Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Terceiro Trimestre de 2010
Tema geral do trimestre: A Redenção em Romanos
Estudo nº 08 – O Homem de Romanos 7
Semana de 14 a 21 de agosto
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para memorizar: “Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra” (Rom. 7:6).
Introdução de sábado à tarde
Paulo tem um estilo literário filosófico, um tanto truncado e também enrolado, para não dizer confuso em certos trechos. E quando ele trata de assuntos delicados, nesses momentos sua linguagem se torna ainda mais complexa e obscura. Mas estudando com calma pode-se entender o que ele escreve, pois o apóstolo é de linguagem profunda. Essa linguagem tem dado oportunidade a controvérsias como sobre a validade da Lei, por exemplo. O ponto positivo disto é a necessidade de buscar aprofundamento do que ele está dizendo, e do que ele não está dizendo.
O capítulo 7 de Romanos dá a entender tratar-se da experiência de Paulo. Ele faz uma espécie de debate sobre a lei e o pecado. Por vezes refere-se ao que nós temos a ver com a Lei, e por vezes se refere a ele mesmo. E deixa a entender que compara sua vida antes de se tornar seguidor de CRISTO com o depois disso. Antes da conversão, ele vivia como sem lei (Rom. 7:9) e depois da conversão, ele passou a enfrentar uma tremenda luta entre o que eram seus desejos e o que não desejava mais. Aquilo que ele queria fazer, frequentemente não fazia, mas aquilo que ele não desejava mais fazer - continuar pecando - quando menos se dava conta, já havia praticado (Rom. 7:19). Essa é a luta de quem se converteu de verdade, de quem não é transformado de um momento para outro, mas ao longo da vida, pois o pecado ainda continua habitando na pessoa, embora esteja sendo rechaçado pela nova natureza. Essa é a experiência da santificação.
Pode parecer curioso, mas Romanos 7 tanto serve para aqueles que querem dizer que a Lei foi abolida quanto para os que dizem o contrário, que é o nosso (e meu) caso. Veja só isso, Paulo está discutindo como é difícil a vida de uma pessoa, como ele, que deseja ser santo. Ela agora tem uma nova natureza, mas a velha natureza ainda persiste, e provoca quedas nas tentações, provoca pecados. A nova natureza não quer pecar, mas a velha quer. Ora, se há pecado, e se existe essa luta, então é porque há Lei. Paulo mesmo é quem diz que sem Lei o pecado está morto, isto é, não existe (Rom. 7:8), e ele também diz que a Lei é santa, justa e boa (Rom. 7:12).
Então, afinal, o que Paulo quis dizer no verso selecionado de hoje, que estamos “libertos da Lei”, “mortos para aquilo a que estávamos sujeitos”, portanto, devemos servir “em novidade de espírito e não na caducidade da Lei”?
Por libertos da lei entendemos como emancipados da punição dela. Não somos mais punidos se estivermos com CRISTO, aliás, foi para essa finalidade que Ele morreu. Portanto, estamos mortos para o pecado, que nos aprisionava, nos sujeitava ou escravizava. O pecado, curiosamente se vale da Lei para nos sujeitar, e isso é fácil de entender: como a Lei requer obediência, e como pecar é desobediência, satanás nos leva a voltar contra DEUS, desobedecendo, e assim a própria Lei dEle nos condena, e ficamos sujeitos ao pecado porque nos tornamos dependentes dele. Nessa dependência ficaremos cada vez mais escravos dele e cada vez mais sujeitos à penalidade da Lei, que é a morte. Como sair disso? Só por JESUS! Assim sendo, devemos servir em novidade de espírito, ou seja, com nova motivação, de obedecer à lei. Não mais estar sob a caducidade da Lei refere-se ao modo como os fariseus obedeciam à Lei, por exemplo, que se tornaram legalistas, pensavam que pela obediência mecânica se salvariam. Eles ensinavam que a salvação se alcançava em cumprir um código de conduta que seguia um conjunto de regulamentos externos ao ser humano, e não em ter os Mandamentos de DEUS no coração. Eles eram muito meticulosos nesse tipo de obediência, e estavam exigindo dos novos conversos o mesmo. Esse é, aliás, o principal motivo de Paulo ter escrito esta carta aos Romanos: libertá-los dessas coisas caducas. Aqueles que renasceram no ESPÍRITO SANTO, vivem sob Sua influência. Estes não necessitam o tempo todo estar se policiando, se estão obedecendo ou não. Eles precisam entregar-se todos os dias a DEUS para que Ele opere neles a Sua vontade. Isso é diferente, percebe? Antes, muitos judeus ensinavam, e quase todos acreditavam ser assim, de que precisavam obedecer a Lei de DEUS ou não haveria salvação. Agora vem Paulo e diz: isso não adianta nada, esse é um ensinamento caduco. Aquele que resolve é estar sob a influência do ESPÍRITO SANTO, e com o poder dEle será todos os dias transformado em um ser cada vez mais capaz de obedecer a Lei de DEUS.
Se puder, seria bom, dê uma lida em todo o cap. 7 de Romanos. Veja ali um debate que em síntese nos revela como proceder para obedecer a Lei de DEUS, e como nos libertar do pecado, que é a desobediência. Ele está aqui nitidamente falando do processo de santificação, que é ser cada vez mais capaz de obedecer e cada vez menos sujeito ao pecado, até que, no dia da transformação completa, seremos de todo libertos do pecado.
1. Primeiro dia: Sujeitos à lei?
Precisa ler Rom. 7:1 a 6 para entender o comentário.
Paulo está falando do casamento. Ele o utiliza como ilustração. É necessário atenção para entender esta ilustração. O que Paulo diz? Uma mulher, casada com um homem, está ligada a ele por meio da lei do casamento, que foi estabelecida por DEUS no Éden. Na realidade os dois estão assim ligados um ao outro. E a mulher, assim como o homem, não pode casar com outra pessoa, pois isso a lei do casamento não permite. Nem um nem outro pode deixar o parceiro ou parceira e vincular-se em matrimônio a uma terceira pessoa, pois eles não têm essa liberdade. A respeito disso, em nosso país acaba de ser aprovada pelos nossos parlamentares uma lei que permite o divórcio imediato, não mais com um tempo de separação. Ou seja: está casado, não gostou de alguma coisa, em um dia se separa, legalmente. Essa seria mesmo um dos indicativos do fim dos tempos.
Mas havia uma situação em que a mulher, ou o homem, poderia casar com outro. No caso da mulher, se o marido morresse, ela estava livre para, como diz a lição “re-casar”.
Como se aplica essa ilustração à Lei de DEUS? Nem é tão difícil assim. O ser humano tornando-se pecador, tem uma vinculação com o pecado, que o domina, e ele é dependente do pecado. E mais, há a Lei de DEUS que o condena, ele deve morrer. Desse destino não tem escapatória. Há uma só alternativa para quem peca: a morte.
Como funciona essa morte para o pecado? Não é assim tão simples. Para viabilizar esse tipo de morte, precisou JESUS morrer na cruz, como já sabemos. Então, se nós desejarmos nos livrar do pecado, e da condenação da Lei de DEUS, precisamos morrer juntos com CRISTO. Essa morte é como a do marido daquela mulher. Morrendo nós, juntos com CRISTO, para o pecado - essa morte é o batismo, significa o perdão dos pecados - então sim, estamos livres da Lei de DEUS. Isso quer dizer: podemos casar outra vez. Se o casamento anterior era com o pecado, melhor dizendo, com satanás, agora o novo casamento poderá ser com JESUS.
Mas atenção, esse novo casamento só será legal se antes tivermos morrido para o pecado! Assim como aquela mulher, para poder re-casar deve esperar o marido morrer, assim nós, para nos unirmos com JESUS, devemos, digamos assim, promover a nossa morte com JESUS, quer dizer, a morte da velha natureza para ser trocada por uma nova natureza. É uma morte simbólica, pois a morte verdadeira ocorreu com JESUS, em nosso lugar. Só a nova natureza é capaz de casar-se com JESUS CRISTO.
Depois que nos unirmos a JESUS, então, perdoados, não estamos mais sujeitos à Lei de DEUS; pelo contrário, estamos sob a sua proteção, que é o mesmo que estar sob a graça, que quer dizer, libertos da Lei de DEUS.
2. Segunda: É a lei pecado?
Vamos estudar o texto bíblico de hoje, em partes. Talvez assim seja melhor para o seu entendimento. É Romanos 7:8-11:
ð Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda a sorte de concupiscência: Só existe pecado se houver lei, pois só pode haver transgressão com a existência de alguma lei. Só leis podem ser transgredidas. Portanto, Paulo está dizendo que o pecado, e aqui ele refere-se ao tentador, que faz pecar, valeu-se da lei para nos levar a transgredi-la, assim nos jogando contra DEUS. O pecado em si não nos tenta, mas quem o manipula, que é satanás, esse sim, utiliza o mandamento ou a lei para nos tornar pecadores. É ele quem nos faz transgredir a lei. A primeira vez que ele fez isso foi com Eva, e logo a seguir, por Eva, com Adão. Ele levou os dois a transgredirem o quê? Um mandamento de DEUS, e assim, por meio da lei transgredida os jogou contra DEUS.
ð porque sem lei está morto o pecado: é óbvio, sem lei é impossível haver transgressão, portanto, também é impossível haver pecado, pecador, etc., mas não é impossível haver conseqüências do que se faz. Veja bem, se no Brasil não fosse proibido matar, não haveria assassinos, mas morte haveria de qualquer forma.
ð Outrora, sem lei eu vivia: esses foram os tempos de desconhecimento da lei de DEUS. Paulo, e nós também, vivia como se não houvesse a lei.
ð mas sobrevindo o preceito [lei] reviveu o pecado, e eu morri: ou seja, Paulo descobrindo a lei, tomando conhecimento dela, percebeu o pecado dentro dele. Então descobriu que era um pecador, e descobriu também o motivo porque era mortal. Os pagãos, que desconhecem a lei de DEUS, acham que a alma é imortal, e assim também creem muitos cristãos, a maioria. Mas quando esse pessoal todo descobre o que a Bíblia diz, eles aprendem que são mortais, e que dependem da graça de JESUS para se tornarem imortais.
ð E o mandamento que me fora para a vida: Paulo diz aqui que o mandamento, se não for transgredido, garante a vida, mas...
ð verifiquei que este mesmo se me tornou para morte: ...ele descobriu que o tinha transgredido, portanto, esse mesmo mandamento agora o está condenando à morte.
ð Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento me enganou e me matou: Paulo volta ao início desse trecho (verso 8), e diz que o pecado só consegue ser pecado, ele só consegue matar porque a lei diz que havendo transgressão, há morte. É lógico que sem a lei não haveria pecado, pois é a lei quem define o que é pecado e o que não é. Mas, imagine se não houvesse a lei, por exemplo, os Dez Mandamentos. Se, numa situação assim alguém roubasse, as consequências seriam as mesmas como quando há lei. Concorda com isso, ou não? Ou seja, alguém sairia prejudicado. E num ambiente assim, é evidente que não poderia haver perfeição, e portanto, haveria sofrimento e morte. Assim, podemos dizer que a Lei de DEUS é uma recomendação de como se deve viver para sempre ter vida feliz, e evitar as consequências de certos atos que sempre existirão, havendo ou não havendo lei.
Vamos discutir melhor essa última questão. Suponha que no Brasil não haja nada definido sobre a velocidade no trânsito. Nesse caso, está liberado para imprimir em seu carro a velocidade que desejar. Imagine que na cidade resolva andar a 180 km por hora. Será que não vai acontecer acidente algum por não haver proibição? Vai sim, e vai morrer gente. Mas ninguém vai para a cadeia, pois isso não é transgressão uma vez que não existe a limitação. Aliás, se sem lei os atos jamais resultassem em consequências ruins, então sim, seria bom que não houvesse lei. É a lei que identifica os atos bons e os atos maus, e desincentiva os maus com punição de morte, e incentiva os bons com a vida eterna.
Assim é a Lei de DEUS. Ela existe para garantir às criaturas uma vida eterna, saudável e feliz. E no caso da transgressão, a função da lei é informar ao indivíduo que transgrediu e que vai morrer. A função da lei não é livrar ninguém das consequências de seus atos; isso pertence ao campo da graça.
Portanto, a lei não é pecado. Pecado é a sua transgressão. E quem morre não é a lei, e sim, o transgressor. Isso é mais evidente que qualquer outra coisa.
Sugestão: vamos debater bem esse assunto e aprofundar sua compreensão, tirando as dúvidas em relação a ele. Sabe por que? É que já estamos entrando na grande controvérsia, sobre o que foi e o que não foi abolido, e precisamos estar conscientes desse tema para defendermos a nossa fé, e para ensinarmos a outros o que é verdadeiro e o que é falso.
3. Terça: A lei santa (justa e boa)
Em romanos 7:12, quando Paulo diz que a lei é santa, justa e boa, afirma que não há nada de errado com ela. Portanto, a lei é perfeita. Nem mesmo a lei é pecado. A lei denuncia o pecado.
Veja bem, se não houvesse lei, podemos ter certeza que também não haveria sociedade humana, não haveria sequer vida, nem Universo. Mas vamos a um raciocínio inverso. Vamos imaginar um lugar nesse planeta Terra, onde vivessem pessoas, mas sem lei alguma. Só por hipótese, pois na realidade isso seria impossível. Aí pergunto, lá haveria pecado? Sim e não, essa é a resposta. Depende do ponto de análise. Não haveria pecado do ponto de vista legal. Por exemplo, lá se poderia matar e ninguém seria preso nem condenado. Mas, perceba isso, pelo fato de estarem sem lei, não estariam impedidos de matar, certo? Pelo fato de legalmente não existir pecado, isso não quer dizer que não houvesse esses maus atos.
Sigamos o raciocínio. Agora, algumas pessoas naquela sociedade se reúnem e redigem um código de leis. Um dos mandamentos proíbe matar, e diz que quem fizer isso, tem que ser preso durante 45 anos. Bem, alguma coisa mudou. Está proibido matar. E há penalidade para quem transgredir a proibição.
O que mudou na prática? Duas coisas: há uma orientação de não se matar, e segunda coisa, se alguém matar, transgrediu essa proibição, deve ficar preso durante 45 anos. Isso que mudou. Agora responda: as condições daquela sociedade melhoraram ou pioraram depois da vinda da lei? É óbvio que melhoraram! Antes, para matar, não se pensava muito, podia fazê-lo, pois não havia punição (mas haveria morte); agora há punição, e é longa. Portanto, essa lei é muito boa, e o poder dela está no peso de sua punição. Veja o seguinte: a punição máxima possível para qualquer lei sempre será a morte. Não há nada mais potente que essa punição.
Assim é a lei de DEUS. Ela orienta como viver de tal maneira que permaneçamos vivos pela eternidade, e vivos não de qualquer maneira, mas com felicidade, sem preocupações, pois a lei obedecida é o mesmo que nos amarmos uns aos outros. Uma lei que, se obedecida produz tais resultados, é chamada de “santa, justa e boa”. E o que você acha, Paulo exagerou? É evidente que não. Ele foi preciso, pois esta é a lei que orienta que amemos a DEUS e uns aos outros. Essa é uma lei espiritual, e nós somos carnais, nós temos inclinação (desejo) para o pecado. E daí, porque nós desobedecemos, pecamos, há por isso algo errado com a lei de DEUS? Não há, nem poderia haver, pois não foi a lei que pecou, fomos nós. E outra coisa, porque a lei orienta a como viver, e se não vivermos assim como ela orienta, compete a ela nos salvar ou nos condenar? Ora, uma lei jamais pode libertar aqueles que a desobedecem. Que lei seria essa que, quando transgredida, em algum artigo dissesse assim: tudo bem, estás perdoado. Pense, seria como aquela sociedade sem lei, cada um faz conforme a sua louca vontade, e não há condenação alguma.
Portanto, JESUS é o que pode salvar. E para fazê-lo, antes Ele mesmo teve que ser condenado por aquilo que nós fizemos, as nossas transgressões. Aí sim, ele ganhou poder para nos salvar, sem desprezar a lei, que manda condenar o pecador. Por isso Ele disse: vim para cumprir (obedecer) a lei, não para revogá-la.
4. Quarta: O homem de Romanos 7
Para entender bem o estudo de hoje imprescindível é ler em sua Bíblia Romanos 7:15 a 20. Como podemos entender esses versos?
Vamos ilustrar. No Brasil existe a Lei Seca, esse é o apelido pelo qual é conhecida. Ela proíbe que se dirija tendo ingerido álcool. E isso é bom para o condutor como para todas as pessoas que cruzarem com ele e seu automóvel. Essa lei, se obedecida, evita milhares de acidentes e milhares de feridos, inválidos e mortos. Evita grandes prejuízos materiais, tanto às pessoas quanto ao Estado. Evita multas, cadeias (alguns eventualmente são presos), e processos judiciais, com muitos incômodos. Evita muita tristeza e os graves problemas pelas perdas de entes queridos ou por sua invalidez. E também evita danos à saúde. A lei é muito boa mesmo. Assim como está sendo boa a lei que proíbe o fumo em lugares fechados, como ônibus, restaurantes, salas de aula etc., pois me lembro dos tempos em que viajava em meio a fumaça dos cigarros.
Mas, o que acontece com a Lei Seca? Ela não está sendo obedecida! Qual o motivo? Muitas pessoas são viciadas em álcool. Elas simplesmente não conseguem ficar sem beber, isso para elas é inadmissível. Depois que beberam, elas ainda acham que têm suficientes condições para dirigir, pois imaginam que acidentes só acontecem com os outros. É assim que pensam. Logo, o álcool lhes domina, elas estão escravas dele, tornaram-se dependentes, portanto, mesmo com essa lei pesada e dura, mas boa, as pessoas a transgridem. A Lei Seca, digamos que não seja santa, mas ela é justa e boa. Ela é transgredida porque as pessoas tornaram-se dependentes da bebida alcoólica. É de se lembrar que também bebem por causa da impunidade, pois para a lei funcionar o guarda tem que pegar, ou tem que acontecer um acidente. Já não é assim com a Lei de DEUS, que sempre se torna punidora em havendo pecado.
Usando a ilustração com o trecho de Paulo no estudo de hoje, podemos entender que o pecado nos domina. Por mais que saibamos distinguir, por meio da lei, pois ela funciona para o pecador como um espelho que identifica nele o que fez correto e o que fez errado, por mais que seja assim, o costume de pecar tem sua grande força, e ele acontece. Isso, como Paulo bem explica, se torna numa luta interior. O homem convertido quer fazer bem, ele sabe o que é mau, mas, quando menos se dá conta, já praticou o mal. Para o pecador é natural transgredir; obedecer que não é natural. Por exemplo, não é correto beber coca-cola. Essa bebida contém substância que vicia e é droga. E quando nos batizamos, prometemos perante a igreja e perante DEUS evitar a droga. Isso prometemos, mas, no dia seguinte à promessa, o poder do velho costume fala mais alto, e a pessoa nem se dá conta, compra a bebida, e bebe normalmente. Com o tempo ela controla a mente da pessoa, e disso ela não se liberta tão facilmente. É dessa situação que Paulo está tratando aqui: o poder do pecado, que controla a mente. Esse é um poder duplo, como já estudamos. De uma parte o poder vem diretamente de satanás e seus agentes. Um desses agentes é a televisão, por onde vem poderosas propagandas, muitas vezes subliminares, sujeitando as pessoas, ou reforçando os desejos de pecar. O outro poder é o hábito que o pecado forma na pessoa, e ela se torna dependente do ato pecaminoso, que lhe parece agradável.
Nesse contexto, como fica a lei? Ela é muito boa, diz Paulo, pois por ela sei se estou pecando ou se estou fazendo o bem. E ela está me informando de que eu não tenho poderes suficientes para vencer o tal pecado. E isso me diz que preciso de socorro, e esse socorro se encontra em JESUS, o Salvador. Com o poder dEle, e do ESPÍRITO SANTO, cada dia sendo transformado um pouco, posso ser liberto dos dois poderes do pecado, e ter uma vida superior, melhor já aqui mesmo na Terra.
5. Quinta: Livres da morte
Paulo (veja em Rom. 7:21 até 23) está aqui se referindo a duas leis. Uma é a lei do pecado, e essa está em nossos membros, ela nos faz pecar. A essa lei podemos dar outro nome e a natureza dela será bem compreendida: é a lei dos maus hábitos que formamos. Os hábitos são como programas de computador, que o controlam, eles nos dominam e definem nosso comportamento. E há hábitos bons e hábitos maus.
A outra lei, a de DEUS, está na nossa mente, ou deveria estar. É como em vários lugares da Bíblia está escrito, por exemplo, em II Cor. 3:3, que DEUS quer escrever a Sua Lei em nosso coração, isto é, em nossa mente. A mente é o lugar do corpo onde se tomam as decisões, portanto, ali é o melhor lugar para que algo bom seja gravado.
A Lei de DEUS combate os maus hábitos, e busca produzir bons hábitos, mas os maus hábitos resistem, e lutam para que sejam postos em prática. Vamos a um exemplo, seja um pequeno mau hábito, problema de muita gente. É o caso de beber líquido às refeições. Isso não é bom para a saúde, mas quem se habituou, vai ter que lutar por um tempo para se libertar. As leis de saúde, seja a de DEUS, sejam as dos homens, dizem que os líquidos devem ser tomados à parte das refeições. Mas, nos restaurantes, a vontade de vender um pouco mais, leva aos garçons a perguntar: o que vai beber? E as pessoas, acostumadas a beber junto das refeições, nem pensam que isso faz mal, bebem e pronto. O hábito requer que faça isso, mesmo sabendo que faz mal. É assim que funciona o pecado, nós o temos dentro de nosso corpo, ele habita ali (Rom. 7: 17, 18, 20 a 23), e ele domina o corpo, contra o que temos em nossa mente, que é a Lei de DEUS.
Outro exemplo, é a música gospel (letra cristã com ritmo mundano), que agora já vem sendo combatida inclusive por nossos altos líderes, felizmente. Essa música não apela para a mente, ela não busca colocar ali a Lei de DEUS. Pelo contrário, ela age sobre os músculos, e seu ritmo leva a ativar esses músculos e a desativar a mente, de modo que as letrinhas, que já são propositalmente superficiais, tenham um efeito positivo bem reduzido sobre a mente, mas que o ritmo tenha um efeito bem poderoso sobre a carne. Essa situação, que foi permitida entrar em nossa igreja, e que foi prevista profeticamente, mas nem por isso devemos concordar, e ficarmos indiferentes, é paralela à discussão de Paulo na lição de hoje: a lei do pecado agindo na carne (paixões humanas) contra a Lei de DEUS agindo na mente (racionalidade e direito de decisão).
E agora, como podemos sair vencedores nessa luta? É a pergunta que a lição apresenta. Só mesmo JESUS (Rom. 7:25) tem o poder e o direito de nos fazer vencedores. Sobre esse ponto, veja só o que EGW escreveu: “Toda alma que recusa entregar-se a Deus, acha-se sob o domínio de outro poder. Não pertence a si mesma. Pode falar de liberdade, mas está na mais vil servidão. Não lhe é permitido ver a beleza da verdade, pois sua mente se encontra sob o poder de Satanás. Enquanto se lisonjeia de seguir os ditames de seu próprio discernimento, obedece à vontade do príncipe das trevas. Cristo veio quebrar as algemas da escravidão do pecado para a alma. "Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." "A lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus " nos liberta "da lei do pecado e da morte." Rom. 8:2” (Desejado de Todas as Nações, 466). “Ao voltar para a Inglaterra, Wesley, sob a instrução de um pregador morávio, chegou a um entendimento mais claro da fé bíblica. Ficou convencido de que deveria renunciar a toda confiança em suas próprias obras para a salvação, e que lhe cumpria confiar inteiramente no "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". Em uma reunião da Sociedade Morávia de Londres, foi lida uma declaração de Lutero, descrevendo a mudança que o Espírito de Deus opera no coração do crente. Ao ouvi-la, acendeu-se a fé na alma de Wesley. "Senti o coração aquecido de maneira estranha", disse ele. "Senti que confiava em Cristo, Cristo somente, para a salvação; e foi-me concedida certeza de que Ele tirara meus pecados, sim, os meus, e me salvara da lei do pecado e da morte."” (O Grande Conflito, 256).
Nós, sem o poder do alto, nem mesmo sabemos direito distinguir o que é correto e o que é errado. Sem poder do alto, não temos condições suficientes para nos transformar, e vencer o poder do pecado, que já está dentro de nós, habita o nosso corpo por meio dos maus hábitos. Mas com esse poder, uma outra lei é escrita em nossa mente, e o poder do ESPÍRITO SANTO nos ajuda nas decisões do dia a dia para aos poucos vencermos a luta contra o pecado que já está dentro de nós para nos libertar dele. O ESPÍRITO SANTO quer habitar em nossa mente, e destronar o pecado de nosso corpo.
6. Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Há duas coisas para se fazer para que alcancemos a salvação. Uma é fácil, outra é difícil. A primeira coisa a se fazer é a entrega; a segunda, é permanecer entregue, manter-se com Ele.
Entregar-se é fácil, muitos o fazem. É fácil porque JESUS nos aceita assim como estamos. É o “eu venho como estou.” JESUS nos aceita assim como somos. Ninguém precisa melhorar sua condição de vida para se entregar a JESUS. E a entrega é uma questão que leva apenas um momento. Se um grande pecador, como aqui no mundo dizemos, uma pessoa que precisa estar na cadeia por suas maldades, encontrar um trecho da Bíblia, e ali ler sobre a salvação, e se sentir tocado, assim mesmo, nessa condição, pode se entregar a JESUS e ser salvo por Ele. Ela se sentiu culpada, e teve o desejo de mudar de vida, mas ainda não mudou. Ela fez uma pequena oração (como um dos ladrões da cruz), ou nem orou se nem soubesse orar, mas sentiu um desejo de que JESUS a aceitasse para mudá-la, isso já é uma entrega. É uma questão de decisão, e para isto, não se necessitam horas, ou dias, e sim, um ou dois segundos, algo assim.
Quem se entregou, é mais do que certo, será aceito por JESUS. E uma vez aceito, será perdoado, e perdoado, está salvo a partir daquele momento. Veja só como as coisas são fáceis. É fácil o início do processo de salvação em nossa vida. E também da parte de DEUS é fácil, pois Ele não requer mais nada senão que nos arrependamos para que nos aceite. É muito importante saber que DEUS nem mesmo quer que façamos uma reforma espiritual para só então nos entregarmos.
Mas tem a segunda parte da salvação. É necessário que em nossa vida ocorra a transformação, de um ser pecador para um ser espiritual. É aí que a história muda na maioria das pessoas. Elas se entregaram, mas pouco depois, os velhos e arraigados pecados continuam governando a sua vontade. Aí vem o apego aos antigos costumes. Então se estabelece uma tremenda luta, que poucos ganham. Como Paulo nos explicou nos estudos dessa semana, há uma luta interior, da lei do pecado, que está na carne, contra a Lei de DEUS, que está na mente. A vontade está mudando, mas o poder do pecado, que ainda está na vida da pessoa, determina o comportamento, e quando ela menos percebe, já pecou outra vez.
Nesse momento é que as pessoas convertidas se dividem em dois grupos. Há as que querem continuar salvas, e lutam contra o pecado, e assim ganham poder do alto, e gradativamente vão vencendo. E há as que também querem continuar salvas, mas não dão tanta importância às coisas de cima (por exemplo, a vida eterna, a santidade, a felicidade celeste) e preferem, por livre escolha, manterem-se apegadas a algumas coisas da Terra (que se chama mundanismo) e assim enfraquecem, e o pecado não é retirado do controle da vida.
A segunda parte, a santificação, isto é, a gradativa separação do pecado, que não é coisa de um momento, mas de toda a vida restante, essa é difícil. A primeira parte é produto da graça, a segunda parte é produto da fé e das obras. Na primeira parte basta que nos entreguemos mesmo sem obediência, pois a salvação vem pela graça de JESUS, mas na segunda parte, tem que haver obediência à Lei de DEUS. Fácil é obter a salvação, o difícil é manter-se na salvação. Eis aí o nosso desafio. Para facilitar continuarmos salvos, há que haver entregas diárias, e orações a qualquer momento, assim que nos sentirmos ameaçados pelas tentações daqueles arraigados pecados, pois sem o poder de DEUS, a vida espiritual de muitos pode ficar só na entrega, o que não é suficiente para alcançar a vida eterna.
escrito entre: 08/07 a 13/07/2010
revisado em 14/07/2010
corrigido por Jair Bezerra
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos.