sábado, 26 de fevereiro de 2011

Comentário da Lição - Prof. Sikberto Renaldo Marks - Lição 10 - 1º Trim. 2011

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Primeiro Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: A Bíblia e as Emoções Humanas
Estudo nº 10    Inveja
Semana de 26 de fevereiro a 05 de março
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil


Verso para memorizar:Cruel é o furor, e impetuosa, a ira, mas quem pode resistir à inveja?” (Prov. 27:4).

Introdução de sábado à tarde
Inveja é um dos piores tipos de sentimentos que existem, talvez o pior de todos, gerado pelo egocentrismo e pela soberba. Um invejoso quer ser o melhor de todos, ou ter mais que todos, e se incomoda muito que não seja assim. É uma aversão ao que o outro possui, principalmente alguém conhecido. A pessoa sente o desejo de possuir o que o outro tem, ou ter as competências do outro. O dicionário Michaelis define assim a inveja: Desgosto, ódio ou pesar por prosperidade ou alegria de outrem; desejo de possuir ou gozar algum bem que outrem possui ou desfruta.” Quem tem inveja quer tirar o que o outro possui e ficar para si. Invejosos disputam bens, status e poder, e ocorre frustração se não conseguir. A reação pode piorar em alguma forma de violência. Um pensamento interessante para avaliar a inveja é de Ramón Cajal: “A inveja é tão vil e vergonhosa que ninguém se atreve a confessá-la.”
O que o verso dessa semana dá a entender é que a inveja é pior que o furor e a ira, pois ela é irresistível. Qual o motivo dela ser assim tão maldosa? É que a inveja está na raiz do pecado. O que Lúcifer sentiu quando desejou ter o trono de DEUS, ser semelhante ao Altíssimo e ser adorado como o Altíssimo? Sentiu inveja, ou cobiça. A cobiça não é exatamente o mesmo que inveja, mas muito parecida. O dicionário diz que cobiça é: “Desejo veemente de conseguir alguma coisa. Ânsia ou ambição de honras ou riquezas.” Lúcifer cobiçava, por inveja, ser semelhante a DEUS. E assim é até hoje, e assim está se tornando a última geração desse mundo, a geração da pós-modernidade. Ele não conseguiu superar seu ponto fraco, mesmo tendo por perto o seu próprio Criador. A tal ponto levou seu sentimento doentio que se envolveu em Guerra, arruinou todo esse planeta Terra, afetou o Universo e chegou a promover a morte do Filho de DEUS.
Se a inveja leva a tal ponto, como foi Lúcifer, então o alerta é vermelho e a sirene de perigo está a tocar intermitentemente, sem parar. Sejamos prevenidos e não deixemos que esse tipo de sentimento e os a ele associados se desenvolvam em nós. Veja só o que aconteceu aos sacerdotes, os principais do Templo de Jerusalém, e aos escribas e estudiosos das Escrituras. Eles sentiram forte inveja da popularidade de JESUS, e não suportaram ver as multidões seguindo-O, e principalmente O ouvindo e achando interessante o que Ele dizia. E também não suportaram os milagres que Ele fazia. Bem que eles também queriam ter igual capacidade de atrair as multidões, de falar com o poder como Ele falava e de fazer tais milagres, mas não conseguiam. Então sentiram inveja. E O julgaram digno de morte, cumprindo assim a profecia, que eles conheciam bem, mas que não conseguiram discernir que eles mesmos, os doutores do conhecimento sobre a verdade, estavam do lado errado e fazendo a coisa errada. Aliás, ao longo da história do povo de DEUS sempre houve conflito entre o ministério e os profetas. Até hoje é assim. Esses doutores da lei a tal ponto desenvolveram ódio contra JESUS que se cegaram perante as provas que JESUS dava a todos: de que Ele era o Messias enviado para os salvar. A inveja os cegou até mesmo perante as duas maiores de todas as provas: a ressurreição de Lázaro, morto de 4 dias, e a Sua própria ressurreição, assistida por testemunhas que não podiam ser de maior credibilidade – os soldados romanos. Ainda assim, por causa da inveja que torna a pessoa cega, não aceitaram, e continuaram combatendo JESUS na forma de Seus discípulos. Veremos isto melhor na quinta-feira.


  1. Primeiro dia: Na raiz do mal
A origem do mal está numa palavrinha pequena, “eu”. Aliás, no ocidente as escolas ensinam as crianças a focar no lugar errado, por meio dos pronomes pessoais: eu, tu, ele... primeiro eu, depois os outros. Mas na Bíblia o eu deve estar em último lugar. No Reino de DEUS, todos são humildes, e focam no próximo, não no eu. Lá há um equilíbrio entre pensar em si e pensar no próximo, tanto a um quanto a outro, ou seja: Amar o próximo como a si mesmo. Essa é a regra áurea para que toda e qualquer sociedade funcione perfeitamente.
O princípio do pecado foi assim: Lúcifer foi criado por DEUS como a mais elevada criatura. Ele se imaginou sendo adorado. Afinal, era encarregado do louvor e adoração ao Criador. Aos poucos foi buscando o que não lhe era devido. Inicialmente era só imaginação, depois passou para a prática, criou a idéia de louvor a ele, uma criatura, até conseguir iludir uma terça parte dos anjos. A música e o louvor foram então sendo deturpados; surgiu o louvor à criatura, afinal, Lúcifer, invejoso, queria louvor e adoração a ele mesmo. Nesses dias finais essa questão do louvor ao “eu” é de fato muito forte. É a cilada entre as mais potentes para enganar e levar à perdição. Há muitos cantores e conjuntos, mesmo em nossa igreja, que apreciam em alta conta serem honrados, e cantam com essa intenção. Isso começou com Lúcifer, e passou aos seres humanos. É certo que nos dias finais tal aberração se exasperará. Vemos e veremos cada vez mais músicos como artistas, buscando ser o foco das atenções. Foi assim que Lúcifer começou a cair, e foi assim que continuou em sua queda, e vai ser assim até que seja extinto. Que alerta para nós, hoje!
Para derrubar os verdadeiros adoradores, ele hoje tenta o mesmo com estes. Há no mundo algo por aqui bem rotineiro, mas que é estranho no Reino de DEUS. É pessoas querendo a atenção dos outros e esses outros querendo prestar atenção àqueles. Por exemplo, um artista de cinema gosta de ser o foco, de ser fotografado, de estar nas páginas dos jornais e de ter muitos fãs. E, por sua vez, quem não é artista, gosta de se ligar a um deles, ou a vários, e gosta de ser fã, e de prestar homenagens. Um e outro está errado. E isso está penetrando na igreja – artistas e torcida. Isso é normal no mundo, mas não deveria jamais ocorrer entre o povo de DEUS, que enfatiza não cada um em si, mas no próximo. O nosso reino não é desse mundo. Devemos deixar essa frenética busca por exaltar o “eu”.
Lúcifer desencadeou essa tremenda guerra por que invejava JESUS. Queria ocupar o lugar dEle. Quando JESUS foi convidado por DEUS Pai para participar da criação na Terra, coisa que já acontecera nas vezes anteriores em que houve criação, mas Lúcifer ainda não existia para saber disso, ele se exaltou, querendo saber por que ele ficou de fora. Afinal, ele não era nada menos que a maior criatura de todas? Deveria fazer parte, assim se imaginava. E essas imaginações se materializaram em guerra aberta, e nesse desastre que todos conhecemos.
Aprendemos disso que a inveja, ou o ciúme, ou a cobiça, quase todos a mesma coisa, na imaginação de alguma mente é que são a gênese do fracasso. Focar no “eu”, ou seja, como hoje uma das modas desse mundo, é por onde as pessoas iniciam a carreira para a perdição.

  1. Segunda: Os irmãos de José
O caso dos irmãos de José é uma história bem ilustrativa, tanto dos efeitos da inveja como dos efeitos ao amor. José era o filho predileto de Jacó, e isso, em si, já é um erro, mas não justifica os atos dos irmãos de José. Um erro não justifica outro, embora o facilite. E José era um menino fiel aos princípios de DEUS, o que deu motivo para Jacó preferi-lo. Mais um erro de Jacó, porque os demais irmãos não eram assim tão ligados aos assuntos espirituais ele se ligou mais a José. E os irmãos deveriam também ter olhado para José de modo diferente, e vê-lo como exemplo a ser seguido nesse ponto, ou seja, a fé. Muitos erros, que resultaram em favoritismo de uma parte e em inveja de outra.
A inveja tende a ser uma síndrome, ou seja, vai piorando cada vez mais, até que resulta em algo grave, ou em alguma tragédia. Foi o que aconteceu. José foi vendido, e quase foi morto. A inveja cegou os irmãos dele, que foram tão cruéis a ponto de não avaliar o impacto que daria em seu pai trazendo para ele a túnica de José manchada de sangue. O idoso pai se convenceu que seu filho predileto fora estraçalhado por alguma fera. A esse ponto pode chegar a inveja, e pode ser até pior. Hoje em dia, dentro dos lares, ocorrem muitas desgraças por motivo de inveja.
A inveja também levou os sacerdotes, e não foram só alguns, mas todos naqueles dias (pois do Senédrio de 71 pessoas só duas ficaram ao lado de JESUS, e essas duas não eram sacerdotes) a combaterem JESUS. É curioso, mas uma realidade. Como sempre houve conflito entre o sacerdócio, ou o ministério com os profetas. Assim é até hoje. E JESUS era profeta, além de outras coisas. Eles viram e não suportaram a popularidade de JESUS e o Seu poder, nas palavras e nos atos. Ele fazia milagres, e eles não, e o povo se desligou dos sacerdotes e dos doutores da lei para seguir Aquele forasteiro humilde e sem diploma formal. Assim será no final dos tempos outra vez. “Assim será proclamada a mensagem do terceiro anjo. Ao chegar o tempo para que ela seja dada com o máximo poder, o Senhor operará por meio de humildes instrumentos, dirigindo a mente dos que se consagraram ao Seu serviço. O obreiros serão antes qualificados pela unção de Seu Espírito do que pelo preparo das instituições de ensino. Homens de fé e oração serão constrangidos a sair com zelo santo, declarando as palavras que ‘DEUS’ lhes dá”.” (Grande Conflito, 606, grifos supridos por mim).
JESUS foi perseguido pelos líderes da nação, esses que deveriam ter feito o papel de João Batista, ou seja, preparar a nação para receber o Salvador. Estudo formal para isto tinham de sobra. Mas eles estavam por demais focados em si mesmos, eram orgulhosos de si, de seus títulos, de sua importância, de seu poder. Achavam que mereciam reconhecimento, inclusive da parte de seu Criador (e bem logo também seu Salvador). A que ponto pode chegar a inveja! Assim, quando JESUS entrou em cena, apresentado por outro humilde pregador, eles não O suportaram, e em vez de serem salvos por Ele, O mataram. Mesmo assim, matando-O, O tornaram Salvador. Eles cumpriram uma profecia importante, porém estavam do lado errado. Que não aconteça isso outra vez nesses dias finais. Cuidado, porque o mundo está voltado para o “eu”, e a mídia faz uma tremenda força para intensificar a exagerada valorização do “eu”. Satanás intenta assim eliminar as condições para a pregação do evangelho, pois jamais um egoísta receberá o poder do ESPÍRITO SANTO. Mas, mais cuidado ainda: inventarão, e já inventaram artifícios para dizer que possuem o poder do ESPÍRITO SANTO. É por meio da música barulhenta, que afeta o organismo e produz efeitos arrepiantes, que esses falsos líderes e quem os segue, imaginam ser possuídos do poder do alto. Porém há uma advertência: “As coisas que descrevestes... o Senhor revelou-me que haviam de acontecer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isso será chamado operação do Espírito Santo” (Maranata, o Senhor vem, MM 1997, 232, grifos acrescentados).
A profetiza alerta: “O Espírito Santo nunca Se revela por tais métodos, em tal confusão e ruído. Isso é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo. ... Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças das agências satânicas misturam-se com o alarido e barulho, para ter um carnaval, e isto é chamado operação do Espírito Santo. ... Os que participam do suposto reavivamento recebem impressões que os levam ao sabor do vento. Não podem dizer o que sabiam anteriormente quanto aos princípios bíblicos” (idem).
Se algum de nós deseja ser salvo, precisa fazer o contrário de como foi quando entrou o pecado no Céu, ou de quando mataram a JESUS: precisa se tornar humilde, como são todos os cidadãos do Reino de DEUS, a começar pelo próprio DEUS.

  1. Terça: A inveja de Saul contra Davi - I
A história foi assim. Saul enfrentava o exército dos filisteus e estava em apuros, pois um dos soldados inimigos era um homem enorme, de grande estatura, de uns 3,4 metros de altura. A couraça de escamas que vestia pesava 55 kg. O rei Saul já havia caído no desagrado de DEUS por ter desobedecido no episódio do sacrifício. Ele resolveu fazer o sacrifício antes do prazo final de Samuel vir. E também havia desobedecido na guerra contra os amalequitas. Era para destruir tudo, mas Saul poupou o rei Agague e o gado (I Samuel 15:9). Então, mais tarde, na guerra contra os filisteus Saul já não contava mais com o poder e o favor de DEUS. Saul achava que poderia fazer do jeito dele, focou no “eu”, e começou a cair. E se via apertado diante desse exército por causa de um homem chamado Golias. Mas entrou Davi nessa história, que já tocava harpa para Saul se sentir melhor em seus sentimentos de culpa e consciência acusando-o. Davi matou Golias com uma pedrada na testa, único lugar vulnerável no gigante naquele momento. Feito isso, Abner, o comandante do exército de Saul levou Davi para ele, e conversaram amistosamente. Jônatas conheceu melhor Davi, e os dois se tornaram os melhores amigos. Talvez não houvesse amizade tão intensa, relatada na Bíblia, além dessa e a do apóstolo João com o próprio JESUS. Portanto, Davi estava sendo muito bem aceito na família real, tanto que Saul o elevou a alto cargo em seu exército, e Davi fazia campanhas de guerra, e obtinha vitória após vitória.
Mas a situação mudou drasticamente. Certa vez, voltando Saul de uma batalha, em que obteve vitória, mulheres de várias cidades o recepcionaram de uma maneira contraditória. Elas o saudaram com uma cantiga que humilhava o rei, que era assim: “Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares” (1 Sam. 18:7). Saul sentiu-se depreciado, e ficou furioso. Na verdade ele já estava caindo perante Davi, e as mulheres traduziam isso de uma maneira artística, e quem sabe um tanto ingênua e imprudente, como que desafiando o rei em seu poder sem saberem que consequências isso poderia produzir. Fato é que daquele dia em diante Saul passou a odiar Davi, imaginando que só lhe faltava mesmo o trono. Saul temia Davi, e tinha uma razão maior. O Senhor tinha-Se retirado dele e estava com Davi, e isso era evidente, pois lograva êxito em tudo o que fazia, e granjeou simpatia do exército e do povo (ver 1 Sam. 18:12 a 15). Saul por isso tudo rebaixou Davi – agora era responsável por apenas mil soldados, o mesmo número de derrotados que as mulheres haviam atribuído ao rei. Mas Davi obtinha vitórias, e todos sabiam e comentavam essas vitórias, e Saul só aumentava sua inveja, e queria matar Davi. Já não podia demiti-lo de seu posto, pois o clamor popular e até dentro do exército era favorável a Davi e desfavorável a Saul. A que situação Saul chegou, focando no “eu” e não controlando a sua inveja. Cada vez mais distante de DEUS, e cada vez errando mais.

  1. Quarta: A inveja de Saul contra Davi - II
Jônatas intermediou entre Davi e Saul. Argumentou que Davi arriscava a vida batalhando a favor do rei, contra os filisteus, e que lhe era fiel. Saul parece que teve um lapso de bom senso e afirmou categoricamente que não iria mais matar Davi. Essa foi uma oportunidade de ouro para Saul fazer uma meia volta em sua vida, se tornar humilde, e reaver o favor de DEUS. Mas não foi assim. Jônatas e Davi ficaram felizes com a atitude de Saul, porém, em outra campanha de Davi contra os filisteus a vitória foi arrasadora, e em Saul rebrotou a inveja. Ficou mais uma vez confirmado que DEUS era com Davi mas não com Saul. E Davi se saía bem em todos os projetos, mas Saul não tinha essa realidade. A situação era a seguinte: um simples soldado vindo do interior era bem sucedido, prestigiado pelos outros soldados e amado pelo povo, mas Saul perdia poder, pois os soldados que lutavam com ele nem sempre estavam com o moral alto. Apareceu um candidato ao trono, e de fato, DEUS estava selecionando outro rei para Israel. Saul já não servia para ser o pai do verdadeiro rei, no futuro – o Messias e Salvador do mundo, que deveria vir conforme as profecias. Davi se mostrava bem mais digno. O primeiro rei seria o pai dos demais reis, e no futuro, um dos reis seria JESUS. Era necessário substituir Saul, pois ele, em termos de obediência ia de mal a pior.
Como foi que Saul caiu tanto, a ponto de perder o controle sobre suas emoções, e tornar a morte de Davi uma obsessão? A queda de Saul não se iniciou com aquela cantiga das mulheres exaltando Davi muito mais que o rei. Ela começou bem antes.
No início de seu reinado ele era um homem simples e humilde. Saul fora o moço mais belo em Israel, e a altura dos demais homens atingia apenas até os seus ombros (I Sam. 9:2). DEUS havia escolhido esse moço para ser rei, e no dia da escolha, Saul profetizou, sinal de que DEUS estava com ele. Portanto, possuía todas as condições para ser um bom rei, era inteligente, humilde, trabalhador e bom filho. E seguiu rigorosamente as instruções de Samuel, portanto era também obediente.
No segundo ano do reinado de Saul, tendo seu filho Jônatas derrotado os filisteus, estes se reorganizaram em grande poder militar: trinta mil carros de guerra, seis mil cavaleiros e uma multidão de soldados a pé. Os judeus temeram e fugiram escondendo-se nas cavernas. Samuel mandara dizer a Saul que esperasse por até sete dias pois iria até ali para sacrificar em favor da vitória sobre os filisteus. Mas Samuel não vinha, e era já o sétimo dia de espera. Os soldados de Saul fugiam um após outro, e seu exército se encolhia. Então ele tomou uma decisão desastrada que deu início à sua queda perante DEUS, perante os povos inimigos e até perante a sua nação. Mesmo assim, o seu reinado duraria 40 anos. Ele decidiu fazer os sacrifícios pacíficos, buscando o favor de DEUS para a nação. Só o profeta poderia interceder perante DEUS, mas Saul perdeu a paciência com a demora, e tomou a si esse encargo. Ele era o rei, imaginava que no poder, poderia fazer isso em lugar do profeta de DEUS. Quando estava em pleno sacrifício, Samuel aparece, e constatou a impaciência de Saul e a sua imprudência em se colocar em lugar de um profeta. Samuel informou a Saul que isso não foi do agrado de DEUS, e que o reino que se lhe havia dado, não subsistiria. Daí em diante, Saul cometeria um erro após outro. Ele votaria que nenhum dos soldados comesse alguma coisa até o por do sol, o que deixou os soldados famintos e fez com que comessem carne com sangue. E quase Jônatas foi morto, pois, não sabendo da proibição, comera um pouco de mel. Com essa decisão desastrada Saul perdeu respeito da parte dos soldados ao ponto deles se indignarem contra o próprio rei, a favor de seu filho Jônatas, que ele queria matar (I Sam. 14:24 a 15:35).
Saul continuou errando até que Davi, um rapaz bem novo, entrou em cena contra o gigante Golias (17:41 a 58). Então Saul descobriu um herói para o seu exército, e logo colocou Davi em um posto bem alto. Mas as vitórias de Davi agradaram o povo, e o elogiaram mais que a Saul, o que gerou novo motivo de problemas na mente de Saul. Ele sabia que estava caindo e perdendo poder, e agora havia um rapaz crescendo em poder. Em vez de mudar de vida, Saul, cego pela inveja, só foi em frente nos erros. Saul temia a Davi, pois o Senhor era com ele, mas já não era mais com Saul (I Sam. 18:12). E temeu a Davi porque obtinha êxito nas batalhas, e Saul não era assim tão bem sucedido (I Sam. 18: 13 e 14). Desse tempo em diante, Saul, cada vez mais inconsequente, tentava matar Davi. O erro máximo de Saul foi consultar uma médium espírita para buscar informações sobre o que ocorreria na guerra contra os filisteus, que o apertavam cada vez mais. No dia seguinte Saul morreu, jogando-se sobre a sua própria espada. Seus três filhos também foram mortos nesse dia, ou seja, de sua família não sobrou sequer um filho para dar continuidade à linhagem real. Esse foi o desfecho de um homem que deixou de confiar em DEUS, daquela vez em que deveria ter esperado um pouco mais por Samuel, e assim deu início a uma sucessão de erros, cada vez mais graves, até que perdeu a vida e o reino.

  1. Quinta: Inveja contra JESUS
Essa história da inveja contra JESUS é impressionante. É um alerta para nós. A inveja, como disse o comentarista da lição, força uma cegueira tão potente que a pessoa pode estar vendo o óbvio, mas não aceita. Naqueles tempos, os sacerdotes e principais do templo viram o poder de JESUS como DEUS, por muitas vezes, mas rejeitaram e pediam um sinal dEle. E queriam matá-Lo por ter perdoado pecados e por ter curado no sábado. Levaram-No à cruz por ter dito que era Filho de DEUS. E não conseguiram ver que isso tudo era verdade diante das profecias que eles mesmos ensinavam e diante dos sinais que Ele fazia e eles podiam ver todos os dias. As autoridades romanas facilmente viram nEle um homem nobre e inocente. “Herodes nunca havia se encontrado com Jesus, mas havia muito desejava vê-Lo e testemunhar Seus maravilhosos milagres. Quando o Salvador foi conduzido à sua presença, a turba se agitou, acotovelando-se. Gritavam coisas diferentes, produzindo um vozerio confuso. Herodes ordenou silêncio, pois desejava interrogar o prisioneiro. Comovido e curioso, olhou o rosto pálido de Jesus. Viu nEle traços de profunda sabedoria e pureza. Estava convencido, assim como Pilatos, de que somente a maldade e a inveja eram os únicos motivos que levaram os judeus a acusá-Lo” (Vida de JESUS, 129, grifo acrescentado). Pois os romanos viram em JESUS um homem bom, mas o povo por Ele escolhido e formado, não viram nada disso. O sinal mais potente e importante em que JESUS demonstrou que era DEUS – a ressurreição de Lázaro – determinou no coração dos judeus a decisão de matá-Lo. A cada prova de que era DEUS, mais aumentavam a resistência contra a mensagem da salvação da vida deles mesmos. Na verdade queriam matar até mesmo a Lázaro, testemunha viva de quem era JESUS.
O que desencadeou tanta inveja? Alguns pontos relevantes:
a)      JESUS se tornou mais popular que eles;
b)      A Sua pregação era poderosa e diferente da deles, pelo que discordavam muitas vezes, e isso incomodava os líderes;
c)      A Sua pregação requeria mudança radical de vida, o que incomodava o povo.
Mesmo assim, todos iam assisti-Lo, tanto o povo quanto os líderes: estavam sempre todos ao redor dEle. Eles O viam como multidões hoje vão ao circo, ou a um estádio de futebol: ia ver um espetáculo de curas, de excelência de oratória, de mensagens impressionantes, de poderosos milagres, etc.
Se JESUS fizesse hoje o mesmo nesse mundo, nem se pode imaginar a afluência de multidões por onde passasse, e o quanto a televisão e toda a mídia mundial daria de cobertura. Seria entrevistado diariamente, e estaria nas primeiras páginas dos jornais e em todos os noticiários da televisão. Imagine a inveja dos artistas de cinema contra Ele! Imagine a inveja dos políticos que catam votos! Imagine a inveja de muitos religiosos dos dias de hoje, inclusive de alguns dentre nosso meio, que muitas vezes caçam pessoas para completar um mirrado alvo de batismos. Ele atrairia tanta atenção que fico a pensar, se não estaria atrás dele a Polícia Federal procurando algum ponto para justificar Sua prisão. Certamente estariam procurando algum ponto para incriminá-Lo. E as pessoas de Sua igreja, que apreciam o mundanismo, que se vissem repreendidas por Ele, certamente apoiariam qualquer iniciativa para colocá-Lo na prisão. E quando Ele entrasse nalguma igreja para dali expulsar as baterias de som alto e o barulho que incomoda os ouvidos, o que muitos chamam de operação do ESPÍRITO SANTO, (muitos, mas não todos, há os modernos Nicodemos, por exemplo) alguns de nossos grandes líderes tratariam de logo providenciar uma cadeia e talvez, nos Estados Unidos, uma pena de morte. Se Ellen White foi enviada para a Austrália, o que se faria com JESUS? E no dia em que JESUS ressuscitasse algum morto de 4 dias, certamente logo apareceria algum conselho profissional, como o de medicina, ou da ordem dos advogados, ou algum outro, ou todos juntos, para investigar se Ele tem diploma universitário para poder ressuscitar alguém. Naquele época também tiveram inveja porque Ele não foi formado em suas escolas, e no entanto falava com poder. E se transformasse água em puro suco de uva, isso poderia dar um problema bem sério com alguma associação de vitivinicultores, pois no dia seguinte as ações da indústria teria severa queda (já alguém descobriu como fazer suco de uva sem plantar sequer uma videira), e isso poderia provocar quebradeira de empresas e desemprego no ramo. Por certo, cada milagre que fizesse, mesmo pedindo para não ser divulgado, também resultasse em algum problema legal ou de mercado. É, meus leitores, JESUS não é para este mundo. Nem nós!
Leiam o que Ellen White escreveu sobre esse assunto, e que aconteceu naqueles tempos. É de arrepiar, pois, se estivéssemos lá, como agiríamos? A melhor pergunta é: como estamos agindo hoje, diante do que Ele deixou escrito por meio dos Seus profetas? Por exemplo, Ellen White, ainda é levada a sério em nosso meio? Para obter a resposta, basta ver a confusão sobre música e adoração, em nosso meio, um sinal profético de que estamos perto do fim.
“Rejeitado por Seu Próprio Povo
“Perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo? Mat. 27:17.
“Outro recurso insinuou-se à mente de Pilatos, mediante o qual poderia salvar Aquele a quem não ousava entregar à turba enlouquecida, sabendo que por inveja haviam trazido Jesus à sala do julgamento. Invenção pagã, sem uma partícula de justiça, era costume que, por ocasião da grande festa nacional, fosse libertado um prisioneiro condenado à morte. Poderia o persuadido Pilatos usar esse subterfúgio e conseguir o que desejava - salvar um homem inocente, cujo poder, embora preso e sob acusação, ele sabia não ser o poder de um homem comum, mas de Deus? Sua alma estava em terrível conflito. Apresentaria o digno e inocente Cristo lado a lado com o famoso Barrabás, e se convenceu de que o contraste entre a inocência e a culpa seria tão convincente, que Jesus de Nazaré seria escolhido por eles.
“Barrabás havia asseverado ser Cristo e cometera grande maldade. Sob uma ilusão satânica, pretendia que tudo quanto pudesse obter por furtos e assaltos era seu. Um marcante contraste se apresentava entre os dois. Barrabás era uma personalidade famigerada que havia realizado coisas admiráveis por meios diabólicos. Pretendia ter poder religioso, o direito de estabelecer uma nova ordem de coisas. ...
“Esse falso Cristo reivindicava aquilo que Satanás reclamara no Céu - o direito a todas as coisas. Cristo, em Sua humilhação, possuía todas as coisas. NEle não havia treva alguma. ...
“Barrabás e Cristo estavam lado a lado, e todo o universo celestial os contemplava. As pessoas olhavam para os dois. Onde estavam agora as vozes que alguns dias antes proclamavam em alto som as maravilhosas obras que Cristo havia realizado?... Naquela ocasião, a inconstante multidão estivera imbuída com um entusiasmo de impulso celestial para proclamar em cânticos sagrados o seu louvor e hosanas, enquanto Cristo entrava em Jerusalém. Agora lhes é dada a escolha. Pilatos pergunta: "A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo?"...
“Ergueu-se até ao Céu um clamor de tremendo significado para todo o mundo. O Céu todo ouviu aquele clamor do qual pareciam todos participar com um zelo e desespero nascido de sua escolha. "Não este", disseram, apontando para Jesus, "mas Barrabás."... O Redentor do mundo foi rejeitado; o culpado assassino, poupado. Manuscrito 112, 1897” (CRISTO triunfante, MM 2002, 272).

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
O grande problema de todos os tempos da história do pecado é a exaltação do “eu”. Logo leva ao egoísmo, à cobiça e à inveja. Assim foi que Lúcifer caiu, e é assim que a maioria das pessoas será vencida pelo inimigo. Nesses tempos finais, em que no mundo domina o pós-modernismo, a história se repete com ainda maior intensidade. O homem pós-moderno está desencantado com a fase pela qual o mundo passou, de desenvolvimento tecnológico desde a Revolução Industrial. Já não consegue mais ter alguma esperança na ciência e nas instituições políticas e na sociedade constituída. Fragilizado pelo poder do pecado, esse homem pós-moderno, se revolta contra a ordem social, liberando-se de tudo, até da ética e do bom senso, e contraditoriamente em relação ao que se revolta, cai no poder da ditadura da moda e dos costumes mais perniciosos, imorais e prejudiciais, à sociedade e a si mesmo. É o último esquema de controle de satanás em pleno andamento, para enganar também aos escolhidos, e muitos estão caindo na armadilha. É preciso estudar e pregar mais sobre as ciladas do pós-modernismo em nossas igrejas. Mais de 99% de nossos irmãos nem conhecem esse termo, muito menos estão os nossos jovens preparados para os desafios da fase final da história do pecado.
Como foi que Lúcifer caiu? Como foi que JESUS Se comportou naquela ocasião? Veja o tremendo contraste entre JESUS e Lúcifer. Um, humilde, a ponto de DEUS ter que revelar a todos os anjos que era DEUS como também o Pai era, pois eram iguais; o outro, arrogante e focado no “eu”, querendo lutar para ter atendido os direitos que imaginava ter, de ser adorado. E Lúcifer, que se imaginava ser superior a JESUS, e ser semelhante ao Altíssimo, não passava de uma criatura, mas se imaginara como se fosse como o Criador. Ele focou no “eu”, e foi assim que caiu em desgraça.
“Enquanto todos os seres criados reconheceram a lealdade pelo amor, houve perfeita harmonia por todo o Universo de Deus. ... O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus, e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu. Lúcifer, "filho da alva", era o primeiro dos querubins cobridores, santo, incontaminado. Permanecia na presença do grande Criador, e os incessantes raios de glória que cercavam o eterno Deus, repousavam sobre ele.
“Pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação própria. Dizem as Escrituras: "Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor." Ezeq. 28:17. "Tu dizias no teu coração: ... acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono. ... Serei semelhante ao Altíssimo." Isa. 14:13 e 14. Se bem que toda a sua glória proviesse de Deus, este poderoso anjo veio a considerá-la como pertencente a si próprio. Não contente com sua posição, embora fosse mais honrado do que a hoste celestial, arriscou-se a cobiçar a homenagem devida unicamente ao Criador. Em vez de procurar fazer com que Deus fosse o alvo supremo das afeições e fidelidade de todos os seres criados, consistiu o seu esforço em obter para si o serviço e lealdade deles. E, cobiçando a glória que o infinito Pai conferira a Seu Filho, este príncipe dos anjos aspirou ao poder que era a prerrogativa de Cristo apenas. (...)

“O Rei do Universo convocou os exércitos celestiais perante Ele, para, em Sua presença, apresentar a verdadeira posição de Seu Filho, e mostrar a relação que Este mantinha para com todos os seres criados. O Filho de Deus partilhava do trono do Pai, e a glória do Ser eterno, existente por Si mesmo, rodeava a ambos. Em redor do trono reuniam-se os santos anjos, em uma multidão vasta, inumerável - "milhões de milhões, e milhares de milhares" (Apoc. 5:11), estando os mais exaltados anjos, como ministros e súditos, a regozijar-se na luz que, da presença da Divindade, caía sobre eles. Perante os habitantes do Céu, reunidos, o Rei declarou que ninguém, a não ser Cristo, o Unigênito de Deus, poderia penetrar inteiramente em Seus propósitos, e a Ele foi confiado executar os poderosos conselhos de Sua vontade. O Filho de Deus executara a vontade do Pai na criação de todos os exércitos do Céu; e a Ele, bem como a Deus, eram devidas as homenagens e fidelidade daqueles. Cristo ia ainda exercer o poder divino na criação da Terra e de seus habitantes. Em tudo isto, porém, não procuraria poder ou exaltação para Si mesmo, contrários ao plano de Deus, mas exaltaria a glória do Pai, e executaria Seus propósitos de beneficência e amor.
“Os anjos alegremente reconheceram a supremacia de Cristo, e, prostrando-se diante dEle, extravasaram seu amor e adoração. Lúcifer curvou-se com eles; mas em seu coração havia um conflito estranho, violento. ... Contudo, o Filho de Deus era mais exaltado do que ele, sendo um em poder e autoridade com o Pai. Partilhava dos conselhos do Pai, enquanto Lúcifer não penetrava assim nos propósitos de Deus. "Por que", perguntava este poderoso anjo, "deveria Cristo ter a primazia? Por que é Ele mais honrado do que Lúcifer?" (Patriarcas e Profetas, 35 a 37, negrito acrescentado).
JESUS foi tão humilde a ponto de DEUS Pai ter de convocar uma reunião para lhes informar que o Seu amado Filho também era DEUS, e que participava da criação, e que por Ele tudo o que existe fora criado. Em Sua humildade, desde que todos existiam, JESUS não lhes havia dito que não era um anjo como eles. Assim como Ele foi aqui na Terra, ele não dizia uma palavra em Sua própria exaltação, mas existia para produzir glória a Seu Pai, na verdade DEUS como Ele. Ele é o retrato de como também nós devemos ser, se desejarmos ser salvos.


escrito entre 17 e 25/01/2011
revisado em 26/01/2011
corrigido por Jair Bezerra



Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

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