Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto
Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O Evangelho
em Gálatas
Estudo nº 07 – Caminho para a fé
Semana de 05 a 12 de novembro
Comentário
auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de
Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este
comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para
memorizar: “A Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em
JESUS CRISTO, fosse a promessa concedida aos que creem” (Gál.
3:22).
Introdução de sábado à tarde
Vamos comentar
o verso de hoje. O que quer dizer “a Escritura encerrou tudo sob o pecado”?
Nesse trecho Paulo se refere, por certo, ao Salmo 14:1 a 3, onde diz: “Diz o insensato
em seu coração: não há DEUS. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem
faça o bem. Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens, para ver se há quem
entenda. Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem
faça o bem, não há um sequer.” Todos estão debaixo do poder do pecado, tanto
judeus como gentios, conforme Romanos 3:9 e 22.
Ou seja, pela
Bíblia, todos são pecadores. Portanto,
só podem ser salvos mediante a fé. E essa promessa da salvação é concedida aos
que creem. “O dom de Deus ao homem excede a toda estimativa. Não foi retida
coisa alguma. Deus não permitiria que se dissesse que Ele poderia haver feito
mais, ou revelado à humanidade maior amor. No dom de Cristo, deu Ele todo o Céu.”
Manuscrito 21, 1900.
“A filiação
divina não é qualquer coisa que obtenhamos por nós mesmos. Unicamente aos que
recebem Cristo como seu Salvador, é dado o poder de tornarem-se filhos e filhas
de Deus. O pecador não pode, por nenhum poder a ele inerente, livrar-se do
pecado. ... Mas a promessa de filiação é feita a todos quantos "creem no
Seu nome". João 1:12. Todo aquele que vai ter com Jesus em fé, receberá
perdão” (Maravilhosa graça, MM. 1974, p. 51).
- Primeiro dia:
A lei e a promessa
Vamos fazer
uma revisão aqui. O que é lei? Refiro-me a qualquer lei, as de DEUS, as dos
homens, as da física, etc. Para regular nossa conduta, DEUS estabeleceu um
único preceito: amar a DEUS sobre todas
as coisas e amar o próximo como DEUS nos amou (cf. João 15:13). Depois que
o ser humano degenerou bastante, ele desdobrou esse mandamento universal, que
engloba tudo, em Dez Mandamentos. E nunca mais mexeu neles, nem para aumentar o
seu número, nem para diminuir. Aliás, no princípio da lei, que é o amor, os Dez
Mandamentos estão perfeitamente incluídos. São adequados para seres em condição
de pecado. Imagina se devesse haver uma proibição do tipo: “não matarás” para
seres que nunca cometeram algum pecado. Porque eles amam assim como DEUS as
ama, isso está implícito.
Se DEUS na
verdade tem um preceito, quantas leis os homens criaram? Quantas leis existem
no Brasil, para regular o funcionamento de nosso país? Ninguém sabe ao certo.
Dizem ser em torno de 181 mil leis. “O Brasil tem nada menos que 181 mil normas
legais, segundo um levantamento feito pela Casa Civil da Presidência. E ninguém
sabe ao certo quantas delas já foram revogadas e quantas ainda estão em vigor.”
(http://mazelasdojudiciario.blogspot.com/2009/12/inseguranca-juridica-o-brasil-das-181.html)
Toda lei existe
para ser cumprida. O que é uma lei? O dicionário define assim: 1 Preceito
emanado da autoridade soberana. 2 Prescrição do poder legislativo. 3
Regra ou norma de vida. 4 Relação constante e necessária entre fenômenos
ou entre causas e efeitos. 5 Obrigação imposta. 6 Preceito ou
norma de direito, moral etc.
O que podemos
aprender desse dicionário é bom. Serve para entender a lei de DEUS. Lei é um texto que prescreve conduta e
um texto que adverte para sanções caso não seja obedecida. E é isso,
mais nada.
Mas há algo
mais que precisamos aprender sobre o que é lei. E o nosso Brasil serve bem como
exemplo. Leis, temos aqui em abundância; no entanto, a obediência a elas, aqui,
é um fracasso generalizado e isso vem aumentando. Qual será a razão?
É que as
nossas leis não têm força. São
brandas e a autoridade não impõe as sanções quando necessário. Ou seja, aqui
há muita IMPUNIDADE!
Por exemplo, a
chamada “lei seca”. Ela é boa, sua intenção também, porém, não é obedecida.
Poucos são punidos ao beberem e dirigirem. Aliás, nem mesmo há punição exemplar
a quem bebe, dirige, causa acidente e mata. Raros são os casos de carteiras
cassadas e de prisão. E seres humanos pecadores precisam ser “forçados” a
obedecer, ou, do contrário, a sociedade vai de mal a pior, como está indo. A
lei diz que não pode, mas a autoridade não exige, portanto, todo mundo faz.
Vamos agora
para a lei de DEUS. Nesse caso não é assim. A lei define que esse é um reino de
amor. Portanto, nele todos devem amar. E quem não quiser amar, tem liberdade
para isso, mas deve sair desse reino e desligar-se de seu Rei? E vai para onde?
Vai para outro reino. O de satanás. Lá pode odiar. E como satanás não concede
vida a ninguém, certo é que vai morrer, depois de sofrer muito. Assim é a vida
sob o império de satanás.
Mas, vamos
analisar mais um pouco a lei de DEUS, a lei universal do amor. Já seguimos esse
raciocínio, mas não faz mal fazê-lo outra vez. DEUS, o rei, segue a Sua lei. E
Ele nunca muda, pois Ele e a Sua lei são perfeitos. Não há necessidade de
mudar. E Ele é infinitamente inteligente e poderoso, portanto, não comete
erros. É a perfeição! Como DEUS ama infinitamente, diante do erro de uma
criatura Sua, Ele não pensou duas vezes: possuía
um plano para resgatar a criatura que errou. Conhecemos esse plano, não
precisamos repeti-lo.
Agora vem o
ponto. A lei de DEUS, a lei do amor, se desobedecida, forçosamente deve condenar a criatura à morte, pois essa criatura se
postou contra o amor, e só o amor garante a vida eterna. Sem amor
não pode haver vida, só sofrimento e morte.
Mas a mesma
lei que condenou, foi também a que motivou a DEUS nos buscar para nos salvar.
Mas, atente bem agora, NÃO FOI A LEI
QUE NOS SALVOU. A lei não nos
salva, a obediência depois de pecar também não salva ninguém, porque o pecado
está lá e a lei exige que seja punido.
Então, o que nos salva? O Senhor JESUS
CRISTO, que veio a este mundo, que obedeceu a esta lei, mas foi morto porque
nós a desobedecemos. Esse é que salva.
Portanto, agora
cabe a pergunta de Paulo: “É por ventura, a lei contrária às promessas de DEUS”
(Gál. 3:21)?
Como seria ela contrária, se o próprio
Filho de DEUS, para tornar a promessa viável, veio cumprir a lei (Mat. 5:17)? Se para nos perdoar das exigências dessa
lei, Ele se fez pecado em nosso lugar? E mais uma pergunta atual: Como poderia ser abolida a lei, ou parte
dela, se por cumpri-la, JESUS nos livrou, não da lei, mas de sua condenação?
Ora, que
confusão é essa que o ser humano cria, sob a influência do inimigo da lei, ou,
do inimigo do amor!
- Segunda: “Prisioneiros da lei”
O que Paulo
quer dizer em Gál. 3:23, na expressão “sob a tutela da lei”, ou “debaixo
da lei”? E porque ele disse que era assim, antes que chegasse o tempo da fé?
Se há algo
simples e fácil de entender, é isso que estudaremos hoje.
Como viemos
estudando, a lei tem duas funções. Uma é orientar para uma vida correta, e
proteger quem o faz. Outra é condenar quem não obedece. Portanto, desde que Adão e Eva pecaram, a
lei está condenando à morte eterna esses pecadores. Porém, vindo JESUS CRISTO,
e com Sua morte eterna – mas da qual Ele ressuscitou ao terceiro dia, portanto
venceu esse tipo de morte – há a possibilidade da libertação da morte eterna.
É simplesmente
isso. Nada a ver com a lei dos Dez Mandamentos ter-se anulado, ou ter-se
alterado. Ela continua valendo (veja em sexta-feira, comentário especial de
EGW), pois não existe indicativo em sentido contrário de que tenha sido
substituída pela fé ou pela graça. Resumindo,
a lei condenava e continua condenando. Só
não condena mais quem aceitou o perdão. Nesse caso, se a pessoa não
desobedecer mais, a lei, em vez de condenar, protege, ou seja, no dia do juízo,
ela vai declarar: não tenho nada contra essa pessoa, ela se arrependeu, e
depois disso, não pecou mais. Ou então, ela vai dizer, em caso de reincidência
no pecado, que essa pessoa se arrependeu de novo, portanto, não a condeno.
Logo, o tempo
da fé chegou ao JESUS vir ao mundo, e morrer por nós. Antes disso, a Sua vinda
era apenas uma promessa; com Ele aqui, tornou-se realidade.
“Porque o
pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo
da graça” (Rom. 6:14). “É engano de Satanás que a morte de Cristo trouxe a
graça para tomar o lugar da lei. A morte de Jesus não mudou, não anulou, ou
diminuiu no menor ponto a lei dos Dez Mandamentos. A preciosa graça oferecida
aos homens mediante o sangue do Salvador, estabelece a lei de Deus. Desde a
queda do homem, o governo moral de Deus e Sua graça são inseparáveis. Andam de
mãos dadas em todas as dispensações. "A misericórdia e a verdade se
encontraram; a justiça e a paz se beijaram."
“A influência
da esperança evangélica não levará o pecador a considerar a salvação de Cristo
como uma questão de livre graça, enquanto continuar vivendo em transgressão à
lei de Deus. ... Ela mudará seus caminhos, tornar-se-á leal a Deus mediante a
força obtida de seu Salvador, e o levará a uma vida nova e mais pura.
“Como foi
completo o sacrifício feito em nosso favor, assim deve ser a nossa restauração
do aviltamento do pecado. Nenhum ato de impiedade será desculpado pela lei de
Deus; injustiça alguma lhe pode escapar à condenação. A ética evangélica não
reconhece nenhuma norma senão a perfeição do caráter divino. A vida de Cristo
foi um perfeito cumprimento de todo preceito da lei. Ele disse: "Eu tenho
guardado os mandamentos de Meu Pai." João 15:10. Sua vida é nosso exemplo
de obediência e serviço. Somente Deus pode renovar o coração. "Deus é o
que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa
vontade." Filip. 2:13. Mas é-nos ordenado: "Operai a vossa
salvação." Filip. 2:12. A Ciência do Bom Viver, págs. 451 e 452.
“Para o
obediente filho de Deus, os mandamentos constituem um deleite” (A fé pela qual
eu vivo, MM, 1959, p. 89).
- Terça: A lei como nosso “vigilante”
Vamos nos ater
a um verso em específico: Gál. 3:19. Faria bem ler esse verso antes de seguir.
Paulo faz uma
pergunta: Qual a razão de ser da lei?
Ou, porque ela foi concedida? Porque ela existe?
Então ele
explica que ela foi adicionada por causa das transgressões. E essa
adição tem valor até que venha o Descendente, a quem Ele fez a promessa.
Pensando bem,
a rigor, antes do pecado não havia lei. Pode isso que escrevi aqui chocar a
alguns, inicialmente. Mas é verdade. O que havia, e que chamamos de lei, era o PRINCÍPIO DA LEI! Ou seja, nem DEUS,
nem os anjos, nem as outras criaturas criadas no Universo afora tinham diante
de si uma lei para cumprir. O que eles
tinham era o princípio da lei, NO CORAÇÃO. E a obediência a esses
princípios era tão natural que passava desapercebida. Era o princípio do amor.
Estava no coração, ou seja, formava o caráter deles, assim como forma o caráter
de DEUS. Hoje, entre nós, esse princípio foi desdobrado em Dez Mandamentos (a
lei foi adicionada), e escrito, em vez de no coração, em duas tábuas de pedra.
Não é ali o lugar da lei, mas no coração. Logo, hoje temos de obedecer a uma
lei externa a nós, mas ao sermos transformados, ela será outra vez escrita em
nosso coração (ver II Cor. 3:3). Então a obediência será algo natural,
espontâneo, e não algo que devemos seguir por esforço.
Vamos agora
transformar esse embrulho em algo bem simples de entender, pois é isso que
devemos buscar: a essência da compreensão de todas as coisas. E as essências
sempre são definidas em forma de princípios simples.
Desde quando
existe a lei moral? É de se crer que desde sempre. Adão e Eva tinham essa lei
entre eles, no coração. Lá no Éden havia limites. Um deles era o de não comer
de um certo fruto. Mas havia outros também: não podiam matar, nem roubar, nem
adulterar, etc. Mas aqui cabe uma observação. Esses outros limites, ou
preceitos de comportamento, sequer foram ditos ao casal. E é fácil entender a
razão: eles não tinham conhecimento do mal. Essas outras coisas, diferente de
nossa situação, não eram tentação para eles. Então a lei moral se resumia no
seguinte: Amem-se, e amem a DEUS. E
não precisava mais nada. Aliás, se DEUS desse a eles as dez regras que temos
hoje, Ele já estaria revelando o conhecimento do mal a eles, coisa que na
perfeição não faz o menor sentido.
A história
seguiu em frente. Houve o primeiro
pecado aqui na Terra. Naquele mesmo dia DEUS ‘adicionou’ uma nova lei, ou
talvez seja melhor dizer, tornou aquele preceito de “amem-se e amem a DEUS”
mais adequado à nova situação. Agora a lei dizia mais: venho morrer para salvar
vocês, porque amo vocês dois. Isso se fazia por meio dos sacrifícios de animais
mansos.
E a história
continua ainda mais. O gênero humano degenerava cada vez mais. Chega à situação
de um grande povo escravizado no Egito. Eles estão de saída, já se encontram no
deserto, em frente ao Sinai. O comportamento daquele povo de DEUS não é melhor
que o dos egípcios. Precisam de mais regras. Então DEUS adiciona mais regras. O
que tempos atrás se resumia em “amem-se e amem a DEUS” passou a ter dez
mandamentos. Foram escritos em duas tábuas de pedra, que é para não se
apagarem. Esse é o único texto existente
aqui nesse planeta, escrito dessa forma: pelo próprio Criador. Isso
significa a sua validade permanente. Além disso, foram adicionadas mais coisas
à lei cerimonial. Ela tornou-se bem detalhada, digamos, extremamente didática,
para ensinar que o pecado é mau, e para ensinar que JESUS viria morrer pelo
pecador.
Então, agora
vem umas perguntas de reflexão. Essas
adições na lei (Dez Mandamentos e Lei Cerimonial), de alguma forma anulam a
promessa de DEUS, dada a Adão e Eva e a Abraão e Sara? Ora, nem se discute. Isso
é impossível, pois tanto a lei original de “amem-se e amem a DEUS” quanto tudo
o que foi agregado depois, é para que o homem viva em harmonia com DEUS. Resumindo,
o que se agregou e tudo o que JESUS fez é para que nos salvemos da morte, e
para que retornemos ao estado original, em que basta saber que a vida é “amar-nos
a partir do quanto amamos a DEUS”.
Sim, se foi
agregado à lei, foi para que entendamos melhor essa lei, e isso fortalece a
lei, isso é a ratificação de sua validade. Como
se poderia deduzir que um acréscimo significaria sua invalidação?
- Quarta: A lei como nosso tutor
O que diz
Gálatas 3:23? “Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela
encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se.”
Simples de
entender. A lei sempre existiu. A fé nem sempre. Lá no jardim do
Éden, Adão e Eva não tinham fé. Não era necessária. Não havia ali margem alguma
para dúvidas. A confiança em DEUS era total.
A fé tornou-se
necessária por causa da separação entre o homem e DEUS. Ela é o poder que DEUS
concede para que nós, humanos, possamos crer nEle, e confiar, apesar das
circunstâncias, do sofrimento e da morte. Apesar de tudo parecer ir de mal a
pior, há esperança na promessa de DEUS, e a fé nos dá o poder de crermos
nessa promessa. No Éden, antes do pecado, não havia promessa de salvação,
portanto, não precisava da fé. Mas havia a lei. Ela protegia o casal, garantia
a vida e a felicidade.
Depois que
entrou o pecado no mundo, logo DEUS fez a promessa de salvá-los. Então precisavam ter fé nessa promessa,
de que Ele mesmo viria morrer por eles.
Agora a lei mostrou
uma outra funcão, que antes, quando nem conheciam o pecado, não mostrava. Além
de condenar à morte, a lei também ajudava na salvação deles, e nossa. É ela que nos diz: somos pecadores. Em
síntese, a lei está a dizer assim: “ou você aceita a salvação, e vive, ou, se
continuar no pecado, vai morrer para sempre.” É importante saber disso, para
tomar a decisão certa, conscientemente. Afinal,
quem não se acha pecador jamais sentirá necessidade de perdão! E é a função
da lei dizer isso. Ela, infringida, passa a nos acusar. Mas não só acusa. Essa
acusação serve de alerta para os dois caminhos que estão diante de nós:
continuar pecando e morrer, ou arrepender-se e viver. Portanto, a lei de DEUS
ainda serve para nos flagrar de que precisamos de um Salvador.
Ora, a lei, ao fazer isso, assume uma
conotação de orientador, educador, diagnosticador da situação. Só mesmo a
lei de DEUS tem essa característica. Ela
precisa condenar, senão não é lei, mas, por ser a lei de DEUS, ao mesmo tempo,
alerta: você pode escapar da minha condenação se aceitar o plano da salvação.
Ela faz isso ao nos retratar como pecadores
que precisam desse plano.
“Não há
segurança nem repouso nem justificação na transgressão da lei. Não pode o homem
esperar colocar-se inocente diante de Deus e em paz com Ele, mediante os
méritos de Cristo, se ao mesmo tempo continua em pecado. Tem de deixar de
transgredir, e tornar-se leal e verdadeiro. Ao olhar o pecador para o grande
espelho moral, vê seus defeitos de caráter. Vê-se a si mesmo tal qual é,
maculado, corrupto e condenado. Sabe, porém, ele que a lei não pode, de modo
algum, remover a culpa ou perdoar ao transgressor. Tem de ir mais longe que
isso. A lei é apenas o aio para levá-lo a Cristo. Tem de ele olhar para seu
Salvador, o portador dos pecados. E ao ser-lhe revelado Cristo na cruz do
Calvário, morrendo sob o peso dos pecados de todo o mundo, o Espírito Santo lhe
mostra a atitude de Deus para com todos os que se arrependem de suas
transgressões. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu
Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida
eterna." João 3:16” ( Mensagens Escolhidas, v.1, 213).
- Quinta: A
lei e o cristão
“Mas tendo
vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio” (Gál. 3:25). Paulo
foi um homem muito inteligente, mas um mau escritor. Em toda a Bíblia, seus
escritos é que dão mais margem a interpretações falsas. E esse versículo é um
deles, entre muitos outros. Para não se entender mal o que ele quer dizer,
sempre se deve ler mais que apenas um verso.
O que afinal Paulo
quis dizer por não estarmos mais subordinados à lei (ou aio)? Na realidade, se
lermos mais dos argumentos de Paulo, o que se deve entender é bem simples: CRISTO morrendo por nós, pagou o que a lei
exigia, e nós, tendo fé em CRISTO, temos nossos pecados perdoados, portanto,
a lei já não nos condena mais. É só isso!
Complicado ou
simples? Simples até demais. Paulo em seu estilo retorcido de escrever
conseguiu tornar complicado. A outra conclusão não se pode chegar pois se dissermos
que por esse verso já não se necessita mais obedecer a lei, cairíamos em
incoerência com o que Paulo disse em Romanos cap. 7 (e vide Rom. 6:15), que ele
mesmo está lutando contra o pecado. Então,
não mais condenados pela lei significa que estamos perdoados. Evidente,
quem está perdoado, a lei não condena mais.
Esse aí, uma
vez perdoado, vai ter desejo de não pecar mais. Inicia-se uma luta em seu
coração, entre a sua antiga natureza e a nova natureza, recém adquirida. Essa
luta só terminará quando a pessoa morrer, ou, se JESUS voltar antes, e ela for
transformada. Nessa luta a pessoa passa a não querer pecar, e quando peca, fez
o que não queria (Rom. 7:20).
“"A lei
nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados."
Gál. 3:24. Nesta passagem, o Espírito Santo, pelo apóstolo, refere-se especialmente
à lei moral. A lei nos revela o pecado, levando-nos a sentir nossa necessidade
de Cristo e a fugirmos para Ele em busca de perdão e paz mediante o
arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo. (...)
“A lei dos Dez
Mandamentos não deve ser considerada tanto do lado proibitivo, como do lado da
misericórdia. Suas proibições são a segura garantia de felicidade na obediência.
Recebida em Cristo, ela opera em nós a purificação do caráter que nos trará
alegria através dos séculos da eternidade. Para os obedientes é ela um muro de
proteção. Contemplamos nela a bondade de Deus que, revelando aos homens os
imutáveis princípios da justiça, procura resguardá-los dos males que resultam
da transgressão.
“Não devemos
olhar a Deus como aguardando o momento de punir o pecador por causa de seus
pecados. O pecador mesmo acarreta sobre si a punição. Suas próprias ações dão
princípio a uma cadeia de circunstâncias que trazem o resultado definido. Cada
ato de transgressão reflete sobre o pecador, opera nele uma mudança de caráter
e torna-lhe mais fácil transgredir de novo. Preferindo pecar, separam-se os
homens de Deus, excluem-se do conduto de bênçãos, e o resultado certo é a ruína
e morte.
“A lei é uma
expressão do pensamento de Deus. Quando a recebemos em Cristo ela se torna
nosso pensamento. Ergue-nos acima do poder dos desejos e tendências naturais,
acima das tentações que levam ao pecado. "Muita paz têm os que amam a Tua
lei, e para eles não há tropeço" (Sal. 119:165) - coisa alguma os levará a
tropeçar” (Mensagens Escolhidas, v. 1, 234).
- Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia
da preparação para o santo sábado:
“Através das
artimanhas do grande apóstata, o homem foi levado a separar-se de Deus, cedendo
às tentações do adversário de Deus e do homem, cometendo pecado e quebrantando
a lei do Altíssimo. Deus não podia alterar um jota ou um til de Sua santa Lei a
fim de aceitar o homem em Sua condição caída, pois isto lançaria descrédito
sobre a sabedoria de Deus em estabelecer uma lei através da qual governar o Céu
e a Terra. Mas Deus podia dar o Seu Filho unigênito para Se tornar o Substituto
e fiador do homem, para sofrer a penalidade merecida pelo transgressor, e
creditar à pessoa arrependida Sua justiça perfeita.
“Cristo Se
tornou o sacrifício imaculado em favor de uma raça culpada, tornando os homens
prisioneiros da esperança, de modo que, por intermédio do arrependimento
perante Deus, por terem quebrantado Sua santa Lei, e por meio da fé em Cristo
como seu Substituto, Fiador e Justiça, eles possam ser trazidos de volta à
lealdade a Deus e obediência a Sua santa Lei. ...
“A vida e
morte de Cristo em favor do homem pecaminoso tiveram o objetivo de restaurar o
pecador ao favor divino, imputando-lhe a justiça que satisfaria as exigências
da lei, e encontraria aceitação por parte do Pai. Mas o objetivo de Satanás
sempre foi o de anular a Lei de Deus e perverter o verdadeiro significado do
plano da salvação. Ele, portanto, deu origem ao falso ensino de que o
sacrifício de Cristo na cruz do Calvário tinha por objetivo libertar o homem da
obrigação de guardar os mandamentos de Deus. Ele transmitiu ao mundo o engano
de que Deus abolira Sua constituição, desprezara Sua Lei Moral, e anulara Sua
santa e perfeita Lei. Que terrível preço teria sido pago pelo Céu se Ele
tivesse feito isto!
“Em vez de
proclamar a abolição da lei, a cruz do Calvário proclama em som ribombante o
seu caráter imutável e eterno. Pudesse a Lei de Deus ter sido abolida, e
mantido o governo do Céu, da Terra, e dos inumeráveis mundos, Cristo não
precisaria ter morrido. A morte de Cristo devia esclarecer para sempre a
questão da validade da lei de Jeová. Tendo sofrido a penalidade total de um
mundo culpado, Jesus Se tornou o Mediador entre Deus e o homem, a fim de
restaurar a alma arrependida ao favor divino por meio da graça que lhe é
concedida para guardar a lei do Altíssimo.
“Cristo veio
não para destruir a lei ou os profetas, mas para cumpri-los à risca. A expiação
do Calvário reivindicou a lei de Deus como sendo santa, justa e verdadeira, não
apenas perante o mundo caído, mas perante o Céu e os mundos não caídos”
(Refletindo a CRISTO, MM, 1986, 45).
“Se deixarmos
passar o tempo para nos arrependermos, ficaremos arrependidos para sempre de
termos deixado passar o tempo”. – Thomas Adams.
escrito entre 05 e
11/10/2011
revisado em 12/10/2011
corrigido por Jair
Bezerra
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo
Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do
Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO
como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda
de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem
da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao
caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia
como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de
orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E
aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de
todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros
e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um
só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.