JESUS, totalmente dependente do Mestre. Agora o “eu” não valia mais nada, o que valia era seguir a JESUS, isto é, obedecê-lo.
Quantas vezes teremos nós que ver quebrado o nosso orgulho e o foco no “eu” para nos tornarmos obedientes?

  1. Quinta: Perdão total
Por enquanto, nessa vida, é impossível entender e descrever totalmente o perdão de DEUS. Há algumas alegorias, tais como: quando perdoados, DEUS joga esses pecados no mais profundo do mar, ou os torna tão brancos como a neve ou a limpa lã, ou os leva tão distantes como o oriente dista do ocidente. Essas são formas de nos ensinar o que DEUS faz com nossos pecados perdoados.
Modernamente talvez fosse escrito de modo diferente. Talvez eles fossem jogados num alto forno siderúrgico, onde também eliminam as drogas apreendidas, para extinção total. Ou fossem levados para o espaço sideral a fim de serem fragmentados se tornando apenas energia. Ou pode ser que DEUS comparasse os nossos pecados com o deletar do computador, sumindo tudo por completo. Mas, uma comparação permanece sempre atual: a brancura da neve, principalmente em dia de sol. Aquilo que era feio, sujo, e detestável, se tornou em algo tão puro, claro e branco como a neve, que reflete a luz solar e ofusca os olhos. Sim, DEUS torna as nossas vergonhosas nojeiras em algo totalmente oposto. Ele nos transforma inteiramente.
DEUS, quando perdoa, Ele incrivelmente esquece. Por certo é de se crer que Ele esqueça literalmente, ou seja, que isso se apague de Sua mente, mas também é certo que Ele não considera mais aqueles pecados perdoados. Esses ficaram para trás e jamais serão aceitos, perante Ele, para nos acusar e condenar. Podemos nos perder por outros pecados, se deles não nos arrependermos. Que isso não aconteça.
Ora, o que há de mais confortador senão ter a certeza de que, diante do Criador, e do Salvador, estamos limpos como a neve? Portanto, prontos para sermos salvos.
“À medida que vossa consciência foi sendo despertada pelo Espírito Santo, vistes algo da malignidade do pecado, de seu poder, sua culpa, sua miséria; e o olhais com aversão. Sentis que o pecado vos separou de Deus, que estais cativos do poder do mal. Quanto mais lutais por escapar a ele, tanto mais reconheceis vossa impotência. Vossos motivos são impuros; impuro é vosso coração. Vedes que vossa vida tem sido repleta de egoísmo e pecado. Almejais então o perdão, a pureza, a liberdade. Harmonia com Deus, Sua semelhança - que podeis fazer para alcançá-las?
“Paz, eis vossa necessidade - o perdão, a paz e o amor celestes em vossa alma. O dinheiro não a pode comprar, não a consegue a inteligência, nem a sabedoria a alcança. Mas Deus vo-la oferece como um dom, "sem dinheiro e sem preço". Isa. 55:1. Ela vos pertence: basta que estendais a mão e a apanheis. Diz o Senhor: "Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã." Isa. 1:18. "E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo." Ezeq. 36:26.
“Confessastes vossos pecados e de coração a eles renunciastes. Resolvestes entregar-vos a Deus. Ide, pois, a Ele e pedi-Lhe que vos lave de vossos pecados e vos dê um coração novo. Crede então que o fará, porque assim prometeu. Esta é a lição que Jesus ensinou quando aqui na Terra: que o dom que Deus nos promete, devemos crer que o recebemos, e será nosso” (O Caminho a CRISTO, 49 e 50).

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Vamos dar um testemunho do que aconteceu em nossa família, bem a propósito de nosso estudo. Melhorou de forma impressionante o nosso relacionamento quando criamos o culto do perdão. Era algo bem simples, mas eficaz. E pode ajudar muitas outras famílias. O custo do procedimento é zero. E leva bem pouco tempo. Está baseado na Bíblia – que não se pusesse o sol sobre a nossa ira. Por motivo de trabalho, adaptamos para um pouco diferente, que não fôssemos dormir com a ira, ou com ofensa. Então, sempre antes de dormirmos, nos reuníamos para o culto do perdão. Ele era bem simples, demorava cerca de um minuto, poucas vezes mais que isso. Reunidos confessávamos nossas ofensas uns aos outros, a começar pelo pai, no caso, eu mesmo. Cada um devia dizer em que ofendeu algum outro membro da família, que eram três pessoas. Depois, se algo fora omitido, quem foi atingido devia declarar. E era proibido discutir sobre quem era o culpado, sobre motivos, etc. Então todos nos perdoávamos, fazíamos uma oração bem curta, sobre esse assunto, e o culto terminava.
Isso funcionou por um tempo, depois caiu em desuso. Mas se era bom, porque passou? É que não havia mais o que confessar, as ofensas terminaram, então o culto deixou de ter motivação. E nossa família nunca mais foi a mesma, e sim, o relacionamento se tornou absolutamente superior. O perdão é uma ciência, a verdade da cidadania do Reino de DEUS. Experimentem, e não se arrependerão jamais.

escrito entre:  11 a 21/12/2010
revisado em  22/12/2010
corrigido por Jair Bezerra



Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

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