Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Segundo Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: Vestes da Graça
Estudo nº 04 – A Túnica de Várias Cores
Semana de 16 a 23 de abril
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil
Verso para memorizar: “E Israel amava a José mais do que todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores” (Gên. 37:3, RC).
Introdução de sábado à tarde
Qual foi a gênese dos problemas entre os filhos de Jacó (ou Israel) com José? Onde se localiza a causa inicial da animosidade que resultou na cruel decisão de vender José?
A rigor, poderíamos dizer se iniciou no Céu, quando Lúcifer se revoltou contra DEUS. Se não quisermos ir tão longe, poderíamos dizer que foi quando Adão e Eva pecaram. Mas não podemos estender as causas de modo tão distante. Há um critério para definirmos a localização da causa específica que provocou a situação conflituosa na família de Jacó. Qual será?
Alguns poderiam dizer que foi por ter Jacó amado mais a José do que aos demais filhos. Isso gerou o conflito, é verdade; mas não é a causa inicial desse conflito. Outros poderiam ir um pouco mais longe, e dizer que foi porque se casou com duas esposas e teve ainda duas concubinas. Isso fez com que aparecessem conflitos entre as mulheres, que disputavam filhos, coisa bem comum naqueles tempos. Mas, é de se lembrar, essa disputa só acontecia se um homem tivesse mais de uma esposa. No entanto, por que razão ele se casou com mais de uma esposa? A resposta a essa pergunta é a causa inicial do conflito dos irmãos de José. E depois dessa causa inicial, apareceram outras, umas ligadas a ela, outras independentes dela, ou seja, que poderiam ter acontecido mesmo sem aquela causa inicial.
Qual foi então a causa inicial? Foi o fato de Jacó não ter prestado atenção com que mulher se uniu de fato na noite de núpcias. Nem notou que nas núpcias se deitou com Lia, a irmã de Raquel. Casou com uma mulher, mas se deitou com outra. Só nisso já resultou por ter duas esposas, que brigavam entre si. Quando ele descobriu que a mulher que de fato casara não era a que amava, concordou em receber, como esposa, mais uma mulher, a que amava. E aí começou uma sucessão de conflitos que quase arrasou com a família toda.
Isso nos leva a uma lição para aprendermos. Aliás, o comentário de sábado à tarde na Lição está muito bom. Sobrou espaço para mais umas linhas, porém recomendo refletir bastante sobre o que a autora Myrna escreveu, sem se estender muito, indo direto ao ponto, que é ter mais de uma esposa, e deixar que o pecado avance e se desenvolva ao longo do tempo.
A situação com as mulheres de Jacó levou-o a ter 12 filhos e uma filha, mas que não eram filhos de uma só mulher. Havia meio irmãos, favoritismos de Jacó com uma das esposas, que ainda teve concubinas que também lhe davam outros filhos e geravam mais conflitos entre as mulheres por causa de ter filhos e por causa do que os filhos faziam. No lar de Jacó houve uma disputa, entre as mulheres, pela quantidade de filhos que geravam. Essa era outra característica pagã da época, assim como temos hoje coisas mundanas que geram perturbações, e que trazemos para dentro do lar. E só resultou em problemas, que DEUS teve que resolver com muita calma. E para arrematar, Jacó se aproximou mais de um dos filhos, que era José. E havia uma explicação que ele dava, mas que não justifica: esse era filho de sua velhice. Acontece que havia ainda outro filho, mais novo que José, Benjamin, mas não era o favorito. E Jacó resolveu tornar explícito esse favoritismo por meio de um ato concreto: fez para José uma túnica especial, só para ele, não para os outros filhos. Isso, além de favoritismo, era provocação para os outros. Jacó, talvez inconscientemente, estava desafiando os outros filhos a se manterem submissos a ele, embora não gostasse tanto deles quando de José.
Um erro não justifica o outro, ou outros. José, embora de bom caráter, obediente ao pai e fiel a DEUS, tornou-se menino mimado, e se via melhor que os demais. Teve uma educação nos princípios de DEUS, pelo visto, favorecido em relação aos demais, tanto que DEUS usou este filho, e nenhum outro, para levar a família mais tarde ao Egito. Mas a preferência levou José a se ver como especial. José ficou assim desde bebê, portanto, não podemos exigir dele que fosse diferente, se seu pai o moldou assim desde o nascimento. Porém, seus irmãos mais velhos deveriam ter agido de modo diferente. Em vez de venderem a seu irmão e mentirem a seu pai, poderiam ter solicitado uma reunião familiar para orar e debater o assunto, e buscar uma solução de consenso.
O que provocou, pelo visto, uma animosidade maior dos irmãos contra José foi a túnica. Houve outras provocações, como a preferência de Jacó, e também o fato de José ser gabola contando os sonhos que tivera. E talvez ainda outras não relatadas no pequeno espaço do Gênesis sobre o assunto. Uma túnica era símbolo de status naqueles tempos. Dar de presente algo assim, era a mais alta demonstração de apreço que se poderia fazer. E Jacó fez isso só com José. O que você acha? Além de Jacó ter-se casado com várias mulheres, ele estava ou não estava contribuindo para piorar o já mau relacionamento na família? Foi uma sucessão de erros, um causando outro, e ali ninguém se dispôs a dar um basta para interromper a síndrome de degeneração no lar de Jacó. A interrupção foi causada de maneira dramática, não aprovada por DEUS, ao venderem José, separando o favorito de seu pai. Essa separação foi necessária tanto para Jacó quanto para José. E então DEUS entrou em cena de forma poderosa, protegendo José e tornando-o o governador do Egito. José pôde refletir sobre sua inclinação de superior aos demais irmãos, e Jacó pôde refletir sobre sua conduta em favorecer José. O final foi bom, mas a trajetória poderia ter sido bem outra, e deveria ter sido sem conflitos, se Jacó não tivesse cometido alguns erros e descuidos bem bobos.