Ao responder sua pergunta, já imagino algumas reações e, por isso, não poderia deixar de lembrar que qualquer assunto entre cristãos deve ser analisado com oração, equilíbrio, pesquisa profunda e disposição para ouvir e buscar conselhos.
Quando você lê as citações de Ellen White sobre o assunto, De primeira mão, deve ficar claro que como cristãos devemos ser contra a ida ao teatro secular mundano, e à tentativa de imitá-lo com exibições nas atividades da igreja. Por outro lado, devemos aprovar as encenações ou ilustrações bíblicas, usadas para facilitar a compreensão da mensagem bíblica. A questão é como conseguir identificar a diferença. Vamos analisar juntos.
Freqüentar teatro mundano secular e usar sua imitação na igreja, geralmente traz um ou mais dos seguintes aspectos negativos.:
• Gastos desnecessários e extravagância.
• Exibição e exaltação do ser humano.
• Atitudes que profanam a santidade da mensagem.
• Promoção de falsidades.
• Mistura do sagrado com o secular.
• Gasto de tempo naquilo que não edifica.
• Atividades sem benefício ou conteúdo.
• Desenvolvimento do gosto pelo teatro secular mundano.
• Apenas uma diversão em si.
Quando uma representação ou encenação na igreja traz algum destes aspectos, está fora dos planos de Deus. Por isso, avalie bem as atividades que você e seu grupo estão realizando.
Se você também fizer uma pesquisa bíblica, vai encontrar que Deus usou e ensinou encenações para fortalecer Sua mensagem. Desde os altares dos patriarcas até o tabernáculo de Moisés e o templo de Jerusalém. Os serviços, ministrados pelos sacerdotes eram uma encenação e ilustração da salvação através de Cristo.
No Antigo Testamento, existem ainda outros exemplos. A circuncisão, que foi ordenada por Deus, era um símbolo do concerto dEle com Seu povo. A ordem para que Moisés preparasse e levantasse uma “serpente de bronze”, como um símbolo de Cristo, era uma oferta de vida. A segunda vinda foi ilustrada pela pedra que atingiu os pés da estátua, em Daniel. O casamento de Oséias com uma prostituta encenava a apostasia de Israel e o amor de Deus.
Você também encontra ilustrações e encenações no ministério de Cristo e no restante do Novo Testamento. A cerimônia do batismo é uma encenação, instituída por Cristo, para marcar o início de uma nova vida. A Santa Ceia é uma encenação da reconsagração, também instituída por Cristo, para ser repetida pelo Seu povo. Em Apocalipse, João usa muitas encenações simbólicas que descrevem o plano da salvação dentro da realidade do grande conflito entre o bem e o mal.
Devemos apóiar e valorizar o uso de todas essas ilustrações e encenações bíblicas (batismo, santuário, etc.). O que devemos desaprovar é o uso do exibicionismo teatral, e não de qualquer tipo de encenação.
Apresentações teatrais, mesmo dentro da igreja, podem pender para serem mais prejudiciais do que edificadores quando: (1) afastam de Deus; (2) levam a perder de vista os interesses eternos; (3) alimentam o orgulho; (4) excitam a paixão; (5) glorificam o vício; (6) estimulam o sensualismo e (7) depravam a imaginação.
Disto inferimos que dramatizações são aceitáveis, em contrapartida, quando: (1) aproximam de Deus; (2) chamam atenção para os interesses eternos; (3) não alimentam o orgulho; (4) não excitam a paixão; (5) desaprovam o vício; (6) não estimulam o sensualismo; e (7) elevam a imaginação. As dramatizações devem: (1) evitar o elemento jocoso e vulgar; (2) evitar o uso de fantoches (animais e árvores que falam, etc.); (3) ser bíblica e historicamente leais aos fatos, como estes realmente ocorreram; e, acima de tudo, (4) exaltar a Deus e Sua Palavra (e não os apresentadores da programação).
Para saber administrar essa questão, a palavra-chave é equilíbrio. É preciso ter equilíbrio para preparar uma encenação que seja edificante e não uma exibição teatral. E, por outro lado, também é preciso ter equilíbrio para tratar do assunto com amor e sem agressões.
Um grande abraço,
Twitter: @Valdeci_Junior