Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Segundo Trimestre de 2010
Tema geral do trimestre: Saúde e Cura
Estudo nº 12 – Nutrição na Bíblia
Semana de 12 a 19 de junho
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
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Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para memorizar: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de DEUS” (I Cor. 10:31).
Introdução de sábado à tarde
DEUS, no sexto dia, criou o homem e a mulher de substâncias físicas materiais pre-sentes na natureza. Ele certamente não pegou a esmo pó da Terra para formar o corpo de Adão. Se o fizesse, poderia ter pego elementos químicos em concentração desequilibrada. Ele formou o homem do pó da Terra exatamente na combinação dos elementos químicos que esse ser deveria ter em vida. DEUS não pode ser visto como um oleiro, e sim, como um Criador, que sabe combinar elementos químicos e assim preparar um boneco que logo depois seria o corpo de Adão, do qual faria Eva.
Fazer um boneco parecido consigo mesmo, qualquer artista humano faz. E pode fa-zer bem feito. Mas duas coisas a mais nenhum artista ou ser humano é capaz: equilibrar os elementos químicos conforme o tal boneco vai precisar ao nele ser posta a vida, e, por fim, dar vida ao boneco. Tal inteligência e poder só DEUS possui.
Mas nós temos uma responsabilidade semelhante à de DEUS quando fez Adão do barro. Assim como o Criador, quando formou o homem, e ali combinou perfeitamente seus elementos químicos, do mesmo modo também devemos fazê-lo. E quando fazemos isto? Quando nos alimentamos e quando bebemos.
Por exemplo, o corpo humano tem fumaça ou alcatrão? Não! Então não devemos fumar. O corpo humano tem álcool? Não, então não devemos beber álcool. E tem muito mais. O corpo humano tem um perfeito equilíbrio de elementos químicos, e em nossa ali-mentação devemos zelar para que assim continue sendo. E o corpo tem requisitos para fun-cionar bem. Pela alimentação (embora não só, mas também pelo exercício físico, etc.) de-vemos cuidar para que o corpo não seja prejudicado, ficando muito magro, ou obeso, ou que algo nele funcione mal, ou deixe de funcionar. Recebemos o corpo para nele termos vida. Recebemos a respiração para que a vida permaneça no corpo. Nosso corpo com a respiração é uma alma vivente. Portanto, temos o essencial para sermos seres vivos, racionais, inteligentes, e para decidirmos o que fazer conosco mesmos.
Esta semana deve ser vital para que muitos decidam se farão ou se não farão a re-forma da saúde.
1. Primeiro dia: A alimentação original
Testemunho científico! Esse é o nome correto. Muitos estudos por parte de cientistas comprovam o estilo de vida superior dos adventistas. A nossa média de vida é superior à média de vida dos crentes das demais denominações. Porém, aqui vem uma questão: quan-tos, entre nós, por ainda manterem maus hábitos alimentares, estão prejudicando essa mé-dia? Ou seja, por que os estudiosos dividem os adventistas em categorias, os vegetarianos e os não vegetarianos? Se todos os adventistas fossem vegetarianos, ou ao menos muito pró-ximos disso, como é a nossa obrigação (e isso não quer dizer que alguns não comessem alguma carne branca, dependendo de suas condições de necessidade de alimentação ou outros fatores, mas, pouca carne), a média de vida de todos os adventistas seria como a do grupo de membros fiéis ao nosso Senhor. O que queremos dizer é que seríamos um im-pacto forte na sociedade, em todos os lugares. Teríamos uma credibilidade em favor de nosso estilo de vida incontestável, mesmo pela ciência! Por exemplo, acabo de orientar uma monografia de pós-graduação de um estudo num hospital. Esses estudos descobririam o efeito adventista. Os planos de saúde por certo correriam atrás desse povo para tê-los como clientes, pois pouco adoecem. As empresas decerto buscariam adventistas para nelas traba-lharem, pois pouco faltariam por motivos de doença, além de serem mais saudáveis e mais produtivos. Nas escolas os adventistas se destacariam como foi com Daniel e seus compa-nheiros. Na sociedade os adventistas seriam um poder de influência positiva. E assim por diante.
Pare e pense um pouco sobre o poder de um testemunho assim!
Qual era a alimentação de Adão e Eva? O que eles comiam? O livro Temperança pág. 160, diz: "Nosso Criador nos forneceu nas verduras, nos cereais e nas frutas, todos os elementos de nutrição necessários à saúde e à resistência. As comidas de carne não faziam parte da alimentação de Adão e Eva antes da queda. Se as frutas, verduras e cereais não eram suficientes para satisfazer às necessidades do homem, então o Criador cometeu um erro ao provê-los para Adão. ..."
Há um texto, não em português, que traduzido revela mais informações sobre a dieta de Adão e Eva: “O benevolente Criador lhes havia dado evidências de Sua bondade e amor em fornecê-los com frutas, legumes e grãos, e, causando a crescer fora da terra toda a variedade de árvores de utilidade e beleza” (Confrontation p. 10).
Logo, o que eles comiam lá no Éden? Frutas, legumes, verduras e sementes. E essa é a orientação da qual devemos nos aproximar hoje, nos dias em que estamos por retornar ao original, em que estamos próximo de entrarmos, com nossos primeiros pais, no Jardim do Éden.
2. Segunda: A alimentação pós-diluviana
Vamos estudar, de uma maneira rápida, a evolução da alimentação ao longo dos tempos. Já vimos como ela era no Éden. Essa foi a alimentação ideal, para seres perfeitos, que deveriam viver eternamente. Eles não viveriam eternamente em razão do que comessem, mas sim, porque DEUS assim os manteria, vivos, se eles ficassem fiéis e sempre obe-decessem à vontade de DEUS, que é amor. Adão e Eva comiam e bebiam pelo prazer de saborear algo gostoso. E o alimento no Éden era abundante. Eles também não precisavam trabalhar para obtê-lo, ele estava lá, em todo lugar.
E depois do pecado, como ficou a questão da alimentação? Embora DEUS não ti-vesse liberado, o ser humano não só se tornou mortal como passou a matar. Não levou muito tempo para que Caim matasse Abel. E depois disso, outras mortes foram registradas na Bí-blia. Os homens tornaram-se violentos, guerreiros, matavam outros homens, disputavam entre si, e matavam animais. E chegaram ao ponto de comer a carne dos animais, mas isso ainda era proibido. Porém, não havia mais como segurar o desejo pela carne. Esse foi um dos grandes traumas do pecado: matar para comer carne. Hoje ficou normal. Então, após a queda, mas ainda antes do dilúvio, os homens passaram a comer coisas proibidas, e isso em grande parte contribuiu para que se tornassem violentos e a lutar entre si, um querendo to-mar as coisas do outro. Como se foi o amor, faziam o que desejavam seus ambiciosos gos-tos. Cada vez menos racionais, cada vez mais controlados pelos gostos e desejos.
Após o dilúvio, havendo por um tempo pouca plantação, e talvez por outros moti-vos, como a impossibilidade de manter a proibição pela carne, DEUS liberou que o homem comesse carne. Não qualquer carne, só as menos prejudiciais, as que Ele chamou de carnes limpas. De certa forma, DEUS permitiu que o homem fizesse o que ele tanto queria fazer: comer carne. É incrível como o ser humano deseja carne, algo que se parece com ele mesmo, pois somos carne. É coisa do pecado, um devorar o outro. Vivemos bem perto da antropofagia! É evidente que na crise final, quando as pragas estiverem caindo, quem não tiver acesso ao pão e água do Céu, vai ter que comer carne, de seus semelhantes. Isso já aconteceu em outras crises. A carne foi liberada assim como, contrariado (basta ver como JESUS se expressou sobre isso), DEUS tolerou o casamento de um homem com mais de uma mulher. Então DEUS também limitou em muito o tempo de vida do homem. Ele vive-ria até no máximo 120 anos, ao redor desse tempo.
Com o passar do tempo, o ser humano foi dando uma de anti-diluviano. Liberada a carne limpa (significa menos prejudicial, mas não significa alimento ideal), passou a comer também carnes imundas (mais prejudicial, algumas de alto risco), e de todo tipo. Hoje em dia o ser humano come, digamos, qualquer coisa, até lesma (chamam escargot). Comem rã, cobra, ratos, até barata e formiga. Quando DEUS proibiu a carne, eles a comeram; quando DEUS liberou algum tipo de carne, o homem avançou para todo tipo.
Por que será que o ser humano sempre tem que ultrapassar as fronteiras do que DEUS permite, e cometer pecado? Adão e Eva não deveriam comer de determinado fruto (nem se cogitava comer algum dos animais que eles amavam), mas eles comeram. Os anti-diluvianos não receberam ordem de comer carne, mas comeram. Os pós-diluvianos receberam permissão de comer determinadas carnes, resolveram comer todos os tipos de carne. O pecador sempre vai além do permitido!
E aqui estamos nós, nos dias finais da história. Come-se de tudo, e a indústria far-macêutica se enriquece, vendendo medicamentos para uma quantidade enorme de doenças.
Considerando a evolução da história, o que se espera daqueles que terão a grande possibilidade de serem transformados vivos, sem verem a morte, quando JESUS voltar? Ora, o mais evidente que deles se espera é que retornem às origens da criação. Que dei-xem das carnes, que se tornem vegetarianos, assim como foram Adão e Eva. Mas por que isso? Ora, simples, eles estão se preparando para ir morar no lugar de onde Adão e Eva saíram vivos. E nós, podemos ter a grande possibilidade de entrarmos lá, sem termos expe-rimentado a morte. Mas não é só isso. É que nesses últimos dias vai ocorrer o maior de to-dos os debates da história da humanidade. Chama-se “A grande controvérsia”, entre os que defendem a verdade e os que defendem a mentira (ou uma mistura de verdade e mentira).
Para estarmos aptos a entrar nesse tremendo debate, temos que ter mente sadia, clara e poderosa. E mais, a nossa mente precisa ter a capacidade de ouvir o ESPÍRITO SANTO. Então, temos que retornar ao estilo de vida de Adão e Eva, e esse é mais um motivo importante, vital, para fazermos uma reforma na saúde.
Todos os membros leigos estão esperando que seus líderes deem o exemplo, e se mostrem como poderosos influenciadores para o bem, fazendo antes a reforma da saúde, para que possam com moral, por exemplo de vida, defender essa reforma diante de todos os demais membros da igreja. É tempo de pensar nesse assunto, a reforma para os hábitos de vida de antes do pecado.
3. Terça: Alimentação no Novo Testamento
O ser humano, de natureza pecadora que é, se esforça por encontrar brechas nos tex-tos sagrados em que possa defender seus pontos de vista. Esse é o caso do comer carne. No Novo Testamento temos citações que, se forçadas um pouco, e se por outro lado a pessoa for um tanto superficial e não estudar bem, e ainda, se ela quer mesmo comer todo tipo de carne, vai conseguir interpretar a seu favor.
Vamos ver alguns desses casos. Um está em I Tim. 4:1 a 5. Ali Paulo fala que nos últimos dias virão algumas pessoas para enganar a outras. Refere-se a pessoas que estarão proibindo o casamento, exigindo a abstinência de alimentos que DEUS criou para serem recebidos, pois tudo o que DEUS criou é bom. Portanto, deve ser recebido com ações de graça, pois nada é recusável.
O que Paulo estava querendo dizer ao escrever essa mensagem?
Em primeiro lugar, temos que entender como são escritos os livros. Qualquer livro não pode entrar em contradição entre um trecho e outro. Se isso acontecer, o seu autor co-meteu erro gravíssimo, e o livro não merece crédito, nem vale o valor das árvores que foram derrubadas para se fazer o papel. Muito mais ainda a Bíblia não pode entrar em contradição com ela mesma, pois quem na verdade é o seu autor é o próprio DEUS.
Em seguida, temos que ver o que mesmo Paulo estava falando aí. Aproveitando a oportunidade, se bem que não é o assunto de lição, Paulo refere-se a proibição do casamen-to por parte de alguns daqueles tempos. É um assunto em pauta hoje, por causa da pedofilia de muitos sacerdotes católicos. Nos tempos de Paulo os gnósticos introduziram no cristia-nismo uma idéia filosófica de que toda a matéria era má, e que, portanto, o corpo era mau. Deduziram então que o casamento e a união sexual era algo mau. Tinham que reprimir toda paixão do corpo material. O matrimônio nesse caso seria dar vazão a todas as paixões do corpo, que era pecaminoso. Essa idéia absurda foi perpetuada no sistema monástico, e per-dura até nossos dias na Igreja Católica, entre o sacerdócio.
Com relação aos alimentos, havia partidários na igreja que introduziram conceitos de completa abstenção ou até proibição de certos alimentos, por razões cerimoniais, ou também em certos dias religiosos. Ainda hoje há crenças assim, mas não mais tão arraigadas. Por exemplo, na páscoa muitos comem peixe, no natal, panetone, etc. Como naqueles tempos, falta alguém impor essas práticas.
Outro ponto importante é o que podemos e o que não podemos comer. Isso está de-finido na Bíblia, e nós o conhecemos. E em nenhum lugar DEUS mudou suas definições quanto a novas liberações de alimentos. Portanto, o que Ele permitiu no Éden, e o que mais permitiu após o dilúvio, e que já estudamos, isso é o que ainda está valendo. E ninguém peca por hoje comer carne pura, limpa, que não seja imunda. Ninguém vai deixar de entrar na Nova Terra por esse motivo. O que tanto se fala hoje, a partir do Espírito de Profecia, é da necessidade da reforma da saúde, que na realidade não é algo obrigatório, porém, altamente desejável para que a mente seja limpa do embotamento provocado por esse alimento, a fim de podermos ter um mais íntimo relacionamento e comunhão com o ESPÍRITO SANTO, e sermos menos sujeitos a falhas durante o Alto Clamor. Essa é a questão vital, ir pelo caminho de menor risco. Vai ser muito difícil para quem come carne vencer durante o Alto Clamor, mas quem quiser tentar, faça-o. De minha parte, já há anos tomei a decisão de não correr um risco tão alto quanto a vida eterna.
Nos tempos de Paulo, na cidade de Corinto, acontecia o seguinte: Os açougueiros compravam carne das pessoas que sacrificavam animais para a venda da carne. E muitas vezes essa carne, antes de ir para o açougue, era dedicada aos deuses pagãos, na verdade, ídolos. Parte era comida em festas pagãs, outra parte era dada aos sacerdotes pagãos, e ain-da outra parte ia parar nos açougues e vendida no mercado público da cidade. A questão que surgiu era: pode-se comer essa carne? Alguns diziam, não pode, outros diziam, não tem nada a ver, pode comer. E agora, afinal, pode ou não pode? Consultaram Paulo sobre o as-sunto. E o que ele disse? Paulo foi sábio na resposta. Ela está em I Cor. 8:4 a 13. Em resumo ele disse assim, vamos por partes.
a) O ídolo não é nada, não tem valor algum, (senão o material de que ele é feito);
b) Mas havia, entre os cristãos, conversos vindos da idolatria, e estes ainda acha-vam que aqueles ídolos eram de fato deuses, e assim sendo, entendiam que devi-am ter cuidado em não envolver-se com eles, pois isso seria perigoso e estariam como nos velhos tempos, quando ainda eram idólatras (e acreditavam firmemen-te nos ídolos como sendo deuses) venerando aqueles deuses;
c) A esses, Paulo classificou de fracos, ou seja, pouco entendidos quanto a realida-de desses deuses pagãos, pois não entendiam que tais deuses nada valiam;
d) Então Paulo disse assim (verso 6): que nós (Paulo e os cristãos mais experientes), sabemos que na verdade só existe um DEUS;
e) Mas que esses conversos novos, ou os menos entendidos, ainda conservam em sua consciência a idéia de que aqueles ídolos são outros deuses, por isso eles não admitem comer a carne que fora dedicada a esses deuses;
f) Paulo explica, que não é a comida que nos recomenda para DEUS (verso 8), portanto, comer aquelas carnes não significava algum ato de adoração àqueles ídolos, e poderiam livremente comer sem dor de consciência;
g) No entanto, Paulo levantou outra questão, a que não se haviam dado conta, problema da “pedra de tropeço”;
h) Que deveriam evitar comer aquelas carnes porque, esses cristãos menos infor-mados, e menos experientes, mas muito zelosos pelas coisas de DEUS que abra-çaram com fervor, assim também se veriam induzidos a comer, no entanto, se sentiriam acusados em suas consciências de terem feito algum tipo de tributo aos ídolos;
i) Ou mesmo eles não comendo, se preocupariam de que quem comesse fizesse tal tributo, e assim ficariam tristes ou até desanimados, em especial se vissem algum líder comendo tal tipo de carne;
j) Por esse motivo, e só por ele, por amor daqueles que ainda necessitavam muito mais do exemplo dos mais bem informados, que deixassem de comer ou de be-ber o que viesse a se tornar motivo de escândalo ou de perda da vida eterna de alguém, ou mesmo só de preocupação. Esse debate era uma questão relacionada com a consciência das pessoas, coisa que todos nós hoje também devemos ter muito cuidado;
k) Pois CRISTO morreu por todos;
l) É evidente que aqui eles estavam tratando de carne pura, não da carne impura. Essa questão nem estava sendo debatida, essa distinção eles todos sabiam fazer e estavam em concordância. Esse debate não avaliza a liberação para comer de tu-do o que hoje o mundo come, pois tal liberação não existe na Bíblia.
Portanto, essa questão, estudada conforme os fatos e contexto daqueles tempos, fica bem esclarecida. Paulo não estava liberando comer qualquer tipo de carne, esse nem era o debate, e sim, liberando comer carne oferecida a ídolos porque um ídolo não é coisa alguma, assim sendo, as ofertas a eles não tinham valor algum. No entanto, por causa da consciência de alguns irmãos que viam essa questão de modo diferente, que se abstivessem de comer, ao menos em público.
4. Quarta: Alimentação equilibrada
O estudo de hoje poderia se resumir em 5 palavras: “equilíbrio no que é lícito.” Vou relatar aqui o caso de um vegetariano, isso aconteceu há uns 40 anos atrás. Ele hospedou-se na casa de outro irmão, não vegetariano, e não informou seu hábito alimentar. Na sexta-feira à noite, a esposa do hospedeiro colocou sobre a mesa um único prato, como era o costume: um risoto de frango (arroz com frango desfiado). Não havendo alternativa, senão o pão integral também posto à mesa, o vegetariano não teve dúvidas, separou o arroz do frango desfiado, depois comeu. Esse era o seu zelo. A irmã ficou envergonhada, mas, afinal, ela não fora informada pelo próprio vegetariano do que ele comia e do que não comia.
No sábado para o desjejum, o que aconteceu? Aquele vegetariano encheu a xícara de leite de vaca, e adicionou 5 (cinco) colheres de açúcar. Foi quando o irmão que o hospedava não resistiu mais, e saiu do silêncio e lhe chamou a atenção do quanto é muito mais prejudicial o açúcar misturado com leite que aquele risoto do dia anterior. É disso que a lição trata hoje: da falta de equilíbrio.
Muitas vezes pessoas são extremamente zelosas num ponto e extremamente toleran-tes noutro, e esse outro ponto pode ser até mais prejudicial que onde há zelo. Por exemplo, já vi pessoas cuidadosas na alimentação, mas numa festa de casamento ou em outras festas, quando é de graça, comem até quase explodir. Isso é cristianismo? Outros exigem dos ir-mãos uma quantidade de coisas, mas quando chega a hora de comer, elas mesmas pecam mais que as pessoas das quais exigem essas coisas.
Nós devemos ter cuidado no que fazemos, estejamos ou não estejamos sendo obser-vados. Um certo pregador, que comia pouca carne, informou isso numa de suas pregações. E meses mais tarde, ele foi visto por uma irmã da igreja que ele não conhecia, num restau-rante. Ela estava bem atrás dele, na fila para se servir num buffet. Ela pensou assim, não vou me identificar, mas vou observar se é verdade que ele come pouca carne. E o que acon-teceu? O pregador não pegou nada de carne, embora houvesse muitas variedades para esco-lher. E o que aquela irmã fez mais tarde? Numa próxima ocasião na igreja, informou aos outros irmãos que era verdade o que aquele pregador havia falado, e todos então firmaram maior crédito ao que ele havia pregado. É o poder do testemunho!
Portanto, equilíbrio em tudo o que é bom, pois exageros, mesmo no que faz bem, é prejudicial.
5. Quinta: Alimentação hoje
“Porque o reino de DEUS não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e ale-gria no ESPÍRITO SANTO” (Rom. 14:7).
Quer dizer que, com base nesse verso, se pode comer de tudo? Afinal, o que importa é a justiça, a paz e a alegria!
Perceba bem que maldade de interpretação é essa. Quem quer comer de tudo, apro-veita esse verso para tirar tal conclusão. Mas o que o verso diz e o que ele não diz? Ele diz aquilo que o reino de DEUS não é, como se pode ler. E o que ele não diz, é sobre que ali-mentos impuros ficam liberados. Nada a ver com essa interpretação. Por isso, tal interpreta-ção é maldosa, pois foi forçada. Enfim, qualquer texto em linguagem humana permite que sua interpretação seja forçada, inclusive o texto bíblico. Felizmente essa é uma interpretação que não vinga nos meios adventistas, senão, talvez, entre uns poucos.
Assim surgem os extremos: os liberais, que acham que pode muito, e os ortodoxos, que acham que pode pouco. O correto é equilíbrio naquilo que DEUS permitiu, e não arris-car naquilo que tem dúvida, que talvez faça mal ao organismo. Há tanta coisa boa para se comer, que sabemos que DEUS permite, então, por que arriscar em mais algumas coi-sas, só para ter mais variedade? Por exemplo, a mim não parece haver problema na cerveja sem álcool, que agora fabricam. Veja, “me parece”, mas não tenho certeza. Aqui em casa não bebemos, afinal, existe tanta coisa boa para se beber... E porque também nós temos que ter essas coisas enlatadas, que passam por processos industriais, em lugar de um suco espremido na hora? Essa é uma boa pergunta: “por que correr risco?” Há pessoas para as quais qualquer novidade se torna imprescindível. E o natural, que já existe há milênios, esse em muitos lares não se usa, mas para muitos de nós, tem que ser o industrializado, que possua bastante química de estabilizantes, conservantes e sabores. Ora, porque arriscar, se em lugar disso, muito mais vale a vida eterna? Mas, enfim, cada um que saiba o quanto vale a sua vida, a daqui e a depois da transformação.
Só uma observação: qual é afinal, em muitos casos, a alimentação hoje, entre nós? Carne em excesso (inclusive à noite); refrigerantes em excesso; muito doce; bebidas que nem se deveria ingerir, como pepsi-cola e coca-cola, chá preto, café, tererê e chimarrão; lanches rápidos geralmente gordurosos ou salgados ou muito doces; refinados; muito sal; comer fora de hora; demais assados; pouca alimentação natural sem processamento indus-trial; poucos alimentos crus; muitas misturas, etc.
A alimentação em nossos dias é uma das maiores tentações. Agora o ser humano quer variedade. Se for, aqui no sul do Brasil, num restaurante, à noite, onde oferecem o tal do “café colonial” ali aparecem entre 60 a 80 variedades. E as pessoas gostam, e dizem, veja só quanta variedade!!! Mas, isso é saudável? Você já experimentou comer, numa mesma refeição, 60 alimentos diferentes? Isso é totalmente não racional. No entanto, é o que ven-de, e muitos de nós vão a um lugar assim, e ainda ficam falando aos outros, como que se exibindo, de como foi bom. E Ellen G. White diz que devemos comer pouca variedade numa mesma refeição, uns 3 ou 4 pratos diferentes.
Portanto, para esses dias complicados, em que é forte o apelo para os exageros, nós, do povo de DEUS, devemos ter zelo pelo equilíbrio no que é bom, e nem tocar o que faz mal, ou o que desconfiemos que faz mal. Repetindo, há tanta coisa que temos certeza ser bom, por que arriscar naquilo que não temos total certeza? Qual seria a razão de muitos de nós termos em tão pouca conta a vida eterna, para arriscá-la com alguma comida ou algum mundanismo? Isso é ser inteligente?
Decidimos aqui incluir alguns anexos importantes. O primeiro deles é sobre a dieta dos atletas, texto da nutricionista Cristina Garcia Lopes. Esse é um extrato do texto comple-to que se encontra em http://www.acessa.com/viver/arquivo/nutricao/2001/07/09-Cristina/. Não tem cunho religioso, mas se atentarmos, é relevante para nossa orientação. Veja só co-mo as pessoas mundo afora dão importância à boa alimentação.
“Orientações nutricionais para melhor performance dos atletas
No caso de atletas, quando há um ritmo intenso de atividade física, com treinamentos regu-lares diários, um cuidado maior na alimentação deve ser dispensado. Algumas orientações nutricionais têm sido indicadas, por diversos estudiosos no assunto, como as de maior efeito na busca de uma melhor performance pelos atletas:
• aumentar a ingestão de água, pura ou na forma de sucos, principalmente durante e após a atividade física;
• consumir maior quantidade de fontes de carboidratos (massas, cereais em geral, pães etc), dando preferência para aquelas que contêm pouca ou nenhuma gordura;
• evitar gorduras sob todas as formas, tomando cuidado com a “gordura invisível” nos alimentos (maionese, embutidos de carne, queijos amarelos, etc.);
• não exceder no consumo de proteínas (carnes de qualquer tipo, leite e derivados, ovos, etc.);
• ingerir boas fontes de fibra nas refeições (cereais integrais, pão e arroz integral, cascas, talos e bagaços de frutas e vegetais, grãos com casca), uma vez que estas têm efeito de pro-piciar uma liberação mais lenta da glicose para o sangue, fornecendo energia ao organismo de forma gradativa, o que é extremamente favorável para o atleta;
• evitar excesso de açúcar e/ou alimentos açucarados (o mel tem sido estudado como uma forma melhor de repor energia para o atleta do que o açúcar branco, mas é necessário ob-servar, antes, se há alergia ao produto);
• evitar sal em excesso, pois o mesmo aumenta a necessidade de água pelo organismo, assim como pode contribuir para elevação da pressão arterial em pessoas predispostas, o que é altamente prejudicial para o atleta;
• evitar bebidas gaseificadas (refrigerantes);
• abusar do consumo de frutas, legumes e verduras;
• ingerir leite ou similar (iogurte, coalhada ou queijo branco) em uma proporção mínima de dois copos ao dia;
• cuidado com molhos picantes e gordurosos;
• na véspera da competição, ingerir grande quantidade de massas (carboidratos) e reduzir ainda mais o consumo de gordura;
• a mesma orientação anterior serve para a reposição energética após a competição, sendo que, nesse caso, é necessário aumentar a ingestão de líquidos;
• sucos de frutas adoçados e adicionados de uma pitada de sal ou água de coco são exce-lentes repositores para as perdas de água e sais minerais derivadas da transpiração durante a atividade física;
• logo após a atividade, principalmente após a competição, não ingerir alimentos ricos em gordura ou proteínas, dando preferência a frutas (principalmente ácidas), hortaliças e fontes de carboidratos;
• evitar bebidas alcoólicas, principalmente próximo às competições.”
Agora adicionamos algo sobre a “Pirâmide Alimentar”, produzido pela Universidade de Brasília.
OS GRUPOS de alimentos
Grupo 1:
Na base da pirâmide, estão os alimentos energéticos ricos em carbohidratos, que são res-ponsáveis pelo fornecimento da maior parte das energias de que precisamos.
São os cereais, pães, raízes e tubérculos.
São indicadas 8 porções.
Grupo 2:
No segundo degrau da pirâmide estão os alimentos reguladores,
ricos em vitaminas, sais minerais, fibras e água.
São as hortaliças, as verduras.
São indicadas 3 porções.
Grupo 3:
As frutas e os sucos de frutas naturais, também são alimentos reguladores, ricos em vitami-nas, sais minerais, fibras e água.
São indicadas 3 porções.
Grupo 4:
No terceiro degrau estão os alimentos construtores, ricos em proteínas e cálcio, ferro e zinco. Esse grupo também possuí açúcar e gorduras, proteína, cálcio, ferro, e zinco.
São eles: o leite, os derivados de leite, queijos, bebidas lácteas, etc.
São indicadas 3 porções.
Grupo 5:
Alimentos construtores ricos em proteínas e cálcio, também possuem gorduras e colesterol, além de ferro e zinco.
São as carnes e ovos.
São indicadas 2 porções.
Grupo 6:
Esse grupo encerra o grupo dos alimentos construtores, que são ricos em proteínas e fibras, além de cálcio, ferro, zinco e vitaminas. A vantagem desse grupo é que possuem alimentos que oferecem calorias, através do colesterol bom, sem prejudicar a saúde. Além de proteínas específicas, como a Isoflavona que é encontrada na Soja e que ajuda a combater várias doenças.
São as leguminosas: Feijão, soja, ervilha, etc.
São indicadas 1 porção.
Grupo 7: Óleos e gorduras: 120 kcal
No último degrau da pirâmide estão os alimentos energéticos ricos em calorias e colesterol. São importantes. As gorduras e o colesterol transportam as vitaminas A, D, E, K. Mas de-vem ser consumidas em pequenas quantidades.
São os óleos e as gorduras.
São indicadas 2 porções.
Grupo 8: Açúcares, balas, chocolates, salgadinhos: 80 kcal
São alimentos energéticos que proveem muitas calorias e poucos nutrientes. Devem ser con-sumidos com moderação.
São eles: açúcares, balas, chocolates, salgadinhos.
São indicadas 2 porções.
Para uma dieta recomendada de 2.500 kcal/dia teremos:
Alimentos Porções Calorias
Grupo 1 Cereais, pães, raízes e tubérculos; 8 porções. 150 kcal
Grupo 2 Hortaliças, as verduras 3 porções 15 kcal
Grupo 3 Frutas e os sucos de frutas naturais 3 porções 70 kcal
Grupo 4 Leite e derivados, queijos, bebidas lácteas 3 porções 120 kcal
Grupo 5 Carnes e ovos 2 porções 130 kcal
Grupo 6 Leguminosas: feijão, soja, ervilha, etc. 1 porção 55 kcal
Grupo 7 Óleos e gorduras 2 porções 120 kcal
Grupo 8 Açúcares, balas, chocolates, salgadinhos 2 porções 80 kcal
Fontes: Universidade de Brasília.
Há importantes informações em http://www.weblaranja.com/nutricao/piramide_alimentar.htm.
E quanto vale cada porção? Inserimos uma figura que esclarece isso. Obviamente, nós, adventistas, desprezamos algumas sugestões nessa figura, como a carne de porco. Além disso, há os casos especiais, por exemplo, as pessoas cujo metabolismo produz muita gordura (meu caso), esses precisam cuidar mais quanto à gordura de origem animal.
*Foto: Getty Images/ Tabela: Renata Gomes de Aguiar
Fonte: http://www.abril.com.br/blog/dieta-nunca-mais/2009/09/tabela-esclarece-quanto-representa-uma-porcao-fruta-ou-vegetal/
6. Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Todos já sabemos que ninguém vai se perder por comer carne. Isso é certo. Mas o risco de se perder aumenta, isso também é certo. E nós, seres humanos, parece que gostamos muito de correr risco, inclusive de perdermos a vida eterna. Então, quem não puder mesmo evitar a carne (mas isso não é impossível, sei por mim), quem não conseguir deixar dela, que mude os hábitos, coma só carne branca, de aves caipiras, não de granja, e peixe, que saiba a origem, pois as águas andam bem contaminadas.
Nosso cérebro, que pesa entre 1.250 kg a 1.450 kg, isso depende do tamanho da pessoa, tem cerca de 2% a 3% do peso do corpo, mas chega a requerer até 30% da quanti-dade de sangue, para irrigá-lo em suas necessidades de nutrição. Ele precisa principalmente de oxigênio e glicose natural, mas também todos os outros nutrientes. Com tanta demanda por sangue, fica bem fácil imaginar o quanto é importante a alimentação para que se tenha um cérebro mais poderoso para aprender e para pensar. Portanto, para termos uma mente boa, precisamos nos alimentar corretamente, como estamos estudando, respirar corretamente (até o fundo dos pulmões), fazer exercício físico e submeter o cérebro aos estudos. Essa é a obrigação de todos aqueles que queiram ser inteligentes e ter discernimento.
Nesses últimos dias do tempo do fim, o nosso exemplo de vida fala bem mais alto que aquilo que falamos. Não é mais como há três ou quatro décadas atrás, quando as pes-soas não eram tão estudadas nem eram submetidas a tanta exigência intelectual. Agora as pessoas tem maior poder de discernimento (juízo crítico de identificar o correto do incorre-to) e elas são mais capazes de comparar o que as pessoas dizem em relação ao que elas são. Dessa forma o mundo vem sendo preparado para a última proclamação da verdade de DEUS. E assim como as pessoas estão conscientemente se alimentando mal, mas a maioria sabe disso, assim também elas, conscientemente aceitarão ou rejeitarão a última mensagem do Alto Clamor. Portanto, essa mensagem só será dada por servos de DEUS que sejam coerentes entre o que falam e o que são. Eis, portanto, o principal motivo dessas lições: preparar um povo para a batalha final.
Nós estamos bem diante de um tempo em que teremos que dar tudo de nós, e nos entregarmos totalmente a DEUS. Tudo inclui até mesmo os pequenos mundanismos que estão sendo tão comuns entre o povo de DEUS. Isso porque no final, só subsistirá em pé, fiel a DEUS, quem tiver feito tal entrega. E, irmãos, essa é a minha preocupação ao escrever as lições. São escritas em primeiro lugar ao meu lar, à minha família, mas também a todos os que leem. A batalha final, que termina para nós quando DEUS Se levanta para nos acudir no auge do Armagedon, quando os ímpios irão executar o decreto de morte, vai nos exigir total entrega a DEUS. Tanto viveremos por meio do pão e da água que Ele irá fornecer quanto por meio de uma mente 100% entregue a Ele, e nenhuma reserva a alguma modinha do mundo que chame a mínima atenção ao “eu”.
Anexo aos links das lições desse semestre há um esquema bem reduzido de dicas para se fazer a reforma da saúde, para uma alimentação simples, mais fácil de preparar e mais barata, mas mais saudável. É uma síntese de leituras pessoais dos livros do Espírito de Profecia sobre esse assunto. Aqui em nossa casa é o nosso manualzinho. Sintam-se à von-tade em utilizá-lo, se desejarem.
escrito entre: 05/05 a 11/05/2010
revisado em 11/05/2010
corrigido por Jair R. Bezerra
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos.