Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto
Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O Evangelho
em Gálatas
Estudo nº 09 – De escravos a herdeiros
Semana de 26 de novembro a 03 de dezembro
Comentário
auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de
Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este
comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para
memorizar: “Mas a Jerusalém lá
de cima é livre, a qual é nossa mãe” (Gal. 4:26).
Introdução de sábado à tarde
A questão hoje
é relacionada à futura e próxima grande controvérsia. Milhares de igrejas
proclamam o fim da necessidade de santificação do sábado com sua mudança para o
domingo. A motivação seria a desvalorização do Antigo Testamento, só valendo o
Novo Testamento. E dizem mais, que no Antigo Testamento a salvação era pelas
obras da lei, mas que no Novo Testamento passou a ser pela graça, mediante a
fé. Esse é um assunto importantíssimo, pois ele fará parte da grande controvérsia.
Portanto, todos devem se preparar bem. E a lição dessa semana concede a
oportunidade.
Vamos recordar
sobre como foi dada a lei de DEUS. Vamos por etapas:
a) No Éden, para Adão e Eva
Eles receberam
só o sábado, e o princípio do amor. Fez parte da semana da criação. Eles não
conheciam o mal, só o bem. Isso era importante para serem completamente felizes.
Como é bom não conhecer o mal, e melhor ainda é que ele não exista. E lá no
Éden, ele ainda não havia entrado, embora já existisse por causa da revolta de
Lúcifer. Portanto, a lei no Éden era a seguinte: um amar o outro assim como
DEUS os amava. Esse amor se intensificava mais a cada semana, quando o casal se
dedicava exclusivamente a DEUS.
No Éden não
havia necessidade de desdobrar o princípio do amor em dez, como temos hoje. Fazer
isso seria informar sobre o mal. Bastava que tivessem em seus corações o
princípio do amor, e ao natural, jamais iriam buscar outros deuses nem matar,
nem mentir, etc. Assim funciona na perfeição.
b) Logo após a queda de Adão e Eva, no mesmo
dia
DEUS agora
acrescenta a lei cerimonial, mas de uma forma bem simples. Agora eles
precisavam saber que JESUS viria, no futuro, para morrer por eles, e salvá-los
da morte eterna. Com isso, a morte que viria, e a primeira foi de Abel, seria
apenas temporária.
c) Logo após a saída da arca
DEUS ampliou a
Noé a aliança feita com Adão e Eva. Ele garantiu que nunca mais destruiria a
Terra por meio de água, e o sinal de Sua palavra foi o arco-íris. Dali em
diante choveria, coisa que antes nunca aconteceu. Para que não tivessem medo de
outra catástrofe global, DEUS inseriu esse ponto em Sua aliança a Noé e seus descendentes,
e até nós. Os sacrifícios de animais, que já existiam, continuaram sem alteração.
d) Algumas semanas após a saída do Egito
Agora DEUS fez
acréscimos, tanto ao princípio universal do amor (que desde o início incluía o
sábado), quanto à lei dos sacrifícios. A lei do amor Ele desdobrou em Dez Mandamentos ,
escritos em duas tábuas de pedra. Assim simbolizava que era uma lei permanente.
Ela deveria estar escrita no coração, mas já não estava mais, portanto, foi
grafada pelo próprio DEUS na pedra para deixar bem claro: ela está valendo.
Também DEUS
detalhou a lei do sacrifício num cerimonialismo bastante minucioso, para assim
ensinar sobre o horror do pecado e o quanto era importante e vital a
necessidade de um Salvador para a humanidade, que viria morrer por todos.
Portanto, a
lei do amor, da qual JESUS fala bastante, e que o profeta João também fala
bastante, vem desde o Éden, e inclui o sábado. Ela foi detalhada para pessoas
em outra situação, a de pecado, bem diferente da situação de Adão e Eva, na
perfeição. Ou seja, DEUS manteve o
sábado tal como foi dado na criação, e acrescentou algumas importantes
proibições, adequadas para uma raça degenerada e pecadora. Isso não era necessário
para gente como Adão e Eva, em estado de pureza, quando ainda desconheciam o
mal.
Por sua vez, a
lei do sacrifício foi bem detalhada para ensinar sobre a necessidade do
Salvador. É bem evidente que a primeira lei, que veio do Éden, antes do pecado,
teria que ter validade enquanto existisse Céu e Terra, como disse JESUS em
Mateus 5:18. E que a lei cerimonial que foi dada após o pecado, desaparecesse
no futuro, uma vez havendo o sacrifício do Cordeiro de DEUS.
Ora, não fica
difícil, nesse contexto de revisão da história, entender sobre a graça e a fé.
Como já estudamos, e como ainda estudaremos nesta semana, pois é importante
revisar esses pontos, por estes estudos só poderemos chegar a uma única
conclusão: deve ser permanente o que foi
dado na perfeição e temporário o que foi dado após o pecado. E fica mais
evidente ainda que a obediência é necessária para não cair em pecado e não ser
condenado pela lei de DEUS, a que foi dada antes da queda no pecado. Mas, como
DEUS falou a Adão e Eva, que JESUS viria para morrer por eles, essa morte é que seria a sua salvação, e
não a obediência após se tornarem pecadores. Assim, para serem salvos, precisava JESUS morrer, e para continuarem
salvos, eles precisavam obedecer a lei. Portanto, a graça passou a
existir desde aquele dia em que pecaram, desde o momento em que DEUS anunciou que
JESUS viria morrer por eles. E existe até hoje. Não se pode dizer que ela apareceu
com JESUS no Novo Testamento, e que no Antigo Testamento a salvação era pela
obediência à lei. Isso nunca foi assim.
- Primeiro dia: Princípios da aliança
Onde e em que
condições ocorreu a primeira aliança? Foi no Jardim do Éden, em condições
perfeitas. A base do governo de DEUS é a obediência. Nesse governo todos obedecem,
a começar pelo próprio DEUS. Ele é fiel aos Seus princípios. Tanto que Ele
mesmo santifica o dia de sábado. Ele é o exemplo em tudo o que requer de nós.
Assim foi JESUS quando esteve aqui na Terra, tornando-Se exemplo de obediência
à lei.
No Éden havia
uma aliança extremamente simples. É curioso que certas coisas DEUS faz do modo
mais simples possível. Por exemplo, a sociedade humana é fundamentada no lar, e
esse é composto por duas pessoas, um homem e uma mulher. Não pode mesmo haver
organização mais simples que essa, menos de dois não formam uma sociedade.
Então, quando vierem os filhos, a organização social do lar aumenta, e apenas
por um tempo. Pois os filhos crescendo, saem para formar um novo lar, de duas
pessoas. E assim por diante.
DEUS formou um
sistema social simples, com uma única regra, também simples, mas infinitamente
eficaz. O casal deve amar-se assim como DEUS os ama. Por isso devem amar em
primeiro lugar a DEUS, e assim, também serão capazes de se amar. Havendo amor,
outras leis sociais se tornam desnecessárias, pois quem ama está sempre
disposto a servir, nunca a fazer o mal. É
assim que funciona a perfeição, e nessas condições há perfeita liberdade, ou
seja, cada um faz tudo o que deseja fazer, tudo mesmo. E todos os desejos serão
bons, pois se originam do fundo do amor, assim como acontece com DEUS.
Por sua vez, o
amor tem algumas condições para existir. Uma
dessas condições é a intimidade. Há momentos em que aqueles que se
amam, querem estar juntos, muitas vezes a sós, para se dedicarem exclusivamente
um ao outro. Isso é absolutamente necessário. E DEUS também quer ter momentos
de intimidade conosco. Para esse fim, estabeleceu o sábado, um dia em sete para
parar todas as atividades seculares e dedicar-se exclusivamente a DEUS.
Mas há também
outra condição vital para que o amor se mantenha. É a fidelidade. A fidelidade tem tudo a ver com obediência.
Para haver amor, as pessoas devem estar sempre dispostas a uma servir a outra,
nas necessidades que aparecerem.
Agora vem uma
questão curiosa: como poderiam Adão e Eva servir a DEUS? Ele não necessita de
nada. Mas deveria haver uma situação de obediência, para a demonstração de
fidelidade, talvez melhor, para desenvolver a capacidade de serem fiéis. E
nesse ponto é que se formou a primeira aliança, entre DEUS e o ser humano. DEUS
estabeleceu algo bem simples para eles serem obedientes. Não deveriam comer do
fruto de uma certa árvore que DEUS escolheu para esse fim. Era uma árvore que
dava fruto bonito; dela não deveriam comer. Assim eles demonstrariam a DEUS que
O amavam, e que queriam permanecer fiéis a Ele. A obediência completaria a
outra parte da condição para serem felizes eternamente: a santificação do
sábado, que DEUS também santificava, ou seja, passava junto com o casal
momentos agradáveis e felizes.
Quando Adão e
Eva quebraram essa aliança, comendo do fruto, outra aliança se fez necessária.
Essa outra naturalmente teria caráter provisório, até que a situação se resolvesse.
Daí em diante, não seria mais necessária. Isso estudaremos nos próximos dias.
- Segunda: A aliança abraâmica
DEUS havia
falado a Adão e prometeu a salvação. Foi no mesmo dia da queda. Falou a Noé, e
prometeu salvação. Depois falou a Abraão e prometeu o mesmo, mas ampliou a
promessa. Ele disse a Abraão que dele faria uma grande nação, e que as demais
nações seriam abençoadas (beneficiadas) pela nação que sairia de Abraão.
Abraão creu
nessa promessa. Ele estava com 75 anos quando DEUS lhe prometeu isso. A sua
esposa, com 74. Há muito certamente que ela não podia mais ter filhos. Humanamente
isso era impossível, mas Abraão creu porque foi DEUS quem falou. O homem creu a
ponto de obedecer, e sair da terra de seus familiares, e ir ao lugar onde DEUS
cumpriria o que prometeu.
Dez anos mais
tarde, Nada do filho nascer. Abraão estava agora com 85 anos, e Sara com 84.
Abraão estava um pouco com receio sobre o cumprimento da promessa. Ele não
perdeu a fé, mas questionou a DEUS: “que
recompensa terei se ainda não tenho herdeiro?” Na situação atual o herdeiro
seria um empregado, Eliezer, não o filho. Ele teria que esperar mais 15 anos
pelo filho, mas DEUS não revelou esse tempo de espera pela frente. Quando Sara
estava bem distante de conceber, sem esperança alguma, DEUS cumpriu a promessa,
e nasceu um filho, dela com Abraão. Era Isaque. Um único filho com Sara.
Desse filho
veio Jacó e Esaú. Jacó permaneceu na promessa, e dele vieram doze filhos, que
se tornaram nas pedras fundamentais de uma grande nação. E um descendente deles
foi JESUS, o Salvador do mundo. Abraão creu, e aqui estamos nós, crendo na
mesma promessa, de sermos uma grande nação. Pela igreja que CRISTO liderou, o
mundo está sendo abençoado com a pregação da promessa, e já estamos nos últimos
dias.
- Terça: Abraão, Sara e Hagar
Ismael
representa o filho da carne, Isaque representa o filho da promessa. Ismael representa
o Monte Sinai, Isaque representa o Monte do Calvário. Porque essas representações?
Vamos entender essas coisas simples.
Quando DEUS
prometeu ao casal um filho, Sara estava com 74 anos e Abraão com 75. Por certo
Sara já estava há tempos na menopausa, além de ser estéril. Mas eles creram,
pois foi a palavra de DEUS. Eles sabiam se tratar dessa palavra. Creram e
tomaram as providências necessárias para a longa viagem em direção da
Palestina. E certamente era grande a expectativa de logo terem o tão desejado
filho.
Mas
passaram-se 10 anos, e nada do filho prometido. Agora os dois estavam com 85 e
84 anos. Desde a promessa de DEUS, Ele nunca mais Se havia comunicado com
Abraão. O ser humano é fraco. Dez longos anos colocaram algum ponto de dúvida
na cabeça dos dois. Não sabemos o que eles conversaram naqueles dias. Uma coisa
é certa, devem ter tido muitas conversas sobre esse tema ao longo desses dez
anos. E essas conversas devem ter ido do entusiasmo para momentos de desânimo,
talvez de desapontamento. Parece que houve condições à formação da dúvida no
poder de DEUS e na Sua fidelidade ao que promete.
Sara (ainda
era Sarai, depois DEUS mudou o nome deles) tomou a iniciativa. Algo assim como
dar uma ajuda a DEUS. Disse a Abraão que tivesse relações íntimas com Hagar,
que era uma de suas escravas. Sara propôs que Hagar se tornasse a concubina de
Abraão. Naqueles tempos a cultura aceitava esse tipo de relacionamento. Mas
DEUS nunca aceitou, era algo fora de Seu plano. Devemos cuidar com o que vem da
cultura de nossa sociedade. Muita coisa que ali parece normal, para DEUS não é,
e pode se tornar uma maneira sutil de se perder a vida eterna.
Em nome do
cumprimento da promessa de DEUS, deve ter parecido como uma providência
aceitável ao casal. Hagar era uma mulher bem mais nova, não era estéril, e estava
disponível, não tinha marido. DEUS não aprovou a ajuda dada a Ele. Aliás, essa
providência trouxe problemas imediatos para Sara, perturbou o relacionamento
dela com seu marido, e chegou ao clímax de ter de expulsar de casa Hagar com
seu filho. Isso aconteceu após o nascimento de Isaque, pois Ismael brigava com
ele. Na verdade não havia lugar para os dois na mesma família. Essa situação
acabou se repetindo com os gêmeos Jacó e Esaú. Hoje a briga ainda continua,
entre o povo palestino e os judeus.
Ismael veio
por providência de uma decisão tomada entre Abraão e Sara. Ele não foi o
filho da promessa porque não veio por meio de um milagre que DEUS deveria
operar em Sara para que ela concebesse. Ismael nasceu naturalmente, como todas
as crianças nascem, não houve um milagre divino. Por isso ele é o filho da
carne.
Por sua vez, Isaque nasceu porque DEUS havia prometido.
Quando o menino nasceu, se haviam passado 25 anos da primeira vez que DEUS o
havia prometido. Sara não só sempre foi estéril como há muito tempo não mais
menstruava. Portanto, não só era o filho
prometido que haveria de nascer do casal, como era um milagre de DEUS. Por isso
era o filho da promessa.
De um
descendente de Isaque viria um futuro rei, Davi. E descendente de Davi, viria
José, e JESUS seria Filho de José com a jovem Maria, entenda-se assim. Esse
JESUS seria o Salvador do mundo, prometido por DEUS. JESUS também viria a ser o
Filho da promessa, e Ele enfrentaria a cruz do calvário, para morrer por toda a
humanidade. Portanto, Isaque também representava o Monte do Calvário, mas
Ismael o Monte Sinai. O Monte do Calvário significava a salvação daquilo que a
lei, detalhada no Monte do Sinai exigia. A lei do Sinai exigia a morte do
pecador, e essa morte ocorreu no Monte do Calvário.
- Quarta: Hagar e o Monte Sinai (Gal. 4:21-31)
O que Hagar
tem a ver com o Monte Sinai? É uma ilustração de Paulo para explicar melhor
sobre a salvação pela graça mediante a fé.
Voltemos outra
vez à linha da história. A Adão DEUS prometeu resgate do pecado pela luta entre
JESUS e satanás que sairia ferido mortalmente na cabeça. Na cruz, JESUS saiu
ferido e satanás também. Só que JESUS ressuscitou da morte eterna, mas satanás
saiu condenado para a morte eterna, porque ele perdeu a batalha.
No tempo de
Adão DEUS instituiu o sacrifício de animais. Depois DEUS fez outra aliança com
Noé. Ele teve que salvar algumas pessoas da maldade dos antediluvianos. E Noé e
sua família Ele salvou por meio de um barco. Mais tarde, Ele fez outra aliança
com Abraão. E agora, refaz essa mesma aliança de um Salvador, e de uma nação,
com o povo de DEUS tirando-o do Egito.
Na verdade
todas essas alianças eram sempre as mesmas, porém, com conotações diferentes ou
também com acréscimos. Aquilo que DEUS prometeu a Adão e Eva era também o que
prometia a Noé, a Abraão e ao povo de DEUS no Sinai. As conotações diferentes
foram a violência dos antediluvianos, a incompatibilidade entre Abraão e seus
parentes e a escravidão do povo no Egito. Em todas essas situações havia influências
específicas sobre as pessoas que seguiam a DEUS. Mas a parte essencial da
aliança sempre foi a mesma, ou seja, JESUS
viria morrer por eles, lhes presentearia com a salvação, e lhes daria a fé
que deveriam ter para crerem e serem salvos. Assim foi com Adão, com Noé, com Abraão
e com o povo que saía do Egito. Em nenhum caso haveria algo que fizessem para
ajudar DEUS a cumprir Suas promessas. Mas Abraão e Sara tentaram ajudar DEUS
providenciando uma mulher para que nascesse um filho de Abraão, que seria
adotado por Sara. Essa ajuda significa as obras que os seres humanos
muitas vezes acham que devem realizar para que se salvem. Contudo, obras não
salvam ninguém, mas servem para manter salvo o que foi perdoado pela graça de
DEUS. Ou seja, o que nos salva é o ato
de JESUS ao morrer por nós. O pecado tem que ser pago com morte.
Vamos
raciocinar um pouco mais profundo. Afinal, nós, pecadores, podemos ou não
podemos pagar a conta de nossos pecados? Sim, claro, podemos. Basta, para isso,
morrermos eternamente, e a conta estará paga. Então, é evidente que podemos
pagar a conta, MAS, pagando-a, com isso, não escapamos da morte eterna.
Deixamos de existir, e é exatamente a morte eterna que DEUS quer evitar!
Portanto, JESUS morreu por nós, aquela morte que deveríamos sofrer. Essa é a
diferença, pois agora, podemos viver eternamente, sem pagar a conta, e isso é a
graça.
E as obras,
onde ficam? Ora, depois de termos sido perdoados, por isso estamos salvos,
então importa que não pequemos mais, para continuarmos salvos. No entanto, se
outra vez pecarmos, outra vez careceremos do perdão.
E Hagar e o
Monte Sinai, onde entram nessa história? Bem simples de entender. Hagar representa a providência do ser
humano para que a promessa de DEUS se cumpra. Representa as obras. Abraão e
Sara tentaram ajudar DEUS a cumprir a Sua promessa de um filho. Isso resultou
em inúmeros problemas, conflitos, guerras, mortes, tristeza, que se estendem
até hoje. E não ajudou em nada para que de Abraão e Sara se formasse uma grande
nação.
No Sinai, os
israelitas agiram tal como Abraão por meio de Hagar. Eles disseram: “nós faremos tudo...” o que o Senhor mandou.
A cabeça deles fora educada na escravidão, em trabalhar de modo forçado para os
seus senhores. Assim entenderam a DEUS, como um outro senhor para o qual
deveriam trabalhar, como escravos. Parecia a eles que deveriam fazer alguma
coisa para contentar o Senhor. E isso perdurou durante toda a existência do
povo de Israel. No tempo de JESUS eles enfatizavam nas obras, e o problema
estourou mais uma vez lá entre os gálatas. Entre nós também não é diferente.
Quantas vezes houve-se alguém dizer: quantas
almas já conduziu para CRISTO? Há pessoas que contabilizam o número. Ou, o que
você está fazendo para salvar almas para o reino de DEUS? Essas perguntas são
feitas em lugar de: você está deixando DEUS transformar a sua vida? Ou, DEUS o
está usando como instrumento para salvar almas? As obras vêm com a transformação que DEUS opera em nossa vida. Mas
parece que nós, como os gálatas, como o povo de Israel, temos que “fazer alguma
coisa”, para contentar superiores e ao Senhor. Aos superiores, para que
alcancem seus alvos, ao Senhor, para apressar a Sua vinda. Ou seja, achamos que nós precisamos fazer alguma coisa pelo Senhor, e
esquecemos que é o Senhor que deve fazer grandes coisas em nós e por nós.
Nunca esquecer que, quando os apóstolos se tornaram humildes, então veio o
ESPÍRITO SANTO, e eles saíram ao mundo fazendo não alguma coisa, mas grandes coisas.
- Quinta: Ismael e Isaque hoje
Resumindo a
polêmica de hoje. Havia naqueles dias quatro grupos de crentes ligados a uma
mesma fé. Os judeus não cristãos, que não aceitavam CRISTO, mas que eram
descendentes de Abraão por serem filhos de Isaque; os judeus cristãos que aceitaram
a CRISTO, mas continuaram vinculados ao cerimonialismo; os judeus cristãos que
também aceitaram CRISTO e se haviam desvinculados do cerimonialismo (por certo,
bem poucos); e os gentios cristãos, que
se converteram a CRISTO. A polêmica que estava ocorrendo vinha da parte dos
judeus cristãos em relação aos gentios cristãos. Os judeus diziam que esses
gentios não eram verdadeiros descendentes de Abraão, porque não eram judeus e
porque não passaram pelo ritual da circuncisão.
Paulo deu uma
resposta bem dura àqueles judeus. A sua argumentação está em Gálatas 4: 21 a 31. Trata das duas mães,
Hagar e Sara, como vimos ontem. Os judeus eram filhos de Sara com Abraão, isso
é certo. Mas, espiritualmente, se tornaram como os filhos de Hagar com Abraão.
E os gentios, naturalmente, não eram filhos nem de uma nem de outra, mas
espiritualmente se tornaram como filhos de Sara com Abraão. Como pode isso?
O filho de
Hagar, Ismael, veio ao mundo por uma providência humana. Ele, portanto, não era
o filho da promessa. Ele era filho que envolvia obras humanas.
O filho de
Sara, Isaque, veio ao mundo por uma providência divina. Jamais teria nascido se
DEUS não operasse um milagre. Sara, além de estéril já havia passado da época
de ter filhos.
O filho de
Hagar passou a caçoar de Ismael. Parece que havia desentendimentos. Ismael era
bem mais velho que Isaque, e se envolveu no que se poderia chamar hoje de bulling. Pode-se acreditar que, se
Ismael não tivesse feito isso, teria tido alguma recompensa também. Mas seu
comportamento se tornou inconveniente, uma ameaça a Isaque, e talvez à
promessa. Ismael representa aquelas pessoas que fazem parte da família de
cristãos, da mesma fé, mas que perseguem outros membros da família. O problema
é a perseguição, e disso Paulo entendia bem, ele já fora um perseguidor.
A conclusão
aqui é bem óbvia. Os judeus cristãos que exigiam que os gentios cristãos
fizessem a circuncisão para se tornarem filhos de Abraão estavam fazendo o
papel de Sara ao oferecer Hagar a Abraão para ter um filho. Essa era uma
providência humana, portanto, um tipo de obra, no intuito de se providenciar o
descendente do pai da fé. Pelo fato desses judeus agirem assim, eles se
tornaram como Ismael, ou seja, espiritualmente não mais descendentes de Abraão,
do pai da fé. Isso pelo fato de confiarem nas obras, nas providências humanas
em vez de terem fé em DEUS.
Por sua vez,
aqueles gentios cristãos, que ao natural não eram descendentes de Abraão, esses
se tornaram seus descendentes porque confiaram no milagre da adoção por CRISTO,
porque confiaram no Salvador. Assim como Isaque veio ao mundo por um milagre
divino, assim também eles, filhos de pagãos, pela fé se tornaram descendentes
de Abraão, o pai da fé, isto é, pai de todos os que creem.
Isaque, o
filho da promessa, veio ao mundo por um milagre de DEUS. JESUS, o filho da
promessa para ser Salvador do mundo, veio ao mundo por um milagre ainda maior.
Ele veio por meio de uma mulher que não tinha relações com homem. Um Ser
especial se gerou em seu ventre, e assim veio ao mundo. Nada Maria fez para
isto, nem José, nem ser humano algum. Ele veio por Sua iniciativa, por que nos
amava e nos ama.
- Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
A questão de
reflexão hoje é: porque DEUS fez outro concerto com Seu povo, no Sinai?
Na verdade Ele
não fez outro concerto, ele ratificou o concerto feito com Adão, com Noé e com
Abraão. Ele também tornou esse concerto mais firme pelo detalhamento.
O concerto com
Adão e Eva, feito antes do pecado, era de todos se amarem. Nisso entra o sábado
como o dia especial para dedicação exclusiva ao amor. Mas quando eles pecaram,
então, para que o amor não fosse interrompido, DEUS fez outro concerto com
eles, da morte substituta de JESUS pela morte eterna deles. Isso fez para que a
felicidade do ambiente perfeito do amor pudesse um dia ser restaurado.
O que DEUS fez
no Sinai foi tornar mais enfático os dois concertos. Ele detalhou os Dez
Mandamentos e os escreveu em tábuas de pedra, colocando-os dentro de uma arca.
Nisso Ele dava a entender que acima de todas as leis, aquela era a mais
importante. Ampliou também o concerto do sacrifício de JESUS na cruz,
introduzindo o ritual do santuário, que antes não existia, senão, um ritual bem
simples de sacrifício de cordeiros. Logo, não foi outro concerto, porém, a
confirmação solene do que já existia. E também, o segundo concerto, dos
sacrifícios, era para que tudo pudesse retornar outra vez às condições do primeiro
concerto, o de amor entre DEUS e a humanidade.
Por esse
raciocínio, fica evidente que o concerto de amor, que no Sinai foi detalhado em Dez Mandamentos para
nossas condições de pecadores em ambiente que só incentiva à transgressão, é
eterno, pois foi dado em contexto de perfeição, e o outro concerto, dos sacrifícios
é temporário, pois foi dado em ambiente de pecado, e sua função é salvar a
todos para retorno àquele ambiente de perfeição.
escrito entre 26/10 e 01/11/2011
revisado em 02/11/2011
corrigido por Jair
Bezerra
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo
Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do
Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO
como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda
de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a
imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam
estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na
integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como
um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada
por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e
texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que
há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos
se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este
mundo.